Nova lei sobre pessoas com deficiência traz avanços — mas ainda temos muros para derrubar

No dia 30 de junho de 2025 foi sancionada a Lei nº 15.155, uma atualização importante na legislação brasileira voltada às pessoas com deficiência. Essa nova lei moderniza termos, amplia direitos e dá um passo significativo para incentivar o empreendedorismo e a autonomia econômica das PcDs.

É um avanço necessário, mas não podemos tratar isso como ponto de chegada. Ainda há muito caminho pela frente.

O que a nova lei traz de novo

Entre os principais pontos, vale destacar:

– A substituição de termos ultrapassados, como “portador de deficiência”, por expressões mais respeitosas e alinhadas com a Convenção da ONU, como “pessoa com deficiência”.

– O incentivo ao empreendedorismo PcD, com previsão de linhas de crédito, programas de apoio técnico e políticas públicas que visam fortalecer a atuação autônoma de pessoas com deficiência no mercado.

– A ampliação de oportunidades no mercado de trabalho, inclusive com formas de contratação em tempo parcial e medidas para garantir a permanência dessas pessoas nas empresas.

– Novas ações para garantir o acesso à educação e à saúde, como o atendimento educacional em ambiente hospitalar e a exigência de acessibilidade em prédios públicos e vias urbanas.

E o que isso muda na prática?

Muda o entendimento de que inclusão não é apenas colocar a pessoa com deficiência dentro de um espaço. É garantir que ela tenha acesso de verdade, autonomia, dignidade e oportunidades concretas.

Sou surdo oralizado bilíngue. Uso implante coclear e já passei por muitos dos desafios que essa lei tenta enfrentar. Ainda hoje, mesmo com tecnologia e formação, encaro obstáculos para me comunicar, participar de reuniões, compreender falas em ambientes com ruído ou múltiplas vozes.

Por isso, vejo com bons olhos o incentivo ao empreendedorismo PcD. Porque empreender, muitas vezes, é a única alternativa para quem não consegue espaço em um mercado que ainda exclui — direta ou indiretamente.

Mas ao mesmo tempo, fico alerta. De que adianta a lei, se não houver investimento em formação, fiscalização e mudança de cultura? Sem isso, ela corre o risco de ser mais um texto bonito que não sai do papel.

O papel das empresas e da sociedade

Se você é gestor, profissional de RH, servidor público ou alguém que quer fazer a diferença, essa lei também diz respeito a você.

Ela nos convida a:

– repensar como contratamos,
– revisar nossas práticas de acessibilidade,
– abrir espaço para diferentes formas de trabalho,
– e principalmente, ouvir as pessoas com deficiência com respeito e disposição real para mudar.

Conclusão: menos muros, mais pontes

A Lei 15.155/2025 é um avanço. Mas ela não é o fim da luta. É apenas mais uma ferramenta.

E como toda ferramenta, ela só funciona se for usada com responsabilidade.

Precisamos transformar a acessibilidade em prática, a inclusão em política contínua, e o respeito em ação concreta. Não podemos mais aceitar discursos bonitos sem mudanças reais.

A nova lei ajuda a derrubar alguns muros. Mas quem constrói as pontes somos nós.

Palestra – Como a Libras Transforma a Experiência do Cliente

🚀 AGILE TRENDS GOV 2025
📍 Brasília | 📅 25 a 28 de agosto

É uma honra imensa anunciar que estarei no maior evento ágil do setor público do Brasil!


Vou falar sobre um tema que carrego com muita paixão e propósito:

👉 “Como a Libras Transforma a Experiência do Cliente”

A acessibilidade não pode ser um detalhe: ela precisa estar no centro das estratégias de atendimento, inovação e inclusão.

Representando os Correios, vou compartilhar vivências reais, desafios e soluções que mostram como a comunicação em Libras pode transformar a forma como lidamos com o público surdo — com empatia, respeito e eficiência.

🧩 Que tal colocar a inclusão como parte do seu mindset ágil?

Nos vemos lá!

