Acessibilidade para pessoas com deficiências

É fundamental uma sociedade justa, consciente, inclusive é acessível para todas as pessoas. Pensando nisso, gostaria que fosse frisado que é previsto na lei que:

– Todas entradas do prédio sejam acessíveis;

– Toda edificação e estabelecimento tenham sanitários acessíveis às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, possuindo 5% do total de cada peça (quando houver divisão por sexo), obedecendo ao mínimo de uma peça;

–  Tenha a obrigatoriedade da reserva de vagas em estacionamento de uso público para pessoas com deficiência próximas aos acessos de circulação de pedestres;

– O caminho entre o estacionamento e o acesso principal deve estar desbloqueado para portadores de deficiência.

É importante salientar que a adequação a estas normas depende do tipo de estabelecimento. Lojas no térreo não podem estar localizadas em um nível acima da calçada ou devem contar com rampas. Centros comerciais de mais de um andar devem ter elevadores.

Sinalização

Também é essencial que as edificações e estabelecimentos contem com sinalização adequada, não só para indicar banheiros e vagas especiais de garagem, mas também para proteção, orientação e mobilidade, o que ajuda, especialmente, pessoas com deficiência visual.

Para esses casos, é preciso instalar a sinalização tátil de piso, que consiste em: ser antiderrapante; ter textura contrastante em relação ao piso adjacente; ter cor contrastante para ser percebido por pessoas com baixa visão; atender as características de desenho, relevo e dimensões de acordo com a norma ABNT NBR 9050/04.

Alem disso que tal um funcionário específico para recepcionar, informar e até acompanhar pessoas cegas quando nos estabelecimentos? E que tal que este seja fluente na Língua de Sinais para também apoiar os surdos?

Um mundo ideal para todos é possível e só depende de nós!

26 de Setembro – Dia do Surdo

Hoje é o Dia Nacional do Surdo, mas seja por desrespeito à legislação ou por falta de políticas públicas mais efetivas, o fato é que esse dia que é comemorado todos os anos em 26 de setembro, passou a ser uma data de engajamento e conscientização.

Imagem: Reprodução

E o próprio mês de Setembro como um todo é para a comunidade surda chamado de Setembro Azul. Pois o mês como um todo, serve para celebrarmos a comunidade envolvida com a causa e pensarmos mais sobre a inclusão dos surdos na sociedade.

Uma barreira em especifico que eu encontro é a falta de interpretes em locais exigidos por lei, como em meu trabalho. Por isso, aqui no blog, fizemos uma série de posts sobre o tema. Ainda não leu? É só clicar aqui. E não paramos por aí, continuaremos fazer mais.

E que venham mais dias em que todos reconheçam nós surdos como iguais. Também somos pessoas competentes, inteligentes e profissionais. E que merecemos ter os mesmos direitos e oportunidades.

Parabéns a todos os surdos, que a cada dia possamos vencer obstáculos e acabar com os preconceitos impostos pela sociedade.

Viva eu, Viva o Blog, Viva os Surdos!

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Os Mitos e as verdades da Surdez – “Terminologias”

Os Mitos e as verdades da Surdez – “Terminologias”

Nem sempre, quem se identifica como surdo gosta de ser chamado de deficiente auditivo, pois não se vê como uma pessoa com deficiência, mas sim como alguém que fala uma outra língua. Mas existe quem se identifique como deficiente auditivo, sem necessariamente usar a Língua de Sinais para se comunicar. A quem discorde, mas a minha visão é que essas pessoas não fazem parte da comunidade surda, pois não compartilham de sua cultura ou forma de comunicação e na grande maioria das vezes, eles são oralizados e fazem leitura labial para se comunicarem com os ouvintes.

De qualquer forma na dúvida, você pode perguntar, como a pessoa gostaria de ser conhecida. Uma coisa é certa, o termo surdo-mudo é incorreto e nunca deve ser usado. E o mesmo vale para termos pejorativos como mudinho (a). A pessoa ser deficiente auditiva não significa que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência e é raro ver as duas acontecendo ao mesmo tempo. A realidade é que muitos surdos, por não ouvir, acabam não desenvolvendo a fala.

