Férias 2016 – A praia acessível de Fortaleza

Lá em Fortaleza eu fiquei encantando ao encontrar o Programa Praia Acessível, que já tinha visto falar apenas por alto. E foi naPraia de Iracema que esbarrei com o projeto.

Em Fortaleza, o programa tem como objetivo oferecer equipamentos e tecnologia para que pessoas com deficiência possam usufruir da praia e do banho de mar com segurança e dignidade. O projeto também funciona em outras praias do litoral de SP, RJ e Nordeste.

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As cadeiras: 

As cadeiras anfíbias são conhecidas como Air Fryb e são feitas com um tipo de pneu especial, que permite superar a dificuldade de locomoção na areia, e também não afundam na água. Devido à sua altura, é possível o usuário entrar na água, em uma profundidade não perigosa no mar. Existe facilidade na transferência para a cadeira, que possui braços removíveis.

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A equipe: 

Atualmente (maio/2016), a equipe da Estação “Praia de Iracema” é composta por 6 pessoas da Prefeitura de Fortaleza. E conheci a Jakeline que é fisioterapeuta, e trabalha no projeto desde a criação, em março desse ano. Juntamente com ela, trabalham também 4 pessoas da guarda municipal, e 4 bombeiros. E estes prestam auxilio aos visitantes.

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Um destes, foi o Senhor Raimundo, de 65 anos. E foi acompanhado dos netos André e Denise.

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Senhor Raimundo, com a equipe. Prestes a tomar banho de mar.

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Conheci também a Gigi, que devido um acidente em 2010 ficou tetraplégica e recentemente teve câncer de mama. Apesar de tudo, não se deixa abater e é funcionária do projeto na Praia de Iracema.

Ela conheceu o projeto em 2014, em São Paulo. Segundo ela a cadeira  importada da marca “Mobi Chair”, é bem confortável, e tem certeza que é a melhor que ela já usou. Acredita que o projeto é excelente, e sem ele não teria a oportunidade de nadar no mar, sem se machucar, se não houvesse essa facilidade e conforto. Olha ela aí, todo sorridente e simpática ao meu lado;

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Agradeço a todos pela gentileza e atenção dispensada, que o projeto seja ampliado para outras praias que ainda não as tem.

 

Quando ir: 

Um espaço de lazer com esteiras e cadeiras anfíbias, que possibilitam o acesso do público-alvo ao mar, estará disponível de quarta a domingo, de 9h às 14h, na Praia de Iracema. A área conta com estrutura para vôlei e frescobol adaptados, piscinas, cadeiras e mesas cobertas com toldos, banheiro acessível e itens de segurança.

Saiba mais:

Em Portugal – Praia para todos.

Leia também:

O maior Cajueiro do Mundo – RN

Hotel Iracema Travel – Fortaleza- CE

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Responsabilidade Social: Acessibilidade no Shopping Rio Mar Recife

Na minha rápida passagem por Recife, conheci o super super lindo e enorme Shopping Rio Mar Recife.

E uma das coisas que mais gostei, foi o monitor acessível. Olha o Hugo gente:

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No shopping Rio Mar Recife, o Hugo é o guia interprete do Shopping.  – Qualquer um que saiba a Língua de Sinais, pode entende-lo. Não é máximo?

Isso mesmo, eles tem o Hand Talk, tecnologia que realiza tradução digital e automática para Língua de Sinais, utilizada pela comunidade surda.

A solução oferece ferramentas complementares ao trabalho do intérprete para auxiliar a comunicação entre surdos e ouvintes. A empresa foi criada em 2012, já foi premiada internacionalmente e é referência no segmento. Além de ser comandada por um simpático intérprete virtual, o Hugo.

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Hugo, o personagem 3D que torna a comunicação interativa e de fácil compreensão para os surdos.

O personagem é um fofo, e tudo que ele diz, em Língua de Sinais  é bem fácil de entender.

Ainda no assunto, Inclusão e Acessibilidade, o RioMar Recife dispõe de elevadores com acessos a todos os pisos e banheiros adaptados para pessoas com deficiência física (atenção, Shopping Rio Mar Recife, não é portadores), além da cortesia de cadeiras de rodas convencionais e quadriciclos elétricos para que os clientes circulem com mais agilidade pelo Shopping.

