Quem não sente na pele a dificuldade de comunicação para quem tem limitações de fala e audição não consegue entender (embora possa se sensibilizar) e não consegue entender das dificuldades enormes e muitas muitas vezes constrangedoras que eu passo.
E dói, e sofro…
Desde que voltei do trabalho remoto para o presencial tenho sofrido duras penas. Afinal o isolamento social que o uso das máscaras proporciona é humilhante. Ainda mais pelo fato de ser evitável, e o fato de não demonstrarem agilidade para minimizar as dificuldades que encontro mostra a falta de interesse não só da empresa que trabalho, mas também a realidade numa sociedade que discrimina, que é despreparada e arrogante para o sofrimento dos surdos.
Oro e espero que passe essa fase e que falta de conhecimento é um imperativo na relação entre surdos e ouvintes, o que resulta em preconceito e atitudes capacitistas, por parte dos ouvintes, seja breve. Afinal nenhum ouvinte pode e deve afirmar que o surdo está incluído, pois não depende da leitura labial, libras e empatia dos colegas para se comunicar com dignidade.
Se você deseja ajudar alguém surdo, a principal dica é despir-se dos preconceitos e buscar informar-se sobre a pessoa com deficiência, tornando a jornada dela na vida mais agradável, acolhedora e inclusiva.
Se você já acompanha o Blog do Hugo, deve ter percebido que a gente ama compartilhar notícias boas! Mas se é novo por aqui, te convidamos a ler esse e outros textos que contam histórias inspiradoras da cultura e vitórias da comunidade surda.
Há algum tempo estamos acompanhando a luta do João Avião, o primeiro piloto surdo do Brasil. Ele fundou a Associação Nacional de Aviação de Surdos (ANAS), a primeira na América do Sul, para que pilotos surdos ganhassem visibilidade e pudessem operar voos comerciais no Brasil. Desde sua fundação, projetos foram apresentados para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e até para órgãos internacionais como a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Projetos estes que não são apenas voltados para beneficiar os pilotos surdos, mas também para garantir a saúde auditiva e direitos do piloto ouvinte.
Dados tantos esforços, uma grande conquista já pode ser comemorada! No dia 04 de dezembro de 2019 foram publicadas duas emendas a regulamentos da ANAC, que passaram a permitir a atuação de pilotos surdos na aviação civil brasileira! Assinadas pelo presidente da Agência, José Ricardo Botelho, elas alteram os regulamentos RBAC-61 e o RBAC-67 que abordam questões sobre licenças, habilitações e exames médicos para os pilotos do Brasil.
Antes do primeiro voo, o profissional deverá ser submetido e aprovado em um exame prático especial por modelo de aeronave, para verificação da capacidade do candidato em reconhecer a perda de potência ou falha de motor e emergências com um trem de pouso retrátil.
O piloto surdo não poderá atuar em aeroportos controlados ou internacionais e também com o transporte remunerado de passageiros. No entanto, eles poderão atuar nos voos em que aeronaves não necessitem do uso de rádios para comunicações bilaterais, e em sua licença e certificados deverão conter a observação: “Não válido para voos que requeiram a utilização de rádio comunicação”. Isso significa que eles poderão atuar em áreas em que o uso desse tipo de equipamento nas aeronaves não seja necessário, trabalhando, por exemplo, como Piloto Agrícola, o que antes não era permitido.
Essas alterações, que podem parecer pequenas, mas que representam um grande avanço da aviação brasileira, devem ser celebrada por todos nós. E a luta não para por aí! João está batalhando para que os pilotos possam ser reconhecidos na aviação em todos os países do mundo, tendo permissão e liberação como profissionais.
A gente já deu primeiro passo aqui no Brasil! E quem sabe não poderemos ver mais surdos ocupando lugares que antes não tinham espaço ou em que pessoas acreditavam que eles não seriam capazes. Ainda existe muita exclusão, mas conquistas como essa aquecem nossos corações e nos fazem refletir que a mudança depende de nós.
Promover a cidadania e contribuir para a participação plena e efetiva dessas pessoas com deficiência na sociedade, em igualdade de condições com as demais, é obrigação do poder público.
