Brasileiros criam pulseira que avisa pais surdos quando bebê chora

O único modo de comunicação do bebê, a voz, pode não ser ouvida por pais surdos. E se antes não tínhamos solução para isso, a tecnologia vem parar mudar tudo para sempre – tornando a conexão entre pais e crianças mais forte.

De acordo com o Hypeness Um grupo de engenheiros brasileiros do Instituto Mauá está desenvolvendo uma pulseira que avisa pais surdos quando o bebê está chorando.

‘Projeto Silence’ apresenta como solução um par de pulseiras integradas por wi-fi e bluetooth capazes de, através da vibração, transmitir a intensidade do choro de crianças para o quem está cuidando do pequeno ou da pequena.

A tecnologia, ainda está em fase de desenvolvimento, parece um simples smartwatch. Os microfones embutidos e uma vibração suficiente para acordar um adulto enviam informaçõessobrechoro e sua intensidade.

“Muitos pais têm medo de não ouvir o choro de seu bebê durante a noite. E quando os pais têm algum tipo perda auditiva?”, é a premissa da ideia, conforme registrado nas redes sociais do projeto.

Além da questão sonora, o Silence conta um localizador por GPS. Segundo um dos criadores, se trata de uma função que surgiu de uma demanda na vida real.

“Decidimos incluir o rastreador, porque em uma das palestras que fomos para a comunidade surda, um filho ouvinte de surdos nos contou do dia em que seus pais o perderam no shopping quando era criança. Ele falou sobre a dificuldade que foi para os pais reencontrá-lo porque não encontraram seguranças que falassem libras e não conseguiam pedir ajuda. O GPS poderia ajudar em uma situação como essa”, disse Carlos Peres à Revista Crescer.

Direitos dos Surdos – à Aposentadoria:

Na verdade, são direitos dos surdos e de todas pessoas com deficiência, dois tipos de aposentadoria:

Por idade: É um benefício devido ao cidadão que contribuiu por no mínimo 180 meses com a Previdência Social, além da idade mínima de 60 anos, se homem, ou 55 anos, se mulher.

Por tempo de contribuição: É devida ao cidadão que comprovar o tempo de contribuição necessário para este benefício, conforme o seu grau de deficiência.

Deste período, no mínimo 180 meses devem ter sido trabalhados na condição de pessoa com deficiência.

Além de ser pessoa com deficiência no momento do pedido, é necessário comprovar as seguintes condições para ter direito a este benefício:

Veja também:

Centro de Interpretação de Libras – Goiânia



Ontem fui conhecer a Central de Interpretação de Libras (CIL), projeto da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, orgão
orgão subordinado Superintendência de Direito à Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de Goiânia.

E uma vez que o projeto visa facilitar a inclusão social do cidadão surdo, dispõe de 5 interpretes de Libras, na intermediação do Português para Libras e de Libras para Português, em serviços de saúde, justiça, documentação civil, dentre outros, de segunda a sexta.

-Requisitos e Documentos Necessários: RG

-Principais Etapas do Serviço: Marcação através de Whatsapp e comparecimento ao local marcado para atendimento do intérprete.

-Formas de Prestação do Serviço: Marcação de horário para atendimento via Whatsapp.

-Local e/ou Forma de Manifestação: Whatsapp: 62 – 992-314-704

Amei demais, e com certeza quero usar, quando precisar.

Direito dos Surdos – acesso a vagas de trabalho

Depois de falar do acesso a educação digna, hoje vamos falar dos surdos e seu direito ao trabalho.

Na iniciativa privada: A empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas com deficiência.

Na Administração Pública: Pessoas com deficiência têm o direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais candidatos, para o provimento de cargos cujas atribuições sejam compatíveis com suas deficiências, reservando-lhes, no mínimo, 5% das vagas do concurso. E o percentual máximo de vagas que deve ser destinado aos candidatos com deficiência é 20%.

EMPREGABILIDADE: Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável do ambiente de trabalho.

E no caso dos surdos, o grande problema é: da-se a vaga, o surdo começa a trabalhar, chegando lá, não tem interprete em reuniões, cursos.

O atendimento aos Surdos – Chat na Azul

Depois de mais de 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei 13.146/15) foi sancionada em julho de 2015 e começou a vigorar nesse mês.  A LBI é uma grande vitória para mais de 45 milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência e enfrentam muitas dificuldades de acessibilidade e inclusão. A lei promove mudanças significativas em diversas áreas como educação, saúde, mobilidade, trabalho, moradia e cultura.

Uma das conquistas importantes é do acesso a informação, agora os sites precisam estar acessíveis:

“Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.”

