O aparelho auditivo “Ohren Goiânia”

Usar aparelho auditivo, será que pode não ser legal? Pode ser um incômodo? Pode ser esteticamente muito feio ou muito lindo?

Sim, Não e Depende para todos estes questionamentos.

Pra começar gostaria de esclarecer que o que realmente não é legal é não poder aproveitar plenamente todo o potencial da audição humana.

Incômodo é estar rodeado de pessoas e não poder entender o motivo das risadas.

E feio é conhecer pessoas que possuem a capacidade de caracterizar um aparelho auditivo, é altamente benéfico para um surdo como fora dos padrões de estética.

Não é legal ouvir pouco, assim como também não é legal ouvir demais, porém é importante frisar que qualquer incômodo relacionado ao uso de um aparelho auditivo tem mais a ver com tempo, paciência e adaptação correta feita por um profissional qualificado.

Não acredito que exista padrões de beleza, pois assim como na moda existe espaço para os mais diversificados gêneros, cores e tamanhos, foi desenvolvido diferentes modelos de aparelhos auditivos, com tamanhos, cores e tecnologias diferentes que com certeza você poderá encontrar uma que mais se adequa a sua necessidade.

Me chamo Thiago, tenho 33 anos e estou também no meu blog pessoal, que também falo abordo sobre minhas tristezas e alegrias, conquistas e tantos desafios de ser surdo, além de trazer dicas de cultura, viagens, moda e saúde.

Em Goiânia encontrei a Ohren, uma empresa séria com profissionais qualificados que me atenderam tão bem que quando relatei a minha satisfação a gerência, fui convidado a relatar minha experiência de anos de uso de aparelhos auditivos e tudo relacionado ao meu mundo surdo.

Mas e você, vamos começar cuidar da sua saúde auditiva hoje? Conte conosco!

Livro: ABC em Libras da Panda Books

O mês de setembro é muito especial, e como já dito por aqui é o mês que comemora-se o Dia dos surdos. E assim, estamos repletos de novidades e dicas do mundo surdo. E o que eu acabei de receber aqui é o livro: ABC em Libras da editora Panda Books.

 

De Benedicta A. Costa dos Reis e Sueli Ramalho com Ilustrações de Fábio Sgrori, o livro garante que as crianças (e adultos) possam aprender muito da Língua de Sinais. Com muita animação conta todo o alfabeto e belas ilustrações. Um obra com preço acessível e que super indico. Amei mesmo!

Mais sobre a Língua de Sinais:

A Língua Brasileira de Sinais – Origem e Curiosidades

Veja também: 

Criando bons hábitos de leitura nos pequenos

Isenção de IPI na compra de carro para Pessoas com Deficiências

As Pessoas com deficiências – PCD tem direito a isenção de IPI, ICMS, IPVA e IOF ao adquirir veículos, e esta vigora há mais de 20 anos. Este benefício abrange também idosos com sequelas físicas ou motoras.

Em 2013, foi estendida a familiares de deficientes que não podem dirigir. E foram incluídas patologias que reduzem a mobilidade, como tendinite crônica.

Hoje, a lei somente concede a isenção a pessoas com impedimentos de ordem física, visual e mental e a autistas, privando pessoas com outros tipos de deficiência sensorial do direito de usufruir do benefício. Ou seja,  as pessoas com deficiência auditiva não tem esse direito, por exemplo. Mas isso está para mudar, já que o Senador Romário pretende corrigir a “injustiça legal” de não incluir todos os deficientes como beneficiários, de modo que propôs a adoção de um conceito mais amplo de pessoa com deficiência, previsto na Lei Brasileira de Inclusão, que remete à avaliação biopsicossocial, superando somente o conceito médico.

Para Romário, a isenção do IPI é uma forma de contribuir com a mobilidade da pessoa com deficiência, que terá mais facilidade para adquirir um automóvel. O PLS 28/2017 segue agora para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para decisão terminativa. Ou seja, sem necessidade de ir a Plenário, a menos que haja recurso.

