A Língua escrita de sinais

Você sabia que existe a Língua escrita de Sinais? Pois saiba que sim, e trata-se do SignWriting.

Olha que gracinha!

E ela consiste basicamente num sistema de escrita da língua de sinais, que foi criado por Valerie Sutton em 1974, e é capaz de transcrever a línguas de sinais do mesmo modo que o Alfabeto Fonético Internacional é capaz em relação as línguas faladas. Ou seja, o SignWriting pode registrar qualquer língua de sinais do mundo sem passar pela tradução da língua falada. Cada língua de sinais vai adaptá-lo a sua própria ortografia.

Existem, inclusive, títulos de livros infantis que empregam tanto o português, quanto o SignWriting, além de recontar histórias clássicas a partir de personagens surdos como é o caso de “Rapunzel Surda” e “Cinderela Surda”, além do Onze histórias e um segredo – Desvendando as Lendas Amazônicas.

Rapunzel Surda – Um livro que emprega tanto o português, quanto o SignWriting.
Imagem: Reprodução

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Turismo Acessível no Brasil

A garantia do direito à acessibilidade deve ser assegurada a todo cidadão, com ou sem deficiência, para promoção da qualidade de vida tanto das pessoas adultas e do idoso, quanto da criança e do adolescente, já que todo ser humano enfrenta barreiras à acessibilidade ao longo de sua existência.

E baseado na LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, que Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), o Ministério do Turismo criou o Programa Turismo Acessível que se constitui em um conjunto de ações para promover a inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida à atividade turística no Brasil, de modo a permitir um maior alcance e a utilização de serviços, edificações e equipamentos turísticos com segurança e autonomia.

Há pessoas surdas que se comunicam por Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma língua que usa gestos e expressões faciais para passar a mensagem que deseja. Lembre-se: ajude a eliminar as barreiras na comunicação! Imagem: Reprodução/Turismo.gov

Além disso, ao propiciar a inclusão de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, o Programa vai ao encontro de ações e inciativas do Governo federal que buscam defender e garantir condições de vida com dignidade, a plena participação e inclusão na sociedade, e a igualdade de oportunidades a todas as pessoas com deficiência também na atividade turística.

Legal não é mesmo? Nesse sentido, o Programa é direcionado a gestores públicos e privados, profissionais da linha de frente do turismo, empreendimentos turísticos, destinos turísticos e pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida (turista e não turistas). Eu soube deste projeto pelo Instagram, e estou determinado a conhecer a fundo e divulgar os nossos direitos como pessoas com deficiência, e acredito que aprender mais é a melhor maneira de fazer predominar a igualdade de direitos, traduzida na plena e efetiva participação e inclusão.

Dicas para Atender Bem Turistas com Deficiência.

O Plano Nacional de Turismo 2013 – 2016 preveu como uma de suas ações Formulação de políticas públicas para o desenvolvimento dos segmentos turísticos de demanda segmentada, especialmente os idosos, os jovens, as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e até mesmo públicos segmentados como lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT+). Sob esta perspectiva foram formulados guias de bem atender a estes segmentos, com a finalidade de subsidiar informações importantes sobre cada um deles.

Este Guia é fruto de uma parceria entre o Ministério do Turismo, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça. Nele você encontrará conceitos e dicas de bem atender as pessoas com deficiência, a fim de facilitar a relação com este importante público consumidor, que são pessoas detentoras de direitos. Se for do seu interesse saber sobre, poderá clicar aqui e ir direto para a página para download.

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Férias 2016 – A praia acessível de Fortaleza

As sete novas de setembro

Setembro, se inicia já, e com ele trago novidades.

Sim setembro já um mês especial, por ser o mês histórico para todos nós surdos. E nele também comemoramos o nosso dia.

26 de Setembro – Dia do Surdo

E esse ano vamos ter 7 posts inéditos e muito especiais sobre o assunto. E que tal a primeira já?

