O mês de março já começou, e muitos meios de comunicação costumam lembrar da luta das mulheres, por direitos iguais. O nosso blog não fica de fora, tanto é que encontrei muitas postagens sobre grandes mulheres surdas que são exemplos para todos nós.
Mas antes falar individualmente de cada exemplo, é importante lembrar que os direitos das mulheres surdas são os mesmos de todas as outras mulheres, e que a visão da mulher surda como diferente da mulher ouvinte e da mulher deficiente, visto ela ser usuária de língua de sinais e necessitada de comunicação visual.
Tanto é que o site Por Sinal, registra que a política para as mulheres surdas é uma política linguística que exige a presença de um intérprete de Libras nas escolas e universidades, em setores de saúde, delegacias de mulheres, legendas em filmes, filmes em língua de sinais.
E longe do mundo ideal, 8 corajosas mulheres surdas ficaram na história da igualdade e inclusão. Vamos conhecê-las?
E de fato, diariamente estamos rodeados de mulheres surdas e ouvintes que destacam e lutam para um mundo melhor.
Há algumas décadas, nosso país já pensa na educação de pessoas ditas
como “com deficiência”. São em torno de 30 documentos que tentam regularizar o
que deve ser feito com estas pessoas, em especial.
Temos uma tendência, como humanos, a considerar deficiente alguém que
possui algo diferente, muito aparente, seja na parte física ou na parte de
comportamento. Tudo o que foge ao que consideramos como regra da espécie é
visto como especial.
Os nomes mudaram com o passar dos anos e atualmente tratamos como “educação
inclusiva”. A quantidade de casos de educação inclusiva também cresceu muito,
claro, porque estudos avançam e com eles a detecção de distúrbios, dificuldades
e afins, que antes eram vistos como se a criança simplesmente fosse mais lenta.
Não é que surgiram novos casos, é que agora temos consciência de uma variedade
maior de transtornos, distúrbios e afins, portanto classificamos em maior escala.
A princípio, considera-se que um professor que recebe uma inclusão em sua turma deve ter uma redução no número de alunos, porque terá que dedicar um tempo maior à inclusão. Além disso, supõe-se que, dependendo do caso, ele tenha um auxiliar em aula e que receba, em mãos um diagnóstico ou relatório do especialista que acompanha a criança, porque terá que saber particularidades do caso para poder planejar adequadamente suas aulas.
Lindo, não é? Seria, se isso realmente ocorresse.
Primeiramente, o professor não recebe uma formação adequada para lidar
com inclusão e nem teria como recebe-lo na grade de pedagogia, não teria tempo
para isso. Neste caso, alguns professores têm sim um traquejo instintivo que
ajuda demais, mas a falta de informação atrapalha também um montão. Se o
professor não tem uma afinidade ou não consegue ter empatia com o caso de
inclusão, ela já perde a chance de acontecer como se deve. Muitas vezes, o
diretor ou coordenador atribui a classe a um professor que não lida bem com
educação inclusiva, portanto ele e o aluno terão dificuldade de estar em sintonia.
Sempre bom saber antes se o professor está disposto de verdade a ter a inclusão
na turma, ou mesmo se tem alguma limitação que o impeça.
Para completar, todas aquelas coisas bonitas como auxiliar, diagnóstico
e suporte não acontecem em 90 por cento dos casos. São raras as vezes que o
professor tem algum suporte.
Tudo isso é muito grave, mas vamos refletir um pouquinho. O nome “educação
inclusiva” e a fala “você terá um aluno de inclusão” são suficientes para o
raciocínio de alguns profissionais simplesmente travar.
Quando alguém me diz “tenha uma inclusão em sala”, penso comigo “na
verdade, tem tipo 30 inclusões em sala”, porque cada aluno é diferente e tem
necessidades diferentes.
