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Adaptações Razoáveis: O Compromisso Real com a Inclusão nas Empresas

Falar sobre diversidade e inclusão não pode ser apenas um exercício de discurso. É preciso que as ações concretas acompanhem as intenções. Um dos pilares para garantir um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo para pessoas com deficiência (PcD) são as adaptações razoáveis — medidas práticas e personalizadas que eliminam barreiras e garantem equidade de oportunidades.

O que são adaptações razoáveis?
Adaptações razoáveis são ajustes ou modificações no ambiente de trabalho, nas funções ou nos processos que permitam que pessoas com deficiência desempenhem suas atividades em igualdade de condições com os demais colaboradores. Elas devem ser adequadas às necessidades da pessoa e proporcionais às possibilidades da empresa.

O conceito é previsto na Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei nº 13.146/2015) e também na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil com status de emenda constitucional.

Por que são importantes no ambiente corporativo?
Sem adaptações, muitas pessoas com deficiência continuam sendo excluídas de processos seletivos, promoções e experiências de desenvolvimento. Isso limita seu potencial e empobrece a diversidade da organização. Empresas que implementam adaptações razoáveis demonstram compromisso real com a inclusão e colhem benefícios como:

  • Equipes mais diversas e inovadoras
  • Aumento do engajamento e da produtividade
  • Fortalecimento da reputação institucional
  • Conformidade com a legislação

Exemplos práticos de adaptações razoáveis:

  • Flexibilização de horário para pessoas com mobilidade reduzida ou em reabilitação
  • Acessibilidade digital em sistemas internos e materiais de trabalho
  • Tradução em Libras para treinamentos e reuniões
  • Apoio de tecnologias assistivas (leitores de tela, softwares de comunicação alternativa, etc.)
  • Designação de intérprete ou apoio de guia-intérprete
  • Ajustes ergonômicos em mobiliário e equipamentos

O papel da liderança e da cultura organizacional:
A decisão de implementar adaptações razoáveis não deve ser vista como “favores” ou “custos extras”, mas como um investimento em equidade e dignidade. A cultura da inclusão começa no topo e se espalha por toda a organização. Líderes devem estar preparados para ouvir, acolher e agir — com empatia, escuta ativa e responsabilidade.

Barreiras comuns e como superá-las:
Infelizmente, ainda há mitos que dificultam a implementação das adaptações, como a ideia de que são sempre caras ou complexas. A verdade é que a maioria das adaptações custa pouco ou nada. A chave é o diálogo com a pessoa com deficiência para entender suas reais necessidades

Se você quer saber mais sobre como implementar adaptações razoáveis na sua empresa ou precisa de apoio especializado em acessibilidade, diversidade e inclusão, estou à disposição para conversar!

Thiago Perné Santos
Especialista em Acessibilidade, Diversidade e Inclusão
contato@blogdospernes.com.br

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Diário de um surdo – 018: Os sons dos pássaros

Há pouco mais de um ano eu ativei o meu implante coclear. Um ano de redescobertas, sustos, risadas e – principalmente – sons. Muitos sons.

Alguns eu já conhecia, mas agora chegam com outra textura. Outros… são completamente novos. E se tem uma coisa que eu nunca vou esquecer nesse primeiro ano, são os sons agudos.

Eu nunca escutava os sons agudos antes. Não sei explicar direito… às vezes parecia que eu ouvia, mas eram diferentes.

Agora, eles chegam de um jeito estridente, atravessam. Sabe aquele som que entra direto no cérebro, como se cortasse o ar? É isso. No começo, parecia que o mundo tinha ligado um monte de microfones no último volume.

Os passarinhos, por exemplo… antes eu achava que eram delicados, suaves. Hoje eu sei a verdade: eles gritam. MUITO.

Tem hora que parece sirene de carro disparando, vários alarmes ao mesmo tempo. É surreal.
Eu escuto e penso: “Gente, como ninguém tá se incomodando com isso?”