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), aprovada em 2015, veio afastar barreiras e qualquer forma de discriminação. A deficiência agora, não afeta a plena capacidade civil da pessoa e não pode obstruir a acessibilidade e a trafegabilidade social.
E é muito boa, e engloba todos os tipos de deficiência. E gostei tanto que me senti inspirado a fazer artigos aqui e adaptar para os surdos. Já temos o comando de lei. Agora, precisamos fazer com que estes direitos seja efetivados e implementados na vida de todos. E faremos isso, juntamente com os artigos que serão publicados. Mas antes de mais nada, que tal revisar alguns posts que já fizemos sobre o assunto?
No mais até breve, aguardo vocês para discutirmos mais a respeito não só de nossos direitos, mas também deveres.
Como muitos já sabem, o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 teve questões de humanidades com carga de leitura e exigiu dos candidatos conhecimentos de história, geografia, filosofia, sociologia e até atualidades.
A prova teve quatro textos motivadores, sendo que um deles incluiu dados sobre o número de alunos surdos na educação básica entre 2010 e 2016. Outro apresentou um trecho da Constituição Federal afirmando que todos têm direito à educação, com já falamos aqui. Um terceiro mostrou aos candidatos a lei de 2002, que determinou que a Língua brasileira de sinais (Libras) se tornasse a segunda língua oficial do Brasil.
O tema causou polêmica, mas eu não entendi o motivo, já que a redação do Enem costuma funcionar como forma de conscientizar as pessoas sobre o tema escolhido. Ou seja, as famílias, país afora, discutem o assunto que caiu na prova. É o que aconteceu com a questão da persistência da violência contra a mulher, por exemplo.
Mas pelo que vi, e fiquei indignado é que para muitos não é tão importante o fato de que os surdos terem vencidos barreiras, e lutaram para terem acesso a educação, onde até certo período, nem direito de ir a escola tinham já que eram considerados “incapazes’, ou de sofrerem o bullying e o preconceito, ou serem ignorados pela família e a sociedade e ainda hoje seguirem excluídos na escola e mercado de trabalho, mesmo que tenham a capacidade e formação educacional, necessária ou mesmo tendo um excelente rendimento como pessoa ouvinte, assunto que também já discutimos aqui.
Não podemos negar que houve avanços nas leis inclusivas no Brasil, e que estamos caminhando para um país “igual para todos”. Sim, as leis existem, e até impulsionou as matrículas dos estudantes com deficiências, por exemplo, que praticamente dobraram. Porém muita coisa está longe de se tornar realidade, sair do papel, já que construir uma educação ou mercado de trabalho inclusivo vai muito além da mera criação de vagas.
Um exemplo disso, e é que eu passei e ainda passo por isso, é que ocorre com todos surdos: embora muitos tenham passado a frequentar a escola regular, ou trabalhar numa empresa que respeita a lei de cotas, é comum que os professores, empregadores e a maioria dos estudantes e colegas de trabalho não dominem a Língua de Sinais, o que coloca em risco a socialização. Não falar a língua do outro é uma forma velada de desprezo e rejeição: o surdo até está no mesmo espaço, mas não é devidamente atendido ou respeitado. De fato, eu que vos escrevo me sinto transtornado pelo despreparo da sociedade em relação a isso, das escolas que estudei e dos lugares que trabalhei e até daqui onde hoje trabalho.
Para parafrear, cito as palavras da colunista Andrea Ramal: “Para que a educação e o mercado de trabalho seja inclusivo de fato, é preciso adaptar a infraestrutura das empresas e escolas, e que estas precisam contar com recursos multifuncionais e serem planejadas com acessibilidade arquitetônica e tecnológica. Além disso, é necessário a capacitação dos ouvintes para aprimorar as práticas necessárias, de forma que o ambiente seja um ambiente de oportunidades reais para todos”.
Já em relação, a vagas e estações de trabalho para surdos, falamos com o jovem Enzo Matheus, de 20 anos, que fez a redação do ENEM ontem, no estado do Ceará. Segundo ele, é necessário não apenas ampliação de ofertas de empregos, mas também projetos sociais envolvendo os surdos e a Língua de Sinais, de modo que também que envolva toda a comunidade. Para ele seria uma forma de intensificar as relações interpessoais de surdos e ouvintes.