Libras é a ponte. O preconceito é o muro.

A Libras não é só uma língua.
É uma ponte construída com as mãos, o olhar e o coração.

Uma ponte que aproxima pessoas que antes pareciam viver em mundos diferentes.
Uma ponte que permite que a pessoa surda tenha voz, tenha espaço, tenha escolha.
Uma ponte que pode salvar alguém do isolamento.

Mas o preconceito… esse sim, é o muro.
Muro feito de ignorância, piadinhas, pressa, falta de empatia e “depois a gente vê isso”.

Quantas vezes você já viu alguém fingindo que entendeu um surdo — só pra não “perder tempo”?
Quantas vezes disseram que Libras é difícil demais, que “não dá pra aprender”, que “não tem demanda suficiente”?

Na Estrada – São Luis e Lençóis Maranhenses

Você já sonhou com um lugar sem nem saber onde ele ficava? Desde criança, eu carregava uma imagem na memória: Tonha, vivida por Yoná Magalhães, caminhando pelas dunas ao som “Uma Nova Mulher”, em uma cena da novela Tieta, da TV Globo.

A novela original foi exibida em 1989, mas provavelmente foi numa reprise — talvez em 1994, no Vale a Pena Ver de Novo — que essa cena me marcou. Ela usava uma roupa azul, caminhava entre dunas, em um cenário que me parecia mágico. Na época, eu não sabia onde era aquele lugar. Só sabia que queria estar ali um dia.

Anos depois, ao ver fotos e vídeos dos Lençóis Maranhenses, veio o estalo: era isso. Ou pelo menos, era o que o meu coração associava, já que é bem improvável que as locações para a cena teria sido ali. Mas enfim, as dunas, a luz do sol, a areia branca… Aquilo era o cenário do meu sonho de infância. Vieram os anos, os adiamentos, as frustrações.

Em 2024, cheguei a comprar passagem, mas a companhia aérea mudou as datas diversas vezes e, depois de muita tentativa frustrada, implorei o cancelamento. Eles sequer me devolveram o dinheiro. O sonho parecia cada vez mais distante…

Mas Deus tem seus tempos. Em 2025, tudo se alinhou.

Na quarta-feira, 28 de maio, saí de São Luís rumo a Santo Amaro do Maranhão, com meu amigo Luiz Henrique, que veio de São Paulo. Pagamos R$ 175,00 no transfer que incluía o transporte, o passeio 4×4 nas dunas e até o almoço. As horas de estrada não diminuíram minha expectativa. Quando cheguei e vi aquela paisagem… foi difícil conter a emoção.

A areia era fina, branca, e as lagoas de águas doces e cristalinas brilhavam sob o sol. Fechei os olhos e agradeci. A criança dentro de mim estava ali. O cenário que imaginei, que desejei por tantos anos, agora estava diante de mim. Talvez não fosse o mesmo lugar da novela, mas era o lugar do meu coração. Ali, eu entendi: o sonho não era apenas geográfico. Era espiritual. Era poético.


Na quinta-feira, fizemos o passeio de voadeira — como eles chamam os barcos — por várias lagoas. O dia foi cheio. Começamos visitando a Lagoa das Américas, e a belíssima Lagoa do Jalapão. As águas, mornas e tranquilas convidavam a mergulhar e esquecer do mundo. Era como nadar dentro de um cartão postal.

Depois fomos almoçar. O local era simples, e a comida nem era boa, mas tinha as redes para descanso entre árvores — o que salvou a experiência: R$ 85,00 com refrigerante. Mas a vista compensava. Voltamos para as lagoas, nos refrescamos mais um pouco e terminamos o dia no Jalapão . Ficamos até o pôr do sol. Um espetáculo.

O passeio de barco completo custou R$ 135,00 por pessoa e valeu cada centavo.


Um detalhe importante…

Santo Amaro é um lugar simples. As pessoas são humildes, acolhedoras, e muitas delas estão tão aptas para o atendimento público.