Às vezes me lembro daqueles desenhos do Pica Pau, quando os filhotes gritavam tanto, mas tanto, que perdiam o fôlego. É mais ou menos essa a sensação que tenho com os passarinhos agora.

Apesar dos sustos e da adaptação, é incrível perceber tudo isso. Eu tô ouvindo coisas que nunca ouvi antes. E não é exagero. Eu realmente nunca ouvi esses sons.

O implante me colocou num novo mundo. Nem melhor, nem pior. Apenas diferente. Mais nítido. Mais cheio. Às vezes mais barulhento do que eu gostaria.

Mas é isso: 1 ano depois, continuo descobrindo, me adaptando e me surpreendendo. Ouvir é uma construção. E cada dia é um tijolinho a mais.

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Nova identidade, mesma essência

O tempo passa. A gente muda, cresce, amadurece. E o blog também.

Depois de tantos 13 anos (recém completados) compartilhando histórias, vivências e reflexões aqui no Blog dos Perné’s, senti que era hora de dar um novo passo. Uma nova identidade visual, um novo jeito de se apresentar ao mundo — mas sem perder aquilo que sempre foi a essência deste espaço: acolhimento, escuta, propósito e verdade.

A nova identidade do blog vai além da estética. Ela carrega fases da minha vida, dores que foram transformadas em força, causas que abracei ao longo do tempo. Ela representa também todas as vozes que ecoam entre um texto e outro — especialmente as que, muitas vezes, são esquecidas ou ignoradas.

Nova identidade

O que mudou?

Agora o blog tem um novo visual: cores, formas e traços que refletem com mais clareza os temas que fazem parte da nossa caminhada — acessibilidade, inclusão, diversidade, espiritualidade, superação.

O novo logotipo é mais simples, mas ao mesmo tempo mais firme. Ele transmite leveza, mas sem apagar as marcas da luta, da persistência e da fé que me trouxeram até aqui.

Cada detalhe dessa nova fase foi pensado para fortalecer a identidade do blog e torná-lo ainda mais acessível, acolhedor e conectado com quem lê.

E as cores?

As cores da nova identidade foram escolhidas com cuidado e propósito:
Azul-escuro: transmite confiança, acolhimento e profundidade. Representa a escuta, a seriedade e o compromisso com temas importantes.
Laranja: traz energia, movimento e proximidade. Representa a coragem de falar sobre temas difíceis com leveza e verdade.
Verde suave: remete ao cuidado, à empatia e ao crescimento. É a cor da esperança, do recomeço e da construção de novos caminhos.
Tons neutros de apoio (branco e cinza): garantem contraste, equilíbrio e acessibilidade visual, facilitando a leitura e a navegação.

Essas cores conversam entre si e refletem bem os pilares do blog: inclusão, escuta, sensibilidade e ação.

E o que continua igual?

Continua o compromisso com a inclusão de verdade. Continua a escuta atenta, o cuidado com cada história, o respeito por quem passa por aqui.

Continua o olhar sensível sobre os temas que importam, com a mistura entre o pessoal e o coletivo, entre o que eu vivi e o que tantas outras pessoas também vivem.

Nada aqui é por vaidade. É por significado.

E você, segue comigo nessa nova fase?

Quero muito saber o que achou da nova identidade. Você faz parte dessa história. Se este espaço já te tocou de alguma forma, fica o convite: compartilhe, comente, volte sempre.

O Blog dos Perné’s continua sendo um lugar de histórias reais, de sentimentos sinceros e de esperança. A casa continua a mesma — só deu uma ajeitada no jardim de

A nova identidade do blog vai além da estética. Ela carrega fases da minha vida, dores que foram transformadas em força, causas que abracei ao longo do tempo. Ela representa também todas as vozes que ecoam entre um texto e outro — especialmente as que, muitas vezes, são esquecidas ou ignoradas.