De fato, a principal mudança está na atitude da comunidade. Teremos escolas e empresas inclusivas quando todos os que fazem parte destes – acreditarem que no convívio com os “diferentes” poderemos aprender, nos tornamos pessoas melhores, mais sábias, tolerantes e talvez até capazes.
É juntos com os surdos e demais pessoas com deficiência, que iremos construir oportunidades, e assim uma nova sociedade mais justa possa começar.
Ser surdo pode ser desafiador, e já contei aqui, aqui e aqui sobre alguns dos desafios que carregamos por não compreendermos os sons ou por não sermos compreendidos. Uma coisa é certa, pode ser ainda mais difícil se não entendemos o motivo de nossas limitações auditivas. Talvez culpamos a Deus, ou pensamos que estamos sendo castigados por pecados de nossos pais ou antepassados. Tudo isso não passa de mentiras que um anjo muito mal, conhecido na Bíblia como Satanás, quer que acreditamos.
A verdade é que nascemos imperfeitos e tudo que passamos é em decorrência do pecado de Adão e Eva, logo no inicio da história humana – Romanos 5:12.
Mas não é o fim, ainda temos esperanças. Já pensou em poder ouvir novamente? Isaías 35:5 diz: Naquele tempo se (…) destaparão os ouvidos dos surdos. Esteja certo que esta esperança é segura e há de acontecer em breve.
Aqui na minha família, temos vários surdos, inclusive eu e minha mãe que acreditamos firmemente nessa promessa. Tanto é que pedimos para o artista e amigo Winston Marcos*, nos retratar num futuro próximo quando seremos perfeitos, poderemos ouvir, e até cantar, vamos ver o resultado?
*Sobre o Artista:
Winston Marcos é artista gráfico, tem 20 anos e mora em Sooretama/ES. Por meio do Photoshop, ele dá vida a suas imaginações e sentimentos. Ele acredita que um trabalho perfeito se faz bastante cuidado e meticulosa atenção. Winston também é Testemunha de Jeová, e assim como nós aqui, tem esperança de viver para sempre na terra. – Apocalipse 21:4.
Em 2004, a Unilever lançou a campanha “Real Beleza” da Dove e conquistou a todas (os), até aquelas mulheres consideradas gordas, magras, baixas e altas, de todas classes sociais. Entre elas, estavam as loiras, as morenas, as ruivas, e até as negras.
A campanha foi tão boa que rendeu mais de 2,5 bilhões de dolares de lucro à empresa. Mas, em geral, a sociedade ainda rotula essas mulheres, devido ao padronização da beleza.
Em 2006, a atriz com Síndrome de Down, Joana Morcazel, viveu a Clara, filha de Helena, personagem de Regina Duarte na novela Viver a Vida, da Rede Globo.
Mãe e filha em cena mostraram ao Brasil os desafios de vida e preconceitos que as pessoas com deficiência sofriam e a importância do amor e respeito que devemos ter por todas pessoas independente de deficiência ou não. Mas, apesar da boa aceitação do tema na mídia, o preconceito ainda existe.
Segundo a revista Carta Capital (2016), o trabalho escravo ainda existe no mundo. E, no Brasil, 95% desses trabalhadores são homens.
De 1995 até 2016, mais de 50 mil foram libertos de situações análogas a de escravidão em atividades econômicas nas zonas rural e urbana. A notícia é boa, mas infelizmente ainda é cedo pra comemorar.
É triste e até revoltante que, em pleno 2017, ainda existam pessoas tão burras que se acham no direito de diminuir outros por estarem fora dos padrões de beleza imposto por eles mesmos. E, ainda mais, tão preconceituosas e desinformadas que insistem em não perceber que todas as pessoas com ou sem deficiência são iguais, e tem as mesmas capacidades e necessidades físicas, mentais e emocionais.
E tão cegas para não enxergarem que não é preciso diminuir pessoas com trabalhos humilhantes.
Sim. Homens e mulheres, crianças ou idosos podem e devem ser mais amados independente das condições em que se encontram. Não é o status na sociedade, a deficiência ou a falta dela, o desemprego, a cor da pele, o cabelo ou o tamanho do quadril que fará essas pessoas inferiores a outras.