E os serviços não seguem horários certinhos. Os guias mudam de ideia, os horários atrasam, nem sempre as promessas do passeio são cumpridas como anunciado. Mas tudo isso faz parte da experiência — um certo caos tropical que pode até carregar charme, mas também testar a paciência.


Dias anteriores: praia, história e calor humano

Na segunda-feira, antes de tudo, eu explorei as praias da região. Ainda estava sozinho, mas foi um dia leve. Almocei num restaurante local, comi muito bem, caminhei, respirei. Já estava feliz por estar ali.

Na terça-feira, Luiz Henrique chegou e fomos conhecer o Centro Histórico de São Luís. Caminhamos muito, rimos, tiramos fotos e aproveitamos. É um lugar cheio de história, arte e cultura.


Quanto gastei

No total, gastei pouco mais de R$ 3.500,00, incluindo:

  • Passagens aéreas
  • Hospedagem
  • Transfer ida e volta
  • Passeios
  • Alimentação
  • Lembrancinhas e despesas extras

Um sonho virou realidade

Esse foi o resumo dos primeiros dias da minha jornada pelos Lençóis Maranhenses. Ainda tem mais o que contar, mas já deixo registrado: valeu a pena cada centavo, cada espera, cada lágrima e cada oração.

Sonhar é de graça. Mas viver o sonho é um presente que só o tempo — e Deus — podem nos dar.

📍 Santo Amaro do Maranhão – Lençóis Maranhenses
🔗 Cena da novela Tieta no YouTube

Capitão Astúcia: o herói que não cabe em blockbuster

Capitão Astúcia rompe com o modelo tradicional de distribuição e chega gratuitamente à internet após 49 prêmios e exibições em TV, cinema, praças, escolas e comunidades.

Enquanto a Marvel lança mais um filme de supergrupo nas capitais, um outro tipo de herói se movimenta longe dos holofotes.

Falo do Capitão Astúcia, um filme independente, feito com criatividade, coragem e poucos recursos. Eles não tiveram milhões em investimento, nem efeitos especiais de última geração. Mas fizeram algo que muitas superproduções ainda se recusam a fazer: olhar para as margens.

Eles foram até o interior do interior do Brasil, onde nem cinema tem. Onde muita gente sequer teria a chance de assistir a um filme desses na telona. Levaram cultura com livros, rodas de conversa, debates e inclusão de verdade — não só no roteiro, mas na prática.

Enquanto grandes reis do cinema seguem enchendo os bolsos e reforçando exclusões, o Capitão Astúcia e sua equipe fizeram o oposto: deram protagonismo às minorias, olharam para os esquecidos, e mostraram que heróis também nascem longe da tela.

E isso, pra mim, vale muito mais do que qualquer bilheteria.
Capitão Astúcia é um longa-metragem independente que mês passado estava em cartaz nos cinemas comerciais de 40 cidades ao mesmo tempo em que era exibido gratuitamente em praças e comunidades do interior. O longa agora chega ao YouTube de forma gratuita em uma ruptura com a lógica concentradora do mercado audiovisual, que se restringe aos centros urbanos e às vitrines pagas do streaming.
 

🎬 Filme completo gratuito: Link
Opção com Audiodescrição: https://youtu.be/DEZZ7_QIBo8
Opção em Libras: https://youtu.be/3ILB4UrQLxE

O Capitão Astúcia já emocionou mais de 180 mil espectadores e em sua jornada quixotesca percorreu cidades pequenas, comunidades afastadas, escolas e lares de idosos. Exibições públicas, muitas vezes ao ar livre, marcaram o tom da proposta — um filme que se entrega ao público e que quer ser visto por quem nunca se viu nas telas.

“Não queremos restringir essa história a quem pode pagar ou mora perto de um shopping. Queremos que qualquer pessoa com internet tenha a chance de ver Capitão Astúcia, de se emocionar, rir, lembrar da própria família”, afirma o diretor Filipe Gontijo, que também é sócio-fundador da Papai Pequeno Filmes, distribuidora do longa.

