Turismo Acessível no Brasil

A garantia do direito à acessibilidade deve ser assegurada a todo cidadão, com ou sem deficiência, para promoção da qualidade de vida tanto das pessoas adultas e do idoso, quanto da criança e do adolescente, já que todo ser humano enfrenta barreiras à acessibilidade ao longo de sua existência.

E baseado na LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, que Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), o Ministério do Turismo criou o Programa Turismo Acessível que se constitui em um conjunto de ações para promover a inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida à atividade turística no Brasil, de modo a permitir um maior alcance e a utilização de serviços, edificações e equipamentos turísticos com segurança e autonomia.

Há pessoas surdas que se comunicam por Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma língua que usa gestos e expressões faciais para passar a mensagem que deseja. Lembre-se: ajude a eliminar as barreiras na comunicação! Imagem: Reprodução/Turismo.gov

Além disso, ao propiciar a inclusão de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, o Programa vai ao encontro de ações e inciativas do Governo federal que buscam defender e garantir condições de vida com dignidade, a plena participação e inclusão na sociedade, e a igualdade de oportunidades a todas as pessoas com deficiência também na atividade turística.

Legal não é mesmo? Nesse sentido, o Programa é direcionado a gestores públicos e privados, profissionais da linha de frente do turismo, empreendimentos turísticos, destinos turísticos e pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida (turista e não turistas). Eu soube deste projeto pelo Instagram, e estou determinado a conhecer a fundo e divulgar os nossos direitos como pessoas com deficiência, e acredito que aprender mais é a melhor maneira de fazer predominar a igualdade de direitos, traduzida na plena e efetiva participação e inclusão.

Dicas para Atender Bem Turistas com Deficiência.

O Plano Nacional de Turismo 2013 – 2016 preveu como uma de suas ações Formulação de políticas públicas para o desenvolvimento dos segmentos turísticos de demanda segmentada, especialmente os idosos, os jovens, as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e até mesmo públicos segmentados como lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT+). Sob esta perspectiva foram formulados guias de bem atender a estes segmentos, com a finalidade de subsidiar informações importantes sobre cada um deles.

Este Guia é fruto de uma parceria entre o Ministério do Turismo, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça. Nele você encontrará conceitos e dicas de bem atender as pessoas com deficiência, a fim de facilitar a relação com este importante público consumidor, que são pessoas detentoras de direitos. Se for do seu interesse saber sobre, poderá clicar aqui e ir direto para a página para download.

Veja também: 

Férias 2016 – A praia acessível de Fortaleza

Proteja sua audição – Parte ll

Saúde é viver,  e ouvir bem e sinônimo de bem estar. E o post de hoje é continuação do post sobre a saúde auditiva.

No primeiro falamos sobre os ruídos, não leu? Olha ele aqui:

Proteja sua audição de Ruídos

Importante é mencionar também que sons altos podem afetar nossa saúde e causar dores de cabeça, estresse, insônia, gastrite, úlcera e até depressão. Para você proteger a audição, veja as dicas da fonoaudióloga da Clínica de Especialidades Integrada, Ana Paula Bautzer que em parte reproduzimos na íntegra do site Revista Feminina.

Máximo de 60 decibéis
O volume dos aparelhos de MP3 e celulares com fones de ouvido não podem passar de 60 decibéis, intensidade recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Evite ouvir música alta por período prolongado
Evitar ficar muito tempo em ambientes fechados com música alta. Ouvir música alta durante um bom tempo pode prejudicar a membrana dos tímpanos.

Use protetores para os seus ouvidos
Se no seu trabalho você está exposto permanentemente a sons altos, use protetores auditivos sempre que for exposto a sons altos.

Fones de concha prejudicam menos a audição
Ao ouvir música com fones de ouvido, prefira aqueles fones de conchas (auriculares). Eles distribuem melhor o som e prejudicam menos a audição.

