Dumplin: UM CORPO DE BIQUÍNI É UM CORPO USANDO UM BIQUÍNI.

Quem nunca se sentiu incomodados ao colocar uma sunga biquíni para ir à praia ou à piscina? 

A grande verdade é que, desde que somos pequenos, a sociedade impõe certos padrões sobre o “corpo perfeito”, especialmente às garotas. 

Reprodução/Netflix

Mas ninguém é igual a ninguém e a gente deveria se amar do jeito que é, não é mesmo? E isso é uma das coisas mais incríveis em Willowdean, personagem de Danielle Macdonald no novo filme da Netflix: Dumplin. 

Will, é uma garota gorda que vive em uma cidadezinha do Texas e é muito, mas muito fã da cantora Dolly Parton. E embora Will não se importe muito com o seu peso, sua aparência afeta profundamente o relacionamento que ela tem com a mãe, Rosie (Jennifer Aninston), cuja vida ainda gira, em torno de um concurso de miss que ela venceu em 1991.

Reprodução/ Netflix

Will, Ellen, Millie (Maddie Baillio) e Hannah (Bex Taylor-Klaus) se inscrevem no concurso de miss como uma forma de “protesto de salto alto”. A ideia delas é quebrar com os estereótipos de beleza e “acabar com o patriarcado”. Juntas, elas unem forças, ignoram os olhares de reprovação e provam que meninas gordas, com o quadris largos ou cabelos curtos também são lindas!

Reprodução/ Netflix

Dumplin, já está disponível na Netflix e é uma aula de auto estima, amor, empatia e aceitação para todos nós.

Seja Grato – Por Márcia Luz

Todos os dias, é dia de conquistar nossos sonhos, de fortalecer nossas vidas, nossos relacionamentos. Todos os dias, é dia de recomeçar, de compartilhar, e de agradecer.

Por tanto, que bom ter vocês aqui no Blog. Obrigado pelo apoio, comentários, acessos e tanto carinho, que as vezes recebo. Obrigado, obrigado e obrigado. E falando em agradecer, é totalmente oportuno que compartilhar com vocês o texto de Márcia Luz*, psicologa, professora, coach, autora do livro “A gratidão transforma”.

Com vocês: A gratidão fortalece os relacionamentos.

Você já se perguntou por que os relacionamentos fracassam? Em partes, podemos dizer que pelo mesmo motivo que empresas vão à falência: falta de foco e de dedicação. E, quando falo em relacionamentos fracassados, não me refiro apenas a casamentos, mas também à relação entre pais e filhos, irmãos, amigos, vizinhos ou colegas de trabalho.

Alguns dos motivos que levam os relacionamentos ao fracasso são: não acreditar na própria relação; não fazer do relacionamento algo indispensável; deixar de cumprir o que é prometido; não assumir responsabilidade; e, por vezes, desistir diante de desafios que parecem insuperáveis, mas que, no fim, são os que põem à prova a solidez de um relacionamento.

Todos os dias, ouço histórias de pessoas que sofrem por situações mal resolvidas com alguém significativo em suas vidas. Por exemplo, um executivo, com quem mantive contato recentemente, que não se perdoava por ter recusado dar um abraço em sua mãe pouco antes de ela falecer. Mas não devemos julgá-lo, pois todos cometemos erros ao deixar problemas que começam insignificantes atingirem proporções com as quais não estamos prontos para lidar.

Em vez de permitir que essas situações aconteçam, devemos exercitar diariamente a gratidão – essa simples atitude pode se tornar fundamental para que as relações floresçam e sejam duradouras. Mas o que, exatamente, isso significa? Isso nada mais é que aquela parte do dia em que você toma plena consciência das pessoas que estão à sua volta, aquelas que não poderia perder de maneira alguma. Esse período de reflexão interna nos faz, consciente ou inconscientemente, valorizar as pessoas, pois sabemos que, sem elas, nossas vidas seriam um pouco mais duras.

Pouco importa a que ou a quem é direcionada essa gratidão. Pode ser um agradecimento a Deus, ao cosmos, ao universo, a uma força mística maior que todos nós. O que é realmente importante é a gratidão pelo que nos é dado, exprimir os motivos pelos quais somos gratos por ter a presença daquelas pessoas em nossas vidas. Quando agradecemos, é como se a vida entendesse o recado, visse que gostamos daquilo que ela nos proporcionou e mandasse mais coisas boas.

