As máscaras faciais e a inclusão dos surdos

O uso obrigatório das máscaras faciais proporciona proteção em tempos de pandemia do novo coronavírus – COVID19.

Mas, ao mesmo tempo, é um desafio para a comunicação de pessoas surdas, já que o item cobre a boca e impede a leitura labial.

Uso da proteção dificulta leitura labial e das expressões, dizem pessoas com deficiência auditiva.

Embora a grande maioria tem se esforçado para usa-la e obedecer o decreto para minimizar a contaminação do COVID-19, está sendo bem difícil entender o que é dito nos serviços necessários para minha vida. Eu mesmo já tive várias situações em que eu não conseguia entender a pessoa: minha diarista, uma recepcionista do psiquiatra, e até uma fonoaudióloga.

Mas já algum tempo bem antes da pandemia, alguém inventou a máscara com material transparente, de modo que um surdo seja capaz de fazer a leitura labial, caso este ache assim importante.

E encontrei várias pessoas de bom coração e que se preocupam com a dificuldade dos surdos em entender o que é dito devido as máscaras, e adotaram a ideia das mascaras com “visor” transparente. Olha só a equipe Emily e Igor:

E a parte mas legal é que a cada duas máscaras vendidas, eles doarão uma, para que não tem condições de comprar. Legal né? Clique aqui para ver o vídeo do Igor falando do projeto. E aqui para assistir o da Emily que também está no instagram “Mãos que rompem o silêncio”, e tem ajudado outros a aprenderem libras.

COVID-19 e a inteligencia emocional – Bia Nóbrega

Em qualquer momento de nossas vidas, a inteligência emocional é uma competência que faz a diferença em nossa vida. Agora, na quarentena, essa habilidade se tornou ainda mais importante.

Comportamentos como autossabotagem, aborrecimento, culpar outras pessoas, ansiedade e a dificuldade em interpretar as emoções são alguns dos mais comuns que revelam, não necessariamente a falta de inteligência emocional, mas principalmente, maus hábitos que desenvolvemos e carregamos vida afora. E agora, mais do que nunca, é hora de eliminar maus hábitos e aprender com quem está lidando bem com a pandemia:

Pare de se preocupar com o futuro

Preocupar-se com o futuro significa negar a natureza incerta da vida. Almejamos ordem e certeza, mas há uma grande diferença entre tomar medidas para reduzir a incerteza e ficar tão aterrorizado com isso, como muitos agora estão, que nos iludimos ao ponto de acreditar que podemos eliminá-la. Pré-ocupar-se pensando ou executando inúmeros cenários hipotéticos não significa que você esteja melhor preparado para o futuro. Pessoas emocionalmente inteligentes entendem que a vida é inerentemente incerta e entendem que é melhor encarar essa realidade. Quando você para de se preocupar com o futuro, sobra tempo e energia para viver o hoje, o aqui e agora, em sua plenitude.

Pare de reviver o passado

Ruminar o passado, com seus erros – e também acertos – é uma tentativa equivocada de controle, outra necessidade humana. Todavia, a análise recorrente de seus erros passados não mudará o que aconteceu. Pessoas emocionalmente inteligentes não apenas entendem, mas aceitam, esta triste realidade. Se você deseja seguir em frente com sua vida, em vez de ficar preso no passado, deve aceitar o passado pelo que é – incluindo se sentir impotente. Em caso de dúvida, aja no presente, faça algo útil agora, por menor que seja, e resista à tentação de reproduzir mais uma vez comportamentos do seu passado.

Pare de criticar o “mundo”

Criticar os outros geralmente é um mecanismo de defesa inconsciente que visa aliviar nossas próprias inseguranças. Pensar com cuidado e crítica sobre o mundo ao nosso redor é uma necessidade, pois nos ajuda a navegar pelo mundo e nossos relacionamentos de maneira mais objetiva. Todavia, o hábito de criticar os outros, a empresa, o Governo, o “mundo”, pode levar ao oposto da objetividade: nos tornar tacanhos e cegos.

Uma das razões pelas quais é tão fácil passar a criticar os outros habitualmente é que isso nos faz sentir bem: quando você diz que alguém é ignorante, no fundo o que está dizendo é que você é inteligente, ou quando você ri da roupa que alguém está vestindo, no fundo o que está pensando é que você se veste bem e quando você critica o presidente da empresa onde trabalha ou os governantes, no fundo o que está querendo acreditar é que no lugar deles, com certeza, faria melhor.