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Libras é a ponte. O preconceito é o muro.

A Libras não é só uma língua.
É uma ponte construída com as mãos, o olhar e o coração.

Uma ponte que aproxima pessoas que antes pareciam viver em mundos diferentes.
Uma ponte que permite que a pessoa surda tenha voz, tenha espaço, tenha escolha.
Uma ponte que pode salvar alguém do isolamento.

Mas o preconceito… esse sim, é o muro.
Muro feito de ignorância, piadinhas, pressa, falta de empatia e “depois a gente vê isso”.

Quantas vezes você já viu alguém fingindo que entendeu um surdo — só pra não “perder tempo”?
Quantas vezes disseram que Libras é difícil demais, que “não dá pra aprender”, que “não tem demanda suficiente”?

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Diário do Perné – 013: Burocracia para a liberação do implante Coclear

Oi, pessoal! Como contei no último diário aqui do blog (se você ainda não leu, é só clicar aqui), finalmente concluí todos os exames para a cirurgia do implante coclear. Mas olha, o processo foi cheio de percalços que atrasaram um pouco a cirurgia.

Quem já passou por isso sabe que fazer um implante exige muita paciência. No meu caso, o trâmite com o plano de saúde demorou bastante — eles têm até 30 dias úteis para analisar e liberar o procedimento. Felizmente, a cobertura do implante coclear é garantida por lei, tanto para a cirurgia quanto para o aparelho. Mesmo assim, o processo foi bem mais demorado do que eu esperava. Primeiro, o hospital levou alguns dias para registrar tudo no sistema; depois disso, a aprovação pelo plano de saúde levou ainda mais tempo. E, como se não bastasse, o hospital ainda acabou enviando a autorização com um erro, o que atrasou tudo de novo!

Ah, e teve mais um momento bem frustrante: já estava no centro cirúrgico, pronto para a cirurgia, quando cancelaram tudo de última hora. Foi complicado, mas, no fim, deu tudo certo, e eu saí do hospital muito feliz!

Apesar de todas essas dificuldades, a sensação de finalmente ter passado por essa etapa foi incrível. E o dia da cirurgia finalmente chegou.

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Pesquisa Catho: A realidade das PCDs no trabalho

Em 21 de setembro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, que tem o objetivo de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.

Reprodução

Pensando nisso, estou compartilhando os dados da Pesquisa Mutirão PCD Brasil que a Catho desenvolveu como forma de conscientizar e informar sobre o cenário atual e atrair mais olhos e oportunidades para estes profissionais.  

E é muito interessante que ao longo da pesquisa, houve 775 respondentes, sendo 52% residentes no estado de São Paulo e 48% de outros estados. E os dados destacados no levantamento foram:

  • 68% dos entrevistados acreditam que as empresas contratam pessoas com deficiência apenas para cumprir a Lei de Cotas;
  • 49% relataram já ter sofrido algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho; 
  • 62% nunca receberam promoções, mesmo atuando há muito tempo na área;
  • 20% declararam pensar em mudar de emprego por não ter perspectiva de desenvolvimento de carreira;
  • 46% entendem que o mercado de trabalho para PCDs está retraído ou, praticamente, inexistente;  
  • 25% dos profissionais declararam o acesso ao laudo ou certificado de reabilitação do INSS como um processo difícil e que gera custo, além de 62% pontuar que tiveram dificuldade para adquirir;  
  • 35% não se identificam como uma pessoa com deficiência no currículo, pois não sabiam que tratava-se de algo necessário. Além disso, 26% possuem receio de não ser convidado para entrevista por causa de sua deficiência;
  • Somente 31% dos candidatos procuram por vagas de emprego exclusivas.
  • “A contratação de pessoas com deficiência vai além da Lei de Cotas. A diversidade é fator muito importante dentro das organizações, sendo necessária para trabalhar esse ambiente mais próspero e menos desigual. Além disso, ter uma equipe diversa também oferece vantagens tangíveis que podem melhorar o desempenho e a competitividade da companhia, com mais criatividade e capacidade de inovação”, diz Christiana Mello, diretora da unidade de recrutadores da Catho.