Imagem: Getty/ Reprodução

Proponho que você comece hoje mesmo. Olhe ao seu redor, aos seus familiares e amigos, e pense no quanto a presença deles em sua vida lhe faz bem. Além de agradecer por tê-los por perto, sugiro também alguns exercícios no relacionamento:

– Perdão: experimente perdoar. Você dificilmente será um ser humano totalmente completo enquanto não perdoar mágoas mal resolvidas;

Elogie: teça elogios à pessoa. Esses pequenos gestos fazem a diferença no dia a dia do relacionamento;

Valorize o positivo: às vezes, mesmo que sem perceber, destacamos apenas o que é negativo. Procure focar no que a pessoa tem de positivo;

Expresse seu amor: seja por meio de um abraço ou dizendo “te amo”, expressar sentimentos positivos é sempre revigorante para a relação.

* A autora é realizadora do 1º Congresso Mundial da Gratidão (Comgratidão), que reuniu 40 mil participantes em 2016. Mais informações em www.marcialuz.com e www.facebook.com/marcialuz.fanpage.

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A beleza da diversidade, do talento e do respeito

A beleza da diversidade, do talento e do respeito

Em 2004, a Unilever lançou a campanha “Real Beleza” da Dove e conquistou a todas (os), até aquelas mulheres consideradas gordas, magras, baixas e altas, de todas classes sociais. Entre elas, estavam as loiras, as morenas, as ruivas, e até as negras.

A campanha foi tão boa que rendeu mais de 2,5 bilhões de dolares de lucro à empresa. Mas, em geral, a sociedade ainda rotula essas mulheres, devido ao padronização da beleza.

Em 2006, a atriz com Síndrome de Down, Joana Morcazel, viveu a Clara, filha de Helena, personagem de Regina Duarte na novela Viver a Vida, da Rede Globo.

Joana Morcazel e Regina Duarte. Imagem: Rede Globo/ Reprodução

Mãe e filha em cena mostraram ao Brasil os desafios de vida e preconceitos que as pessoas com deficiência sofriam e a importância do amor e respeito que devemos ter por todas pessoas independente de deficiência ou não. Mas, apesar da boa aceitação do tema na mídia, o preconceito ainda existe.

Segundo a revista Carta Capital (2016), o trabalho escravo ainda existe no mundo. E, no Brasil, 95% desses trabalhadores são homens.

A realidade no mundo mostra que a ganância massacra o amor. — Infelizmente o trabalho escravo ainda existe. Imagem: Reprodução.

De 1995 até 2016, mais de 50 mil foram libertos de situações análogas a de escravidão em atividades econômicas nas zonas rural e urbana. A notícia é boa, mas infelizmente ainda é cedo pra comemorar.

É triste e até revoltante que, em pleno 2017, ainda existam pessoas tão burras que se acham no direito de diminuir outros por estarem fora dos padrões  de beleza imposto por eles mesmos. E, ainda mais, tão preconceituosas e desinformadas que insistem em não perceber que todas as pessoas com ou sem deficiência são iguais, e tem as mesmas capacidades e necessidades físicas, mentais e emocionais.
E tão cegas para não enxergarem que não é preciso diminuir pessoas com trabalhos humilhantes.

A modelo brasileira Brenda Costa, já rodou o mundo com sua beleza e talento. Detalhe: ela é surda e não permitiu que a deficiência a impedisse de ser uma das tops models mais influentes do mundo. Imagem: Reprodução

 

Leonardo Migiorin e Otávio Mesquita com os talentosos e inteligentíssimos atores com síndrome de Down. Juntos atuaram no filme “Colegas”, e consquistaram a crítica. Com bastante talento, os atores mostraram que uma pessoa com deficiência também pode e deve levar uma vida feliz. — O filme ganhou vários prêmios e até foi cogitado para representar o Brasil no Oscar. – Imagem: Reprodução

 

Gabourey Sindibe é atriz obesa e negra, está fora do padrão da beleza imposto pela sociedade, ainda assim com muito talento deu vida à personagem “Preciosa”, filme que emocionou o mundo e papou vários prêmios incluindo o Oscar e Globo de Ouro de melhor atriz para M’onique, que fez sua mãe, e também de melhor roteiro original. Imagem: Reprodução

Sim. Homens e mulheres, crianças ou idosos podem e devem ser mais amados independente das condições em que se encontram. Não é o status na sociedade, a deficiência ou a falta dela, o desemprego, a cor da pele, o cabelo ou o tamanho do quadril que fará essas pessoas inferiores a outras.