Heróis que enxergam o país

Enquanto os lançamentos hollywoodianos miram o topo da bilheteria e ocupam prioritariamente salas das grandes redes, Capitão Astúcia se constroi ao avesso: como um cinema que olha para o Brasil de verdade. A crítica que correu pelas redes sociais de salas de cinema e de espectadores do interior do país, deixados de fora do relançamento de filmes como Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, reforça o abismo de acesso que ainda separa o público da experiência cinematográfica.

Capitão Astúcia não disputa orçamento com os Thunderbolts — mas disputa atenção, sensibilidade e o direito de ocupar a tela grande (ou pequena) com histórias que nos representam.

Sobre o filme

Na trama, o veterano ator Fernando Teixeira interpreta um idoso, ex-letreirista de cinema, que aos 80 anos decide se tornar super-herói. Ele arrasta o neto (Paulo Verlings), um pianista frustrado, numa aventura transformadora. A atriz Nívea Maria brilha no papel de Dulcinéia, o amor platônico do heroi quixotesco. O longa trata de afetos familiares, envelhecimento e sonhos tardios com leveza, humor e uma brasilidade rara no gênero.

Democratização e acessibilidade

Com versões no YouTube com audiodescrição e Libras, Capitão Astúcia deixa sua proposta clara: se ver na tela é um direito. “Lançar esse filme no YouTube é mais que generosidade: é um ato de resistência cultural. É colocar a história nas mãos do público, romper com as regras que favorecem Hollywood e lembrar que cultura é um bem comum”, conclui Gontijo. Capitão Astúcia chega ao Youtube pela contramão: por se recusar a ser elitizado, inacessível ou protocolar. É um filme que acredita que a cultura não deve se limitar a quem pode pagar ou vive perto de um shopping center.

“Essa história só faz sentido se for compartilhada com o maior número de pessoas possível. Queremos emocionar, fazer rir, lembrar a todos que o afeto também é um superpoder. E que o cinema brasileiro é feito para ser visto, sentido e celebrado por todo mundo”, conclui o diretor Filipe Gontijo.

Via: Relações Públicas – Capitão Astúcia

@capitaoastucia
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📞 (61) 98109-1717

Diário de um Surdo – 017: Ainda falta escuta

E no meio de tanta correria, o silêncio tenha falado mais alto do que eu, e tenho me afastado, ficando calado e distante. Afinal o cansaço bate.
Mas hoje, volto aqui. Porque tem coisa que não dá pra engolir calado.

A gente comemorou 23 anos da Língua Brasileira de Sinais, na última semana, dia 22/04. Sim, comemorou. Mas será que tem tanto assim pra comemorar?

Não me entenda mal: reconhecer Libras como língua oficial foi um passo gigante. Mas e o resto do caminho? Porque, sinceramente, ainda falta escuta. Ainda falta empatia. Ainda falta humanidade.

Ser surdo, hoje, no Brasil, ainda é viver entre paredes invisíveis. Em filas onde ninguém sabe se comunicar. Em atendimentos que não atendem. Em espaços que não te enxergam. E isso não é só falta de estrutura. É falta de vontade. De consciência. De responsabilidade.

E, pra ser bem direto: cansa. Cansa demais. Porque não é só uma luta por acessibilidade, por inclusão. É uma luta contra a indiferença. Contra a burocracia. Contra o descaso.

Às vezes, a gente sente que as pessoas ganham a gente pelo cansaço. E isso dói. Porque a luta é diária, é pesada — principalmente dentro dos grandes ambientes de trabalho, onde tudo depende de alguém “lá de cima” comprar a ideia. E se não tem alguém que encabece, a ideia morre. Não por falta de valor. Mas por falta de apoio. De coragem. De visão.

E hoje, eu confesso: estou num estado triste. Decepcionado.
É um sentimento pesado que tenho carregado no peito. Porque por mais que eu lute, por mais que eu tente construir pontes, parece que elas desabam antes mesmo de alguém atravessar.