Catho: conecta candidatos e empresas, apoiando quem busca oportunidades no mercado de trabalho e quem precisa anunciar vagas de emprego. O acesso é gratuito, ilimitado e serviços adicionais também podem ser contratados. Pioneira no segmento, a empresa que tem como propósito “Mudar a vida das pessoas através do trabalho”, é referência no mercado de vagas de emprego e conta com o cadastro de mais de 12 milhões de currículos e, em média, 90 mil corporações à procura de novos talentos anualmente.

Via: MGAPRESS – Luciana Vianna

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Inclusão na hotelaria: atividades e áreas destinadas a crianças autistas e PcD

*Por Veronicah Sella


Com um movimento crescente em direção a acessibilidade e a sensibilidade às necessidades especiais dos hóspedes, várias empresas estão adotando medidas proativas para garantir que todos os seus visitantes desfrutem de uma experiência acolhedora e inclusiva.


A hotelaria tem se esforçado para atender às diversas necessidades dos hóspedes, mas a inclusão de crianças autistas e PcD representa um desafio específico que requer abordagens adaptativas e estratégias especializadas. No entanto, muitos hotéis no Brasil estão não apenas reconhecendo essa urgência , mas também investindo recursos significativos para garantir que todos se sintam atendidos durante sua estadia.


Como por exemplo, o desenvolvimento de atividades especificamente projetadas para crianças autistas. Essas iniciativas incluem espaços tranquilos e seguros, livres de estímulos excessivos, onde as crianças podem se sentir confortáveis e relaxadas. Além disso, treinamento de equipe para entender melhor as necessidades específicas das crianças autistas, promovendo um ambiente acolhedor e compreensivo.


A sensibilidade da equipe é fundamental para o sucesso da inclusão. Muitos hotéis estão implementando programas de treinamento que educam funcionários sobre como interagir e atender às necessidades específicas de crianças autistas e pessoas com deficiência.


De acordo com dados sobre o Ministério do Turismo em todo o país, 77% dos turistas com deficiência consideram a acessibilidade na escolha de destinos e atrativos turísticos. Isso é um ponto positivo para estabelecimentos que estão reformando suas instalações para garantir que todas as áreas sejam acessíveis, desde quartos adaptados até espaços comuns e áreas de lazer. Rampas, elevadores adequados, banheiros acessíveis e sinalização clara são apenas algumas das medidas adotadas para melhorar a acessibilidade e a conveniência para hóspedes com deficiência.


Alguns estabelecimentos também oferecem espaços voltados 100% para crianças com essa condição, como por exemplo: crachás e pulseiras, equipes treinadas para lidar com várias situações, identificar possíveis comportamento de crise, abafadores de som, a comunicação correta com a família e com as crianças, entre outros. Essa evolução não apenas enriquece a experiência de viagem deles, mas também fortalece a reputação da hotelaria brasileira como um setor inclusivo e progressista.


Em resumo, a inclusão na hotelaria não é apenas uma questão de conformidade, mas uma oportunidade para criar um ambiente acolhedor e acessível para todos os hóspedes, independentemente de suas necessidades especiais. Com o compromisso contínuo das empresas e a conscientização crescente, o futuro promissor da inclusão na hotelaria brasileira está cada vez mais próximo da realidade.


*Veronicah Sella é cofundadora da Criamigos, empresa de experiências interativas, emocionais e encantadoras.

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AACD e RD Saúde – Saúde bucal da pessoa com deficiência é fundamental

Todos sabemos que cuidar da saúde bucal é fundamental. Mas, como funciona esse processo no caso de pessoas com deficiência física? Para explicar a importância de um atendimento especializado para esse público, a AACD e a RD Saúde.

