Acessibilidade para pessoas com deficiências

É fundamental uma sociedade justa, consciente, inclusive é acessível para todas as pessoas. Pensando nisso, gostaria que fosse frisado que é previsto na lei que:

– Todas entradas do prédio sejam acessíveis;

– Toda edificação e estabelecimento tenham sanitários acessíveis às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, possuindo 5% do total de cada peça (quando houver divisão por sexo), obedecendo ao mínimo de uma peça;

–  Tenha a obrigatoriedade da reserva de vagas em estacionamento de uso público para pessoas com deficiência próximas aos acessos de circulação de pedestres;

– O caminho entre o estacionamento e o acesso principal deve estar desbloqueado para portadores de deficiência.

É importante salientar que a adequação a estas normas depende do tipo de estabelecimento. Lojas no térreo não podem estar localizadas em um nível acima da calçada ou devem contar com rampas. Centros comerciais de mais de um andar devem ter elevadores.

Sinalização

Também é essencial que as edificações e estabelecimentos contem com sinalização adequada, não só para indicar banheiros e vagas especiais de garagem, mas também para proteção, orientação e mobilidade, o que ajuda, especialmente, pessoas com deficiência visual.

Para esses casos, é preciso instalar a sinalização tátil de piso, que consiste em: ser antiderrapante; ter textura contrastante em relação ao piso adjacente; ter cor contrastante para ser percebido por pessoas com baixa visão; atender as características de desenho, relevo e dimensões de acordo com a norma ABNT NBR 9050/04.

Alem disso que tal um funcionário específico para recepcionar, informar e até acompanhar pessoas cegas quando nos estabelecimentos? E que tal que este seja fluente na Língua de Sinais para também apoiar os surdos?

Um mundo ideal para todos é possível e só depende de nós!

Das Séries que Amamos: “Anne com E”

No fim do século 19 viveu uma menina linda, doce, inteligente, leve, faladeira e otimista chamada Anne.

Anne começa a série na expectativa ser amada e feliz. – Imagem: Netflix/Divulgação

Anne é personagem da nova série da Netflix: “Anne with an E” da obra “Anne of Green Gables”, no qual contamos nossa impressão agora, e já avisamos para que não esqueça, que ao ler Anne, você deve pronunciar ” E”, no final. Recado dado, vamos nos apaixonar?

Tudo começa quando a orfã Anne Shirley, chega a Ilha de Príncipe Eduardo, no Canadá, onde viverá com sua nova família adotiva.

Mas não pense que é uma família comum de marido e mulher. Na verdade trata-se de um casal de irmãos Matthew e Marilla, que estão já idosos e que nunca tiveram filhos. E com a idade, resolvem adotar um menino para ajuda-los nas tarefas da propriedade rural onde vivem.

Imaginem a surpresa e a decepção ao descobrirem que na verdade não veio um menino e sim a doce e sorridente menina Anne (com E), que mal pode acreditar que terá uma família, um lar eque  se belisca o tempo todo para ter certeza que é a realidade. Mas na estação, Matthew encontra a menina e não tem coragem de desfazer o mal-entendido.

A família unida – Imagem: Netflix/Divulgação

Chegando na casa, Marilla é resistente à presença de Anne. Mas, com o passar dos dias, ela se encanta com a menina, que faz de tudo para ser aceita como membro da família.

A inteligência e a grande imaginação de Anne são os pontos altos da série, e vão além da relação de afeto entre ela e os novos “pais”. Ainda assim nem tudo são flores, até porque Anne detesta seu cabelo ruivo, suas sardas e sofre bullying de todos, inclusive na escola, e pelo próprio padre da cidade por ser órfã, pobre ou os cabelos vermelhos demais.

Aos poucos, a menina ganha a confiança do povo da cidade, e consegue evitar que um incêndio tome proporções assustadoras, salva uma criança doente e ajuda a impedir a falência da propriedade da família. Mostrando que o otimismo sempre é necessário para lidar com as dificuldades da vida. Anne é Show, e é um exemplo de como devemos levar a vida: Com alegria, esperanças e muito amor e imaginação: Viva Anne!

Anne, 2017 – Canadá

Elenco: Amybeth McNulty, Geraldine James, R.H. Tomson, Dalila Bela, Corrine Koslo, Aymeric Jett Montaz, Helen Johns, Lucas Jade Zumann, Christian Martyn & Kyla Matthews

Direção: Niki Caro, David Evans, Paul Fox, Sandra Goldbacher, Patricia Rozema, Helen Shaver & Amanda Tapping

Roteiro: Moira Walley-Beckett

Fotografia: Bobby Shore

Agradecimentos: Ao meu amigo Wemerson Cláudio que me indicou a série, obrigado!