Parabéns aos administradores!  Amei estar com vocês e saber que estão sempre se esforçando em tornar o passeio das pessoas com deficiência no Shopping ainda mais prazerosa e confortável, com certeza foi um dos pontos altos da minha viagem a cidade, a grande e linda Recife.

Leia também quando a Daiane falou desse Tradutor de Libras quando ela começou o blog dela, o antigo Daia Make e Tal. Ah, e logo logo teremos ele aqui também.

Até a próxima!

 

Mais Inclusão: As vibrações da música ajudam bailarinas surdas!

20160302053826Voce já ouvir falar de um projeto maravilhoso chamado “céu e terra”? Não? Então vamos saber mais?

O projeto idealizado no ano de 1997, em Belo Horizonte – Minas Gerais por um casal de artistas, a bailarina Wilmara Marliére e pelo músico Wéberty de Araújo, seu marido.

A história

A dançarina ainda na infância foi diagnosticada com a “Síndrome de Arnold Chiary”, que acomete os movimentos de todo o corpo e compromete o cérebro e a audição. Ela quase ficou tetraplégica, mas depois de quatro cirurgias conseguiu continuar dançando, sem perder a força e a perseverança.

Para treinar sem ouvir a música, ela estudou muito e encontrou a resposta na física, em um método inovador a partir das vibrações do som. Com isso, a bailarina buscou uma maneira de estimular o corpo a perceber melhor a vibração sonora no ar e sentir a música em sua pele. A parceria  começou  com Wilmara e sua irmã Meiry. Elas atendiam gratuitamente, na sala de sua casa apenas crianças surdas carentes, onde aprendiam do balé .

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Apaixonada pela dança, Wilmara já se apresentou diversas vezes.
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Apresentação de duas alunas surdas.
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Na mídia: Uma das muitas reportagens sobre o projeto.

Ajudando outras crianças

Com as cirurgias e o tratamento, ela  recuperou a audição, mas decidiu não deixar de lado a técnica das vibrações sonoras. Para ajudar outras pessoas,  desde então ensina balé a meninas surdas carentes. Além disso, seu marido, Weberty, participa oferecendo aulas de violão para alunos cegos, num método também idealizado por ele.

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Wéberty numa apresentação ao lado de um artista cego.

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Talento de pais para a filha

Além desse trabalho tão especial que fazem juntos o casal tem uma filha Maria Clara  que é igualmente talentosa.

Atualmente está no Sexto ano, e como qualquer menina de sua idade gosta de brincar de boneca e é fã de macarronada a bolonhesa (quem não é?). Joga no time de Handebol da escola e já aprendeu a tocar teclado e flauta.

E claro, ela também participa no projeto criados pelos pais. Já fez diversas apresentações de dança e canto com e sem eles, em grupo e sozinha e segue os passos dos pais na carreira. Gosta de dançar e cantar e sonha em seguir carreira de modelo.

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Mãe e Filha juntas numa apresentação

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Benefícios para aqueles que participam e já participaram do projeto

Uma das lições que podemos aprender das dificuldades que Wilmara teve desde a infância é que não devemos nos acomodar com a nossa condição.

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Com as alunas surdas

E as crianças que participam do projeto, são estimuladas a “aprender a ouvir”, ou seja na dança é usado o espaço, meios e equipamentos que Wilmara idealizou, para “aprender a estarem atentas as vibrações do som. Não é fantástico?

E não para aí, as mães das crianças atendidas relatam que estão até ouvindo melhor, e com testes de audiometria, são comprovadas a tese de melhora auditiva, muitas delas com um melhora de até 25% decibéis.

Com certeza uma família talentosa e exemplo para todos nós. Se você gostou e tem interesse em conhecer ou participar do projeto entre em contato, conforme abaixo: Fotor_145710775662942

Com surdos eu e Thiago ficamos encantados com o carinho que Wilmara, Weberty e Maria tem com com cegos e surdos. Achamos importante a inclusão social na educação e em projetos diversos como na dança e a música. Agradecemos a família e desejamos muita saúde e bençãos de Deus.