Imagem: Reprodução

“Algumas questões odontológicas impactam na reabilitação, principalmente em relação à Fonoaudiologia, pela parte da deglutição, fala e mastigação. A Odontologia é preventiva e curativa nesse tratamento, porque o nosso sorriso também é uma forma de comunicação”, afirma a superintendente de Práticas Assistenciais da AACD, Dra. Alice Rosa Ramos.

“Nossa parceria com a AACD, por meio do Troco Solidário, programa que permite que o cliente arredonde o troco ao realizar uma compra em dinheiro em qualquer uma de nossas farmácias, já soma quase duas décadas. Apoiar o atendimento aos pacientes em uma nova frente, a de saúde bucal, com produtos da nossa marca própria Needs, reforça o nosso compromisso em contribuir para uma sociedade mais saudável”, diz Maria Izabel Toro, gerente executiva de Investimento Social da RD Saúde.

A websérie será publicada nas redes sociais e o primeiro episódio já está disponível. Assista: Link

Sobre a AACD

A AACD é referência em ortopedia e na reabilitação de pessoas com deficiência física. Com infraestrutura completa, equipe multidisciplinar, corpo clínico especializado e mais de 70 anos de expertise, a Instituição é composta por 1 Hospital Ortopédico, 7 Centros de Reabilitação e 5 Oficinas para entrega de produtos ortopédicos sob medida. Dos cerca de 800 mil atendimentos anuais, 80% são feitos via Sistema Único de Saúde (SUS), contudo a tabela de repasse é deficitária. Assim, os valores provenientes de atendimentos privados (convênio ou particular) arrecadados pela área de captação de recursos são fundamentais na viabilização de um serviço de saúde qualificado e construção de uma sociedade mais inclusiva para que os pacientes possam exercer plenamente a sua cidadania com acesso à educação, emprego e outros direitos essenciais.

Atualmente, a AACD possui unidades próprias localizadas em São Paulo, Mogi das Cruzes e Osasco (SP), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Uberlândia (MG). Também conta com a Cooperação Técnica, que leva o padrão de excelência da Instituição, através de entidades parceiras, para Salvador e Jequié (BA), São José do Rio Preto (SP), Poços de Caldas (MG), Maringá (PR) e Maceió (AL). Saiba mais no site.


 Mais informações: CDI Comunicação

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O primeiro cartão bancário 100% em braille no Brasil

Empresa preparou equipamento inédito para atender os mais de 6,5 milhões deficientes visuais no país

A Valid, maior integradora de soluções em identificação segura do Brasil, acaba de lançar o primeiro cartão bancário totalmente em braille do país, trazendo maior independência financeira e melhor experiência de compra para brasileiros com deficiência visual. 

Esse é um diferencial importante especialmente na usabilidade para compras online e demais situações em que se faz necessário informar todos os dados do cartão. Até então, as alternativas que já existem no mercado ofereciam apenas trechos em braille, como o primeiro nome e os últimos dígitos do cartão, ou etiquetas em relevo coladas sobre um cartão convencional. 

Para viabilizar o cartão 100% braille, a Valid adquiriu um módulo que é acoplado ao maquinário já existente, que permite a produção em escala e facilita o desenvolvimento do mercado de cartões em relevo.  

“Nosso objetivo foi criar uma alternativa mais completa para as necessidades da população com algum grau de deficiência visual, e acreditamos que esse é mais um passo importante rumo à inclusão e à independência financeira dessas pessoas”, afirmou Cristina Bonafé, diretora de Banking e Meios de Pagamentos da Valid. 

Os cartões já estão disponíveis para os clientes do Banco do Brasil (BB), que trabalhou em conjunto com a Valid para o desenvolvimento da novidade. Segundo Bonafé, a expectativa para esse mercado é positiva e a companhia já trabalha para que outras instituições passem a oferecer essa opção. 