Cuidado com o trânsito e barulho
Se possível, evite circular com as janelas dos carros abertas porque o trânsito e o barulho externo, como os famosos ′buzinaços′ no trânsito intenso, além de causar estresse, podem danificar os ouvidos.

Aparelhos eletrônicos nunca no volume máximo
Alguns tocadores de MP3 e outros aparelhos eletrônicos são tão potentes que, no volume máximo, podem chegar a 120db. Assim, podem prejudicar sua audição. Por isso, prefira utilizar sempre no volume médio ao ouvir suas músicas preferidas.

Fique atentos aos sintomas da perda de audição
Os sintomas da perda de audição são quase imperceptíveis. Por isso, fique atenta a quaisquer mudanças na capacidade auditiva e, na suspeita de perda de audição, visite um otorrinolaringologista o quanto antes.

Cuidado com a audição em shows e baladas
Evite ficar perto de caixas de som na balada ou em qualquer evento. Se você está num show numa distância de 1 a 2 metros da caixa de som, estará exposta a 105-120 decibéis, acima do recomendado pela OMS que é de 60db.

Não ligue os aparelhos de casa ao mesmo tempo
Não dê uma de Amélia e resolva ligar tudo ao mesmo tempo. Nada de ligar o rádio, a TV, máquina de lavar, liquidificador ou outros eletrônicos de uma só vez para tentar diminuir o barulho externo. Isso também pode ser prejudicial aos seus ouvidos.

Dê silêncio aos seus ouvidos
Uma dica preciosa é você ficar em silêncio, sempre que possível, após dias agitados para dar um descanso aos seus ouvidos.

Fonte da matéria: http://www.revistafeminina.com.br/moda-noticias/item/540-10-cuidados-para-proteger-a-audi%C3%A7%C3%A3o.

 

Das séries que amamos: “Switched at Birth”

Switched at birth (Trocadas ao nascer, em tradução livre) é uma  série exibida pelo canal americano ABC Family, atualmente Freeform. A série basicamente conta a história de duas meninas trocadas na maternidade.

Bay Kennish cresceu em uma família rica, com seus pais e um irmão. Enquanto isso, Daphne Vasquez cresceu filha de mãe solteira. Além disso, a garota contraiu meningite quando criança, sendo então surda como sequela da doença. A situação se torna dramática quando as famílias descobrem a troca, se encontram e precisam aprender a viver juntas, decidindo morar todos na mesma casa.

6820

Elenco:

  • Bay Kennish (Vanessa Marano) é uma das jovens trocadas. Foi criada como filha de um ex-Senador e jogador de beisebol, e sempre viveu em uma vizinhança de classe alta. Ela é uma artista que luta para que seus pais reconheçam seu trabalho;
  • Kathryn Kennish (Lea Thompson) é a mãe criação da Bay. Faz a típica a dona-de-casa rica. E odeia ficar mal falada pelos vizinhos esnobes;
  • John Kennish (D. W. Moffet), pai de Bay e Toby, marido de Kathryn;
  • Toby (Lucas Grabeel) é músico, irmão de criação de Bay e filho biológico de Kathryn e John;
  • Daphne Vasquez (Katie Leclerc) é a outra garota, que é surda, mas que  consegue se comunicar com as pessoas ouvintes desde que tenha contato visual, para que ela possa fazer leitura labial. Ela estuda em um colégio especial para surdos;
  • Regina Vasquez (Constance Marie), mãe de Daphne, e faz uma cabeleireira orgulhosa e ex alcoólatra, até que as famílias juntem, vive com sua filha numa vizinhança pobre da cidade.

15gtfn6

Drama, comédia, surdez e Inclusão Social

A série aborda profundamente a temática da surdez, língua de sinais e cultura surda. Porém tem uma história de drama, romance e comédia. A maioria dos episódio contém várias cenas que são utilizadas a ASL – Língua Americana de Sinais. No Brasil é exibida com legendas em português, no canal Sony.

Já vi as quatro primeiras temporadas e estou super ansiosa pela quinta que já está para sair do forno.