Pense grande, veja além do seu quadrado, que oportunidades existem para todos e somos todos iguais. Quem faz o seu sucesso ou o seu padrão de beleza é você. #DigaNãoAoPreconceito

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Crianças com Síndrome de Down encantam a moda goiana

Impressões trazidas pelo vento!

Fútil, incapaz, gordo (a), burro (a), inconsistente, estranho (a), desequilibrado (a) melindroso (a), crentinho (a), feio (a), gay, preguiçoso (a), safado (a), chato (a) e mau humorado (a).

Tudo bem! Podemos ter um ou mais desses ou outros adjetivos, afinal ninguém é perfeito, Aliás, se pensarmos bem alguns deles nem são necessariamente ruins.

Blog dos Pernés_Não Rotular, Cuidado com as Fofocas
Imagem: Reprodução

Mas você, já parou para pensar, quantas vezes a base do desconhecimento, do preconceito ou por acreditar em boatos e fofocas, rotulamos as pessoas que muitas vezes não conhecemos ou até mesmo somos rotulados por estranhos? Alguns nos julgam por nossas preferências, escolhas e comportamento e etc, e esses julgamentos muitas vezes acontecem online.

Pois é, as redes sociais estão aí para aproximarmos de quem está longe, fazermos novas amizades, e até para conseguir aquela sonhada vaga de emprego. A tecnologia que deveria ser usada para nosso benefício está sendo usada para atacarmos nossos semelhantes.

Certa vez pude ajudar uma moça com a divulgação aqui no Blog de seu evento infantil que aconteceria aqui em Goiânia, e fui convidado para participar do seu evento. Foi tudo maravilhoso, e foi bem além das minhas expectativas. Tempos depois, com algumas outras mães que não participaram deste evento, pensamos em fazer um grupo a parte, uma vez que estes grupos são bem limitados. Resultado: A moça mencionada saiu falando as seguintes palavras, para essas e outras mães pelas redes sociais: “Cuidado com ele”, “Ele é estranho”, “Ele é homem solteiro, e é obcecado por crianças, e só faz matérias de crianças”.

Nem entrarei no fato de a pessoa ser totalmente sem noção, mau agradecida e muito desinformada, uma vez que o Blog dos Perné’s vai muito além de matérias infantis. Por isso vou focar nas palavras que ela usou. Ao invés de ser adulta e falar pada mim, ela decidiu utilizar rótulos que são fáceis de ser colocados, e usar nas fofocas que são fáceis de ser ditas, para tentar acabar com minha reputação. E nem precisamos discutir também o que ela ganhou com isso, pois eu não sei dizer. Mas para ilustrar bem os efeitos e rotular as pessoas e de espalhar tagarelice maldosa, descrevo abaixo conto judaico que é apresentado em variadas versões, mas que tem como essência a seguinte história:

Certo homem percorreu a cidade caluniando o sábio local. Mais tarde, o tagarela deu-se conta do dano que causara e dirigiu-se ao sábio para pedir perdão, prontificando-se a fazer qualquer coisa para reparar o seu erro. O sábio só tinha um pedido: que o caluniador apanhasse um travesseiro de penas e o abrisse, espalhando as penas ao vento. Embora intrigado com o pedido, o tagarela fez o que lhe foi mandado e, daí, voltou a falar com o sábio.

“Estou perdoado?”, perguntou.

“Primeiro, vá e ajunte todas as penas”, respondeu o sábio.

“Mas como? O vento já as espalhou.”

“Reparar o dano causado pelas suas palavras é tão difícil como recolher todas as penas.”

A lição é clara:

Não importa que o fulano seja preguiçoso (a), melindroso (a). Não importa que o gordo (a) estranho seja tão fútil, incapaz e burro (a), e talvez inconsistente e desequilibrado (a). Que tal guardad suas palavras e pensamentos ofensivos para si mesmo?

Uma vez proferidas, as palavras não podem ser recuperadas, e talvez seja impossível sanar o mal que causaram.