Outros tipos de cartão 

A Valid já tem também em seu portfólio cartões com design sensorial, que traz bordas com diferentes recortes para facilitar a identificação por pessoas com deficiência visual. Assim, esse público consegue rapidamente diferenciar cartões de crédito, débito e pré-pagos antes de retirá-los da carteira. 

“Essas soluções podem ser combinadas, oferecendo cartões com bordas recortadas e impressão 100% em braille. Além disso, também temos opções para confecção de cartões em metal ou com plástico reciclado, feito com as aparas da produção de outros cartões”, comentou Bonafé. 

Com 66 anos de história, a Valid está entre as dez maiores fabricantes de cartões bancários do mundo e, no Brasil, atende as principais instituições financeiras do país. A empresa trabalha ainda na digitalização de serviços públicos e produção de SIM Cards (chips telefônicos), sendo responsável pela emissão de 60% dos RGs e 80% das CNHs no país. 

Sobre a Valid (B³: VLID3 ON) 

A Valid é a maior integradora de soluções de identificação segura do Brasil, atuando em ecossistemas de ID, mobile e meios de pagamento. A empresa alia soluções que auxiliam a transformação digital na vida das pessoas, apoiando em diferentes jornadas, como autenticações, autorizações, monetização, transações e autorizações, nos setores público e privado. 

Capaz de entregar soluções complexas graças à sua expertise de 66 anos no mercado, com alta volumetria e envolvendo dados sensíveis, o mindset da empresa é de promover a própria disrupção ao integrar as melhores tecnologias disponíveis, aliando inovações a produtos e serviços existentes para facilitar e melhorar a vida dos clientes. Atualmente, conta com mais de três mil colaboradores em 15 países trabalhando para oferecer um mundo mais fluído, conectado, confiável e seguro. 

Para saber mais, acesse: valid.com 

Contato Imprensa: 

Néctar Comunicação – valid@nectarc.com.br  

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10 medidas essenciais para se ter acessibilidade dentro do edifício

Apesar de importantes avanços legais, com adoção de leis e normas técnicas, assegurar que os 18,6 milhões de brasileiros que têm alguma severa dificuldade motora, visual ou de cognição tenham sua mobilidade respeitada, ainda é uma tarefa desafiadora. Especialista no assunto, engenheiro traz orientações em projetos que fazem toda diferença

Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 8,9% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. Em números gerais, isso significa que 18,6 milhões de brasileiros apresentam severas limitações de locomoção, de visão e de cognição. É fato que as pessoas com deficiência (PcD) no país conseguiram, nas últimas duas décadas, vários e importantes avanços legais com a promulgação de leis e normas técnicas que buscam promover o bem-estar e segurança dessa significativa parcela da população. No ano 2000, foi promulgada a Lei de Acessibilidade (10.098/2000) que  estabeleceu, em todas as esferas do poder público, diretrizes gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.  Mais recentemente foi promulgada a Lei Brasileira de Inclusão, (13146/15), ampliando o tema.

Apesar dos avanços legais, segundo informa o engenheiro civil Augusto Cardoso Fernandes, que foi coordenador de acessibilidade do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, e co-autor do livro “Acessibilidade: 14 profissionais e 1 propósito”, garantir na prática a acessibilidade a todos ainda é tarefa difícil. “Em termos de legislação estamos bem servidos, o desafio fica por conta da implementação”, diz. 

Indo além das calçadas acessíveis, que já são obrigatórias nas cidades brasileiras, a acessibilidade precisa acontecer também dentro dos prédios e apartamentos. Para que isso aconteça, conforme explica Augusto, a construtora deve disponibilizar ao consumidor uma planta adaptada para o apartamento, caso ele necessite de medidas acessíveis. “Hoje nós recomendamos que os projetos sejam desenvolvidos com o desenho universal, ou seja, que já atenda o quesito básico da acessibilidade”, afirma. 