Você pode baixar gratuitamente a minha primeira aula sobre a Língua de Sinais. Estou muito comovido e muito feliz por finalmente poder passar adiante para vocês esta aula, que é bem básica mas ainda assim muito interessante.

Vamos nessa? E é só clicar aqui. Ou então visualizar aqui no site mesmo, do lado esquerdo, onde coloquei todos os slides.  E vamos aprender, discutir e espalhar a ideia que a Língua que nós surdos utilizamos para nos comunicar deve ser aprendida por todos! Conhecimento sobre a inclusão dos surdos é o caminho para o mundo melhor e mais justo.

Estar aqui com você é uma honra, então vamos lá e aprendam, e contem comigo! Vocês podem!

 

Obras táteis na super Pinacoteca De São Paulo



A Pinacoteca de São Paulo continua com tudo, e na última semana estive lá e trago para vocês como destaque, meios que possibilitam que pessoas com deficiência visual possam usufruir das exposições das obras de arte que fazem parte da história do Brasil e mundo.

Vamos conhecer uma delas?

O grande destaque deste post é a obra “Mulheres na Janela” – de Di Cavalcante, 1926.

Nota 10, sim ou com certeza? Parabéns a todos envolvidos com o projeto inclusivo, amamos!

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A acessibilidade da Pinacoteca

Acessibilidade nos Shoppings de Goiânia

A 15 dias sofri uma entorse no pé direito, e desde então estou afastado do trabalho e usando bota ortopédica para fins de repouso e recuperação.

Dos dias de monotonia, estive fazendo uns passeios em alguns shoppings que eu sabia que tinha cadeiras de rodas disponíveis para pessoas com mobilidade reduzida e me permitiria a usufruir de todas atrações e espaços.

A Lei nº 10.098 foi criada para estabelecer normais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade para portadores de deficiência e pessoas com mobilidade reduzida. Ela determina, primordialmente, a remoção de barreiras e obstáculos em vias, espaços públicos e edificações.

De fato, a Lei de Acessibilidade define o termo como a “possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida”.

Pois bem, agradeço ao Shopping Flamboyant e ao Shopping Passeio das Águas por facilitar a mobilidade em suas áreas públicas. Fui muito bem atendido por todas equipes desses shoppings que se mostram extremamente educados e solidários.

Mas não observei essa segurança e autonomia em muitos ambientes de lojas destes, sendo que até tive alguns pequenos acidentes devido aos pouco ou quase nenhum espaço restringindo a autonomia e mobilidade de seus visitantes e clientes, portanto alô Riachuelo, Adidas, Forever 21, Saraiva e Americanas do Passeio das Águas, e Riachuelo, Zara, Americanas, C&A do Shopping Flamboyant. Precisam urgentemente diminuir a quantidade  de suas gôndolas, araras e prateleiras de modo a permitir melhor movimentação.

Parabéns a Renner, Zara, C&A, Renner e TNG do Passeio das Águas e Parabéns a Adidas, Forever 21 e Saraiva do Shopping Flamboyant, vocês foram as que mais senti livre e a bondade para circular com a cadeira de rodas.

Ainda está distante o dia em que todo ser humano, independente de suas limitações individuais terá acesso a todos os locais abertos ao público em nossa linda Goiânia, mas acredito em mudanças e adaptações.

 

 

 

Novas tecnologias em Aparelhos Auditivos

Comecei a perder a audição por voltar dos 10, 11 anos de idade, sendo  comprovada a perda com audiometria aos 12. Se a memória não me falha, aos 18 comecei a usar aparelhos auditivos. Desde então, posso afirmar que a minha vida deu uma guinada, pois “voltei a viver” a ouvir muitas coisas que nem reconhecia o som mais.

