As fabulosas Mulheres Surdas

O mês de março já começou, e muitos meios de comunicação costumam lembrar da luta das mulheres, por direitos iguais. O nosso blog não fica de fora, tanto é que encontrei muitas postagens sobre grandes mulheres surdas que são exemplos para todos nós.

Mas antes falar individualmente de cada exemplo, é importante lembrar que os direitos das mulheres surdas são os mesmos de todas as outras mulheres, e que a visão da mulher surda como diferente da mulher ouvinte e da mulher deficiente, visto ela ser usuária de língua de sinais e necessitada de comunicação visual.

Tanto é que o site Por Sinal, registra que a política para as mulheres surdas é uma política linguística que exige a presença de um intérprete de Libras nas escolas e universidades, em setores de saúde, delegacias de mulheres, legendas em filmes, filmes em língua de sinais.

E longe do mundo ideal, 8 corajosas mulheres surdas ficaram na história da igualdade e inclusão. Vamos conhecê-las?

E de fato, diariamente estamos rodeados de mulheres surdas e ouvintes que destacam e lutam para um mundo melhor.

Brasileiros criam pulseira que avisa pais surdos quando bebê chora

O único modo de comunicação do bebê, a voz, pode não ser ouvida por pais surdos. E se antes não tínhamos solução para isso, a tecnologia vem parar mudar tudo para sempre – tornando a conexão entre pais e crianças mais forte.

De acordo com o Hypeness Um grupo de engenheiros brasileiros do Instituto Mauá está desenvolvendo uma pulseira que avisa pais surdos quando o bebê está chorando.

‘Projeto Silence’ apresenta como solução um par de pulseiras integradas por wi-fi e bluetooth capazes de, através da vibração, transmitir a intensidade do choro de crianças para o quem está cuidando do pequeno ou da pequena.

A tecnologia, ainda está em fase de desenvolvimento, parece um simples smartwatch. Os microfones embutidos e uma vibração suficiente para acordar um adulto enviam informaçõessobrechoro e sua intensidade.

“Muitos pais têm medo de não ouvir o choro de seu bebê durante a noite. E quando os pais têm algum tipo perda auditiva?”, é a premissa da ideia, conforme registrado nas redes sociais do projeto.

Além da questão sonora, o Silence conta um localizador por GPS. Segundo um dos criadores, se trata de uma função que surgiu de uma demanda na vida real.

“Decidimos incluir o rastreador, porque em uma das palestras que fomos para a comunidade surda, um filho ouvinte de surdos nos contou do dia em que seus pais o perderam no shopping quando era criança. Ele falou sobre a dificuldade que foi para os pais reencontrá-lo porque não encontraram seguranças que falassem libras e não conseguiam pedir ajuda. O GPS poderia ajudar em uma situação como essa”, disse Carlos Peres à Revista Crescer.

Educação Inclusiva para quem?

por Janaína Spolidorio*

Há algumas décadas, nosso país já pensa na educação de pessoas ditas como “com deficiência”. São em torno de 30 documentos que tentam regularizar o que deve ser feito com estas pessoas, em especial.

Temos uma tendência, como humanos, a considerar deficiente alguém que possui algo diferente, muito aparente, seja na parte física ou na parte de comportamento. Tudo o que foge ao que consideramos como regra da espécie é visto como especial.

Os nomes mudaram com o passar dos anos e atualmente tratamos como “educação inclusiva”. A quantidade de casos de educação inclusiva também cresceu muito, claro, porque estudos avançam e com eles a detecção de distúrbios, dificuldades e afins, que antes eram vistos como se a criança simplesmente fosse mais lenta. Não é que surgiram novos casos, é que agora temos consciência de uma variedade maior de transtornos, distúrbios e afins, portanto classificamos em maior escala.

Reprodução da Internet

A princípio, considera-se que um professor que recebe uma inclusão em sua turma deve ter uma redução no número de alunos, porque terá que dedicar um tempo maior à inclusão. Além disso, supõe-se que, dependendo do caso, ele tenha um auxiliar em aula e que receba, em mãos um diagnóstico ou relatório do especialista que acompanha a criança, porque terá que saber particularidades do caso para poder planejar adequadamente suas aulas.

Lindo, não é? Seria, se isso realmente ocorresse.

Primeiramente, o professor não recebe uma formação adequada para lidar com inclusão e nem teria como recebe-lo na grade de pedagogia, não teria tempo para isso. Neste caso, alguns professores têm sim um traquejo instintivo que ajuda demais, mas a falta de informação atrapalha também um montão. Se o professor não tem uma afinidade ou não consegue ter empatia com o caso de inclusão, ela já perde a chance de acontecer como se deve. Muitas vezes, o diretor ou coordenador atribui a classe a um professor que não lida bem com educação inclusiva, portanto ele e o aluno terão dificuldade de estar em sintonia. Sempre bom saber antes se o professor está disposto de verdade a ter a inclusão na turma, ou mesmo se tem alguma limitação que o impeça.