Veja também: 

Das séries que amamos (?) – 13 Reasons Why

 

A beleza da diversidade, do talento e do respeito

Em 2004, a Unilever lançou a campanha “Real Beleza” da Dove e conquistou a todas (os), até aquelas mulheres consideradas gordas, magras, baixas e altas, de todas classes sociais. Entre elas, estavam as loiras, as morenas, as ruivas, e até as negras.

A campanha foi tão boa que rendeu mais de 2,5 bilhões de dolares de lucro à empresa. Mas, em geral, a sociedade ainda rotula essas mulheres, devido ao padronização da beleza.

Em 2006, a atriz com Síndrome de Down, Joana Morcazel, viveu a Clara, filha de Helena, personagem de Regina Duarte na novela Viver a Vida, da Rede Globo.

Joana Morcazel e Regina Duarte. Imagem: Rede Globo/ Reprodução

Mãe e filha em cena mostraram ao Brasil os desafios de vida e preconceitos que as pessoas com deficiência sofriam e a importância do amor e respeito que devemos ter por todas pessoas independente de deficiência ou não. Mas, apesar da boa aceitação do tema na mídia, o preconceito ainda existe.

Segundo a revista Carta Capital (2016), o trabalho escravo ainda existe no mundo. E, no Brasil, 95% desses trabalhadores são homens.

A realidade no mundo mostra que a ganância massacra o amor. — Infelizmente o trabalho escravo ainda existe. Imagem: Reprodução.

De 1995 até 2016, mais de 50 mil foram libertos de situações análogas a de escravidão em atividades econômicas nas zonas rural e urbana. A notícia é boa, mas infelizmente ainda é cedo pra comemorar.

É triste e até revoltante que, em pleno 2017, ainda existam pessoas tão burras que se acham no direito de diminuir outros por estarem fora dos padrões  de beleza imposto por eles mesmos. E, ainda mais, tão preconceituosas e desinformadas que insistem em não perceber que todas as pessoas com ou sem deficiência são iguais, e tem as mesmas capacidades e necessidades físicas, mentais e emocionais.
E tão cegas para não enxergarem que não é preciso diminuir pessoas com trabalhos humilhantes.

A modelo brasileira Brenda Costa, já rodou o mundo com sua beleza e talento. Detalhe: ela é surda e não permitiu que a deficiência a impedisse de ser uma das tops models mais influentes do mundo. Imagem: Reprodução

 

Leonardo Migiorin e Otávio Mesquita com os talentosos e inteligentíssimos atores com síndrome de Down. Juntos atuaram no filme “Colegas”, e consquistaram a crítica. Com bastante talento, os atores mostraram que uma pessoa com deficiência também pode e deve levar uma vida feliz. — O filme ganhou vários prêmios e até foi cogitado para representar o Brasil no Oscar. – Imagem: Reprodução

 

Gabourey Sindibe é atriz obesa e negra, está fora do padrão da beleza imposto pela sociedade, ainda assim com muito talento deu vida à personagem “Preciosa”, filme que emocionou o mundo e papou vários prêmios incluindo o Oscar e Globo de Ouro de melhor atriz para M’onique, que fez sua mãe, e também de melhor roteiro original. Imagem: Reprodução

Sim. Homens e mulheres, crianças ou idosos podem e devem ser mais amados independente das condições em que se encontram. Não é o status na sociedade, a deficiência ou a falta dela, o desemprego, a cor da pele, o cabelo ou o tamanho do quadril que fará essas pessoas inferiores a outras.

Pense grande, veja além do seu quadrado, que oportunidades existem para todos e somos todos iguais. Quem faz o seu sucesso ou o seu padrão de beleza é você. #DigaNãoAoPreconceito

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Artigos sobre Inclusão, Surdez e Língua de Sinais

Crianças com Síndrome de Down encantam a moda goiana

Série – Gentileza gera Gentileza: Cliente reclama da conta água em forma de Poema

Vocês já leram aqui, sobre a gentil e fofa senhora que fez a busca mais linda na história do Google. Super Gentil né?

E do Diogo de apenas 4 anos, que após empurrar a coleguinha na escola, foi orientado pela mamãe Tatá Carvalho a se desculpar e ainda levou flores?