Esse é um avanço para que todos possam usar a internet da mesma forma: cegos, surdos, tetraplégicos, pessoas com paralisia cerebral, entre outras deficiências poderão utilizar tudo que a internet tem para oferecer.

Nesta última semana precisei resolver uns problemas relacionados a compra das minhas passagens áreas para as próximas férias, e consegui resolvê-los, graças ao atendimento via chat da Azul. Parabéns!

Veja também:

Surdos – Você conhece seus Direitos?

Promover a cidadania e contribuir para a participação plena e efetiva dessas pessoas com deficiência na sociedade, em igualdade de condições com as demais, é obrigação do poder público.

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), aprovada em 2015, veio afastar barreiras e qualquer forma de discriminação. A deficiência agora, não afeta a plena capacidade civil da pessoa e não pode obstruir a acessibilidade e a trafegabilidade social.

E a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, com o objetivo de garantir que a sociedade acolha todas as diferenças, elaboraram uma cartilha chamada: Pessoa com Deficiência, Você conhece seus Direitos?

E é muito boa, e engloba todos os tipos de deficiência. E gostei tanto que me senti inspirado a fazer artigos aqui e adaptar para os surdos. Já temos o comando de lei. Agora, precisamos fazer com que estes direitos seja efetivados e implementados na vida de todos. E faremos isso, juntamente com os artigos que serão publicados. Mas antes de mais nada, que tal revisar alguns posts que já fizemos sobre o assunto?

No mais até breve, aguardo vocês para discutirmos mais a respeito não só de nossos direitos, mas também deveres.

Ordem e progresso é para todos, menos para os surdos no Brasil

Libras – Língua Brasileira de Sinais é a língua oriunda das comunidades surdas do país, e reconhecida através da lei nº 10.436/2002, que a garante como língua de manifestação e expressão das pessoas surdas no acesso à educação, à saúde, à cultura e ao trabalho.

Buscando garantir o efetivo e amplo atendimento das pessoas surdas ou com deficiência auditiva, em 2005, o Decreto nº 5626/2005, passou a exigir do Poder Público, das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, a utilização de intérpretes contratados especificamente para essa função ou central de intermediação de comunicação que garanta a oferta de atendimento presencial ou remoto, com intermediação por meio de recursos de videoconferência on-line webchat, à pessoa surda ou com deficiência auditiva. (Redação dada pelo Decreto nº 9.656, de 2018)

§ 3º O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal e distrital e as empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência auditiva o efetivo e amplo atendimento previsto no caput.

Chegamos em setembro e é um mês especial para a comunidade surda, e o dia 26/09, dia do surdo, comemora-se conquistas e avanços.

No SENADO, por exemplo, o uso de interpretes já é realidade, e a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realizou em 2018, uma audiência pública interativa destinada a debater “O Dia Nacional do Surdo”,

O dia do surdo no Senado em 2018. – Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Mas nem tudo são flores, e a verdade é que durante todo o ano em fico aqui no blog e no Instagram, promovendo a inclusão, o riso e a alegria não dura muito, pois há muito desafios, e muita discriminação.

É quando a coisa aperta no meu trabalho, quando não consigo entender ou aproveitar reuniões ou oportunidades por ser surdo na empresa que está presente em todo o país, lembro-me que a Lei é tão linda mas, que não passa do papel na maioria do casos, tanto é que vale registrar que num período de plena informação e tecnologia avançada em que vivemos, infelizmente ainda encontramos a crença de que no Brasil todos falam português, que todos precisam aprender Inglês, e acabamos esquecendo das línguas indígenas, dos imigrantes e da Língua Brasileira de Sinais, a língua dos surdos.

A tecnologia avança, as leis surgem, mas os surdos ainda continuam sendo deixados de lado. A empresa me incluiu, me deu a vaga. Mas cheguei e não há ferramentas adequadas para me sentir útil. Não há interpretes em reuniões ou cursos. E quando questiono ao grande escalão, aos recursos humanos e ouvidoria da empresa, e até Ministério público do Trabalho, recebo respostas mecanicas e que há precisão para futuros projetos visando incluir os surdos na empresa. E estou aqui a 13 anos, e a discriminação velada prossegue.

Inclusão para os surdos existem, mas a maior parte só na lei. Quanto a ordem e progresso, claramente é só na nossa bandeira.

A luta das mulheres por inclusão e acessibilidade na Argentina

Com o objetivo de tentar combater s obstáculos para a acessibilidade e ao mesmo tempo denunciar que a dupla discriminação que sofrem, em 2018, foi criado o grupo “Movimento de Surdas Feministas da Argentina” – Mosfa.