Para completar, todas aquelas coisas bonitas como auxiliar, diagnóstico e suporte não acontecem em 90 por cento dos casos. São raras as vezes que o professor tem algum suporte.

Tudo isso é muito grave, mas vamos refletir um pouquinho. O nome “educação inclusiva” e a fala “você terá um aluno de inclusão” são suficientes para o raciocínio de alguns profissionais simplesmente travar.

Quando alguém me diz “tenha uma inclusão em sala”, penso comigo “na verdade, tem tipo 30 inclusões em sala”, porque cada aluno é diferente e tem necessidades diferentes.

O termo “inclusivo” e “inclusão” toma tanto conta do cenário, que o professor não percebe que ele tem 30 alunos, todos com características e personalidades diferentes, precisando de diferentes estímulos para aprender e, entre esses supostos 30 alunos, ainda há provavelmente uns 2 que, embora não sejam de inclusão ou não façam terapia, certamente têm algum distúrbio ou dificuldade de aprendizagem que a ciência ainda não nomeou. Esses 30 alunos ainda experimentam realidades diferentes familiares, que irão facilitar ou dificultar seu convívio em aula e muitos deles terão dificuldades de aprendizagem advindas do uso excessivo de aparelhos eletrônicos.

A criança que chega como inclusão, na maioria das vezes tem um diagnóstico. Me pergunto então… não é muito mais fácil buscar informações de um distúrbio, uma dificuldade, uma deficiência nomeada, conhecida, do que ter em sala uma criança que não aprende e não sabemos o motivo? Porque esta também é uma inclusão, mas não diagnosticada!

Como você pode ver, o termo “educação inclusiva” é bonito e traz toda uma temática de acolhimento social e pedagógico, no qual em uma sociedade ideal, onde todos são pessoas parecidas (o que não acontece na vida real), ajudam na socialização daquele que é diferente.

Vivemos sob lentes “cor-de-rosa” ainda neste aspecto. É o momento de refletir sobre a realidade e tomar decisões a respeito dela, flexibilizando o currículo de modo mais adequado, considerando a inclusão de um modo mais amplo.

É o momento de pensarmos na sala como uma equipe, considerando que todos são diferentes e possuem diferentes necessidades. Não apenas aquele, considerado como inclusão, precisa de cuidados diferenciados, mas também aquele, que aprende com mais facilidade e está entediado e desestimulado, e aquele, que não consegue lembrar o nome das letras que a professora acabou de falar, e ainda aquele, que tem dificuldade em fazer amizades e fica isolado.

Seria sim educação inclusiva, mas para quem?

* Designer de atividades pedagógicas, Janaína Spolidorio é formada em Letras, com pós-graduação em consciência fonológica e tecnologias aplicadas à educação e MBA em Marketing Digital. Ela atua no segmento educacional há mais de 20 anos e atualmente desenvolve materiais pedagógicos digitais que complementam o ensino dos professores em sala de aula, proporcionando uma melhor aprendizagem por parte dos alunos e atua como influenciadora digital na formação dos profissionais ligados à área de educação.

Release: Mariana Seman – EVCOM

Leia também:

Direitos dos Surdos – à Aposentadoria:

Na verdade, são direitos dos surdos e de todas pessoas com deficiência, dois tipos de aposentadoria:

Por idade: É um benefício devido ao cidadão que contribuiu por no mínimo 180 meses com a Previdência Social, além da idade mínima de 60 anos, se homem, ou 55 anos, se mulher.

Por tempo de contribuição: É devida ao cidadão que comprovar o tempo de contribuição necessário para este benefício, conforme o seu grau de deficiência.

Deste período, no mínimo 180 meses devem ter sido trabalhados na condição de pessoa com deficiência.

Além de ser pessoa com deficiência no momento do pedido, é necessário comprovar as seguintes condições para ter direito a este benefício:

Veja também:

Centro de Interpretação de Libras – Goiânia



Ontem fui conhecer a Central de Interpretação de Libras (CIL), projeto da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, orgão
orgão subordinado Superintendência de Direito à Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de Goiânia.

E uma vez que o projeto visa facilitar a inclusão social do cidadão surdo, dispõe de 5 interpretes de Libras, na intermediação do Português para Libras e de Libras para Português, em serviços de saúde, justiça, documentação civil, dentre outros, de segunda a sexta.

-Requisitos e Documentos Necessários: RG

-Principais Etapas do Serviço: Marcação através de Whatsapp e comparecimento ao local marcado para atendimento do intérprete.

-Formas de Prestação do Serviço: Marcação de horário para atendimento via Whatsapp.

-Local e/ou Forma de Manifestação: Whatsapp: 62 – 992-314-704

Amei demais, e com certeza quero usar, quando precisar.

