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Entre o Som e o Silêncio: minha história, minhas escolhas

Hoje quero compartilhar algo muito importante para mim: meu livro “Entre o Som e o Silêncio” está em pré-venda. Ele não é só um livro, é um pedaço da minha vida.

Nele, contei minha história como surdo: os desafios que enfrentei, as dificuldades que pareciam impossíveis, a exclusão, o bullying… Mas também contei sobre as pequenas e grandes vitórias, os aprendizados e a força que encontrei na fé, na amizade e na persistência.

Escrever este livro foi um processo de coragem. Reviver momentos difíceis, colocar no papel a minha dor e as minhas conquistas… não foi fácil, mas era algo que precisava fazer. Quero que minha história chegue até quem precisa ouvir: quem luta, quem sente que não tem voz, quem busca força para continuar.

Este livro é meu convite para olhar para dentro, para enfrentar o que assusta, mas também para celebrar cada vitória, mesmo as pequenas. Ele é minha forma de dizer: você não está sozinho, e é possível encontrar a sua própria voz mesmo quando parece que só existe silêncio.

Versão Kindle: https://a.co/d/cyqOyLw
Versão física: https://a.co/d/3gTsTcU

Cada página foi escrita com muito coração. Espero que gostem!


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Diário de um surdo – 018: Os sons dos pássaros

Há pouco mais de um ano eu ativei o meu implante coclear. Um ano de redescobertas, sustos, risadas e – principalmente – sons. Muitos sons.

Alguns eu já conhecia, mas agora chegam com outra textura. Outros… são completamente novos. E se tem uma coisa que eu nunca vou esquecer nesse primeiro ano, são os sons agudos.

Eu nunca escutava os sons agudos antes. Não sei explicar direito… às vezes parecia que eu ouvia, mas eram diferentes.

Agora, eles chegam de um jeito estridente, atravessam. Sabe aquele som que entra direto no cérebro, como se cortasse o ar? É isso. No começo, parecia que o mundo tinha ligado um monte de microfones no último volume.

Os passarinhos, por exemplo… antes eu achava que eram delicados, suaves. Hoje eu sei a verdade: eles gritam. MUITO.

Tem hora que parece sirene de carro disparando, vários alarmes ao mesmo tempo. É surreal.
Eu escuto e penso: “Gente, como ninguém tá se incomodando com isso?”

Às vezes me lembro daqueles desenhos do Pica Pau, quando os filhotes gritavam tanto, mas tanto, que perdiam o fôlego. É mais ou menos essa a sensação que tenho com os passarinhos agora.

Apesar dos sustos e da adaptação, é incrível perceber tudo isso. Eu tô ouvindo coisas que nunca ouvi antes. E não é exagero. Eu realmente nunca ouvi esses sons.

O implante me colocou num novo mundo. Nem melhor, nem pior. Apenas diferente. Mais nítido. Mais cheio. Às vezes mais barulhento do que eu gostaria.

Mas é isso: 1 ano depois, continuo descobrindo, me adaptando e me surpreendendo. Ouvir é uma construção. E cada dia é um tijolinho a mais.

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Diário de um Surdo – 017: Ainda falta escuta

E no meio de tanta correria, o silêncio tenha falado mais alto do que eu, e tenho me afastado, ficando calado e distante. Afinal o cansaço bate.
Mas hoje, volto aqui. Porque tem coisa que não dá pra engolir calado.

A gente comemorou 23 anos da Língua Brasileira de Sinais, na última semana, dia 22/04. Sim, comemorou. Mas será que tem tanto assim pra comemorar?

Não me entenda mal: reconhecer Libras como língua oficial foi um passo gigante. Mas e o resto do caminho? Porque, sinceramente, ainda falta escuta. Ainda falta empatia. Ainda falta humanidade.

Ser surdo, hoje, no Brasil, ainda é viver entre paredes invisíveis. Em filas onde ninguém sabe se comunicar. Em atendimentos que não atendem. Em espaços que não te enxergam. E isso não é só falta de estrutura. É falta de vontade. De consciência. De responsabilidade.

E, pra ser bem direto: cansa. Cansa demais. Porque não é só uma luta por acessibilidade, por inclusão. É uma luta contra a indiferença. Contra a burocracia. Contra o descaso.

Às vezes, a gente sente que as pessoas ganham a gente pelo cansaço. E isso dói. Porque a luta é diária, é pesada — principalmente dentro dos grandes ambientes de trabalho, onde tudo depende de alguém “lá de cima” comprar a ideia. E se não tem alguém que encabece, a ideia morre. Não por falta de valor. Mas por falta de apoio. De coragem. De visão.