E mesmo assim, eu sigo. Porque acredito. Porque, mesmo cansado, eu sei que tem alguém precisando de um gesto, de uma palavra, de uma mudança — por menor que seja.

Quando falo de responsabilidade, falo de verdade. Falo de ESG com E maiúsculo de empatia. Falo de empresas que não só assinam compromissos, mas cumprem. De serviços públicos que acolhem, que adaptam, que se importam. Porque inclusão não é favor. É direito.

E se tem uma coisa que eu aprendi nesses anos de caminhada é que a mudança começa quando alguém decide não se calar. Hoje, eu escrevo porque me recuso a aceitar que o tempo passe e nada mude. Porque a Libras merece mais do que homenagens uma vez por ano. Ela merece presença. Merece política. Merece gente comprometida com gente.

E se você leu até aqui, fica meu convite: escute. Não com os ouvidos, mas com o coração. Porque ser surdo nunca foi sinônimo de silêncio. A surdez fala. A questão é: você está disposto a ouvir?

Leia também: O som e o silêncio


Diário de um Surdo – 016: O som e o silêncio

Você já sentiu aquele cansaço que não é físico, mas parece que pesa no corpo inteiro? Pois é… O cansaço auditivo faz isso comigo.

Depois que fiz o implante coclear, minha relação com o som mudou completamente. Antes, o silêncio era meu companheiro constante. Agora, o mundo é barulhento… e, às vezes, ele me esgota.

Imagem: Reprodução

Já teve dias em que cheguei em casa e só queria desligar tudo. E eu realmente posso fazer isso. Posso tirar o processador e voltar ao silêncio absoluto. Parece um privilégio, né? Mas nem sempre é. Porque o silêncio também tem seu peso.

Mas, afinal, o que é esse cansaço auditivo?

Imagina um celular rodando vários aplicativos pesados ao mesmo tempo. O processador esquenta, a bateria vai pro espaço e, se você não der uma pausa, ele trava.

Comigo, é tipo isso. O implante me permite ouvir, mas meu cérebro precisa interpretar esses sons o tempo todo. Isso exige esforço. Agora, soma isso ao barulho do trânsito, música alta, várias pessoas falando ao mesmo tempo… É como se minha mente ficasse em sobrecarga. E, cara, às vezes isso dói. Não é uma dor física, mas uma exaustão mental que me deixa sem energia até pra conversar.

E quando ninguém entende?

O pior é quando as pessoas não percebem. Já ouvi coisas do tipo:

🗣️ “Nossa, mas agora você escuta, né?”
🗣️ “Você tá cansado de quê?”
🗣️ “Mas você tá de aparelho, não é só aumentar o volume?”

E eu fico tipo… respira, Thiago, respira. O implante não é um fone mágico que transforma tudo em áudio perfeito. Ele me ajuda muito, mas tem dias em que eu preciso de um respiro.

Como ajudar alguém que passa por isso?

Se você conhece alguém com implante ou aparelho auditivo, aqui vão algumas dicas:

Entenda que cansaço auditivo existe! Se a pessoa diz que está exausta, respeite.
✅ Dê espaço para pausas. Às vezes, um tempo no silêncio faz toda diferença.
✅ Se for conversar, fale de frente, sem gritar. O esforço pra entender já é grande.
✅ Não force a barra. Se a pessoa quiser ficar quieta, tá tudo bem.

E se você também passa por isso, me conta nos comentários: como você lida com o cansaço auditivo? O que te ajuda a recarregar as energias?

Tecnologia que Transforma Vidas: O Teclado Controlado Pela Mente

Gente, hoje eu quero compartilhar com vocês algo super legal e inovador que acabei de descobrir! Já imaginou um teclado que você controla só com a mente? Pois é, isso não é ficção científica, é uma realidade!

