Projeto no Amazonas promove teatro inclusivo para surdos

As lendas da Amazônia estão sendo contadas em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, por surdos e para surdos, no município de Maués, no Amazonas. O projeto, chamado Teatro Inclusivo, ocorre desde 2014, produzido pelo Instituto Federal de Educação do Estado (Ifam), no campus na cidade.

Segundo o professor Maxiliano Batista de Barros, que coordena o trabalho, a ideia é fazer com que as pessoas com deficiência auditiva tenham acesso à cultura da região onde vivem. “Isso que é gratificante. Eles terem acesso a essas histórias que fazem parte da cultura, não por serem surdos, mas por serem amazônidas, pessoas da região que têm o direito de conhecer nossa cultura local, que é riquíssima”.

De acordo com o professor, os surdos criaram sinais para representar, principalmente, símbolos característicos da cultura amazônica, como é o caso do guaraná. “O guaraná é uma identidade, não da comunidade surda, mas, sim, do povo Maué, da etnia Sateré-Mawé, do município de Maués. O guaraná é a identidade local da cidade. O povo Mawé foi o primeiro a cultivar o guaraná, então, teríamos que ter um sinal próprio, nosso, para representar isso em Libras de forma identitária”, ressaltou. Para criar as peças em Libras, duas alunas fizeram uma pesquisa de campo para coletar as histórias que são contadas por idosos, nas comunidades ribeirinhas. “Isso foi algo que vi a partir da minha própria realidade. Quando eu era criança, quem contava essas histórias era a minha bisavó, que era indígena baré. E aí surgiu a ideia de fazer, através de um projeto de extensão, a catalogação de algumas histórias. Nós delimitamos que as alunas fizessem o levantamento de cinco histórias e elas fizeram seis. Esse material, que foi filmado e depois transcrito, nós levamos para o Instituto, convidamos a comunidade surda, e eles começaram a criar os sinais que não existiam ainda”, disse Barros.

A história da origem do guaraná é uma das três lendas que já viraram peça teatral. As outras são a do boto e a do Jurupari, também conhecido como Mapinguari, que é um ser mitológico da Amazônia. A ideia é que, em breve, outras lendas, como da Matita Pereira, da Cobra Grande, do curandeiro Anselmo, sejam também interpretadas em Libras. As apresentações são feitas uma vez por ano no instituto e em eventos da cidade de Maués. Atualmente, oito pessoas fazem parte do grupo. Entre elas, além dos surdos, há participantes com outros tipos de deficiências.

“Tem um cadeirante que tem paralisia cerebral que atua magnificamente. Ele incorpora o personagem. O trabalho fica riquíssimo com a participação, não somente dos surdos, mas de alunos com outras deficiências. É por isso que, em 2017, nós queremos dar oportunidade para a participação de alunos e pessoas com outras deficiências nos nossos projetos.”

“Na verdade, esse é um trabalho de sensibilização. Fazer com que justamente as famílias busquem aprender a língua de sinais. A procura só tende a aumentar aqui no instituto. Quando a gente divulga um curso de Libras, em dois dias, no máximo três, todas as 30 vagas são preenchidas. É rápido. A gente vê que a família gosta, que fica emocionada quando vê o seu filho realizar uma atividade que nunca imaginaria que ele teria essa potencialidade”, contou o professor. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), de 2010, mostram que Maués tem 53 mil habitantes e 14 mil deles têm algum tipo de deficiência em variados níveis. As pessoas com deficiência auditiva seriam cerca de 2 mil. Segundo o professor, há 33 surdos na cidade, com deficiência severa, que são usuários da Libras, e que precisam de intérpretes. Ele conta que o projeto também tem estimulado parentes e amigos de surdos a se interessarem pela Língua Brasileira de Sinais.

A expectativa é que o projeto também seja transformado em vídeo, em 2017, com as peças teatrais das lendas interpretadas em Libras. Além disso, essas histórias poderão ser contadas ainda para pessoas com deficiência visual, por meio de audiodescrição e um livro em braile.

Edição: Maria Claudia (Agência Brasil)

Musical – Rita Lee mora ao Lado

No ano passado, mas especificamente no dia 31 de outubro de 2015, num sábado às 21h, tive a oportunidade de assistir um espetáculo musical, que apesar de eu não escutado ou de não ter conseguido acompanhar algumas músicas, eu amei. E amei tanto em relação a repertorio musical, tanto pela presença da atriz Mel Lisboa.

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Mel Lisboa, caracterizada como Rita Lee, ficaram parecidas né?

O espetáculo “Rita Lee Mora ao Lado” – O Musical, conta a história da cantora Rita Lee: é uma comédia adaptada teatralmente do livro “Rita Lee Mora ao Lado – Uma Biografia Alucinada da Rainha do Rock”, do escritor Henrique Bartsch.

A peça mistura realidade e ficção, para contar a trajetória da cantora desde a época dos Mutantes, nos anos 60, até os dias de hoje. A história mostra divertidas confusões de Bárbara Farniente, uma vizinha curiosa que sempre acompanhou de perto a vida da família da cantora, já que sua mãe era apaixonada pelo pai de Rita. Bárbara nasce no mesmo dia e na mesma hora da artista e as vidas das duas se cruzam em vários episódios. O foco é a mulher e Rita a partir da visão dos autores sobre sua infância, a adolescência, seu encontro com a música e seus amores.

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A trama apresenta detalhes pouco conhecidos da vida da artista sobre um pano de fundo que inclui personagens da música dos últimos 50 anos. Mel canta clássicos como “Agora Só Falta Você”, “Saúde”, “Banho de Espuma”, “Caso Sério”, “Ovelha Negra”, “Panis et Circensis”, “Ando Meio Desligado”, entre outros. São ao todo 39 canções no espetáculo – incluindo também músicas de artistas que de alguma forma integraram e marcaram a vida de Rita, como Beatles, Ray Charles, Tim Maia, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Elis Regina, Gal Costa e os marcantes encontros nos programas de Ronnie Von, Hebe Camargo e muitos outros.image

Ficha Técnica: “Rita Lee Mora ao Lado” – O Musicalcaracterizacao-deixou-mel-lisboa-muito-parecida-com-rita-lee-original

Elenco: Mel Lisboa, Carol Portes, Rafael Maia, Yael Pecarovich, Samuel de Assis, Amandi Cortez, Débora Reis, Antonio Vanfill, César Figueiredo, Fábio Ventura, Flávia Strongolli, Nanni Souza e banda.

Gênero: Musical

Duração: 120 minutos

Classificação etária: 14 anos

Assisti aqui em Goiânia e ainda tirei foto com a Mel Lisboa, que é extremamente linda. Foram R$ 50 bem gastos. Se não assistiu e ainda quer assistir, a peça ainda está em cartaz pelo Brasil, se passar pela sua cidade, vale a pena!