No mercado existem inúmeras marcas e tecnologias que permitem que as pessoas com perdas auditivas voltem a ouvir. E hoje como estou em fase da adaptação com novos aparelhos, que pela segunda vez são da marca Signia-Siemens, posso dizer que já estou muito feliz e parece-me que a qualidade destes em relação aos modelos anteriores que usei são bem superiores, graças a tecnologia que avança continuamente. Por isso gostaria de falar em inovações tecnológicas para os surdos, de modo pesquisei sobre os aparelhos auditivos, e hoje quero falar sobre 3 modelos dessa marca que tem ultrapassado minhas expectativas.

Vamos conhece-los?

  • Seja para falar sobre a exposição de arte com seus amigos, comentando sobre a política brasileira ou sobre a belíssima apresentação que seu cantor de música favorito fez – conheça o Pure™ 312 da Signia permite que você compartilhe e viva ao máximo todos os lindos momentos da vida. E sabe o melhor? É que tamanha sofisticação vem em poucos centímetros.

Ou seja, além do seu design elegante e pequeno, ele se adapta discretamente atrás da sua orelha. E ainda pode ser controlado remotamente por meio de seu smartphone com ainda mais conveniência e discrição para quem a pede. 

Este foi desenvolvido com a mais sofisticada e inovadora tecnologia, o Pure 312 da Signia oferece um som mais natural, combinado com a mais alta performance auditiva e conectividade superior, seja em perdas auditivas leves, moderadas, severas ou profundas, e enfrenta os desafios e te ajuda a aproveitar os sons naturais da vida

  • Um bom design não é apenas questão de estética –  e  sim uma combinação inteligente entre forma e funcionalidade. Com design único, foi combinado os dois para criar mais uma inovação: um aparelho auditivo com bateria de íons de lítio sem contatos de carga. Este é o diferencial do Cellion Primax , a próxima geração da tecnologia de aparelhos auditivos, com um inteligente design “OneShell”. Com uma confiável célula de bateria de íons de lítio recarregável, o novo Cellion™ proporciona até dois dias de uso regular com uma única recarga, para você não se preocupar com a falta de bateria inesperada. E, ainda, o carregamento por indução significa total conveniência.


Além disso de tudo, eles são os únicos aparelhos auditivos com transmissão de áudio ilimitada com duração de até dois dias sem a necessidade de recarregar. E células recarregáveis da bateria de íons de lítio utilizam uma conveniente tecnologia sem fio de carregamento por indução, que dispensa as complicadas trocas de bateria. Apenas coloque seus aparelhos auditivos Cellion no carregador e os equipamentos inteligentes tomam conta do resto. Depois é só tirar os aparelhos do carregador e eles ligam automaticamente. Carregamento: O Cellion é o primeiro aparelho auditivo do mundo a combinar a tecnologia das baterias de íons de lítio com carregamento por indução. 

  • Um dos menores aparelhos auditivos do mundo, o novo Silk fica praticamente invisível no canal auditivo, e é apropriado pra quem quer total discrição. O que mais gostei deste modelo é que ele me parece ser super macio e confortável e promete se adaptar imediatamente sem a necessidade de esperar pela confecção de um molde customizado.

E além do tamanho impressionante, o Silk ainda proporciona uma experiência auditiva surpreendente clinicamente comprovada por reduzir o esforço auditivo. Os novos aparelhos auditivos Silk possuem recursos completos e oferecem uma qualidade sonora excepcional.

A revolucionária direcionalidade conhecida como “binauralOneMic” impulsiona o foco natural da orelha nos sons vindos especificamente pela frente, enquanto filtra ruídos indesejados do ambiente. E graças à conectividades sem fio, você pode transmitir o áudio de outros dispositivos como TV e celular, diretamente aos seus ouvidos e desfrutar da conveniência de uma variedade de acessórios como os controles remotos. 

