Braile: A inclusão social como parte de uma cultura de inovação

Sessenta e três sinais formados pela combinação de seis pontos dispostos em duas colunas. Para alguns, é uma gravação em relevo em superfícies que representam palavras, para outros, é a possibilidade de oferecer liberdade e protagonismo para que pessoas com deficiência visual possam compreender, interpretar e se comunicar com o mundo ao seu redor. O braile vai além dos pontinhos, e forma dezenas de símbolos diferentes, com os quais é possível representar letras, números, sinais de pontuação, acentos, símbolos matemáticos, notação musical, entre outros sinais – e sua existência e implementação, ainda tímida, não são o suficiente.

A inclusão deve ser tema central na evolução de qualquer sociedade, e a tecnologia emergiu como uma ferramenta poderosa para quebrar barreiras e criar oportunidades para todos. Em uma era em que a inovação desempenha papel crucial na criação de novos produtos, soluções e experiências, a mesma deve entender essa responsabilidade como inclusiva.

Segundo pesquisa do Grupo de Especialistas em Perda de Visão (VLEG) publicada em 2021, a população com cegueira e deficiência visual deve dobrar até 2050. Diante desse cenário, nós temos que trabalhar para que a comunicação chegue a todos, de maneira efetiva, o mais rápido possível. E como qualquer inovação, o desafio da inclusão requer criatividade, saída da zona de conforto, adaptação de espaços, estruturas, produtos, hábitos e culturas.

Foi a partir do reconhecimento da urgência desses avanços, que surgiu a primeira lata de bebida com braile impresso do Brasil. A água na lata da Minalba, que por si só já é uma inovação, e representa um progresso e uma solução sustentável para o consumo de um bem essencial, possui uma tampa desenvolvida pela Ball Corporation com consultoria da Fundação Dorina Nowill para Cegos, e representa um salto significativo na acessibilidade para as pessoas cegas e com baixa visão. Essa iniciativa não é apenas um avanço técnico, mas um passo essencial na direção de uma sociedade mais equitativa, e reflete o poder da inovação e seu impacto direto na promoção da inclusão social. Com o braile impresso na tampa da lata, o protagonismo do consumo se expande para pessoas com deficiência, que passa a ter autonomia para escolher sozinha o que quer beber.

A acessibilidade não é apenas uma questão de conveniência, mas um direito fundamental. A tecnologia desempenha um papel fundamental ao tornar os produtos e serviços acessíveis a todos, independentemente de suas habilidades físicas ou sensoriais. A água em lata com braile na tampa não é apenas uma inovação na indústria de embalagens, mas uma declaração ousada de que a inclusão não deve ser uma reflexão tardia, mas uma consideração primordial em todos os aspectos do desenvolvimento.

Lata de água em Braile

Além disso, essa colaboração exemplar ressalta como as parcerias entre empresas, organizações sem fins lucrativos e fundações podem gerar mudanças positivas e duradouras na sociedade. Quando o setor privado se alinha com organizações comprometidas com a inclusão, o resultado não é apenas produtos mais acessíveis, mas também um impulso à conscientização sobre a importância da diversidade.

A inovação, portanto, não deve ser vista apenas como um meio para aumentar a eficiência ou reduzir custos. Deve ser encarada como uma ferramenta transformadora capaz de quebrar barreiras e construir pontes entre as pessoas. A água em lata com braile na tampa é um exemplo tangível de como a tecnologia pode ser empregada de maneira criativa e positiva para atender às necessidades de todos os membros da sociedade. À medida que celebramos conquistas como essa, é imperativo que continuemos a incentivar a inovação orientada para a inclusão em todos os setores. Esse é só um passo para uma mudança cultural que encare a acessibilidade como intrínseca a todas as formas de progresso.

Nesse cenário, a lata com braile impresso na tampa é mais do que uma embalagem inovadora. É um lembrete inspirador de que, por meio da inovação e da tecnologia, podemos criar um mundo onde cada indivíduo, independentemente de suas habilidades, tenha a oportunidade de participar plenamente na sociedade. É dar a liberdade de escolha para a pessoa com deficiência do que consumir, sem mediações. Essa é uma jornada na qual todos devemos embarcar, trabalhando juntos para construir um futuro verdadeiramente inclusivo e acessível para todos.

Sobre a Ball Corporation

A Ball fornece soluções inovadoras e sustentáveis de embalagens de alumínio para clientes de bebidas, cuidados pessoais e produtos domésticos, bem como aeroespacial e outras tecnologias e serviços. A companhia e suas subsidiárias empregam 21.000 pessoas em todo o mundo e registraram vendas líquidas de US$ 15,35 bilhões em 2022.  Na América do Sul, a empresa conta com 13 unidades de produção, distribuídas entre Brasil, Chile, Argentina e Paraguai. Para mais informações, acesse www.ball.com e siga o VADELATA – movimento em prol da lata de alumínio, a embalagem mais amiga do meio ambiente – no Instagram e no Facebook.

Release: Edelman – BallBR@edelman.com

“As letras de Alice”: aventura inclusiva pelo abecedário

Escrito em letra ampliada, braile e Libras, lançamento infantil dialoga com crianças sobre pluralidade social e união familiar

“A” de Alice, de afeto e também de alfabetização. Em uma brincadeira com as letras unida ao universo lúdico, o escritor Elias Sperandio espera deixar o processo de aprendizagem mais divertido e acessível, para crianças com e sem deficiência visual ou auditiva. Inclusivo, o lançamento infantil As letras de Alice imprime o abecedário em três formatos: com fonte ampliada, em braile e Libras (Língua Brasileira de Sinais) – um QR Code direciona para a história contada em sinais.