“Qual é nossa grande dificuldade? Bom, a acessibilidade. O empoderamento é impossível sem acessibilidade”, afirmou Tamara Cordovani, uma das fundadoras do movimento.

“Há opressão na rua, nas instituições, nos hospitais… e por sermos mulheres e surdas é ainda mais complexo”.

Longe de se vitimizar e com uma expressão determinada, a fundadora do movimento atacou os preconceitos com a língua de sinais: “Muitos pensam que uma pessoa surda, que tem como sua própria língua a língua de sinais, é inferior. É uma língua que faz com que as pessoas digam ‘ai, coitadinha’ e não lhe deem valor”, opinou.

Foto: Reprodução/ Divulgação

A violência de gênero pode afetar especialmente as mulheres surdas na hora de denunciarem seus agressores. “Há um grande sentimento de solidão, sofrimento, violência, quando uma pessoa surda quer fazer uma denúncia, ir a um hospital, ou à Justiça, a uma delegacia, não há um serviço de interpretação”.

María Victoria Perales, uma das intérpretes do Mosfa e também professora de crianças surdas, comentou a superação que a língua de sinais vem mostrando ao longo da sua história. “Durante muito tempo, a comunidade de surdos sofreu uma grande opressão linguística que fazia com que a língua de sinais não chegasse aos espaços acadêmicos, aos espaços de poder, aos espaços políticos, aos espaços de divulgação de conhecimentos”, concluiu a docente.

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Os surdos destinados ao “Inferno da fala”

A confusão atordoa os olhos, braços giram qual moinhos de vento num furacão […] A regra era que todas as comunicações fossem orais. Nosso jargão de sinais, obviamente, era proibido. […] Mas aquela regra não podia ser imposta sem a presença dos funcionários da escola. O que estou descrevendo não é o modo como falávamos, e sim como conversávamos entre nós quando nenhuma pessoa ouvinte estava presente. Nesses momentos, nosso comportamento e nossa conversa eram muito diferentes. Relaxávamos as inibições, não usávamos máscara.”

Surdo aos oito anos, o menino David Wright escreveu sua rotina na Northampton School, uma escola especial da Inglaterra. “Uma das implacavelmente dedicadas, mas equivocadas, escolas ‘orais’, que se preocupam sobretudo em fazer os surdos falar como as outras crianças e que causaram muitos danos a indivíduos com surdez pré-linguística desde o princípio”, nas palavras do neurologista Oliver Sacks.

No livro “Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos”, Sacks conta como a proibição quase doentiamente feroz, “soberba”, à língua de sinais desenvolvida pelas próprias crianças surdas na escola retardava seu desenvolvimento. O objetivo das escolas era nobre: desenvolver aquelas crianças. O problema foi a imposição da ferramenta, com uma total cegueira para suas próprias capacidades: vocês precisam falar a nossa língua.

Foi de um abade, Charles-Michel de l’Epée, que veio uma transformação significativa: ele percebeu como os surdos pobres que vagavam por Paris se viravam bem usando uma língua de sinais nativa. E foi criando um sistema de sinais – uma combinação da língua de sinais nativa com a gramática francesa traduzida em sinais – e sua escola, fundada em 1755, permitiram pela primeira vez que alunos surdos lessem e escrevessem em francês e, assim, pudessem aprender.

Enquanto ensinar o surdo a falar exigia um professor dedicado a um único aluno, por muitos e muitos anos, e criava, na melhor das hipóteses, um analfabeto funcional, o abade conseguia educar alunos às centenas com seu método em pouco tempo.

A realidade foi mudando e a então linguagem de sinais podia ser aprendida rapidamente e restando tempo para a educação tradicional, permitindo que eles chegassem a um nível de instrução equiparável ao dos ouvintes. L’Epée tinha um objetivo prático: ele não tolerava a ideia de os surdos morrerem sem conseguir se confessar. E sua vitória veio do fato de, com base nesse propósito, encarar os surdos e a sua linguagem não com desprezo, mas com reverência.

A história, o progresso e a tecnologia chegaram. Existem até leis que nos ensinam e favorecem a inclusão dos surdos, e que hojepodemos aprendermos que os surdos podemos de fato devem sair do “inferno” solitário do mundo opressivo de ter que ouvir e falar.

Ainda assim, mas ainda há profissionais que insistem que os surdos devem falar e não serem felizes. Ainda há empresas que não seguem as leis e não garantem interpretes ou no mínimo dignidade para seus funcionários e clientes. Até quando nesse inferno?