Um grande abraço!

Tradutor de Libras para sites e blogs

Bom dia, Belezuras!!

Estou começando hoje o meu Blog: Daia make e tal, nele falarei sobre tudo da área da beleza que interessa a nós meninas ( maquiagens, cabelo, unhas e afins).

E não poderia deixar de colocar um tradutor de Libras em meu blog. Eu como surda sei bem da dificuldade de encontrar um blog ou canal do youtube com legenda ou tradução. Por isso, coloquei o tradutor em Libras. 

  Para quem se interessar também em colocar o link é esse: 

    http://app.handtalk.me/ 

Existe também outro tradutor, esse eu não consegui ativar no meu blog, ele é o :

http://weblibras.com.br/

 

Por que traduzir meu site? De acordo com o Censo 2010 do IBGE, existem mais de 10 milhões de surdos e grande parte desta população utiliza Libras como sua língua principal e muitas vezes possuem apenas um conhecimento básico da língua portuguesa.A Libras é a segunda língua oficial do Brasil, instituída pela Lei 10.436/2002 e regulamentada pelos decretos 5.296/2004 e 5.626/2005, os quais obrigam a sua aplicação como veículo de comunicação e acessibilidade aos surdos do país.A Língua Brasileira de Sinais é independente e distinta do português. Boa parte dos surdos brasileiros possuem grande dificuldade de compreender a língua portuguesa, mesmo em sua forma escrita. Daí a importância de estabelecer um canal de comunicação com esta parcela da população através do tradutor, que torna seu site acessível e sua empresa aderente à inclusão social. Bom dia, até a próxima!

26 de Setembro é o Dia do Surdo

Ontem, 26 de setembro foi comemorado o Dia do Surdo. 

Eu eu como surdo e vários membros da minha família tb como já contei pra vocês aqui, não poderia deixar de fazer esta postagem.

Data em que são relembradas as lutas históricas por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania. Muitos que não conhecem a historia dos Surdos no Brasil talvez se perguntem: Porque comemorar o Dia do Surdo? Na verdade, se tem muito a comemorar, afinal hoje as condições de vida das pessoas surdas são muito melhores do que antes.

Todas as conquistas e avanços obtidos só reforçam a importância da existência do Dia do Surdo, para comemorar o que já foi conseguido e, principalmente, para lembrar que ainda se tem muito a lutar!
Conheça e clique aqui para ler a cartilha do dia dos surdos no site da Feneis. No mesmo site você poderá aprender também um pouco sobre a Língua de Sinais, não perca a oportunidade. 

Abraços!

Belo Horizonte: Capital Inclusiva

Olha que notícia legal que recebi de um colega surdo do Pará. Valeu Davison!

As mãos que “falam” e tentam se fazer entender são de Laís Drumond. A atriz de 29 anos, surda desde o nascimento e filha de pais ouvintes, não se intimida em buscar informações, andar de ônibus, recorrer à Justiça ou abrir conta em banco. Mas nem sempre essas tarefas que fazem parte do dia a dia da maioria das pessoas são tão simples para Laís. Assim como ela, muitos surdos voltam para casa em Belo Horizonte frustrados ao buscar de atendimento por não conseguirem se comunicar com os ouvintes. Isso porque, além da dificuldade de audição, muitos têm o desenvolvimento da fala afetado, e sem o acompanhamento de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) não conseguem ser entendidos.

Mesmo depois de 11 anos de oficialização do método, a primeira língua para surdos, quem convive com a deficiência relata os muitos desafios ainda a vencer. Na capital, são 4.557 pessoas surdas e 107.046 com alguma deficiência auditiva, segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Juntas, representam 4,5% da população da cidade.

A falta de compreensão sobre a língua do deficiente auditivo se repete a cada esquina em que ele precisa sair do seu mundo silencioso e trocar informações. O Estado de Minas foi às ruas com Laís Drumond para testar atendimentos e constatou as dificuldades enfrentadas no comércio, em órgãos públicos estaduais e municipais e na Polícia Militar. O problema é o mesmo: não há pessoas com conhecimento em Libras para atender deficientes auditivos.