Justamente para aprimorar as medidas acessíveis dentro de seus empreendimentos, a GPL Incorporadora convidou o engenheiro para dar uma consultoria nos canteiros de obras acerca das normas técnicas de acessibilidade. “O objetivo é ajudar a equipe de engenharia a desenvolver o olhar mais apurado para os pequenos detalhes que precisam ser observados para que a acessibilidade se concretize”, informa Augusto, que vem acompanhando a execução dos projetos da construtora.

Além do extenso Know how técnico como engenheiro civil há mais de 22 anos, Augusto Cardoso traz também o ponto de vista de quem sente na pele os desafios de se locomover livremente e com segurança. O  engenheiro é cadeirante desde 1992, em virtude de um acidente enquanto praticava judô. “Um pequeno desnível, um grau de inclinação a mais na rampa, a falta de um corrimão ou uma porta mais estreita fazem diferença no dia a dia de quem precisa da acessibilidade”, expõe.

Com base no conhecimento técnico e na sua vivência, o engenheiro Augusto Cardoso lista, a seguir, dez medidas relativamente simples, mas que tornam realmente eficaz a acessibilidade dentro dos prédios residenciais e comerciais. Confira:

1 – Rampas 

Com o objetivo de permitir a entrada de moradores e passantes a um prédio, as rampas  são de extrema importância. Levando em consideração que a sua utilização é essencial para pessoas em cadeira de rodas e com mobilidade reduzida, se faz necessário uma inclinação e largura adequadas. Segundo observa Augusto Cardoso, o ideal é que as rampas tenham uma inclinação entre 5% a 8,33%.

2 – Corrimãos

As barras laterais de apoio para as mãos são imprescindíveis nas rampas e escadas. O ideal é que haja duas barras, uma a 70 centímetros de altura, que irá atender pessoas com baixa estatura, crianças, cadeirantes; e a outra com altura de 92 centímetros, para atender pessoas mais altas.

3 – Piso tátil 

Imagem ilustrativa
Reprodução: Freepik

Também conhecido como placas com relevos fixadas ao chão, o piso tátil tem por finalidade alertar ou guiar o percurso de pessoas com deficiência visual. Dentro de um condomínio, o piso tátil de alerta é o mais utilizado e esse meio de sinalização deve estar instalado em todas as áreas onde há algum desnível entre pisos, como no início e no final de escadas e rampas e em frente à porta de elevadores. 

Nas calçadas, são utilizados tanto o piso tátil de alerta quanto o direcional, que servem para mostrar um caminho seguro sem obstáculos. Vale ressaltar que, apesar de ser voltado para pessoas com deficiência visual, as cores dos elementos importam. “A maior parte das pessoas com deficiência visual tem um percentual baixo de visão.  A existência de sinalização tátil com cores contrastantes com o piso existente ajuda a identificá-los e inibe acidentes, enquanto quem tem a perda total da visão, utilizam as faixas em alto-relevo como guia promovendo mais autonomia”, salienta o engenheiro.

4 – Largura dos corredores

Seja nos espaços internos ou externos de um edifício, os corredores devem ser projetados para atender, de forma confortável, o fluxo de pessoas que ali residem ou frequentam. Para corredores com extensão de até quatro metros, onde passa apenas uma pessoa por vez, as dimensões devem ser de 90 centímetros de largura. Já para permitir a passagem de uma pessoa e uma cadeira de rodas juntos, os corredores devem ter dimensões de 1,20 metros de largura, porém, neste caso, a cadeira de rodas não conseguirá fazer um giro para retornar no mesmo corredor. 

O ideal é um corredor com largura de 1,50 metros, que além de permitir a passagem de duas cadeiras de rodas ou dois carrinhos de bebê, garante que a pessoa consiga fazer o retorno no mesmo corredor.  “Isso permite um fluxo de pessoas e uma facilidade maior de circulação para todos, em especial aquelas com deficiência  ou com mobilidade reduzida, o que inclui idosos, gestantes, obesos e mães com crianças de colo”, pontua Augusto.