Imagem: Getty Images/Reprodução

A Allianz Trade e a Inclusive Brains criaram uma tecnologia incrível chamada Prometheus BCI que usa Inteligência Artificial para permitir que pessoas com deficiências motoras ou cognitivas interajam com dispositivos apenas com o poder do pensamento. E o melhor de tudo: eles estão dando um passo ainda maior com o desenvolvimento de um teclado controlado pela mente. Eu achei isso tão incrível que não poderia deixar de contar para vocês!

Um Passo Maior para a Inclusão Digital e Social

Esse teclado controlado pela mente pode mudar a vida de muita gente. Eu estava pensando aqui: quantas pessoas não têm acesso à tecnologia ou ficam isoladas justamente por não conseguirem usar um teclado normal? É muito emocionante ver que essa inovação vai ajudar essas pessoas a se comunicarem novamente, acessarem a internet e até mesmo encontrar novas oportunidades no mercado de trabalho. Sabe aquela ideia de “as máquinas devem se adaptar ao usuário e não o contrário”? Pois é, eles estão levando isso ao pé da letra. O Prometheus BCI usa IA para personalizar tudo de acordo com as necessidades e habilidades de cada pessoa. Isso é muito mais do que um simples teclado – é uma verdadeira revolução na acessibilidade!

O Impacto da Tecnologia: Da Mente para a Política

E se você acha que isso já é impressionante, olha só o que mais essa tecnologia conseguiu fazer: ela foi usada para escrever e enviar uma emenda no Parlamento Francês, tudo apenas com o poder da mente! Sem teclado, mouse ou comandos de voz. Eu realmente fiquei de boca aberta quando soube disso. Isso não só mostra a incrível capacidade dessa tecnologia, mas também como ela pode transformar não só a vida de quem tem deficiência, mas de toda a sociedade. Imagina só o impacto de uma ferramenta como essa em outras áreas, como educação e política!

O Futuro da Tecnologia Inclusiva

Agora, o mais legal é que a Allianz Trade e a Inclusive Brains não vão parar por aí. Elas estão decidindo abrir o código do Prometheus BCI para que desenvolvedores do mundo todo possam colaborar e melhorar ainda mais essa tecnologia. Isso é o tipo de coisa que me faz acreditar que estamos no caminho certo para um futuro mais inclusivo e acessível para todo mundo. Como Florence Lecoutre, do Grupo Allianz Trade, disse: “A verdadeira tecnologia inclusiva não deve ter discriminação”. E é isso mesmo! O que mais me impressiona é a ideia de que todos podemos contribuir para esse avanço.

Eu estou realmente empolgado com tudo isso. Essa tecnologia não vai apenas mudar vidas de pessoas com deficiência, mas também vai abrir muitas portas para um mundo mais acessível e justo. A inovação está aqui, e eu acredito que ela tem o poder de transformar muitas realidades.

Contato para Imprensa:Race Comunicação

A importância da Inteligência Artificial na vida das pessoas com deficiência

A Inteligência Artificial (IA) tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de ferramentas e soluções que auxiliam pessoas com deficiência, melhorando a qualidade de vida e proporcionando maior autonomia. Essas ferramentas estão sendo constantemente aprimoradas, com o uso de algoritmos mais avançados, aprendizado de máquina e visão computacional, permitindo que a IA se adapte de forma mais eficaz às necessidades individuais dos usuários com deficiência. A acessibilidade digital e física permite que todos tenham mais autonomia e participação na sociedade.

Para incentivar o aprendizado, a comunicação e a expressão de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por exemplo, pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) criaram jogos virtuais que utilizam recursos sensoriais como a visão, a percepção do som e o toque. Junto a isso, um sistema de Inteligência Artificial capta tudo o que a criança faz no computador durante os jogos, a fim de analisar seu desempenho. O projeto atende crianças de 2 a 13 anos no campus da Universidade, em Volta Redonda (no sul-fluminense), e conta com o apoio de fonoaudiólogos, educadores e psicopedagogos.