Não são maravilhosos? E quer saber mais? Quero falar sobre o aplicativo myControl App*. OS aparelhos auditivos Siemens, Signia, oferecem a melhor conectividade para transmissão de áudio de várias fontes, além de também funcionar como um controle remoto dos seus aparelhos auditivos – tudo na ponta de seus dedos. Com ele você pode aproveitar uma experiência sonora mais natural, com conectividade para transmissão de áudio de seu smartphone ou TV.

 

Outra característica bem legal, e que tem inclusive nos meus novos aparelhos é que o recurso SpeechMaster que monitora constantemente o que você está ouvindo. Ele foca automaticamente no seu interlocutor enquanto reduz as vozes e o ruído indesejados a sua volta. Você escuta de maneira mais clara o que realmente quer escutar.

Como resultado, ouvir com aparelhos que tem essa tecnologia, pode ser ainda menos cansativo do que a audição normal. E ele está a disposição o dia todo. Em todas as situações. E eu estou amando essa experiência, e muito orgulhoso de poder contar com essa tecnologia. De fato a Signia-Siemens não ficou de fora e tem avançado continuamente e lançando soluções capazes de garantir uma vida mais confortável,  plena e feliz mesmo que você tenha a audição limitada.

E para quem quer conhecer estes e outros modelos da Signia-Siemens, em Goiânia eu indico a equipe da Ohren Aparelhos Auditivos, localizada na Av. D, 178. QD. 11 LT. 69 – Setor. Oeste.

Fones: (62) 3215-1030 ou Whatsapp (62) 98596-6373, ou pelo e-mail: contato@ohren.com.br

Leia também aqui no blog: 

A in-utilidade dos 0800 para deficientes auditivos ou de fala.

 

Artigos sobre Inclusão, Surdez e Língua de Sinais

 

Os Mitos e as verdades da Surdez – “Os surdos que só escutam quando querem”

 

A vida amorosa das pessoas com deficiência

Falar sobre questões que envolvem pessoas com deficiência sempre foi um desafio, já que sempre vive esbarrando nas mais diversas áreas, sendo elas científicas, educacionais, éticas e até culturais.

E quando o assunto é amor e relacionamentos infelizmente entramos também no campo da estética e das vaidades humanas. Tanto é que em 2012, a BBC transmitiu um programa que falava do relacionamento das pessoas com deficiência. E foi o constatado que o preconceito existe, já que em determinada pesquisa, ficou constatado pelo jornal britânico The Observer, que 70% dos entrevistados disseram que não fariam sexo com uma pessoa com deficiente.

Imagem: Reprodução da Internet

Mas as coisas estão mudando. E de acordo com o site “Sem Barreiras”, a internet tem contribuído para que um grande número de pessoas com deficiências encontrem seus amores e parceiros nos sites de namoro e relacionamentos. Isto porque os primeiros contatos virtuais por e-mails e outras formas de bate-papo via computador eliminam o impacto inicial, o estigma, os preconceitos herdados culturalmente de quem vê uma pessoa com deficiência pela primeira vez.

Imagem: Reprodução da Internet

De modo algum devemos estranhar o namorar de alguém deficiência, desde que esse alguém não seja também “deficiente”. Pois na minha família mesmo tem pessoas com deficiência visual que são casadas com outras pessoas com deficiência visual, e eu conheço pessoas surdas que são casadas com outros surdos. O que não quer dizer que não existam casais em que um possuem alguma deficiência e o outro não. Ou seja não quer dizer uma pessoa com deficiência física, auditiva, visual ou outra vai se interessar apenas por pessoas com a mesma deficiência, como se todos os outros aspectos, como gostos, afinidades, idade fossem nulos ou banais, bastava os dois ter alguma deficiência. 

Deficiência não define caráter e da mesma forma que dinheiro define felicidade. O mais importante é focar na pessoa e não na sua deficiência. Até por que muitas delas são super estudiosos, comunicativos, gostam de festas, cinema, bar e shopping. Ou seja, agem como pessoas comuns sem deficiência. Devemos pensar que o amor e dificuldades nos relacionamentos existem na “saúde e na doença”.