5 – Medidas das portas

Para assegurar uma passagem segura para cadeirantes, segundo o engenheiro, as portas devem ter, ao menos, 80 centímetros de largura. Vale lembrar também que na lateral da porta deverá existir um espaço adicional de parede com 60 centímetros caso a abertura seja para dentro (puxando), e 30 centímetros quando ela é aberta para fora (empurrando). “Se não há este espaço, a cadeira de rodas ficará em frente ao vão livre da porta, sem espaço para puxá-la ou empurrá-la, dificultando muito  a abertura”, explica Augusto.

6 – Desníveis entre ambientes

Um dos grandes desafios da acessibilidade é conseguir garantir um desnível máximo de 5 milímetros entre os ambientes. Você não leu errado, eu disse mesmo meio centímetro. Esse ai é o valor que pode ser deixado entre os ambientes sem que se faça nenhum tratamento. Mas aí vem outras duas variáveis que devem ser levadas em consideração e que também impactam muito na edificação. 

A primeira variável é a água. Isso porque, 5mm não é o suficiente para impedir que a água circule de uma ambiente para outro, principalmente naqueles locais que recebem a chuva diretamente nas portas. Sendo assim, a solução antes apresentada era elevar os trilhos das portas que, em contrapartida, inviabilizam a acessibilidade. 

A outra variável é o vento, ou melhor o barulho que o vento provoca ao passar pelos frisos das portas. Para atender ambas as variáveis, a GPL Incorporadora optou pelo uso das soleiras inclinadas. Elas são soleiras comuns instaladas com uma inclinação que pode, inclusive, ter meio centímetro na borda no ambiente mais baixo.

7 – Alcance visual

Uma das principais frustrações de um cadeirante e pessoas com baixa estatura é não poder apreciar a vista estando em frente a uma janela. Contudo, de uns tempos para cá esta frustração tem diminuído gradativamente, pois as janelas estão sendo especificadas com tamanhos maiores e que contemplam também uma parte mais baixa, o que permite uma melhor visualização de ruas, parques, enfim, as mesmas coisas que uma pessoa em pé consegue observar.

8-  Sinalização

Em todos os ambientes de uso comuns é importante que a sinalização não apenas identifique o ambiente tais como salão de festas, sanitários, brinquedoteca, sauna, mas também tenha uma atenção na escolha das cores, tamanho de letras, que existam pictogramas associados e também tenham o braile. Vale lembrar que estas placas têm que estar instaladas mantendo uma padronização de altura e posição para que seja facilmente identificada pelas pessoas, inclusive as com baixa visão ou cegas.  

9 – Brinquedotecas

De acordo com o engenheiro, ainda é muito recorrente a aplicação de mobiliário com quinas, tomadas baixas e pendentes que a criança consegue alcançar a lâmpada. “Eu tenho orientado as construtoras a mudarem estas práticas porque colocam a criança em risco. A acessibilidade também se preocupa com estas medidas de segurança”, diz Augusto.

10 – Banheiro acessível

Espaços mais largos para a manobra da cadeira de rodas, instalação de barras de apoio e posicionamento adequado do vaso, lavatório, acessórios e descarga, são intervenções essenciais em banheiros. Augusto explica as normas de acessibilidade: a altura da descarga deverá estar a um metro do chão. Já a respeito do lavatório, o espaçamento entre a parte inferior ao piso, deve ser de, no mínimo, 65 centímetros sendo que o ideal seria de 73 centímetros, para que cadeirante consiga encaixar sua cadeira embaixo, na hora de usá-lo. 

Além disso, é imprescindível ter um botão ou campainha de emergência, para ser acionado em caso de acidentes. É necessário ainda ter um porta-objetos e um cabide fixados entre 80 a 120 centímetros para servir como apoio para as bolsas, mochilas e acessórios usados pelas pessoas.

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