A “Dorina IA” é outra ferramenta de Inteligência Artificial inovadora, desenvolvida para ajudar pessoas com deficiência visual, principalmente no que se refere à leitura e compreensão de textos e imagens. Foi criada para tornar o conteúdo digital mais acessível e inclusivo para indivíduos cegos ou com baixa visão, proporcionando maior acesso a informações, de uma forma autônoma e eficiente.

A “Be My Eyes” também é uma ferramenta poderosa que utiliza IA e uma rede de voluntários para ajudar pessoas com deficiência visual a realizar tarefas cotidianas. A plataforma combina a interação entre pessoas e a tecnologia de reconhecimento visual para oferecer suporte em tempo real. Já existe, inclusive, uma grande comunidade de voluntários dispostos a ajudar, com falantes de diferentes idiomas, o que torna o “Be My Eyes” bem acessível. Quando uma pessoa com deficiência visual precisa de assistência, pode abrir o aplicativo e fazer uma solicitação de ajuda.

“O usuário faz a solicitação por meio de uma chamada de vídeo ao vivo. O voluntário vê, então, o ambiente do usuário em tempo real por meio da câmera do smartphone, oferecendo a partir daí assistência visual para identificar objetos, ler rótulos, navegar em ambientes e até interpretar imagens ou documentos. É maravilhoso! A combinação de assistentes humanos e IA é uma solução rápida para quem tem deficiência visual. Ajuda muito nas tarefas cotidianas, que seriam desafiadoras sem assistência”, comenta o Defensor Público Federal, André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social.

Em 2020, o “Be My Eyes” passou a integrar um assistente virtual baseado em IA chamado “Be My Eyes AI”, que funciona como uma alternativa automatizada. Ao invés de ser conectado a um voluntário, o usuário pode optar por ser atendido pela IA, que oferece respostas baseadas no reconhecimento de objetos e imagens utilizando visão computacional e aprendizado de máquina.

Além dessas, diversos outros recursos que utilizam IA vêm ajudando os PcDs a terem maior autonomia no dia a dia. Algumas das principais são:

– Leitores de tela – JAWS (Job Access With Speech) e NVDA (NonVisual Desktop Access): Os leitores de tela convertem texto digital em fala ou Braille, permitindo que os usuários naveguem por websites, aplicativos e documentos. A IA melhora essas ferramentas, tornando-as mais precisas e rápidas na identificação e interpretação de conteúdo visual, como imagens e tabelas.

– Reconhecimento de voz – Dragon NaturallySpeaking e assistentes virtuais como Google Assistant e Siri: Permitem que pessoas com deficiência motora ou dificuldades de digitação interajam com dispositivos por meio de comandos de voz. A IA de reconhecimento de fala facilita a transcrição de texto, o controle de dispositivos e até a realização de tarefas cotidianas, como enviar mensagens ou fazer chamadas.

– Tradução automática de Linguagem de Sinais – SignAll e Enable Talk: Traduzem linguagem de sinais em texto ou fala, facilitando a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes. E a IA pode melhorar a precisão das traduções, tornando-as mais naturais e contextuais.

– Sistemas de Acessibilidade para Deficientes Auditivos – Otter.ai e Google Live Transcribe: Ferramentas de transcrição em tempo real que utilizam IA para converter fala em texto instantaneamente, permitindo que pessoas surdas ou com deficiência auditiva participem de conversas, reuniões e apresentações.

– Exoesqueletos e robôs assistivos – Exemplos: ReWalk e Ekso Bionics: Dispositivos robóticos movidos por IA ajudam pessoas com deficiência motora a caminhar ou realizar movimentos que não conseguiriam de outra forma. Eles detectam os movimentos do usuário e os ajudam a executar movimentos naturais, melhorando a mobilidade e a qualidade de vida.

– Tecnologias de IA para Deficiência Cognitiva – CogniFit e BrainHQ: Ferramentas baseadas em IA já são usadas para treinar habilidades cognitivas em pessoas com deficiência intelectual ou distúrbios neurológicos. Esses aplicativos oferecem exercícios de memória, atenção e raciocínio, adaptando-se ao progresso e dificuldades do usuário.