Pense grande, veja além do seu quadrado, que oportunidades existem para todos e somos todos iguais. Quem faz o seu sucesso ou o seu padrão de beleza é você. #DigaNãoAoPreconceito
Bem, já dizia uma famosa música: “Goiás é mais”, é isso todos já sabem. E quem me conhece Sabe que sou daqueles que acreditam que sempre temos que relaxar e fugir da vida estressante sempre que possível.
Pensando nisso, fui para Salto Corumbá/ Corumbá de Goiás. Trata-se de parque que já tinha ido até então apenas uma vez e sempre estava querendo voltar, mas nunca tinha a combinação grana x disponibilidade e cia.
Mas foi um belo dia em julho de 2016 (sim demorei publicar, sorte!) resolvi me mandar e ir se divertir, fui para a Rodoviária de Goiânia em busca de sossego em Salto Corumbá.
Saiba mais:
Horários de ônibus, de acordo com o site da AGR (Agência Goiana de Regulamentação):
Entao, não deu para entender muito bem, apenas pesquisando pelo site da AGR, mas pesquisa aqui e ali, descobri que a passagem Goiânia x Corumbá – custaria R$ 26, e iria sair e saiu pontualmente às 12:00, via Viação São José do Tocantins, e chegando na Rodoviária de Corumbá de Goiás as 14:50.
Porém o Salto de Corumbá fica mais à frente, do centro da cidade, sendo então necessário pagar mais R$ 5,00 ao motorista para te deixarem na porta. Ok, viagem custou R$ 31. Pronto, cheguei lá às 15:00.
Dica: Partindo de Goiânia, vá para Anápolis. O valor total das passagens até a entrada de Salto ficam em torno de R$ 25.
Pronto, cheguei às 15:00 na portaria e fui muito bem recebido pela equipe de plantão, os simpáticos Kleber e Emily.
Paguei uma diária no valor de R$ 180 e recebi um mapa do parque e o recibo de pagamento em duas vias seguindo para a pousada, sendo o meu chalé o de número 6, que é bem próximo da recepção.
Vejam as fotos:
Chalé 6! E suas proximidades: Em frente, do lado, na esquerda e direita: tudo lindo!Quase chegando lá, a Sra Sebastiana, já estava me esperando para me dá boas vindas, e pegar um das vias do recibo que me deram na recepção.
Entrando no quarto, já de cara ercebi que era extremamente limpo. E alem de ter uma cama impecável, tinha TV, frigobar e rede, e também mesa com cadeiras.
Na parte do banheiro toalhas limpas, shampoo e condicionador e sabonete.
Então, o quarto é lindo!
Mas o quintal que é o espetacular do lugar. E esperando aproveitar o restinho da tarde eu me troquei e super empolgado fui em direção a Cachoeira “Salto”.
DICA: Vá pelo caminho menos óbvio, dando “a volta” atravessando a ponte a direita em direção aos toboáguas. Este caminho não tem grandes subidas e é bem mais fácil chegar até lá.
Voltando para o chalé, hora de um bom banho e de relaxar, mas bateu a fome, pensei em buscar um lanche super gostoso, já que a outra opção seria ligar para o restaurante, e como eu não escuto está estaria descartada.
Mas aí me lembrei que também poderia ser por WhatsApp. Dito e feito, fiz a minha escolha e em menos de 15 minutos já estavam na porta para me entregar. Tudo perfeito e ainda uma delicia!
No segundo dia, fui conhecer as outras partes que ainda não tinha visto, tipo algumas cachoeirinhas menores.
Ah é também fui para a gruta. Esta na qual eu também amei:
Pensem numa água fria e necessária para toda a tristeza e stress sair fora? Junto com a tristeza, sai o desânimo e a preguiça também! Super indico!
Fazendo a trilha de volta, pude observar as cores e belezas do cerrado goiano que muito me surpreendeu. Obras de Jeová, um Criador inteligente e maravilhoso.
Almoço, cochilo e lanche e mais um dia se foi.
Na manhã seguinte aproveitei minhas últimas horas para andar a cavalo:
É, e sim! Por apenas R$ 20, o senhor que não lembro o nome pode me acompanhar num passeio a cavalo até uma das cachoeiras, e foi muito legal! Havia tempo que não andava e até fiquei com um pouco de medo de cair, mas valeu a pena.