E hoje, eu confesso: estou num estado triste. Decepcionado.
É um sentimento pesado que tenho carregado no peito. Porque por mais que eu lute, por mais que eu tente construir pontes, parece que elas desabam antes mesmo de alguém atravessar.

E mesmo assim, eu sigo. Porque acredito. Porque, mesmo cansado, eu sei que tem alguém precisando de um gesto, de uma palavra, de uma mudança — por menor que seja.

Quando falo de responsabilidade, falo de verdade. Falo de ESG com E maiúsculo de empatia. Falo de empresas que não só assinam compromissos, mas cumprem. De serviços públicos que acolhem, que adaptam, que se importam. Porque inclusão não é favor. É direito.

E se tem uma coisa que eu aprendi nesses anos de caminhada é que a mudança começa quando alguém decide não se calar. Hoje, eu escrevo porque me recuso a aceitar que o tempo passe e nada mude. Porque a Libras merece mais do que homenagens uma vez por ano. Ela merece presença. Merece política. Merece gente comprometida com gente.

E se você leu até aqui, fica meu convite: escute. Não com os ouvidos, mas com o coração. Porque ser surdo nunca foi sinônimo de silêncio. A surdez fala. A questão é: você está disposto a ouvir?

Leia também: O som e o silêncio


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Novembro Laranja – sobre problemas auditivos e destaca impacto do zumbido na qualidade de vida

Segundo a revista científica JAMA Neurology, o tinnitus, conhecido popularmente como “zumbido”, afeta aproximadamente 740 milhões de pessoas no mundo, o que corresponde a cerca de 14% da população adulta. Entre essas, mais de 120 milhões de pessoas enfrentam a condição de forma severa, com consequências graves para o sono, a concentração e até a saúde emocional.

No Brasil, de acordo com a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, cerca de 28 milhões de brasileiros convivem com o zumbido, que pode variar de um leve incômodo a um ruído persistente e perturbador. 

Zumbido: impacto físico e emocional
Para muitas pessoas, o zumbido não é apenas um ruído passageiro, mas sim um sintoma crônico que afeta a saúde mental e física. “O zumbido pode trazer estresse diário, problemas de concentração, e até mesmo afetar a qualidade do sono, o que leva a um impacto emocional severo, incluindo risco de depressão e isolamento social”, explica a fonoaudióloga da Philips Aparelhos Auditivos, Maria Clara Danowski. Segundo ela, o Novembro Laranja busca justamente conscientizar as pessoas sobre a necessidade de procurar ajuda profissional ao surgirem sintomas, como sons de apito, chiado ou qualquer ruído interno que não esteja relacionado ao ambiente.
 

Causas e tratamento do zumbido
As causas do zumbido são variadas e podem incluir desde acúmulo de cera e infecções na orelha até condições mais complexas, como diabetes, alterações cardiovasculares, problemas de coluna e consumo excessivo de cafeína e álcool. O tratamento, por sua vez, depende da origem do sintoma. Quando associado à perda auditiva, o uso de aparelhos auditivos pode melhorar a percepção de sons externos devido a amplificação sonora e aliviar o zumbido.

“A recomendação é que todos realizem avaliação audiológica regularmente e adotem hábitos de proteção, evitando exposição a sons com intensidade excessiva e cuidando da saúde auditiva desde cedo”, completa a fonoaudióloga.

Por: Philips Aparelhos Auditivos, via: Thaina Oliveira

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Diário do Perné – 005: Uso da máscara na pandemia e os surdos

Quem não sente na pele a dificuldade de comunicação para quem tem limitações de fala e audição não consegue entender (embora possa se sensibilizar) e não consegue entender das dificuldades enormes e muitas muitas vezes constrangedoras que eu passo.

E dói, e sofro…

Desde que voltei do trabalho remoto para o presencial tenho sofrido duras penas. Afinal o isolamento social que o uso das máscaras proporciona é humilhante. Ainda mais pelo fato de ser evitável, e o fato de não demonstrarem agilidade para minimizar as dificuldades que encontro mostra a falta de interesse não só da empresa que trabalho, mas também a realidade numa sociedade que discrimina, que é despreparada e arrogante para o sofrimento dos surdos.

Imagem: Reprodução UOL/ Ishock

Oro e espero que passe essa fase e que falta de conhecimento é um imperativo na relação entre surdos e ouvintes, o que resulta em preconceito e atitudes capacitistas, por parte dos ouvintes, seja breve. Afinal nenhum ouvinte pode e deve afirmar que o surdo está incluído, pois não depende da leitura labial, libras e empatia dos colegas para se comunicar com dignidade.