Nós aqui do Blog ficamos felizes com a notícia e esperamos que sejamos incluídos na lei, uma vez que padecemos de nossas próprias dificuldades no dia a dia dentro da sociedade, gastamos com pilhas, aparelhos, implantes, moldes e etc. Vamos torcer!

 

 

 

Dica de Leitura: “Entre silêncios e gestos” de Marcos Arthur.

Hoje estamos iniciando um novo tema aqui no blog: Dicas e Resenhas de livros, lançamentos e novidades das editoras. E quero iniciar indicando o livro “Entre silêncios e gestos” do autor Marcos Arthur, lançado pela Editora do Brasil. O mesmo tem tudo a ver com nosso blog, pois estamos sempre nos esforçando em falar sobre acessibilidade, inclusão, bullying e surdez. Vamos a um breve resumo?

Marcel teve Polimielite quando criança, e como tempo apesar das dificuldades da deficiência e sentimentos que ela trazem como medo e solidão, ele descobre uma maneira de reagir a vida, já que tem talento especial para o teatro de pantomima – a arte de expressar sentimentos por meio de gestos e atitudes, em silêncio. É um relato marcante e emocionante de um jovem que vira o jogo e enfrenta seus piores pesadelos sem emitir uma única palavra, valendo-se apenas de seus gestos preciosos.  Um de seus principais expoentes,  o francês Marcel Marceau, inspirou os pais do personagem principal da obra. Uma frase de Marceau resume sua arte: “Um mágico transforma o visível em invisível. O mímico transforma o invisível em visível”.

O livro também discute a questão da inclusão. Antes, o que algumas pessoas tentavam esconder e excluir por ser diferente, hoje ganhou um olhar mais atento e sensível, pois cada vez mais se percebe que as diferenças podem somar. “Discutir essa questão tão séria já demonstra um avanço, mas há também, ainda, muita discriminação. A importância de se abrir oportunidades a todos, independentemente das peculiaridades de cada um, é enorme, e acredito que, mesmo a passos lentos e com inúmeros questionamentos, chegaremos a uma sociedade mais inclusiva”,

Com certeza um grande exemplo e uma grande inspiração para nós hoje. Eu que não sou bobo já quero o meu e quando ler vou contar aqui o que achei.

Sobre o autor:

Marcos Arthur é músico, compositor, escritor, ilustrador e designer gráfico. Estudou música no Instituto Musical de São Paulo e na Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Foi um dos fundadores do premiado Núcleo Zambelê, cuja proposta era a de montar espetáculos essencialmente musicais, dirigidos ao público infanto juvenil. O grupo chegou a receber o prêmio de Revelação, da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). Marcos foi indicado também como Melhor Autor em “Vamos Atrás do Raio de Sol” (Prêmio Apetesp) e “Chimbirins e Chimbirons” (Prêmio Mambembe), todas encenadas pelo núcleo. Escreveu e ilustrou seu primeiro livro infantojuvenil “O Avô de Arthurzinho Tocava Moedroca”, em 2014, pela editora Edebê. “Entre silêncios e gestos” é seu primeiro publicado pela Editora do Brasil.

Sobre a Editora do Brasil:

Fundada em 1943, a Editora do Brasil atua há mais de 70 anos com a missão de mudar o Brasil por meio da educação. Como empresa 100% brasileira, foca a oferta de conteúdos didáticos, paradidáticos e literários direcionados ao público infanto-juvenil. Foi fundadora da CBL, SNEL, FNLIJ, IPL e da Abrelivros. Os títulos da Editora do Brasil podem ser adquiridos por meio de seu e-commerce: (http://www.editoradobrasil.com.br/lojavirtual/) ou em livrarias e lojas físicas como, por exemplo, sua loja, em São Paulo (Rua Conselheiro Nébias, 891 – Campos Elíseos).

Serviço:

Autor: Marcos Arthur

Ilustração: Marcos Arthur

Formato: 14 x 20 cm

Número de páginas: 120

ISBN: 978-85-10-06154-4

Preço sugerido: R$ 41,40

www.editoradobrasil.com.br

Leia também: Rótulos, Discriminação, Fofocas e Mentiras – Não!