Críticas úteis são sobre melhorar o mundo. Críticas inúteis são sobre como se sentir melhor. Embora ser crítico possa temporariamente fazer você se sentir bem consigo mesmo, geralmente faz com que você se sinta pior a longo prazo. Pessoas emocionalmente inteligentes entendem que criticar os outros é apenas um mecanismo de defesa primitivo, e que existem maneiras muito melhores e mais produtivas de lidar com nossas ansiedades e inseguranças. Criticar os outros é um desperdício de tempo e energia, que poderiam ser investidos na melhoria de si e do mundo ao seu redor.

Pare de esperar demais

Sempre digo que “satisfação é igual realidade menos expectativa” e que “só há um jeito para ser feliz, controlar a expectativa, já que há diversas outras variáveis que não controlamos”. Expectativas irrealistas são uma tentativa equivocada de controlar pessoas e situações. Manter uma expectativa irrealista significa que você passa um tempo criando histórias em sua mente sobre o que as outras pessoas devem fazer e/ou como as situações devem ocorrer. E quando não ocorre como imaginado, inevitavelmente, você se sente frustrado(a) e decepcionado(a). Como você responde a essa frustração e decepção? Criando expectativas ainda mais elaboradas, porque isso faz você se sentir bem e no controle.

A solução é controlar sim, mas somente suas expectativas. Pare de criar histórias e apenas esteja presente para a pessoa que é. Se entregue para suas lutas atuais ao invés de sonhar acordado com seus sucessos futuros, estabeleça limites possíveis de comportamento ao invés de desejar a perfeição, aceite as pessoas onde e como elas estão, em vez de onde e como você quer que elas estejam.

Sobre Bia Nóbrega

É coach, mentora, palestrante, conselheira e executiva há mais de 22 anos na Área de Recursos Humanos em empresas líderes em seus setores. Graduada em Psicologia pela USP, pós-graduada em Administração de Empresas pela FGV-SP, pós-MBA em Conselho pela Saint Paul Escola de Negócios e ESMT – European School of Management and Technology, possui diversos cursos de formação, certificação e atualização. É afiliada à International Coach Federation (ICF), Associação Brasileira de Coaches (ABRACOACHES), Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Women Corporate Directors (WCD), Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) e Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD). É autora do livro “Autocoaching: 29 dias para dar um upgrade na sua vida” – DVS Editora e é coautora do livro “Mapa da Vida” –  Editora Ser Mais. Possui mais de 800 horas de atendimento em coaching executivo, carreira e vida e desde 2015 propaga o Autocoaching como A Melhor Ferramenta de Autodesenvolvimento e um Estilo de Vida.

Para saber mais, acesse:

Site: www.bianobrega.com.br

YouTube: https://www.youtube.com/autocoaching

Facebook: Bia Nóbrega

Instagram: @bia.coaching

Twitter: @bianobrega3

Linkedin: Beatriz Cara Nóbrega

Release e Colaboração: Carolina Lara (carolina@carolinalara.com.br)

Leia maisdicas da Bia, clicando aqui.

Os vírus na história

Os vírus e os homens partilharam espaço e mediram forças desde os inícios da civilização. Dessa forma,conversamos com a arqueóloga portuguesa Joana Freitas para traçar uma pequena cronologia das epidemias e pandemias que mais nos afetaram enquanto humanidade.


Vamos nessa? De incio, é importante explicar a posição que homem ocupava primordialmente: “O homem é um exemplo se superação nas linhas evolutivas. Não éramos fisicamente dominadores nem estávamos no topo das cadeias alimentares. Éramos caçadores mas presa fácil também. A evolução do nosso cérebro, as capacidade intelectuais e de cognição deram-nos a vantagem. Durante milênios, feitos de avanços e retrocessos, a espécie humana prosperou e ocupou os quatro cantos do planeta.

A uma capacidade adaptativa gigante juntou-se a sobrevivência assente na coesão de grupo. Há cerca de 10.000 anos atrás começam a aparecer as primeiras sociedade sedentárias possíveis pela domesticação, embora insipiente, de plantas e animais. Aqui, neste preciso momento, o homem assinava com o destino. Populações crescentes e fixas num local, convivência diária com os animais domesticados e todos os parasitas a eles associados, formaram as condições perfeitas para as primeiras epidemias. A história da humanidade será agora marcada por episódios epidêmicos e pandêmicos que dizimaram milhões de pessoas.