Daphne Vasquez

Sem sombra de dúvidas minha personagem favorita é Daphne Vasquez a surda Katie-Leclerc-on-Switched-at-Birth_home_top_storyoralizada, que assim como eu e o Thiago se comunica pela Língua de sinais, e convive com vários ouvintes que não sabem a língua. É tocante, pois na série ela passa por várias situações, muitas delas constrangedoras semelhantes as nossas e de vários outros surdos.

 

A Daphne, é intepretada pela atriz Katie Lynn Leclerc, e também assim como seus pai e irmã, ela também é surda, devido “Síndrome de Meniere”, um distúrbio degenerativo interno no ouvido cujos sintomas incluem perda auditiva e tontura. Nem preciso dizer que super recomendo essa série, e para quem ainda não viu, só posso dizer que vale a pena!

E vocês já assistiram? Qual a série favorita de vocês?

Continue reading “Das séries que amamos: “Switched at Birth””

Mais Inclusão: As vibrações da música ajudam bailarinas surdas!

20160302053826Voce já ouvir falar de um projeto maravilhoso chamado “céu e terra”? Não? Então vamos saber mais?

O projeto idealizado no ano de 1997, em Belo Horizonte – Minas Gerais por um casal de artistas, a bailarina Wilmara Marliére e pelo músico Wéberty de Araújo, seu marido.

A história

A dançarina ainda na infância foi diagnosticada com a “Síndrome de Arnold Chiary”, que acomete os movimentos de todo o corpo e compromete o cérebro e a audição. Ela quase ficou tetraplégica, mas depois de quatro cirurgias conseguiu continuar dançando, sem perder a força e a perseverança.

Para treinar sem ouvir a música, ela estudou muito e encontrou a resposta na física, em um método inovador a partir das vibrações do som. Com isso, a bailarina buscou uma maneira de estimular o corpo a perceber melhor a vibração sonora no ar e sentir a música em sua pele. A parceria  começou  com Wilmara e sua irmã Meiry. Elas atendiam gratuitamente, na sala de sua casa apenas crianças surdas carentes, onde aprendiam do balé .

248fb7ca5a1376e0ba3f60bf23531d57
Apaixonada pela dança, Wilmara já se apresentou diversas vezes.
IMG-20160229-WA0015
Apresentação de duas alunas surdas.
20160302053828
Na mídia: Uma das muitas reportagens sobre o projeto.

Ajudando outras crianças

Com as cirurgias e o tratamento, ela  recuperou a audição, mas decidiu não deixar de lado a técnica das vibrações sonoras. Para ajudar outras pessoas,  desde então ensina balé a meninas surdas carentes. Além disso, seu marido, Weberty, participa oferecendo aulas de violão para alunos cegos, num método também idealizado por ele.

IMG-20160229-WA0016
Wéberty numa apresentação ao lado de um artista cego.

20131125221856448049i

Talento de pais para a filha

Além desse trabalho tão especial que fazem juntos o casal tem uma filha Maria Clara  que é igualmente talentosa.

Atualmente está no Sexto ano, e como qualquer menina de sua idade gosta de brincar de boneca e é fã de macarronada a bolonhesa (quem não é?). Joga no time de Handebol da escola e já aprendeu a tocar teclado e flauta.

E claro, ela também participa no projeto criados pelos pais. Já fez diversas apresentações de dança e canto com e sem eles, em grupo e sozinha e segue os passos dos pais na carreira. Gosta de dançar e cantar e sonha em seguir carreira de modelo.

jp3
Mãe e Filha juntas numa apresentação

Fotor_145710778464880

Benefícios para aqueles que participam e já participaram do projeto

Uma das lições que podemos aprender das dificuldades que Wilmara teve desde a infância é que não devemos nos acomodar com a nossa condição.

capa_bailarina
Com as alunas surdas

E as crianças que participam do projeto, são estimuladas a “aprender a ouvir”, ou seja na dança é usado o espaço, meios e equipamentos que Wilmara idealizou, para “aprender a estarem atentas as vibrações do som. Não é fantástico?