Paz e tranquilidade! Salto Corumbá uma ótima opção para lazer, pratica de esportes, relaxar e ser feliz! Eu já quero voltar, só estou esperando uma super promoção! — kkkkk!
Esta post não não um publipost e todas as opiniões sao pessoais e condiz com a minha experiência. As imagens foram feitas por este blogueiro, no qual reserva-se no direito de exigir créditos caso sejam reproduzidas.
Na minha rápida passagem por Recife, conheci o super super lindo e enorme Shopping Rio Mar Recife.
E uma das coisas que mais gostei, foi o monitor acessível. Olha o Hugo gente:
Isso mesmo, eles tem o Hand Talk, tecnologia que realiza tradução digital e automática para Língua de Sinais, utilizada pela comunidade surda.
A solução oferece ferramentas complementares ao trabalho do intérprete para auxiliar a comunicação entre surdos e ouvintes. A empresa foi criada em 2012, já foi premiada internacionalmente e é referência no segmento. Além de ser comandada por um simpático intérprete virtual, o Hugo.
O personagem é um fofo, e tudo que ele diz, em Língua de Sinais é bem fácil de entender.
Ainda no assunto, Inclusão e Acessibilidade, o RioMar Recife dispõe de elevadores com acessos a todos os pisos e banheiros adaptados para pessoas com deficiência física (atenção, Shopping Rio Mar Recife, não é portadores), além da cortesia de cadeiras de rodas convencionais e quadriciclos elétricos para que os clientes circulem com mais agilidade pelo Shopping.
Parabéns aos administradores! Amei estar com vocês e saber que estão sempre se esforçando em tornar o passeio das pessoas com deficiência no Shopping ainda mais prazerosa e confortável, com certeza foi um dos pontos altos da minha viagem a cidade, a grande e linda Recife.
Leia também quando a Daiane falou desse Tradutor de Libras quando ela começou o blog dela, o antigo Daia Make e Tal. Ah, e logo logo teremos ele aqui também.
Imagine que está num país que em você desconhece a língua falada local. Além disso, você está preso dentro de uma sala fechada de vidro, a prova de som. As pessoas passam, elas te enxergam, você as vê. Algumas tentam falar com você mas você não as entende. Pode ser que consiga entender uma palavra ou outra mas desconhece o significado ou contexto da mesma. As pessoas batem no vidro, gesticulam e fazem mímicas e você nada de entender. Algumas escrevem ou desenham. Outras gritam e perdem a paciência em se comunicar com você com o tempo. Como se sentiria?
Imagine agora, que isso aconteça todos os dias e você não pode fazer nada a não ser esperar o dia passar e noite chegar. E no dia seguinte você acorda com esperança que esse dia vai ser diferente, mas tudo parece um “dejavu” do dia anterior. Tudo que aconteceu anteriormente se repete. Como se sentiria?
De fato, isso acontece diariamente com cerca de 9,7 milhões de surdos ou pessoas com problemas de audição no Brasil. Estamos presos numa sala de vidro, onde não somos compreendidos e não escutamos ou escutamos e não compreendemos o que é dito. Onde pessoas repetem quando não escutamos, em determinado momento gritam achando que vai nos ajudar e que temos obrigação de ouvir e entender tudo que eles dizem, já que muitos de nós temos até aparelhos auditivos.
Surdos, podem se isolar quando não se sentem amados por familiares e amigos próximos!
Diariamente os surdos lutam para sobreviver no mundo ouvinte e egoísta em que a grande maioria de fato nãos os compreendem. Muitas pessoas se sensibilizam é verdade. Mas poucos agem, poucos tem paciência e vontade de ajudar. Infelizmente, esta é a realidade de nossas vidas e ela não é fácil para muitos de nós surdos ou que não escutam bem. Falo por mim, por minha mãe, tias, primas, irmã e tantos amigos. Isso me deixa muito triste, mas do que alguém possa imaginar.
Quer ajudar?
Ajude, mas que seja de coração.
Seja paciente, bondoso e tenha empatia.
Fale devagar e em tom normal.
Aprender a língua de sinais ajuda? Sim, ajuda demais, mas se você não tem as qualidades já mencionadas não vai ser de muita ajuda.