Como refere ainda a arqueóloga estas epidemias podiam ser equiparadas a grandes guerras no que toca a perdas humanas e materiais e, a sua existência, teve a capacidade de mudar o rumo da história. Dessa forma, Joana Freitas escolheu os episódios pandêmicos que considera mais relevantes na história da humanidade e deixa-nos uma pequena explicação do seu percurso na história. São relatados, primeiramente, dois casos de peste bubônica.

“Estamos no século IV, entre 527–565, o imperador Justiniano tem o domínio do império bizantino. A peste bubônica assola o império e trespassa as suas fronteiras. Mata entre 30 a 50 milhões de pessoas, provavelmente metade da população mundial à época. Esta epidemia marca um fim de uma época.

O império romano nunca mais será unificado, é o início da era negra da época medieval. Séculos mais tarde, mais precisamente entre 1343 e 1351 (auge), outro surto de peste bubônica varre a Ásia e Europa matando cerca de 80 milhões de pessoas. Esta epidemia é vastamente conhecida como a famosa peste negra. Esta peste foi tão avassaladora que a Europa precisou de cerca de 200 anos para restabelecer os seus níveis populacionais. No entanto, ocorreram mudanças sociais e culturais importantes como produto desta devastadora epidemia. Com um número tão elevado de mortes, o nível de vida dos sobreviventes subiu efetivamente. Havia mais postos de trabalho disponíveis, mais habitação disponível, mais terra para cultivo mas menos bocas para alimentar.

A nível religioso a igreja católica enfrenta uma vaga crescente de misticismo que desafia as duas doutrinas. Algumas minorias, como os judeus por exemplo, começam a ser perseguidos e acusados de serem os causadores da peste que se crê ter tido início na China.

Voltando as atenções para as Américas, arqueóloga Joana Freitas faz um apontamento para o surto de varíola que iniciou mudanças drásticas tanto demograficamente como ao nível climático: “No século XV os europeus, aquando das conquistas em territórios americanos, levavam dentro de si a arma mais letal de todas.  Foram hospedeiros de vírus mortais para as populações locais, entre os quais, a gripe, sarampo, malária, cólera, tifo, peste bubônica e, o mais mortífero de todos, a varíola”.

A varíola foi responsável pela morte de milhões de nativo americanos sendo que, em cem anos, a sua população passou de 60 milhões para cerca de 6 milhões.

O impacto foi tão grande que há cientistas que estudam a possibilidade de ter existido uma alteração climática por conta desta ocorrência. Além de menos emissões de CO2 e da floresta ter crescido exponencialmente, coincidentemente o sol entrava numa fase de baixa atividade levando a uma queda na temperatura mundial.  Desta vez, a Europa pagou a fatura e viveu tempos de fome pois a alteração na temperatura fez perder muitas colheitas.”, explica.

Continuando e aproximando-se cada vez mais da nossa época, Joana Freitas fala-nos de pandemias mais atuais e igualmente devastadoras.

“Já no século XIX temos uma pandemia de cólera. Entre os anos de 1817 e 1823, com início de foco na Índia, a cólera dizima milhões de pessoas. Dessa data até 1961 existiram um total de sete epidemias de cólera. Este vírus continua ativo, infeta milhares de pessoas todos os anos e é responsável por até 140.000 mortes anualmente.

Já no século XX (1918), após a primeira guerra mundial, aparece a mais conhecida gripe espanhola. Esta pandemia de H1N1 infectou cerca de 500 milhões de pessoas e matou cerca de 50 milhões globalmente. Como já foi referido, esta epidemia ocorre no final da primeira grande guerra e as condições para a travar eram quase nulas.”, refere.

Joana Freitas explica ainda que o homem sempre fez um esforço para compreender e tratar pandemias começando por melhorar os sistemas públicos de saúde.

Faz ainda um alerta sobre epidemias ativas que por vezes nos esquecemos que ainda estamos a lidar com elas: “Não esquecendo que há vírus ativos que todos os anos matam milhões. Dos melhores exemplos temos o HIV ou a malária.”, explica Joana Freitas.

A arqueóloga termina o artigo fazendo referência ao momento atual que vivemos que tem tanto de novo como de cíclico. “O surto de covid-19 que vivemos na atualidade não é algo novo na humanidade, faz antes parte dos nossos ciclos. Contudo, mesmo com toda a tecnologia disponível compreendemos que podemos falhar, que não conseguimos salvar todos ou travar a epidemia com a eficácia com que gostaríamos.”, concluí.

Contribuição: MF Press