“Ao oferecer soluções que desenvolvem o aprendizado, melhoram a autonomia e a integração social de pessoas com deficiência, a Inteligência Artificial está tornando o mundo mais acessível. Cumpre um papel fundamental na criação de uma sociedade mais inclusiva e justa para todos. E está quebrando barreiras, tornando possível uma participação mais plena e independente das PcDs em todos os aspectos da vida cotidiana. Esperamos que as ferramentas de IA continuem evoluindo, oferecendo mais e mais oportunidades para que todos, independentemente de suas limitações, possam participar ativamente da vida em sociedade”, conclui o Defensor Público André Naves”.

Mais informações:

Assessoria de imprensa do Defensor Público Federal André Naves

Ex-Libris Comunicação Integrada

Diário de um Surdo – 015: A diferença que amigos e familiares podem fazer para a recuperação.

Oi pessoal, um fazer um resumo rápido do que falei no post anterior: depois da cirurgia do implante coclear, passei por algumas dificuldades com o processo e com a empresa responsável pelo aparelho. A adaptação também foi difícil no começo, mas fui me acostumando aos poucos, com a ajuda da fonoterapia e de muitos outros profissionais.

Além disso, ainda existem muitos mitos e preconceitos sobre o implante, mas estou focado em buscar qualidade de vida e adaptação. Quer ler tudo? Clica aqui.

Agora, quero agradecer a todas as pessoas que me apoiaram. Primeiro, minha família: minha mãe Denise, minha avó Luzia, minha irmã Stela, meus tios Hermínio, Joana, Karina, Andreia e Isaura, e meus primos Luzia, Bruno, Diego, Daiane e Poliana. Também aos meus amigos João, Kelvin, Jefferson, Késsia, Valéria, Clayton, Celton, Sarah Melgaço, Daniela Mulbach, Hector, Fabrício, Matheus, Luiz Henrique, Luiz Cláudio, Nicola, André, Renata, Polly e Fred, Amanda, Tiago, Gleidson e Rebeca, Cintia e Nayara, Dariane, Cátia, Murilo, Júlio, Layane, Layne, Wemerson, Carla Manilla, Thayná e Ayne. Sem o apoio de todos vocês, não teria sido fácil passar por essa jornada.

No trabalho, sou grato a José Deijanio, Rosi, Alexsandra, Vinicius, Keila Maria, Elaine, Gleydson, Carlos, Pedro e Denise. O suporte de todos me fez seguir em frente com mais confiança.

Agradeço também à equipe da Sonora e da Ohren, que foram essenciais em toda minha vida e também no impulso para este próximo passo. E, claro, ao Dr. Rafael Freire, o médico responsável pela minha cirurgia.

Na fonoterapia, o Dr. Fernando, fonoaudiólogo, especialista em implante coclear, tem fundamental para minha recuperação e adaptação.
Em abril, estarei de volta, viu? A fonoaudióloga Fernanda, fonoterapeuta tá me ajudando muito neste processo e estou amando estar com ela.

Por fim, agradeço ao pessoal do meu plano de saúde pela paciência com o processo burocrático e pela compreensão com a minha ansiedade.

O apoio dos todos foi essencial na minha recuperação do implante coclear. Eles não só me deram suporte emocional, mas também me encorajaram em momentos desafiadores, quando a adaptação ao implante era difícil. Ter amigos ao meu lado ajudou a aliviar o estresse, pois pude compartilhar minhas frustrações e também minhas pequenas vitórias. A presença deles me fez sentir mais seguro e compreendido, além de me motivar a continuar no processo. Durante todo o tempo, foram fundamentais para o meu bem-estar e para que eu tivesse a confiança necessária para enfrentar os desafios.

Eu continuo buscando mais qualidade de viver e ouvir, e esse é um presente perfeito para mim. Estou amando cada passo dessa jornada!

A todos que me apoiaram, inclusive de muitos que já passaram ou passariam por uma cirurgia, o meu mais sincero obrigado! Vocês são incríveis!