Mattel anuncia a chegada da Joss Kendrick, a sua boneca surda

Olha só a novidade da “American Girl”, pertencente à fabricante de brinquedos Mattel, que lançou uma boneca com deficiência auditiva.

A American Girl lança, todo ano, a chamada Girl of the Year (Garota do Ano), que é o seu principal produto de vendas. Em 2020 a escolhida foi Joss Kendrick, uma menina que nasceu com perda auditiva e pratica surfe e é líder de torcida. Já disponível para compras, o brinquedo possui uma versão em miniatura de um aparelho para surdez. Vamos ver a versão?

Além da boneca, que pode ser comprada por 98 dólates (cerca de R$ 398, na cotação atual), é possível comprar acessórios, no valor de 30 dólares (R$ 120, na cotação atual). O brinquedo acompanha um livro, que conta a história da personagem Joss Kendrick.

A American Girl anunciou uma parceria com a Associação Americana de Perda Auditiva, maior organização sem fins lucrativos que representa deficientes auditivos, com a doação de 25 mil dólares (R$ 120,6 mil na cotação atual), além de facilitar doações para a organização em seu site. 

Um site também foi lançado para divulgar as vendas da boneca, que conta com vídeos, jogos e capítulos de livros, todos gratuitos.

Dica de post: Dariane Vale (www.modaegestão.com.br).

Férias 2019 – O Museu do Amanhã

O que esperar do Amanhã? Como podemos juntos construir o Amanhã que queremos? Qual o papel de cada um e do Museu neste Amanhã?

Essa é a proposta do Museu do Amanhã: Interagir com o passado, o presente e o futuro numa experiência virtual.

O famoso e maravilhoso Museu do Amanhã.

E que eu mais gostei é que o #MuseudoAmanhã é para todos. Há de fato, muita Inclusão, Diversidade e Cultura. Aproveite os painéis interativos, as placas em Braile e os vídeos em audiodescrição e/ ou em Libras.

Que experiência fantástica, amei demais!

Créditos de Fotos: @blogdospernes, @thaisphotographer e @th.oliver_.

Direito dos Surdos – acesso a vagas de trabalho

Depois de falar do acesso a educação digna, hoje vamos falar dos surdos e seu direito ao trabalho.

Na iniciativa privada: A empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas com deficiência.

Na Administração Pública: Pessoas com deficiência têm o direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais candidatos, para o provimento de cargos cujas atribuições sejam compatíveis com suas deficiências, reservando-lhes, no mínimo, 5% das vagas do concurso. E o percentual máximo de vagas que deve ser destinado aos candidatos com deficiência é 20%.

EMPREGABILIDADE: Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável do ambiente de trabalho.

E no caso dos surdos, o grande problema é: da-se a vaga, o surdo começa a trabalhar, chegando lá, não tem interprete em reuniões, cursos.

O atendimento aos Surdos – Chat na Azul

Depois de mais de 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei 13.146/15) foi sancionada em julho de 2015 e começou a vigorar nesse mês.  A LBI é uma grande vitória para mais de 45 milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência e enfrentam muitas dificuldades de acessibilidade e inclusão. A lei promove mudanças significativas em diversas áreas como educação, saúde, mobilidade, trabalho, moradia e cultura.

Uma das conquistas importantes é do acesso a informação, agora os sites precisam estar acessíveis:

“Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.”

Esse é um avanço para que todos possam usar a internet da mesma forma: cegos, surdos, tetraplégicos, pessoas com paralisia cerebral, entre outras deficiências poderão utilizar tudo que a internet tem para oferecer.

Nesta última semana precisei resolver uns problemas relacionados a compra das minhas passagens áreas para as próximas férias, e consegui resolvê-los, graças ao atendimento via chat da Azul. Parabéns!

Veja também:

Surdos – Você conhece seus Direitos?

Promover a cidadania e contribuir para a participação plena e efetiva dessas pessoas com deficiência na sociedade, em igualdade de condições com as demais, é obrigação do poder público.

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), aprovada em 2015, veio afastar barreiras e qualquer forma de discriminação. A deficiência agora, não afeta a plena capacidade civil da pessoa e não pode obstruir a acessibilidade e a trafegabilidade social.

E a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, com o objetivo de garantir que a sociedade acolha todas as diferenças, elaboraram uma cartilha chamada: Pessoa com Deficiência, Você conhece seus Direitos?

E é muito boa, e engloba todos os tipos de deficiência. E gostei tanto que me senti inspirado a fazer artigos aqui e adaptar para os surdos. Já temos o comando de lei. Agora, precisamos fazer com que estes direitos seja efetivados e implementados na vida de todos. E faremos isso, juntamente com os artigos que serão publicados. Mas antes de mais nada, que tal revisar alguns posts que já fizemos sobre o assunto?

No mais até breve, aguardo vocês para discutirmos mais a respeito não só de nossos direitos, mas também deveres.