O termo “inclusivo” e “inclusão” toma tanto conta do cenário, que o
professor não percebe que ele tem 30 alunos, todos com características e
personalidades diferentes, precisando de diferentes estímulos para aprender e,
entre esses supostos 30 alunos, ainda há provavelmente uns 2 que, embora não
sejam de inclusão ou não façam terapia, certamente têm algum distúrbio ou
dificuldade de aprendizagem que a ciência ainda não nomeou. Esses 30 alunos
ainda experimentam realidades diferentes familiares, que irão facilitar ou
dificultar seu convívio em aula e muitos deles terão dificuldades de aprendizagem
advindas do uso excessivo de aparelhos eletrônicos.
A criança que chega como inclusão, na maioria das vezes tem um diagnóstico.
Me pergunto então… não é muito mais fácil buscar informações de um distúrbio,
uma dificuldade, uma deficiência nomeada, conhecida, do que ter em sala uma
criança que não aprende e não sabemos o motivo? Porque esta também é uma
inclusão, mas não diagnosticada!
Como você pode ver, o termo “educação inclusiva” é bonito e traz toda
uma temática de acolhimento social e pedagógico, no qual em uma sociedade
ideal, onde todos são pessoas parecidas (o que não acontece na vida real),
ajudam na socialização daquele que é diferente.
Vivemos sob lentes “cor-de-rosa” ainda neste aspecto. É o momento de
refletir sobre a realidade e tomar decisões a respeito dela, flexibilizando o
currículo de modo mais adequado, considerando a inclusão de um modo mais amplo.
É o momento de pensarmos na sala como uma equipe, considerando que todos
são diferentes e possuem diferentes necessidades. Não apenas aquele,
considerado como inclusão, precisa de cuidados diferenciados, mas também
aquele, que aprende com mais facilidade e está entediado e desestimulado, e
aquele, que não consegue lembrar o nome das letras que a professora acabou de
falar, e ainda aquele, que tem dificuldade em fazer amizades e fica isolado.
Seria sim educação inclusiva, mas para quem?
* Designer de atividades pedagógicas, Janaína Spolidorio é formada em Letras, com pós-graduação em consciência fonológica e tecnologias aplicadas à educação e MBA em Marketing Digital. Ela atua no segmento educacional há mais de 20 anos e atualmente desenvolve materiais pedagógicos digitais que complementam o ensino dos professores em sala de aula, proporcionando uma melhor aprendizagem por parte dos alunos e atua como influenciadora digital na formação dos profissionais ligados à área de educação.
Na verdade, são direitos dos surdos e de todas pessoas com deficiência, dois tipos de aposentadoria:
Por idade: É um benefício devido ao cidadão que contribuiu por no mínimo 180 meses com a Previdência Social, além da idade mínima de 60 anos, se homem, ou 55 anos, se mulher.
Por tempo de contribuição: É devida ao cidadão que comprovar o tempo de contribuição necessário para este benefício, conforme o seu grau de deficiência.
Deste período, no mínimo 180 meses devem ter sido trabalhados na condição de pessoa com deficiência.
Além de ser pessoa com deficiência no momento do pedido, é necessário comprovar as seguintes condições para ter direito a este benefício:
Olha só a novidade da “American Girl”, pertencente à fabricante de brinquedos Mattel, que lançou uma boneca com deficiência auditiva.
A American Girl lança, todo ano, a chamada Girl of the Year (Garota do Ano), que é o seu principal produto de vendas. Em 2020 a escolhida foi Joss Kendrick, uma menina que nasceu com perda auditiva e pratica surfe e é líder de torcida. Já disponível para compras, o brinquedo possui uma versão em miniatura de um aparelho para surdez. Vamos ver a versão?
Além da boneca, que pode ser comprada por 98 dólates (cerca de R$ 398, na cotação atual), é possível comprar acessórios, no valor de 30 dólares (R$ 120, na cotação atual). O brinquedo acompanha um livro, que conta a história da personagem Joss Kendrick.
A American Girl anunciou uma parceria com a Associação Americana de Perda Auditiva, maior organização sem fins lucrativos que representa deficientes auditivos, com a doação de 25 mil dólares (R$ 120,6 mil na cotação atual), além de facilitar doações para a organização em seu site.