Perdeu,  o quer rever?

E hoje vamos contar mais uma história que nos da esperanças e nos enche de orgulho. E o personagem sobre um consultor de empresas que resolveu falar de um problema de vazamento de água para a Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal) de uma forma diferente: escreveu um poema, e chamou a atenção da empresa e de toda a internet.

Aos 64 anos, um mineiro de porte médio, cabelos longos e olhos azuis surpreendeu funcionários da  Caesb. Com um vazamento de água em casa, no Lago Norte, Luiz Carlos Garcia resolveu utilizar a gentileza para pedir uma solução. Escreveu uma poesia com 40 estrofes, quatro versos cada, e uma aula de delicadeza. Como consequência, teve o problema resolvido e recebeu outra poesia como resposta, desta vez, redigida por Aline de Freitas Santos, 46 anos, supervisora do escritório de atendimento de Brasília.

16146463No poema, o consultor de empresas deixou a sensibilidade falar num burocrático requerimento administrativo. No lugar das expressões inflamadas e raivosas, comuns quando se faz uma reclamação, ele deixou a poesia fluir e tratou de um assunto incômodo: o desperdício de água. “Eu percebi que a conta estava muito alta para alguém que vive sozinho e mal fica em casa. O valor da minha conta, que antes chegava aos R$ 380, saltou para R$ 1.150 sem justificativa.”

“Eu me incomodava com o valor, mas muito mais com o gasto de água”, destaca. Apaixonado por poesia e acostumado a presentear pessoas queridas com os textos que escreve, ele resolveu transformar a reclamação em arte. Em 7 de março, redigiu à mão uma carta endereçada ao presidente da companhia. “Meu filho disse que não surtiria efeito, mas eu acreditei.”

O processo correu rápido. Três dias depois, o vice-presidente da companhia ligou dizendo que o texto fora objeto de apreciação entre os diretores. “Ele me disse que mandariam alguém lá e isso realmente ocorreu. Muito atenciosos, eles constataram a deficiência e resolveram o problema”, lembra. Depois, Aline pôde responder a carta à altura. Formada em letras e também apaixonada pelos versos, ela supervisiona uma equipe de oito funcionários e se encantou com o teor do texto. “Quando meu coordenador me mostrou, eu comecei a chorar. Tudo o que é bem escrito, feito de coração, me emociona muito”, diz.

A CARTA DE LUIZ CARLOS GARCIA

Senhor Presidente
Venho mui respeitosamente à presença de vossa senhoria para apresentar e requerer o que se segue:

Venho à vossa senhoria
externar o que me aborrece

se não pode perseverar
aquilo que me entristece

O hidrômetro que marca e conta
a água que aqui consumo
é como fumaça que espalha
de um cigarro que não fumo

Desde que foi instalado
o novo tecnológico instrumento
a cada leitura nele feito
perco até os movimentos

Preocupado com a conta
que sempre me mostra aumento
até contratei uma empresa
que se diz caça-vazamento

Na verdade o que queia
na lucidez do momento
era encontrar uma forma
para estancar o tormento

E um trabalho dedicado
puseram-se os homens a fazer
na busca de saber se o indicado
eles poderiam resolver

Depois de muito procurar
em canos, válvulas e torneiras
disseram-me algo encontrar
que explicasse d’água a peneira

Puseram-se então a falar
na rede, este trecho é o problema
se os canos daqui, for trocar
resolvemos o seu dilema

Cem metros de cano comprei
cola, lixa e conexões
depressa do comércio voltei
atendendo as orientações

Fizeram toda tarefa
da rede modificar
depois foram-se embora
p’ra outras casas visitar

Grande foi a minha surpresa
que nem sei como contar
fui consultar o hidrômetro
e ver o que ele estava a marcar

Quando o olhei atentamente
com tudo na casa fechado
lá estava o renitente
a se mover, desesperado

Acreditar? já não podia
naquilo que ali, eu via
restou-me naquela agonia
me apegar n’alguma magia

Aqui moro sozinho
sem filhos, mulher, empregado
não lavo roupas, nem cozinho
só no banho, o líquido é usado

Nem para beber uso água
que da rede aqui deságua
das minerais me abasteço
e disso não guardo mágoa

Também não recebo visitas
que a água pudessem consumir
por isso procurar respostas
é no que preciso insistir

Minha casa é bem pequena
apenas cem metros quadrados
nela só faço dormir
e preservar meus guardados

Não levo os jardins a regar
nem carros eu deixo lavar
calçadas com a água esfregar
por onde esta água escoar?