A ausência de intérpretes começou na primeira parada: a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Praça Sete, onde Laís pediu informações a uma funcionária sobre emissão de certidão de nascimento. “A funcionária tentou sinalizar, mas ficou nervosa e sorrindo, ao contrário da expressão facial firme, que o surdo precisa para entender uma mensagem. Por fim, ela disse que era difícil, que não me entendia”, relatou Laís.

Segundo a atriz, a atendente ainda arriscou com o sinal de “nascer””em Libras, mas não sinalizou a palavra documento nem soube explicar o valor e o procedimento necessário para emissão. A “conversa” terminou em papel e caneta. “Todos os dias, eu e meu marido chegamos com pilhas de papéis em casa, como todos os surdos”, reclama. Segundo o coordenador da unidade, Eliel Benites, os funcionários da recepção e do serviço Posso Ajudar estão recebendo treinamento uma vez por semana, há cerca de três meses. Ele fala dos avanços, mas reconhece: “Ainda estamos em fase inicial”.

No terminal rodoviário, não foi diferente. O teste foi feito nos guichês de duas empresas de viagens, mas em ambos houve decepção. Na primeira, o pedido era para uma passagem com destino a Niterói (RJ). Poderia ter sido qualquer trecho que Laís não teria sido atendida, já que a funcionária foi clara. “Eu não te entendo”, disse em meio a risos. Ela tentou ser solícita e pediu que a atriz escrevesse seu pedido. Só assim houve comunicação. No segundo caso, Laís afirmou que não sabia escrever. Desse modo, mesmo tendo sinalizado para três funcionários sua intenção de comprar um bilhete para São Paulo, não houve sucesso na tentativa. Ela foi encaminhada ao setor de informações da rodoviária, onde também não havia intérpretes.

O teste para fazer uma simples compra acabou em transtorno também. Imagine explicar ao vendedor o desejo de comprar um sapato vermelho, de salto alto, pago em quatro vezes no cartão e sem juros. Mesmo com todo o esforço do atendente Janiel Salvador, de 22 anos, em acertar na cor, a forma de pagamento não foi compreendida. “Ela é esperta. Se comunica bem. Mas não entendo a linguagem dos surdos”, disse Janiel. O gerente da loja, Geovane Gonçalves, reconhece o problema: “Talvez seja a hora de buscar a capacitação”.

Dados do IBGE indicam que dos 4.179 surdos de BH com idade acima de 10 anos, 35,2% se enquadram na faixa etária de rendimento entre um e cinco salários mínimos, o que representa o maior percentual. Outros 28,2% recebem até um salário e 10,6% ganham acima de cinco salários. Segundo a demógrafa do instituto Luciene Longo, “a distribuição de renda entre os surdos se encaixa na da população ouvinte”. Laís lembra que investir na capacitação de funcionários no comércio pode representar um diferencial. “Se uma loja tem alguém que entende Libras ela vira referência entre os surdos”.

POLÍCIA MILITAR

Uma experiência positiva surpreendeu Laís em sua luta diária. Ao pedir uma informação a um militar no Centro da capital, ela foi prontamente atendida pelo soldado João Luiz Chagas, da 6ª Cia. do 1º BPM, que estuda comunicação assistiva na PUC Minas. “Foi a única situação em que me senti bem, porque pude me comunicar sem dificuldade”, disse a atriz. O interesse do soldado pelo curso surgiu da demanda diária da população deficiente. “Tenho contato com cegos, surdos e pessoas com deficiência física. Preciso estar preparado para atendê-los”.

Mas chamar a polícia é um problema para os surdos. A queixa é sobre a falta de intérpretes e atendimento por telefone. “Nos comunicamos por mensagem de celular. Aí, eles retornam a ligação. Do que adianta?”, cobra Laís. O chefe da Sala de Imprensa da PM, major Gilmar Luciano Santos, informou que policiais não têm formação em Libras, à exceção dos militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). A capacitação estava prevista, segundo ele, no pacote de cursos que serão ministrados aos policiais até a Copa das Confederações.