Se você deseja ajudar alguém surdo, a principal dica é despir-se dos preconceitos e buscar informar-se sobre a pessoa com deficiência, tornando a jornada dela na vida mais agradável, acolhedora e inclusiva.

Leia também:

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ANAC reconhece a atuação de pilotos surdos na aviação do Brasil

Via blog do Hand Talk, apenas compartilhando:

Se você já acompanha o Blog do Hugo, deve ter percebido que a gente ama compartilhar notícias boas! Mas se é novo por aqui, te convidamos a ler esse e outros textos que contam histórias inspiradoras da cultura e vitórias da comunidade surda. 

Há algum tempo estamos acompanhando a luta do João Avião, o primeiro piloto surdo do Brasil. Ele fundou a Associação Nacional de Aviação de Surdos (ANAS), a primeira na América do Sul, para que pilotos surdos ganhassem visibilidade e pudessem operar voos comerciais no Brasil. Desde sua fundação, projetos foram apresentados para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e até para órgãos internacionais como a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Projetos estes que não são apenas voltados para beneficiar os pilotos surdos, mas também para garantir a saúde auditiva e direitos do piloto ouvinte.

Dados tantos esforços, uma grande conquista já pode ser comemorada! No dia 04 de dezembro de 2019 foram publicadas duas emendas a regulamentos da ANAC, que passaram a permitir a atuação de pilotos surdos na aviação civil brasileira! Assinadas pelo presidente da Agência, José Ricardo Botelho, elas alteram os regulamentos RBAC-61 e o RBAC-67 que abordam questões sobre licenças, habilitações e exames médicos para os pilotos do Brasil.

Antes do primeiro voo, o profissional deverá ser submetido e aprovado em um exame prático especial por modelo de aeronave, para verificação da capacidade do candidato em reconhecer a perda de potência ou falha de motor e emergências com um trem de pouso retrátil. 

O piloto surdo não poderá atuar em aeroportos controlados ou internacionais e também com o transporte remunerado de passageiros. No entanto, eles poderão atuar nos voos em que aeronaves não necessitem do uso de rádios para comunicações bilaterais, e em sua licença e certificados deverão conter a observação: “Não válido para voos que requeiram a utilização de rádio comunicação”. Isso significa que eles poderão atuar em áreas em que o uso desse tipo de equipamento nas aeronaves não seja necessário, trabalhando, por exemplo, como Piloto Agrícola, o que antes não era permitido.

Essas alterações, que podem parecer pequenas, mas que representam um grande avanço da aviação brasileira, devem ser celebrada por todos nós. E a luta não para por aí! João está batalhando para que os pilotos possam ser reconhecidos na aviação em todos os países do mundo, tendo permissão e liberação como profissionais.

A gente já deu primeiro passo aqui no Brasil! E quem sabe não poderemos ver mais surdos ocupando lugares que antes não tinham espaço ou em que pessoas acreditavam que eles não seriam capazes. Ainda existe muita exclusão, mas conquistas como essa aquecem nossos corações e nos fazem refletir que a mudança depende de nós. 

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Surdos – Você conhece seus Direitos?

Promover a cidadania e contribuir para a participação plena e efetiva dessas pessoas com deficiência na sociedade, em igualdade de condições com as demais, é obrigação do poder público.

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), aprovada em 2015, veio afastar barreiras e qualquer forma de discriminação. A deficiência agora, não afeta a plena capacidade civil da pessoa e não pode obstruir a acessibilidade e a trafegabilidade social.

E a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, com o objetivo de garantir que a sociedade acolha todas as diferenças, elaboraram uma cartilha chamada: Pessoa com Deficiência, Você conhece seus Direitos?

E é muito boa, e engloba todos os tipos de deficiência. E gostei tanto que me senti inspirado a fazer artigos aqui e adaptar para os surdos. Já temos o comando de lei. Agora, precisamos fazer com que estes direitos seja efetivados e implementados na vida de todos. E faremos isso, juntamente com os artigos que serão publicados. Mas antes de mais nada, que tal revisar alguns posts que já fizemos sobre o assunto?

No mais até breve, aguardo vocês para discutirmos mais a respeito não só de nossos direitos, mas também deveres.

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Um dos maiores desafios da minha vida é o tema da redação do ENEM 2017

Como muitos já sabem, o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 teve questões de humanidades com carga de leitura e exigiu dos candidatos conhecimentos de história, geografia, filosofia, sociologia e até atualidades.

A polêmica da vez foi o tema da redação, que foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.