E parafraseando Mila Correa do site Lugar de Mulher, eu também tenho a felicidade de conviver com pessoas com deficiência de todos os jeitos e posso ver que elas são perfeitamente capazes de ter qualquer tipo de relacionamento, quando se tem uma chance. Mas, enquanto muitas pessoas ainda nos enxergarem como seres de outro mundo, ficaremos a mercê desses julgamentos sobre nosso lugar e sobre o que nos é permitido.

Não há como diminuir atitudes preconceituosas como essas enquanto cada um não admitir os seus próprios preconceitos para com as pessoas com deficiência e coibi-los. Enquanto as pessoas ainda apresentarem dificuldade para ver além da nossa deficiência, sem também ignora-la, teremos comportamentos absurdos sentidos na pele, já que a opressão estão ao nosso lado, e o preconceito está no nosso dia-dia.

Acessibilidade para pessoas com deficiências

É fundamental uma sociedade justa, consciente, inclusive é acessível para todas as pessoas. Pensando nisso, gostaria que fosse frisado que é previsto na lei que:

– Todas entradas do prédio sejam acessíveis;

– Toda edificação e estabelecimento tenham sanitários acessíveis às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, possuindo 5% do total de cada peça (quando houver divisão por sexo), obedecendo ao mínimo de uma peça;

–  Tenha a obrigatoriedade da reserva de vagas em estacionamento de uso público para pessoas com deficiência próximas aos acessos de circulação de pedestres;

– O caminho entre o estacionamento e o acesso principal deve estar desbloqueado para portadores de deficiência.

É importante salientar que a adequação a estas normas depende do tipo de estabelecimento. Lojas no térreo não podem estar localizadas em um nível acima da calçada ou devem contar com rampas. Centros comerciais de mais de um andar devem ter elevadores.

Sinalização

Também é essencial que as edificações e estabelecimentos contem com sinalização adequada, não só para indicar banheiros e vagas especiais de garagem, mas também para proteção, orientação e mobilidade, o que ajuda, especialmente, pessoas com deficiência visual.

Para esses casos, é preciso instalar a sinalização tátil de piso, que consiste em: ser antiderrapante; ter textura contrastante em relação ao piso adjacente; ter cor contrastante para ser percebido por pessoas com baixa visão; atender as características de desenho, relevo e dimensões de acordo com a norma ABNT NBR 9050/04.

Alem disso que tal um funcionário específico para recepcionar, informar e até acompanhar pessoas cegas quando nos estabelecimentos? E que tal que este seja fluente na Língua de Sinais para também apoiar os surdos?

Um mundo ideal para todos é possível e só depende de nós!

KLM, e a Inclusão em voos Internacionais

Hoje quero compartilhar com vocês, uma notícia encantadora.

E vamos falar do ato de viajar, que é bastante enriquecedor, já que permite entrar em contato com diferentes lugares, pessoas, sabores, culturas. 

Reprodução.

Porém, nem tudo são flores, pois muitas vezes, o caminho até o destino final é longo e cansativo, sendo necessária uma distração.

E no caso da pessoa com deficiência não é diferente.

 

E foi pensando em contribuir com uma viagem mais prazerosa para os passageiros com deficiência visual, a companhia aérea KLM do Brasil passou a oferecer no início do ano filmes com audiodescrição em voos internacionais.

Entre os títulos adaptados estão De Volta Para Casa, Kigsman, O Círculo Dourado e Lego Ninjago: O Filme. Para saber mais informações a respeito da iniciativa, acesse klm.com.br

Parabéns a KLM! São pequenos gestos em prol da inclusão que mudamos o mundo!

Um dos maiores desafios da minha vida é o tema da redação do ENEM 2017

Como muitos já sabem, o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 teve questões de humanidades com carga de leitura e exigiu dos candidatos conhecimentos de história, geografia, filosofia, sociologia e até atualidades.