Descarte também de seu vocabulário os termos “Especiais”, “PNE” e/ou “Portadores de Necessidades Especiais”, “pessoa portadora de deficiência” e “portadores de deficiência”. Estes eram associados as pessoas com alguma deficiência, conforme já falamos aqui por influência do Ano Internacional e da Década das Pessoas Deficientes, estabelecido pela ONU. Assim, essas terminologias vieram na esteira das necessidades educacionais especiais de algumas crianças com deficiência, passando a ser utilizada em todas as circunstâncias, inclusive fora do ambiente escolar.

Mas como valoriza-se a pessoa acima de tudo, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou intelectuais, a terminologia utilizada passou a ser “pessoas com deficiência”, que permanece até hoje. Esse termo faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembleia  Geral da ONU, em 2006, e ratificada no Brasil em julho de 2008.

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A Língua Brasileira de Sinais – Origem e Curiosidades

Para uma sociedade justa e inclusiva é essencial a empatia e o esclarecimento. E para quem não sabe o mundo surdo pode ser tão triste, e silencioso e bem quieto, como se imagina. Hoje mesmo estava pensando nas quantas oportunidades que já perdi por apenas não escutar bem, ou por vergonha de pedir para a pessoa repetir mais de uma vez.

Mas não é o fim do poço e graças a Língua Brasileira de Sinais eu posso ouvir e falar com a mãos.

E para quem não sabe, a Língua de Sinais – Libras, diferentemente do que aconteceu com a Língua Portuguesa, que tem como língua mãe o português de Portugal é de origem francesa, tendo como língua mãe a Língua Francesa de Sinais. E foi em 1857 que, a pedido de Dom Pedro II, o conde francês Hernest Huet, que era surdo, veio ao Brasil com a missão de abrir a primeira escola para surdos do País. Os surdos daqui que já possuíam alguns sinais para se comunicar, incorporaram à sua Língua os sinais da Língua Francesa de Sinais, dando origem a Libras. Que se tornou um meio de comunicação oficial do Brasil. Sim, e ela é uma língua viva que como qualquer outra e está todo o tempo mudando, melhorando e incorporando novos sinais

Oficializada

Conforme já falamos aqui de acordo com a lei brasileira, a Língua de Sinais, possui o mesmo status que o português. E é uma língua completa (e não linguagem), com estrutura gramatical própria. Na Libras, por exemplo, não existem tempos verbais ou artigos – a organização das informações é totalmente diferente do português. Além disso não só os sinais são importantes, mas também as expressões faciais e corporais. Dependendo do sinal, ele pode ser “igual” nas mãos, mas com movimento, ou uma expressão diferente, pode mudar todo o sentido de uma frase.

Universal

Como qualquer outra língua, cada local tem seu desenvolvimento próprio. Por exemplo, nos Estados Unidos a língua de sinais utilizada é a American Sign Language (ASL) e em Portugal é Língua Portuguesa de Sinais (LPS), ambas são diferentes da Libras. As línguas de sinais têm direito inclusive a regionalismos, assim como temos aipim, macaxeira e mandioca, também há sinais diferentes para a mesma palavra dentro do mesmo país.

 

Acessibilidade

Infelizmente, quase 70% dos surdos no Brasil não compreendem bem o português, por ter sua primeira língua como a Libras. Então, entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). E o legal é que ela promove mudanças significativas em diversas áreas como educação, saúde, mobilidade, trabalho, moradia e cultura. Uma das conquistas importantes é do acesso a informação, agora que os sites precisam estar acessíveis. Além disso, como também já conversamos, é exigido que os serviços de empresas ou órgãos públicos ofereçam acessibilidade para as pessoas com deficiência.

O sinal pessoal

No caso da Língua Brasileira de Sinais ao invés de fonemas e palavras faladas, são usados sinais para palavras, ações e todo o tipo de comunicação. E claro, também para os nomes! Todos os surdos que usam a Libras para se comunicar tem um sinal próprio, geralmente relacionado à sua aparência, característica ou personalidade.

Os ouvintes também podem ter sinais! Mas, devem sempre ser batizados por surdos! E se você parar para pensar nisso, faz todo o sentido do mundo! Em português e na absoluta maioria das línguas orais do mundo, os nomes são palavras, compostas por letras e fonemas. Mas, como isso pode fazer sentido para quem não usa fonemas para se comunicar?

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Além de não escutar bem, e estar as vezes ansioso ou até mesmo deprimido devido essa deficiência, não poder rir por não ter entender os motivos das risadas quando estamos com os amigos, tenho que ser motivos de piadas de mau gosto e ser acusado de só escutar quando quero.