Faxino a casa com balde
e um pano p’ra no chão passar
diz minha consciência em alarde
a água é p’ra se economizar

Uma coisa é verdade
que aqui preciso indagar
como pode uma só pessoa
tanta água no mês gastar?
Um mistério se formou
se esta água aqui entrou
se dela pouco se usou
a maior parte evaporou?

A vários vizinhos perguntei
e a pessoas que conheço:
da água que consomem por mês,
na conta vem qual o preço?

Quando minha conta os mostrei
consternação demonstraram
ao sentir o quanto assustei,
procure a Caesb, falaram

Até mesmo em casas grandes
de famílias numerosas
os valores lançados nas contas
não são de montas onerosas

Em outros tempos diria
quando a rede era antiga
mesmo achando água cara
a conta era bem mais amiga

Depois dessa rede mudada
p’ra outra que diferença não vi
me chega a conta inusitada
a cobrar o que não consumi

Recibos passados eu junto
para sustentar o que escrevo
pois como um bom cidadão
sempre pago o que devo

A Caesb é empresa séria
não há dúvidas que eu levante
então nesta minha história
o hidrômetro é o meliante

Sei que não posso acusar
se provas me estão a faltar
mais se a suspeição está no ar
é preciso investigar

Peço a vossa senhoria
que mande me socorrer
pois se a conta assim ficar
de infarto posso morrer
Com licença, peço aos peritos
dessa Companhia honrada
para o indivíduo estudar
e esta situação aclarar

Com suas técnicas e instrumentos
sobre o dito cujo, aplicados
saberemos se seu trabalho
é correto ou é viciado

Se inocente estiver
desculpas já devo pedir
mais recolhido deverá ser
se nele a culpa recair

Se comprovado, o erro for
de quem o consumo media
devolva-me com prontidão
o que paguei e não devia

Ou se preferir modo outro
proponho a vossa senhoria
descontar o tal valor
quando faturar a Companhia

Pois se assim não for feito
outro caminho não há
se não o de ir a justiça
o meu direito reclamar

Rogo vossa senhoria
uma providência tomar
pois não é justo essa conta
eu ter que continuar a pagar

Assim, deixo o meu pedido
em forma de poesia
se escrever é uma arte
que me enche de alegria

E, antes que se faça tarde
neste tempo, o que pronuncia
antecipo meus agradecimentos
junto a vossa senhoria

Como nos ensina a lição
que nos vem d’antigamente
despeço-me no último verso
com um gentil, cordialmente.

A RESPOSTA DE ALINE DE FREITAS SANTOS

Sr. Luiz Carlos

Em resposta à sua manifestação
Sob o n. 1.723/2016 protocolada
Na qual nos chamou atenção

O brilhante uso da nossa língua falada
Vimos pelo presente documento
Apresentar os resultados apurados
Na esperança de que com esse intento
Encerremos os seus desagrados

A fim de verificar
A situação apresentada
Pusemo-nos a vistoriar
As instalações internas afetadas
E eis que ficou constatado
A ocorrência de um vazamento
Comprovadamente sanado
No mais curto espaço de tempo
Para assegurar um fornecimento
Contínuo, lhano e escorreito
Fora instalado um equipamento
De precisão, em seu conceito,
E ao fim de 58h constantes
Registrou o importante instrumento
Não haver na rede pressões variantes
Que provocassem um derramamento

Desta forma, concluímos que o vazamento
Ocorrido em sua residência
Tratou-se de um fortuito acontecimento
Lamentável em sua essência
E, atendendo a Resolução da Adasa
Que norteia os procedimentos desta Casa
Foram concedidos os descontos possíveis
Aos casos de vazamentos imperceptíveis
Estão creditados para os próximos faturamentos
Valores resultantes das revisões das contas
Limitadas a dois consecutivos eventos
Com prazo de 12 meses para nova remonta
Mas sabendo dos hábitos conscientes
Por V. Sª praticados
Certamente não será recorrente
O evento outrora cessado

Pessoalmente quero aqui registrar
Minha admiração e meu mais profundo respeito
Posto que, lamentavelmente, não é comum encontrar
Quem faz do uso da palavra um belo feito
Compartilhando da mesma paixão
Me despeço com leniência
E digo com admiração
Receba minha reverência

gentileza

E aí, gostaram?

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