A polêmica da vez foi o tema da redação, que foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.

A prova teve quatro textos motivadores, sendo que um deles incluiu dados sobre o número de alunos surdos na educação básica entre 2010 e 2016. Outro apresentou um trecho da Constituição Federal afirmando que todos têm direito à educação, com já falamos aqui. Um terceiro mostrou aos candidatos a lei de 2002, que determinou que a Língua brasileira de sinais (Libras) se tornasse a segunda língua oficial do Brasil.

O tema causou polêmica, mas eu não entendi o motivo, já que a redação do Enem costuma funcionar como forma de conscientizar as pessoas sobre o tema escolhido. Ou seja, as famílias, país afora, discutem o assunto que caiu na prova. É o que aconteceu com a questão da persistência da violência contra a mulher, por exemplo.

Mas pelo que vi, e fiquei indignado é que para muitos não é tão importante o fato de que os surdos terem vencidos barreiras, e lutaram para terem acesso a educação, onde até certo período, nem direito de ir a escola tinham já que eram considerados “incapazes’, ou de sofrerem o bullying e o preconceito, ou serem ignorados pela família e a sociedade e ainda hoje seguirem excluídos na escola e mercado de trabalho, mesmo que tenham a capacidade e formação educacional, necessária ou mesmo tendo um excelente rendimento como pessoa ouvinte, assunto que também já discutimos aqui.

Não podemos negar que houve avanços nas leis inclusivas no Brasil, e que estamos caminhando para um país “igual para todos”. Sim, as leis existem, e até impulsionou as matrículas dos estudantes com deficiências, por exemplo, que praticamente dobraram. Porém muita coisa está longe de se tornar realidade, sair do papel, já que construir uma educação ou mercado de trabalho inclusivo vai muito além da mera criação de vagas.

Um exemplo disso, e é que eu passei e ainda passo por isso, é que ocorre com todos surdos: embora muitos tenham passado a frequentar a escola regular, ou trabalhar numa empresa que respeita a lei de cotas, é comum que os professores, empregadores e a maioria dos estudantes e colegas de trabalho não dominem a Língua de Sinais, o que coloca em risco a socialização. Não falar a língua do outro é uma forma velada de desprezo e rejeição: o surdo até está no mesmo espaço, mas não é devidamente atendido ou respeitado. De fato, eu que vos escrevo me sinto transtornado pelo despreparo da sociedade em relação a isso, das escolas que estudei e dos lugares que trabalhei e até daqui onde hoje trabalho.

Para parafrear, cito as palavras da colunista Andrea Ramal: “Para que a educação e o mercado de trabalho seja inclusivo de fato, é preciso adaptar a infraestrutura das empresas e escolas, e que estas precisam contar com recursos multifuncionais e serem planejadas com acessibilidade arquitetônica e tecnológica. Além disso, é necessário a capacitação dos ouvintes para aprimorar as práticas necessárias, de forma que o ambiente seja um ambiente de oportunidades reais para todos”.

Já em relação, a vagas e estações de trabalho para surdos, falamos com o jovem Enzo Matheus, de 20 anos, que fez a redação do ENEM ontem, no estado do Ceará. Segundo ele, é necessário não apenas ampliação de ofertas de empregos, mas também projetos sociais envolvendo os surdos e a Língua de Sinais, de modo que também que envolva toda a comunidade. Para ele seria uma forma de intensificar as relações interpessoais de surdos e ouvintes.

De fato, a principal mudança está na atitude da comunidade. Teremos escolas e empresas inclusivas quando todos os que fazem parte destes – acreditarem que no convívio com os “diferentes” poderemos aprender, nos tornamos pessoas melhores, mais sábias, tolerantes e talvez até capazes.

É juntos com os surdos e demais pessoas com deficiência, que iremos construir oportunidades, e assim uma nova sociedade mais justa possa começar.

 

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