Esse é o pensamento que muitos tem sobre os surdos: Agora quero escutar, mas agora não quero. Imagem: Reprodução

Será que é realmente assim? Pode até ser alguns surdos possam fingir não escutar para não assumir suas responsabilidades, mas quer saber?

Isso não é característica de um surdo ou deficiente auditivo. Qualquer pessoa pode fazer isso, incluindo quem ouve. Mas para os sinceramente não rotular o próximo, e entender sobre isso, é bom deixar claro que todo surdo pode (ou não) escutar algum tipo de som.

A maioria (não todos) ouve algo, sons de forte intensidade e graves (trovão, foguete, batida de porta e buzina). Alguns surdos conseguem ouvir a voz e escutar a fala ao telefone. Outros devido a sensibilidade ocasional podem “ouvir” demais, ou seja pode se assustar com o mínimo de barulho. 

Um exemplo simples para entender a audição: Assim, como a visão a audição também se efetiva em graus.A impressão de que ás vezes o surdo responde a sons e outras não, fazendo com que o ouvinte pense que “escutam quando querem” deve-se a alguns fatores:

  • a distância da emissão da voz da pessoa que fala;
  • o tipo de som (grave/agudo);
  • a intensidade do som (forte/fraco);
  • e também o nível de atenção do surdo ao som emitido, dentre outros fatores.

Portanto quando na presença de um surdo, não suponha que ao falar com ele e não obteve retorno, que ele apenas não quis ouvir. Na dúvida, vá ate ele, e fale frente e frente. Mesmo que não seja a solução e que ele ainda não entenda, lembre-se que a compreensão, empatia e esclarecimento são as chaves para entender os próximo.

 

 

O direito ao Intérprete é respeitado em parto no Maranhão

Estava difícil controlar a ansiedade para conhecer o pequeno Maykon.

Imagem: Divulgação da Internet

A chegada do terceiro filho do casal Maik e Louize Oliveira é um capítulo especial na vida deles e de muito mais gente, a partir de então.

De acordo com o artigo forma inédita os pais puderam acompanhar e interagir com a equipe médica durante o parto e viver toda essa experiência como se fosse a primeira vez. E foi! Pela primeira vez no Maranhão, um casal com deficiência auditiva conseguiu o direito de ter o acompanhamento de um intérprete de libras durante o nascimento do filho.

Maikon nasceu na Maternidade Marly Sarney na segunda-feira  (7), com 4 kg, 52 cm e muita saúde.

“Eu estou muito feliz, graças a Deus deu tudo certo. Foi muito bom, o médico foi muito atencioso. Com a intérprete foi bem mais fácil a comunicação”, ressaltou a mãe do Maikon.

Emocionado, o pai conta sobre a realização de presenciar o nascimento do novo filho. “Eu tô muito emocionado e muito feliz”, comentou.

Durante a gestação Louize foi acompanhada pela intérprete Jacy Estrela, que é interprete da Central de Interpretação de Libras (CIL), serviço vinculado à Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop). Jacy acompanhou todo o pré-natal, auxiliando a mãe nas consultas médicas, planejamento familiar, exames, até o pós-parto.

“Intermediar essa comunicação foi um momento ímpar, único. O primeiro de muitos que a gente espera que ainda possa vir”, ressaltou a intérprete.

O parto cesariano foi rápido e tranquilo, durou cerca de 15 minutos. Com uma média de vinte partos por dia, a Maternidade Marly Sarney talvez ainda não estivesse ciente da importância do fato que aconteceria ali em algumas horas. Surpreso, o médico do plantão, Paulo Sérgio Gusmão Lemos, ficou contente com a novidade e emocionado por presenciar um momento tão bonito.

O Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição do Brasil institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania.

Parabéns a todos os envolvidos e a maternidade que respeitou a lei por  garantir direitos básicos como acessibilidade, comunicação informação e igualdade, previstos nos artigos 3º ao 6º a família surda.

Fonte: Ma10

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Cadê meu intérprete? – A Necessidade

A comunicação é um fator fundamental para o ser humano e LIBRAS é uma ferramenta que possibilita a interação dos surdos.
Os intérpretes de língua de sinais surgiram devido a necessidade da comunidade surda de possuir um profissional que auxiliasse no processo de comunicação com as pessoas ouvintes. Inicialmente, a atuação era informal, ou seja, pais ou membros da família das pessoas surdas faziam essa função.