Antes de rotular o próximo, ou divulgar alguma tagarelice, será sensato nos lembrar de que, ao fazer isso, estaremos como que prestes a espalhar penas ao vento, e os efeitos causados nas vítimas podem ser irreparáveis.

Blog dos Pernés_Não Rotular, Cuidado com as Fofocas
Imagem: MerdTV/Reprodução

As impressões que ficam são aquelas que você permita que fique. O que entendeu que seja, nem sempre pode ser, as aparências nem sempre enganam, mas muitas vezes estão erradas.

Respeite o próximo, se não der para amá-lo, mas no mínimo ame a si mesmo, não espalhe penas ao vento, chega de mentiras e de rótulos. Rótulos são para produtos, basta!

O alfabeto da Língua Brasileira de Sinais

Este é o alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais, e é também a primeira lição a aprender para conversar com pessoas surdas. Vamos aprender?

O alfabeto da Língua Brasileira de Sinais Fonte: Reprodução

 

Você sabia:

  • Sabia que cada país tem a sua Língua de sinais?
  • Nem todos os surdos se comunicam em Língua de Sinais?
  • No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais é a segunda língua oficial do país?

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Como ajudar pessoas cegas!

Surdo constroi próteses de braço com sucatas

Foi no dia, 5 de setembro de 2012, que a vida de José Arivelton Ribeiro de Fortaleza, nunca mais foi a mesma. Com a energia da lojinha de eletrônicos da família, cortada por falta de pagamento, e ninguém sabia quando a luz iria voltar, Arivelton decidiu retirar a antena de TV da loja para usá-la em casa.

Pendurou-se na janela, no segundo andar, e cometeu um erro quase fatal. Por descuido, a antena tocou um fio de alta tensão. A descarga de 18 mil volts arremessou Arivelton para dentro da sala, e chegou a derrubar a iluminação dos postes da região.

O choque feriu o pescoço e a língua de Arivelton, e também comprometeu o braço direito, que precisou ser amputado na altura do antebraço. Seria mais um obstáculo na vida desse cearense de 48 anos, que nasceu surdo e não aprendeu a falar. Mas rendeu uma bela história de dedicação.

Ari, como é conhecido, passa boa parte do dia  numa oficina de quintal. Em meio a peças recolhidas em depósitos e na cozinha da mãe, colocou na cabeça: irá construir a prótese mais barata existente, para devolver movimentos a si e a qualquer amputado como ele.

 

Em pouco tempo, ele produziu duas próteses do braço direito, uma mecânica e outra elétrica, e já trabalha na terceira, que deseja ser computadorizada. “Meu sonho é ajudar as pessoas”, diz Ari à BBC Brasil, sempre com ajuda da mãe na tradução.

O inventor autodidata, que se comunica por meio de sinais com a mão remanescente, construiu as próteses com peças descartáveis e partes de utensílios domésticos.

Sua primeira criação tem o antebraço em cano de PVC e tampa de panela; o punho é um bico de secador de cabelo; os dedos são canos de alumínio, acionados por elásticos de prender dinheiro; e a palma da mão exibe uma borracha, para garantir aderência ao segurar objetos.

Bastou um mês de trabalho, ainda no ano do acidente. Ao todo, Ari investiu R$ 400, até 20 vezes menos do que uma prótese similar no mercado. A inspiração veio em vídeos na internet. O braço, porém, não é fixo, como a maioria das próteses mecânicas.

O punho é flexível e ele aciona os dedos com movimentos no ombro esquerdo. Era a independência que o inventor buscava.

Cotidiano

Com o mesmo braço que sempre usou, Ari agora corta pão, pega copos e até dirige seu carro. E não se trata de um veículo automático, mas um Fusca com câmbio daqueles que pedem força para passar a marcha – com a mão direita, diga-se de passagem.

Mas o inventor não se dá por satisfeito. “No mesmo dia em que terminei a primeira prótese, já queria fazer uma mais moderna”, diz.

Na escala evolutiva das próteses de braços, o degrau seguinte de uma mecânica é a elétrica. Nela, o movimento dos dedos é acionado por uma bateria, com comandos feitos com a outra mão ou por meio de eletrodos que captam os impulsos dos nervos na região da amputação.

 

O inventor leu sobre isso em tutoriais na internet e decidiu fazer sua prótese elétrica. Em oito meses, o dispositivo estava pronto. Bem mais moderno que o primeiro.