Um site também foi lançado para divulgar as vendas da boneca, que conta com vídeos, jogos e capítulos de livros, todos gratuitos.
O que esperar do Amanhã? Como podemos juntos construir o Amanhã que queremos? Qual o papel de cada um e do Museu neste Amanhã?
Essa é a proposta do Museu do Amanhã: Interagir com o passado, o presente e o futuro numa experiência virtual.
E que eu mais gostei é que o #MuseudoAmanhã é para todos. Há de fato, muita Inclusão, Diversidade e Cultura. Aproveite os painéis interativos, as placas em Braile e os vídeos em audiodescrição e/ ou em Libras.
Que experiência fantástica, amei demais!
Créditos de Fotos: @blogdospernes, @thaisphotographer e @th.oliver_.
Depois de falar do acesso a educação digna, hoje vamos falar dos surdos e seu direito ao trabalho.
Na iniciativa privada: A empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas com deficiência.
Na Administração Pública: Pessoas com deficiência têm o direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais candidatos, para o provimento de cargos cujas atribuições sejam compatíveis com suas deficiências, reservando-lhes, no mínimo, 5% das vagas do concurso. E o percentual máximo de vagas que deve ser destinado aos candidatos com deficiência é 20%.
EMPREGABILIDADE: Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável do ambiente de trabalho.
E no caso dos surdos, o grande problema é: da-se a vaga, o surdo começa a trabalhar, chegando lá, não tem interprete em reuniões, cursos.
Depois de mais de 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei 13.146/15) foi sancionada em julho de 2015 e começou a vigorar nesse mês. A LBI é uma grande vitória para mais de 45 milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência e enfrentam muitas dificuldades de acessibilidade e inclusão. A lei promove mudanças significativas em diversas áreas como educação, saúde, mobilidade, trabalho, moradia e cultura.
Uma das conquistas importantes é do acesso a informação, agora os sites precisam estar acessíveis:
“Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.”
Esse é um avanço para que todos possam usar a internet da mesma forma: cegos, surdos, tetraplégicos, pessoas com paralisia cerebral, entre outras deficiências poderão utilizar tudo que a internet tem para oferecer.
Nesta última semana precisei resolver uns problemas relacionados a compra das minhas passagens áreas para as próximas férias, e consegui resolvê-los, graças ao atendimento via chat da Azul. Parabéns!
Libras – Língua Brasileira de Sinais é a língua oriunda das comunidades surdas do país, e reconhecida através da lei nº 10.436/2002, que a garante como língua de manifestação e expressão das pessoas surdas no acesso à educação, à saúde, à cultura e ao trabalho.
Buscando garantir o efetivo e amplo atendimento das pessoas surdas ou com deficiência auditiva, em 2005, o Decreto nº 5626/2005, passou a exigir do Poder Público, das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, a utilização de intérpretes contratados especificamente para essa função ou central de intermediação de comunicação que garanta a oferta de atendimento presencial ou remoto, com intermediação por meio de recursos de videoconferência on-line e webchat, à pessoa surda ou com deficiência auditiva. (Redação dada pelo Decreto nº 9.656, de 2018)
§ 3º O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal e distrital e as empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência auditiva o efetivo e amplo atendimento previsto no caput.
Chegamos em setembro e é um mês especial para a comunidade surda, e o dia 26/09, dia do surdo, comemora-se conquistas e avanços.
No SENADO, por exemplo, o uso de interpretes já é realidade, e a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realizou em 2018, uma audiência pública interativa destinada a debater “O Dia Nacional do Surdo”,
Mas nem tudo são flores, e a verdade é que durante todo o ano em fico aqui no blog e no Instagram, promovendo a inclusão, o riso e a alegria não dura muito, pois há muito desafios, e muita discriminação.