Entretanto, para que isso ocorresse de modo formal foi necessário que a Língua Brasileira de Sinais fosse oficializada.
Atualmente há leis em vigor que regulamentam a profissão e determinam a formação desse profissional. Uma dessas leis é a LEI Nº 12.319 DE 01.09.2010 que regulamenta a profissão de Tradutor e Interprete de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Leia mais sobre o Interprete de Libras.

Mas o que faz esse profissional?

Sua função é interpretar de uma dada língua de sinais para outro idioma, ou deste outro idioma para uma determina língua de sinais de maneira simultânea e consecutiva.

O intérprete de Libras é o profissional que domina a língua de sinais e a língua falada do país e que é qualificado para desempenhar a função. Ele deve ter domínio dos processos, dos modelos, das estratégias e técnicas de tradução e interpretação, além de possuir formação específica na área de sua atuação (por exemplo, a área da educação).

No Brasil, o intérprete deve dominar a Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Ele também pode dominar outras línguas, como o inglês, o espanhol, a língua de sinais americana e fazer a interpretação para a língua brasileira de sinais ou vice-versa (por exemplo, conferências internacionais).

A função de intérprete exige que sejam seguidos alguns preceitos éticos:

– Imparcialidade (interpretação neutra, sem dar opiniões pessoais);
– Distância profissional (não haver interferência da vida pessoal)
– Confiabilidade (sigilo profissional);
– Discrição (estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação);
– Fidelidade (interpretação deve ser fiel, sem alterar a informação mesmo que seja com a intenção de ajudar).

Área de atuação

A categoria profissional possui código de ética e respaldo institucional, associações de pessoas surdas, Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, Federação Mundial dos Surdos, entre outras. O intérprete de libras deve ser um profissional capacitado e/ou habilitado em processos de interpretação de língua de sinais, atuando em situações formais como: escolas, palestras, reuniões técnicas, instituições religiosas, fóruns judiciais, programas de televisão e etc.

Além disso, o Decreto 5.626 exige que seja garantido interprete para surdos, em consultas médicas em todos os níveis de atendimento, e que toda empresa devem garantir atendimento e tratamento adequado aos surdos, incluindo seus empregados e clientes. Há também um projeto em que Agencias bancárias também tenham essa obrigatoriedade.

 

O alfabeto da Língua Brasileira de Sinais

Este é o alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais, e é também a primeira lição a aprender para conversar com pessoas surdas. Vamos aprender?

O alfabeto da Língua Brasileira de Sinais Fonte: Reprodução

 

Você sabia:

  • Sabia que cada país tem a sua Língua de sinais?
  • Nem todos os surdos se comunicam em Língua de Sinais?
  • No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais é a segunda língua oficial do país?

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Anatel publica vídeos em Libras para surdos

Já estão sabendo que a Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações aprontou para nós surdos?

Então, ela acaba de disponibilizar no Youtube vídeos em Libras com o conteúdo do Regulamento Geral de Acessibilidade em Telecomunicações (RGA). Videos que promovem a inclusão e acesso, os quais são destinados aos usuários com deficiência auditiva.

 

Segundo o site da Revista D+,  a responsabilidade da Anatel é possibilitar às pessoas com deficiência o uso de equipamentos de telecomunicações em igualdade de oportunidade com as demais pessoas, por meio da eliminação de barreiras à comunicação e à informação.

Obrigações são relatadas no regulamento enviado para as empresas de grande porte como: disponibilizar, ao assinante com deficiência visual, a opção de receber seus contratos em braile, com fontes ampliadas ou outro formato eletrônico acessível, e disponibilizar em sua página na internet, e em todos os canais de atendimento, informações em formato acessível.

Planos de serviço para pessoas com deficiência auditiva também devem ser ofertados, garantindo que somente sejam cobrados os serviços plausíveis com o tipo de deficiência auditiva. Por exemplo: o consumidor quer contratar um pacote com a prestadora, mas não deseja que o serviço de voz esteja incluído ou quer utilizar somente o serviço de SMS.

Outro acordo é oferecer mecanismos de interação no canal de atendimento pela internet, assim como mensagem eletrônica, webchat e vídeochamadas. As operadoras também devem possuir atendimento especializado, pois assim possibilita uma melhor comunicação às pessoas com deficiência auditiva em suas lojas e garantir a acessibilidade de sua página na internet, proporcionando o pleno acesso às informações.