A prova teve quatro textos motivadores, sendo que um deles incluiu dados sobre o número de alunos surdos na educação básica entre 2010 e 2016. Outro apresentou um trecho da Constituição Federal afirmando que todos têm direito à educação, com já falamos aqui. Um terceiro mostrou aos candidatos a lei de 2002, que determinou que a Língua brasileira de sinais (Libras) se tornasse a segunda língua oficial do Brasil.

O tema causou polêmica, mas eu não entendi o motivo, já que a redação do Enem costuma funcionar como forma de conscientizar as pessoas sobre o tema escolhido. Ou seja, as famílias, país afora, discutem o assunto que caiu na prova. É o que aconteceu com a questão da persistência da violência contra a mulher, por exemplo.

Mas pelo que vi, e fiquei indignado é que para muitos não é tão importante o fato de que os surdos terem vencidos barreiras, e lutaram para terem acesso a educação, onde até certo período, nem direito de ir a escola tinham já que eram considerados “incapazes’, ou de sofrerem o bullying e o preconceito, ou serem ignorados pela família e a sociedade e ainda hoje seguirem excluídos na escola e mercado de trabalho, mesmo que tenham a capacidade e formação educacional, necessária ou mesmo tendo um excelente rendimento como pessoa ouvinte, assunto que também já discutimos aqui.

Não podemos negar que houve avanços nas leis inclusivas no Brasil, e que estamos caminhando para um país “igual para todos”. Sim, as leis existem, e até impulsionou as matrículas dos estudantes com deficiências, por exemplo, que praticamente dobraram. Porém muita coisa está longe de se tornar realidade, sair do papel, já que construir uma educação ou mercado de trabalho inclusivo vai muito além da mera criação de vagas.

Um exemplo disso, e é que eu passei e ainda passo por isso, é que ocorre com todos surdos: embora muitos tenham passado a frequentar a escola regular, ou trabalhar numa empresa que respeita a lei de cotas, é comum que os professores, empregadores e a maioria dos estudantes e colegas de trabalho não dominem a Língua de Sinais, o que coloca em risco a socialização. Não falar a língua do outro é uma forma velada de desprezo e rejeição: o surdo até está no mesmo espaço, mas não é devidamente atendido ou respeitado. De fato, eu que vos escrevo me sinto transtornado pelo despreparo da sociedade em relação a isso, das escolas que estudei e dos lugares que trabalhei e até daqui onde hoje trabalho.

Para parafrear, cito as palavras da colunista Andrea Ramal: “Para que a educação e o mercado de trabalho seja inclusivo de fato, é preciso adaptar a infraestrutura das empresas e escolas, e que estas precisam contar com recursos multifuncionais e serem planejadas com acessibilidade arquitetônica e tecnológica. Além disso, é necessário a capacitação dos ouvintes para aprimorar as práticas necessárias, de forma que o ambiente seja um ambiente de oportunidades reais para todos”.

Já em relação, a vagas e estações de trabalho para surdos, falamos com o jovem Enzo Matheus, de 20 anos, que fez a redação do ENEM ontem, no estado do Ceará. Segundo ele, é necessário não apenas ampliação de ofertas de empregos, mas também projetos sociais envolvendo os surdos e a Língua de Sinais, de modo que também que envolva toda a comunidade. Para ele seria uma forma de intensificar as relações interpessoais de surdos e ouvintes.

De fato, a principal mudança está na atitude da comunidade. Teremos escolas e empresas inclusivas quando todos os que fazem parte destes – acreditarem que no convívio com os “diferentes” poderemos aprender, nos tornamos pessoas melhores, mais sábias, tolerantes e talvez até capazes.

É juntos com os surdos e demais pessoas com deficiência, que iremos construir oportunidades, e assim uma nova sociedade mais justa possa começar.

 

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Quando os surdos ouvirão – uma esperança segura

Ser surdo pode ser desafiador, e já contei aqui,  aqui e aqui sobre alguns dos desafios que carregamos por não compreendermos os sons ou por não sermos compreendidos. Uma coisa é certa, pode ser ainda mais difícil se não entendemos o motivo de nossas limitações auditivas. Talvez culpamos a Deus, ou pensamos que estamos sendo castigados por pecados de nossos pais ou antepassados. Tudo isso não passa de mentiras que um anjo muito mal, conhecido na Bíblia como Satanás, quer que acreditamos.

A verdade é que nascemos imperfeitos e tudo que passamos é em decorrência do pecado de Adão e Eva, logo no inicio da história humana –  Romanos 5:12.