Projeto no Amazonas promove teatro inclusivo para surdos

As lendas da Amazônia estão sendo contadas em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, por surdos e para surdos, no município de Maués, no Amazonas. O projeto, chamado Teatro Inclusivo, ocorre desde 2014, produzido pelo Instituto Federal de Educação do Estado (Ifam), no campus na cidade.

Segundo o professor Maxiliano Batista de Barros, que coordena o trabalho, a ideia é fazer com que as pessoas com deficiência auditiva tenham acesso à cultura da região onde vivem. “Isso que é gratificante. Eles terem acesso a essas histórias que fazem parte da cultura, não por serem surdos, mas por serem amazônidas, pessoas da região que têm o direito de conhecer nossa cultura local, que é riquíssima”.

De acordo com o professor, os surdos criaram sinais para representar, principalmente, símbolos característicos da cultura amazônica, como é o caso do guaraná. “O guaraná é uma identidade, não da comunidade surda, mas, sim, do povo Maué, da etnia Sateré-Mawé, do município de Maués. O guaraná é a identidade local da cidade. O povo Mawé foi o primeiro a cultivar o guaraná, então, teríamos que ter um sinal próprio, nosso, para representar isso em Libras de forma identitária”, ressaltou. Para criar as peças em Libras, duas alunas fizeram uma pesquisa de campo para coletar as histórias que são contadas por idosos, nas comunidades ribeirinhas. “Isso foi algo que vi a partir da minha própria realidade. Quando eu era criança, quem contava essas histórias era a minha bisavó, que era indígena baré. E aí surgiu a ideia de fazer, através de um projeto de extensão, a catalogação de algumas histórias. Nós delimitamos que as alunas fizessem o levantamento de cinco histórias e elas fizeram seis. Esse material, que foi filmado e depois transcrito, nós levamos para o Instituto, convidamos a comunidade surda, e eles começaram a criar os sinais que não existiam ainda”, disse Barros.

A história da origem do guaraná é uma das três lendas que já viraram peça teatral. As outras são a do boto e a do Jurupari, também conhecido como Mapinguari, que é um ser mitológico da Amazônia. A ideia é que, em breve, outras lendas, como da Matita Pereira, da Cobra Grande, do curandeiro Anselmo, sejam também interpretadas em Libras. As apresentações são feitas uma vez por ano no instituto e em eventos da cidade de Maués. Atualmente, oito pessoas fazem parte do grupo. Entre elas, além dos surdos, há participantes com outros tipos de deficiências.

“Tem um cadeirante que tem paralisia cerebral que atua magnificamente. Ele incorpora o personagem. O trabalho fica riquíssimo com a participação, não somente dos surdos, mas de alunos com outras deficiências. É por isso que, em 2017, nós queremos dar oportunidade para a participação de alunos e pessoas com outras deficiências nos nossos projetos.”

“Na verdade, esse é um trabalho de sensibilização. Fazer com que justamente as famílias busquem aprender a língua de sinais. A procura só tende a aumentar aqui no instituto. Quando a gente divulga um curso de Libras, em dois dias, no máximo três, todas as 30 vagas são preenchidas. É rápido. A gente vê que a família gosta, que fica emocionada quando vê o seu filho realizar uma atividade que nunca imaginaria que ele teria essa potencialidade”, contou o professor. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), de 2010, mostram que Maués tem 53 mil habitantes e 14 mil deles têm algum tipo de deficiência em variados níveis. As pessoas com deficiência auditiva seriam cerca de 2 mil. Segundo o professor, há 33 surdos na cidade, com deficiência severa, que são usuários da Libras, e que precisam de intérpretes. Ele conta que o projeto também tem estimulado parentes e amigos de surdos a se interessarem pela Língua Brasileira de Sinais.

A expectativa é que o projeto também seja transformado em vídeo, em 2017, com as peças teatrais das lendas interpretadas em Libras. Além disso, essas histórias poderão ser contadas ainda para pessoas com deficiência visual, por meio de audiodescrição e um livro em braile.

Edição: Maria Claudia (Agência Brasil)