“Ele é muito necessário quando se trata do desafio da inclusão e a busca por garantir que a comunicação, que é um direito fundamental das pessoas, seja acessível a todos”, disse o conselheiro da Anatel, Aníbal Diniz.

Segundo ele, o RGA vai atender a cerca de 45,6 milhões de brasileiros que declararam algum tipo de deficiência, segundo o Censo de 2010, e também pode trazer benefícios para a população idosa, que deve chegar a 40 milhões de brasileiros em 2030 e está suscetível a apresentar alguma limitação.
Será ainda criado um ranking comparativo entre as prestadoras, de acordo com as ações de acessibilidades promovidas por elas, com a finalidade de incentivar melhorias no atendimento aos usuários com deficiência.

A tradução em Libras do regulamento para a Agência foi a Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos (APADA).

Para acessar o vídeo clique aqui.

Fonte da Notícia: Revista d+Gazeta do Estado.

Edição: Blog dos Pernés.

Sou surdo, mas tenho voz e exijo respeito – Mitos e Verdades!

  • Não escuto bem, as vezes falo alto, e em certas ocasiões pode parecer que apenas escuto quando quero ou quando me convém.

  • Talvez não tenha um temperamento fácil, e talvez nem sempre possa estar feliz e você entenda por ser surdo eu sou sempre nervoso ou muito revoltado.

  • Eu sou surdo, por isso devo ser conhecido como “surdo mudo”, ou devo ser tratado como “especial”, devido a minha “sensibilidade”.

  • Estou bem longe de escutar bem, por isso muitos acham que tenho o dom de justificar meus problemas devido a minha surdez, ou que sou expert na leitura labial.

Bem, quantas vezes você já pensou assim de uma pessoa surda ou com deficiência ou já ouviu alguém pensar ou comentar (mesmo que de brincadeira) desse modo? Pois bem, está na hora de sabermos a verdade e deixar para trás o preconceito. Vamos lá?

Primeiramente, nunca devemos generalizar, já que cada pessoa sendo surda ou não, é ímpar, tem suas particularidades, e em suas vidas infelizmente tem seus problemas.

Então podemos afirmar que a sensibilidade por exemplo, é uma característica que algumas pessoas desenvolvem, tendo ou não uma deficiência. Ou seja, qualquer pode apresentar diferentes limiares de sensibilidade.

 

E o que realmente acontece é as pessoas superprotegem, ou evitam críticas à pessoa com deficiência, preocupadas com sua “sensibilidade”. Mas a verdade e o contrario disso é que devemos tratar as pessoas com deficiência, da mesma maneira com que tratamos qualquer pessoa. Quando se superprotege, impedimos a pessoa com a exercitar sua auto-análise e assim, perceber e modificar-se, naquilo em que é inadequada.

O mesmo, podemos dizer em relação a “revolta ou nervosismo”, de alguém surdo ou que possuem qualquer deficiência. Esta é uma reação que qualquer pessoa pode sentir, quando não consegue administrar os problemas que enfrenta na vida, lidar com suas limitações, ou enfrentar situações de frustração. Todos conhecemos pessoas com deficiência bem resolvidas, que raramente vivenciam o sentimento de revolta.

Especificamente em relação ao nervosismo e aos surdos, a utilização de gestos, da ênfase na expressão facial, do esforço para falar e da ausência do feedback auditivo (não escutam os sons que emitem), fazem com que os ouvintes imaginem que os surdos estão “nervosos”. Na realidade, estão somente se comunicando, ou tentando se comunicar. Ser nervoso não é uma característica da surdez.

Por outro lado, todos também conhecemos pessoas que não têm uma deficiência, que se mostram verdadeiros “rebeldes sem causa”. O interessante é que dados da realidade não mostram uma correlação entre o grau de revolta apresentado por pessoas que nasceram com uma deficiência, e as que a adquiriram mais tarde na vida. O sentimento de revolta ou nervosismo relaciona-se com a forma com que cada pessoa administra sua relação com a realidade. Temos exemplos de pessoas que adquiriram uma deficiência quando já adultos, e que estão dispostos e prontos a enfrentá-la. Por outro lado, podemos observar pessoas que nasceram com algum tipo de deficiência e que nunca aceitaram essa condição, mantendo-se passivas, sem tomar qualquer providência para melhorá-la.