E não para aí, as mães das crianças atendidas relatam que estão até ouvindo melhor, e com testes de audiometria, são comprovadas a tese de melhora auditiva, muitas delas com um melhora de até 25% decibéis.

Com certeza uma família talentosa e exemplo para todos nós. Se você gostou e tem interesse em conhecer ou participar do projeto entre em contato, conforme abaixo: Fotor_145710775662942

Com surdos eu e Thiago ficamos encantados com o carinho que Wilmara, Weberty e Maria tem com com cegos e surdos. Achamos importante a inclusão social na educação e em projetos diversos como na dança e a música. Agradecemos a família e desejamos muita saúde e bençãos de Deus.

Um grande abraço!

Ver é ouvir!

     Imagine-se num país estrangeiro, numa sala de vidro, à prova de som. Você nunca ouviu a língua falada local. Todos os dias, as pessoas do lugar vêm até você e tentam falar-lhe através do vidro. Você não consegue ouvir o que falam. Apenas vê o movimento dos seus lábios.
     Percebendo que você não as compreende, elas escrevem aquelas mesmas palavras num papel e lhe mostram através do vidro o que escreveram. Eles acham que você devia poder entender o que está escrito.
     Como acha que se sairia? Para você a comunicação seria, a bem dizer, impossível nessa situação. Por quê? Porque o que está escrito representa uma língua que você nunca ouviu. Essa é exatamente a situação da maioria dos surdos.

      Há muitos conceitos equivocados a respeito dos surdos e da língua de sinais. Vamos esclarecer alguns deles. Surdos podem dirigir automóveis. A leitura labial pode ser muito difícil para eles. A língua de sinais não tem nada em comum com o braile, e não é simples mímica. Não existe uma língua de sinais universal. Além disso, os surdos têm diferentes “sotaques” de uma região para outra.
      Os surdos conseguem ler? Embora alguns leiam bem, a vasta maioria dos surdos acha difícil ler. Por quê? Porque a página impressa origina-se de uma língua falada. Considere como uma criança com a capacidade de ouvir aprende uma língua. Desde o momento que nasce, ela está rodeada de pessoas que falam a língua local. Ela logo consegue combinar palavras e formar sentenças. Isso acontece naturalmente apenas por ouvir a língua falada.     
      Assim, quando crianças ouvintes começam a ler, é apenas uma questão de aprender que os símbolos negros na página correspondem a sons e palavras que elas já conhecem.

A língua de sinais é o meio de comunicação ideal para os surdos. A pessoa usa sinais para definir elementos no espaço ao redor de seu corpo. Seus movimentos nesse espaço e suas expressões faciais seguem as regras gramaticais da língua de sinais. Surge assim uma língua visual que possibilita transmitir informações aos olhos.
      De fato, quase todo movimento que um surdo faz com as mãos, o corpo e a face enquanto sinaliza tem significado. As expressões faciais não são feitas apenas para causar impacto dramático. São parte importante da gramática da língua de sinais. Para ilustrar: Uma pergunta feita com as sobrancelhas levantadas pode indicar tanto uma pergunta retórica como uma que exija sim ou não como resposta. As sobrancelhas abaixadas podem indicar perguntas, tais como: quem?, o quê?, onde?, quando?, por quê? ou como?. Certos movimentos da boca podem sugerir o tamanho de um objeto ou a intensidade de uma ação.     
     O modo como um surdo movimenta a cabeça, ergue os ombros, contrai as bochechas e pisca os olhos acrescenta sentido à idéia que está sendo transmitida.
Esses elementos se combinam para criar um banquete visual para os olhos. Com essa rica forma de expressão, os surdos que conhecem bem a língua de sinais estão equipados para transmitir qualquer conceito — do poético ao técnico, do romântico ao humorístico, do concreto ao abstrato.


Fonte: Biblioteca OnLine da Associação Torre de Vigia, artigo: w09 15/8 pp. 24-27.