Mas não é o fim, ainda temos esperanças. Já pensou em poder ouvir novamente? Isaías 35:5 diz: Naquele tempo se (…) destaparão os ouvidos dos surdos.  Esteja certo que esta esperança é segura e há de acontecer em breve.

Aqui na minha família, temos vários surdos, inclusive eu e minha mãe que acreditamos firmemente nessa promessa. Tanto é que pedimos para o artista e amigo Winston Marcos*, nos retratar num futuro próximo quando seremos perfeitos, poderemos ouvir, e até cantar, vamos ver o resultado?

*Sobre o Artista:

Winston Marcos é artista gráfico, tem 20 anos e mora em Sooretama/ES. Por meio do Photoshop, ele dá vida a suas imaginações e sentimentos. Ele acredita que um trabalho perfeito se faz bastante cuidado e meticulosa atenção. Winston também é Testemunha de Jeová, e assim como nós aqui, tem esperança de viver para sempre na terra. – Apocalipse 21:4.

Contato: (27) 99790-0566

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A beleza da diversidade, do talento e do respeito

Em 2004, a Unilever lançou a campanha “Real Beleza” da Dove e conquistou a todas (os), até aquelas mulheres consideradas gordas, magras, baixas e altas, de todas classes sociais. Entre elas, estavam as loiras, as morenas, as ruivas, e até as negras.

A campanha foi tão boa que rendeu mais de 2,5 bilhões de dolares de lucro à empresa. Mas, em geral, a sociedade ainda rotula essas mulheres, devido ao padronização da beleza.

Em 2006, a atriz com Síndrome de Down, Joana Morcazel, viveu a Clara, filha de Helena, personagem de Regina Duarte na novela Viver a Vida, da Rede Globo.

Joana Morcazel e Regina Duarte. Imagem: Rede Globo/ Reprodução

Mãe e filha em cena mostraram ao Brasil os desafios de vida e preconceitos que as pessoas com deficiência sofriam e a importância do amor e respeito que devemos ter por todas pessoas independente de deficiência ou não. Mas, apesar da boa aceitação do tema na mídia, o preconceito ainda existe.

Segundo a revista Carta Capital (2016), o trabalho escravo ainda existe no mundo. E, no Brasil, 95% desses trabalhadores são homens.

A realidade no mundo mostra que a ganância massacra o amor. — Infelizmente o trabalho escravo ainda existe. Imagem: Reprodução.

De 1995 até 2016, mais de 50 mil foram libertos de situações análogas a de escravidão em atividades econômicas nas zonas rural e urbana. A notícia é boa, mas infelizmente ainda é cedo pra comemorar.

É triste e até revoltante que, em pleno 2017, ainda existam pessoas tão burras que se acham no direito de diminuir outros por estarem fora dos padrões  de beleza imposto por eles mesmos. E, ainda mais, tão preconceituosas e desinformadas que insistem em não perceber que todas as pessoas com ou sem deficiência são iguais, e tem as mesmas capacidades e necessidades físicas, mentais e emocionais.
E tão cegas para não enxergarem que não é preciso diminuir pessoas com trabalhos humilhantes.

A modelo brasileira Brenda Costa, já rodou o mundo com sua beleza e talento. Detalhe: ela é surda e não permitiu que a deficiência a impedisse de ser uma das tops models mais influentes do mundo. Imagem: Reprodução

 

Leonardo Migiorin e Otávio Mesquita com os talentosos e inteligentíssimos atores com síndrome de Down. Juntos atuaram no filme “Colegas”, e consquistaram a crítica. Com bastante talento, os atores mostraram que uma pessoa com deficiência também pode e deve levar uma vida feliz. — O filme ganhou vários prêmios e até foi cogitado para representar o Brasil no Oscar. – Imagem: Reprodução

 

Gabourey Sindibe é atriz obesa e negra, está fora do padrão da beleza imposto pela sociedade, ainda assim com muito talento deu vida à personagem “Preciosa”, filme que emocionou o mundo e papou vários prêmios incluindo o Oscar e Globo de Ouro de melhor atriz para M’onique, que fez sua mãe, e também de melhor roteiro original. Imagem: Reprodução

Sim. Homens e mulheres, crianças ou idosos podem e devem ser mais amados independente das condições em que se encontram. Não é o status na sociedade, a deficiência ou a falta dela, o desemprego, a cor da pele, o cabelo ou o tamanho do quadril que fará essas pessoas inferiores a outras.

Pense grande, veja além do seu quadrado, que oportunidades existem para todos e somos todos iguais. Quem faz o seu sucesso ou o seu padrão de beleza é você. #DigaNãoAoPreconceito

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