No enredo, a jovem Alice e o irmão Kauê se divertem na casa da avó Dora, juntos de tios em um café da tarde com toda a família. Em meio às aventuras de pirata e sapateado no chão da sala, a protagonista leva mensagens sobre representatividade e valorização da cultura negra, ao apresentar nomes importantes da história brasileira, como a poetisa Carolina Maria de Jesus e o jornalista abolicionista Luiz Gama.

Ela escreve na
Folha colorida
Grandes
Histórias de heróis

(As letras de Alice, p. 7)

Especialista em produção, adaptação e transcrição de livros em braile, Elias Sperandio traz uma alternativa aos materiais paradidáticos, ao proporcionar uma experiência literária com histórias, personagens e ritmo na narração. “Os leitores em fase de alfabetização precisam do lado imaginativo nesse processo de aprendizagem. Por isso, crianças com deficiências visuais ou auditivas precisam desfrutar de uma literatura inclusiva, pensada e feita para que suas limitações não as impeçam de adquirir a linguagem”, explica.

Publicado com recursos do Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, o livro terá 700 exemplares distribuídos gratuitamente em escolas públicas. Para receber a obra nas instituições de ensino, educadores devem preencher um cadastro em formulário on-line.

FICHA TÉCNICA

Título: As letras de Alice
Autor: Elias Sperandio
Editora: Blitt
ISBN: 978-65-980012-0-9
Páginas: 20
Formato: 20 cm x 25 cm
Preço: R$ 38,00
Onde comprar: Editora Blitt

Sobre o autor: Elias Sperandio é pós-graduado em Formação de Escritores pela ESDC, bacharel em Letras e técnico em Artes Gráficas. Fundador da Studio Braille, é especialista em produção, adaptação e transcrição de materiais, livros didáticos e literários em braile e em fonte ampliada. Participou de inúmeros projetos de publicação na Fundação Dorina Nowill para Cegos, inclusive do programa “Leia para uma criança”, promovido pelo Itaú Social.

Sobre a ilustradora: Jéssica Góes é carioca e desde criança já rabiscava tudo: paredes, guardanapos e livros de matemática. Bacharel e Licenciada em Artes Visuais pela UERJ, utiliza a aquarela como principal técnica para suas ilustrações. Mulher negra, gosta de ilustrar a pluralidade; suas personagens costumam ser mulheres, pretas e indígenas.

Conheça a Editora Blitt: Instagram | Site oficial

Turismo Acessível no Brasil

A garantia do direito à acessibilidade deve ser assegurada a todo cidadão, com ou sem deficiência, para promoção da qualidade de vida tanto das pessoas adultas e do idoso, quanto da criança e do adolescente, já que todo ser humano enfrenta barreiras à acessibilidade ao longo de sua existência.

E baseado na LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, que Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), o Ministério do Turismo criou o Programa Turismo Acessível que se constitui em um conjunto de ações para promover a inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida à atividade turística no Brasil, de modo a permitir um maior alcance e a utilização de serviços, edificações e equipamentos turísticos com segurança e autonomia.

Há pessoas surdas que se comunicam por Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma língua que usa gestos e expressões faciais para passar a mensagem que deseja. Lembre-se: ajude a eliminar as barreiras na comunicação! Imagem: Reprodução/Turismo.gov

Além disso, ao propiciar a inclusão de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, o Programa vai ao encontro de ações e inciativas do Governo federal que buscam defender e garantir condições de vida com dignidade, a plena participação e inclusão na sociedade, e a igualdade de oportunidades a todas as pessoas com deficiência também na atividade turística.

Legal não é mesmo? Nesse sentido, o Programa é direcionado a gestores públicos e privados, profissionais da linha de frente do turismo, empreendimentos turísticos, destinos turísticos e pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida (turista e não turistas). Eu soube deste projeto pelo Instagram, e estou determinado a conhecer a fundo e divulgar os nossos direitos como pessoas com deficiência, e acredito que aprender mais é a melhor maneira de fazer predominar a igualdade de direitos, traduzida na plena e efetiva participação e inclusão.

Dicas para Atender Bem Turistas com Deficiência.

O Plano Nacional de Turismo 2013 – 2016 preveu como uma de suas ações Formulação de políticas públicas para o desenvolvimento dos segmentos turísticos de demanda segmentada, especialmente os idosos, os jovens, as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e até mesmo públicos segmentados como lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT+). Sob esta perspectiva foram formulados guias de bem atender a estes segmentos, com a finalidade de subsidiar informações importantes sobre cada um deles.

Este Guia é fruto de uma parceria entre o Ministério do Turismo, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça. Nele você encontrará conceitos e dicas de bem atender as pessoas com deficiência, a fim de facilitar a relação com este importante público consumidor, que são pessoas detentoras de direitos. Se for do seu interesse saber sobre, poderá clicar aqui e ir direto para a página para download.

Veja também: 

Férias 2016 – A praia acessível de Fortaleza

Obras táteis na super Pinacoteca De São Paulo



A Pinacoteca de São Paulo continua com tudo, e na última semana estive lá e trago para vocês como destaque, meios que possibilitam que pessoas com deficiência visual possam usufruir das exposições das obras de arte que fazem parte da história do Brasil e mundo.

Vamos conhecer uma delas?

O grande destaque deste post é a obra “Mulheres na Janela” – de Di Cavalcante, 1926.

Nota 10, sim ou com certeza? Parabéns a todos envolvidos com o projeto inclusivo, amamos!

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A acessibilidade da Pinacoteca