Importante lembrar que até a década de 1980, a sociedade utilizava termos como “aleijado”, “defeituoso”, “incapacitado”, “inválido”…

Passou-se a utilizar o termo “deficientes”, por influência do Ano Internacional e da Década das Pessoas Deficientes, estabelecido pela ONU, apenas a partir de 1981. Em meados dos anos 1980, entraram em uso as expressões “pessoa portadora de deficiência” e “portadores de deficiência”.

Deste modo, a terminologia utilizada até então, passou a ser “pessoas com deficiência”, que permanece até hoje.

Esse termo faz parte do texto apro- vado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembleia  Geral da ONU, em 2006, e ratificada no Brasil em julho de 2008.

A diferença entre esta e as anteriores é simples: ressalta-se a pessoa à frente de sua deficiência. Ressalta-se e valoriza-se a pessoa acima de tudo, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou intelectuais. Também em um determinado período acreditava-se como correto o termo “especiais” e sua derivação “pessoas com necessidades especiais”. “Necessidades especiais” quem não as tem, tendo ou não deficiência? Essa terminologia veio na esteira das necessidades educacionais especiais de algumas crianças com deficiência, passando a ser utilizada em todas as circunstâncias, fora do ambiente escolar.

Não se rotula a pessoa pela sua característica física, visual, auditiva ou intelectual, mas reforça-se o indivíduo acima de suas restrições. A construção de uma verdadeira sociedade inclusiva passa também pelo cuidado com a linguagem. Na linguagem se expressa, voluntária ou involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com deficiência. Por isso, vamos sempre nos lembrar que a pessoa com deficiência antes de ter deficiência é, acima de tudo e simplesmente: pessoa. Então, nada de “especial ” tudo bem?

Gostaria também de levantar um ponto muito chato é que “sofro” bastante e “ouço” com frequência é relacionado ao usar a minha surdez para conseguir ou obter vantagem de algo. Sendo que tirar proveito de uma situação não é uma característica inerente à deficiência; e a pessoa com deficiência não necessariamente o fará. Entretanto, sabemos que algumas culturas estimulam o sentimento de piedade das pessoas, em relação à pessoa com deficiência e esta, por conseqüência, pode incorporar esse tipo de atitude em seu comportamento. Se pararmos para refletir, podemos observar que, em vários momentos de nossa vida, procuramos justificar nossos atos, utilizando nossas fraquezas como argumento.

Também, não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. As pessoas surdas apresentam condições físicas e fisiológicas necessárias para falar. Algumas não falam porque não foram ensinadas, outras porque acham que a língua favorece a efetivação e a agilidade na comunicação, e outras ainda por opção.

Todo surdo pode escutar algum tipo de som. A maioria ouve sons de forte intensidade e graves (trovão, batida de porta). Assim como a visão, a audição também se efetiva em graus. Alguns surdos conseguem ouvir a voz e escutar a fala ao telefone. A impressão de que às vezes o surdo responde a sons e outras não, fazendo com que o ouvinte pense que “escutam quando querem” deve-se a alguns fatores: a distância da emissão do som, a freqüência da voz da pessoa que fala, o tipo de som (grave/agudo), a intensidade do som (forte/fraco) e também, o nível de atenção do surdo ao som emitido.

Já em relação a leitura labial e finalizando nosso post de hoje, a leitura labial não é uma habilidade natural, em todo surdo. Esta precisa ser ensinada, como se ensina leitura, escrita, etc. Poucas pessoas surdas fazem uma boa leitura labial (ler a posição dos lábios), Especialmente porque a pessoa ouvinte, ao se comunicar com um surdo, esquece-se da deficiência, vira-se para os lados, usa bigode, e isso atrapalha a visualização da boca do falante. A maioria faz o que se chama leitura da fala (visualização de toda fisionomia da pessoa que fala, incluindo sua expressão fisionômica e gestos espontâneos). Isto produz alguns problemas na comunicação. Uma minoria não consegue fazer nenhuma dessas leituras e só se comunica através de sinais, aprendidos no decorrer de sua história de vida familiar e social, ou mesmo através da Língua Brasileira de Sinais.

Fonte: SIVC, Deficiente OnLine, Prefeitura de São Paulo.

Edicão e Atualização: Blog dos Pernés.

Imagens: Reprodução!

 

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