Novo invento

Ari construiu um braço que, com acionamento mecânico a partir do ombro, movimenta os dedos por corrente elétrica. A energia é enviada a partir de uma bateria de nobreak, através de um motorzinho de janela de carro.

O material da segunda criação é ainda mais rudimentar do que o da primeira. No antebraço há um copo de coquetel, tubo de extintor de incêndio e pedaços de panelas. Os dedos são correntes de bicicleta, ligados à mão por meio de colheres.

 

Agora, Ari está trabalhando em uma prótese semelhante à segunda, porém mais leve. Tanto a segunda quanto a terceira deverão custar menos de R$ 2 mil, até 15 vezes mais baratas do que uma convencional nesse patamar.

Para produzir suas invenções, Ari investe parte de sua aposentadoria por invalidez (R$ 880) e dos bicos que faz consertando TVs e computadores em casa. “Acho linda a força de vontade dele”, afirma a mãe.

A lojinha de eletrônicos, antigo sustento da família, foi vendida no dia do acidente. O trauma foi grande para todos, e emociona os parentes até hoje.

Uma quase tragédia

Aquele final da tarde de setembro de 2012, data que a família não esquece, sumiu da memória de Ari. “Eu apaguei. Não me lembro de nada.”

Sorte que ele estava acompanhado da mãe, técnica de enfermagem. “Fiz massagem cardíaca e respiração, então o coração voltou a bater”, relembra Socorro.

“Com poucos dias, a mão começou a necrosar, então meu irmão chamou os médicos e pediu a amputação no antebraço, onde ficou um machucado em forma de anel, para não correr o risco de perder o braço inteiro”, relata o irmão Rusivelton.

O cearense nasceu com perda total da audição, limitação constatada quando ainda era bebê. Ao longo da infância e da juventude, aulas de Libras (Língua Brasileira de Sinais), no Instituto Cearense de Educação de Surdos, minimizaram dificuldades de comunicação com os pais e os irmãos.

Os pais de Ari se separaram pouco antes do acidente – hoje Auri mora em Fortim, a 135 km de Fortaleza. Socorro se divide com a neta, e também com o filho Rusivelton, no suporte ao filho mais velho. Essa atenção é importante, sobretudo para “controlar” o ímpeto criativo de Ari.

“Dia desses, ele viu em um vídeo um cientista tentando fazer um motor de carro funcionar com água. Ele quis fazer o mesmo, só que deu uma explosão danada em casa. Minha mãe me ligou desesperada, para convencê-lo a parar com essas coisas”, diz o irmão.

Ari volta e meia se acidenta – já cortou a mão esquerda com seus equipamentos. “Quando bota uma coisa na cabeça, meu pai às vezes fica obcecado. Então a gente tem de estar sempre de olho, para colocar um freio”, confidencia Sara.

Sua história de vida sensibilizou o dono de uma empresa de próteses de Sorocaba (SP). Dele, Ari ganhou duas próteses elétricas, de R$ 15 mil e R$ 30 mil, além de R$ 10 mil para investir em seu trabalho. Com os presentes, Ari conseguiu renovar a carteira de motorista, já que a legislação de trânsito não permite a um amputado dirigir com prótese sem avaliação de segurança. Agora, não há mais o risco de ser parado em alguma blitz.

Hoje ele se divide entre uma das próteses que recebeu e a primeira que produziu, dependendo da necessidade. Isso porque uma das próteses que recebeu, apesar de mais moderna, não tem mobilidade no punho.

Quando uma das peças doadas deu problema, o inventor não teve dificuldade para abri-la e consertá-la. Em casa, Ari é considerado o “gênio” da família – avaliação compartilhada até por especialistas.

Futuro

A reportagem da BBC Brasil apresentou Ari aos donos de uma empresa de próteses de Fortaleza. Os irmãos Roberto e Carlos Henrique Enéas ficaram impressionados ao conhecer os inventos.

– “Esperava ver algo muito mais simples. É incrível que algo assim seja feito numa oficina”, diz Roberto, fisioterapeuta e protético, de 34 anos.

Embora haja cursos técnicos, que capacitam profissionais de saúde para atuar no ramo. Não existe um curso superior no Brasil que ensine a produzir próteses de membros superiores ou inferiores.

Fonte (Textos e Imagens):  Último Segundo (Site IG)G1BBC Brasil.

Edição: Blog dos Pernés