Impressões trazidas pelo vento!
17 de fevereiro de 2017Fútil, incapaz, gordo (a), burro (a), inconsistente, estranho (a), desequilibrado (a) melindroso (a), crentinho (a), feio (a), gay, preguiçoso (a), safado (a), chato (a) e mau humorado (a).
Tudo bem! Podemos ter um ou mais desses ou outros adjetivos, afinal ninguém é perfeito, Aliás, se pensarmos bem alguns deles nem são necessariamente ruins.
Mas você, já parou para pensar, quantas vezes a base do desconhecimento, do preconceito ou por acreditar em boatos e fofocas, rotulamos as pessoas que muitas vezes não conhecemos ou até mesmo somos rotulados por estranhos? Alguns nos julgam por nossas preferências, escolhas e comportamento e etc, e esses julgamentos muitas vezes acontecem online.
Pois é, as redes sociais estão aí para aproximarmos de quem está longe, fazermos novas amizades, e até para conseguir aquela sonhada vaga de emprego. A tecnologia que deveria ser usada para nosso benefício está sendo usada para atacarmos nossos semelhantes.
Certa vez pude ajudar uma moça com a divulgação aqui no Blog de seu evento infantil que aconteceria aqui em Goiânia, e fui convidado para participar do seu evento. Foi tudo maravilhoso, e foi bem além das minhas expectativas. Tempos depois, com algumas outras mães que não participaram deste evento, pensamos em fazer um grupo a parte, uma vez que estes grupos são bem limitados. Resultado: A moça mencionada saiu falando as seguintes palavras, para essas e outras mães pelas redes sociais: “Cuidado com ele”, “Ele é estranho”, “Ele é homem solteiro, e é obcecado por crianças, e só faz matérias de crianças”.
Nem entrarei no fato de a pessoa ser totalmente sem noção, mau agradecida e muito desinformada, uma vez que o Blog dos Perné’s vai muito além de matérias infantis. Por isso vou focar nas palavras que ela usou. Ao invés de ser adulta e falar pada mim, ela decidiu utilizar rótulos que são fáceis de ser colocados, e usar nas fofocas que são fáceis de ser ditas, para tentar acabar com minha reputação. E nem precisamos discutir também o que ela ganhou com isso, pois eu não sei dizer. Mas para ilustrar bem os efeitos e rotular as pessoas e de espalhar tagarelice maldosa, descrevo abaixo conto judaico que é apresentado em variadas versões, mas que tem como essência a seguinte história:
Certo homem percorreu a cidade caluniando o sábio local. Mais tarde, o tagarela deu-se conta do dano que causara e dirigiu-se ao sábio para pedir perdão, prontificando-se a fazer qualquer coisa para reparar o seu erro. O sábio só tinha um pedido: que o caluniador apanhasse um travesseiro de penas e o abrisse, espalhando as penas ao vento. Embora intrigado com o pedido, o tagarela fez o que lhe foi mandado e, daí, voltou a falar com o sábio. “Estou perdoado?”, perguntou. “Primeiro, vá e ajunte todas as penas”, respondeu o sábio. “Mas como? O vento já as espalhou.” “Reparar o dano causado pelas suas palavras é tão difícil como recolher todas as penas.”
A lição é clara:
Não importa que o fulano seja preguiçoso (a), melindroso (a). Não importa que o gordo (a) estranho seja tão fútil, incapaz e burro (a), e talvez inconsistente e desequilibrado (a). Que tal guardad suas palavras e pensamentos ofensivos para si mesmo?
Uma vez proferidas, as palavras não podem ser recuperadas, e talvez seja impossível sanar o mal que causaram.
Antes de rotular o próximo, ou divulgar alguma tagarelice, será sensato nos lembrar de que, ao fazer isso, estaremos como que prestes a espalhar penas ao vento, e os efeitos causados nas vítimas podem ser irreparáveis.
As impressões que ficam são aquelas que você permita que fique. O que entendeu que seja, nem sempre pode ser, as aparências nem sempre enganam, mas muitas vezes estão erradas.
Respeite o próximo, se não der para amá-lo, mas no mínimo ame a si mesmo, não espalhe penas ao vento, chega de mentiras e de rótulos. Rótulos são para produtos, basta!
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