É quando a coisa aperta no meu trabalho, quando não consigo entender ou aproveitar reuniões ou oportunidades por ser surdo na empresa que está presente em todo o país, lembro-me que a Lei é tão linda mas, que não passa do papel na maioria do casos, tanto é que vale registrar que num período de plena informação e tecnologia avançada em que vivemos, infelizmente ainda encontramos a crença de que no Brasil todos falam português, que todos precisam aprender Inglês, e acabamos esquecendo das línguas indígenas, dos imigrantes e da Língua Brasileira de Sinais, a língua dos surdos.
A tecnologia avança, as leis surgem, mas os surdos ainda continuam sendo deixados de lado. A empresa me incluiu, me deu a vaga. Mas cheguei e não há ferramentas adequadas para me sentir útil. Não há interpretes em reuniões ou cursos. E quando questiono ao grande escalão, aos recursos humanos e ouvidoria da empresa, e até Ministério público do Trabalho, recebo respostas mecanicas e que há precisão para futuros projetos visando incluir os surdos na empresa. E estou aqui a 13 anos, e a discriminação velada prossegue.
Inclusão para os surdos existem, mas a maior parte só na lei. Quanto a ordem e progresso, claramente é só na nossa bandeira.
A Língua de Sinais bombou na web na última semana de agosto, e virou notícia em todo o Brasil. Vamos a alguns fatos inclusivos da região norte e nordeste do país?
No Acre, a Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SEE), por meio do Centro de Atendimento ao Surdo (CAS) disponibiliza um serviço essencial a todos os surdos. Trata-se da Central de Interpretação de Libras (CIL), que realiza os mais diversos atendimentos.
A partir dela, o surdo pode agendar atendimento nos mais diversos órgãos públicos, como o Detran, audiências judiciais, consultórios médicos, matrícula nas escolas das redes estadual e municipais de ensino e até mesmo entrevistas de emprego. “Desde que o serviço seja público e gratuito pode ser agendado”, explica a coordenadora do CAS, Joana D’Arc Nascimento.
Ver notícia:
Em Araguaína/TO, funcionários da área da saúde, compõem a nova turma do curso gratuito de Língua Brasileira de Sinais (Libras) oferecido pela Central de Interpretação de Libras (CIL). O curso acontece até o dia 25 de setembro, com aulas ministradas todas as quartas-feiras, na Secretaria Municipal da Assistência Social.
Ver notícia:
O Instituto Federal de Sergipe (IFS) promove, no dia 16 de setembro, o 2º Encontro de Libras, dentro da programação da 7ª Semana Aracaju Acessível, idealizada pelo vereador Lucas Aribé. Segundo a proposta do tema “A Arte de Incluir”, o evento abordará o universo do surdo e sua relação com a cultura, o esporte, o turismo e o lazer, à luz do Capítulo IX da Lei Brasileira da Inclusão.
A programação inclui palestras, rodas de conversa e debates que visam ressaltar a importância da acessibilidade e inclusão em todas as áreas da sociedade. Serão palestrantes do Encontro de Libras o diretor-presidente do Centro de Surdos de Aracaju (Cesaju), Pablo Ramon Lima de Barros, e o professor substituto da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Geraldo Ferreira Filho.
O público-alvo do evento, que é gratuito, são surdos e ouvintes usuários de Libras, além de estudantes e outros interessados na Língua Brasileira de Sinais. As inscrições podem ser feitas no site do IFS.
Quem já assistiu a Toy Story famosa animação Disney-Pixar, e que acaba estrear o quarto filme, deve amar Andy e de seus velhos – e novos! – brinquedos: o xerife-cóuboi Woody, o boneco espacial Buzz Lightyear, o dinossauro em miniatura Rex, o Sr. e a Sra. Cabeça de Batata, Slinky (o cachorro-mola), a boneca vaqueira Jessie, entre outros. Um clássico para muitos das décadas de 1990 a 2000.
E a novidade do 4, que mal acabou de estrear é uma pequena criança usando um aparelho de implante coclear.
Muitas músicas do filme, conhecidas por crianças de diferentes países do mundo, foram interpretadas em línguas de sinais e gestuais e partilhadas na Internet.
Vejam que legais algumas delas (clique nos links para acessá-las):