Após meu relato número 011, logo ainda no começo de 2024, eu estava muito triste e transtornado por ter que ficar provando a minha real condição, e diagnóstico auditivo.
Por qual motivo eu tenho que sofrer por isso, Meu Deus? Me perguntava. E ainda me cobrava e me culpava por não entender meus colegas de trabalho e chefia. Sendo essa uma cobrança totalmente infundada, já que eu não escolho o grau de audição, e entendimento quando na comunicação das pessoas.
Mas tomei naquela mesma semana a iniciativa de atualizar meus exames. Fui no otorrino, fiz audiometria no fonoaudiólogo, voltei no otorrino e surpresa: o pouquinho que eu ainda escutava, reduziu-se ainda mais. De mal a pior, por assim dizer. Bem, e daí um fato inédito pela primeira vez na vida, fui indicado a cirurgia de implante coclear. E fui convidado pelo médico do plantão a conhecer mais sobre com o Doutor Rafael Freire, médico otorrinolaringologista especialista do assunto que atendia no mesmo local.
Confesso, que o implante até então era um procedimento que eu tinha bastante preconceito, mas pude aos poucos assimilando a ideia e ir esclarecendo cada mito que eu sabia sobre o assunto. Neste mesmo dia, o Doutor Rafael, muito solicito e simpático, me passou muitos exames para saber se meu corpo e organismo realmente podia sustentar esse tipo de cirurgia. E foi-se mais de um mês, quase dois meses para fazer tantos exames.
Hoje recebi essa notícia muito legal, lá do escritório Nelson Wilians Advogados que é responsável por um projeto pioneiro para a inclusão de pessoas com deficiência auditiva. Trata-se do programa Nós – PCD, que desenvolve práticas para a contratação e crescimento profissional para esse público. Até o momento, já foram contratados, na matriz de São Paulo, 7 pessoas surdas e um intérprete de libras, que oferece suporte e facilita a comunicação com os demais profissionais.
Gente, olha só! Tem um interprete pra ajuda na comunicação. Não é demais? E é muito bom, pois eu sempre digo. Não adianta dar a vaga, se não dar ferramentas de inclusão.
Recentemente, o time de Gente&Cultura do escritório reuniu os profissionais surdos, seus gestores e a presidência para apresentar a criação da segunda fase do programa. A primeira fase ocorreu no ano passado, com um curso que capacitou 39 profissionais com a Língua Brasileira de Sinais.
Para esta nova etapa, foram anunciados a criação de um curso de português para os deficientes auditivos, como ferramenta de ampliação de leitura, escrita e comunicação, além de subsídios educacionais para a formação profissional.
“A segunda fase do programa tem como foco principal o desenvolvimento de carreira dos nossos profissionais surdos. Isso só é possível com uma comunicação fluída entre as partes. Por essa razão, iremos fornecer o curso de Língua Portuguesa e de Libras, além de sessões de coaching de carreira para ajudá-los na escolha da profissão, 100% de subsídio educação, tanto da graduação quanto da pós-graduação”, comenta Camila Costa, Gerente de Gente&Cultura da Nelson Wilians Advogados.
De acordo com a gerente, no final de cada mês, haverá um encontro entre os profissionais e líderes, nomeados carinhosamente como calibra. O objetivo será a troca de experiências e o compartilhamento de temas corporativos importantes.
Entre as principais ações do programa, estão a contratação de intérpretes de libras para todos os eventos corporativos do escritório, a promoção de aulas de libras, priorizando o aprendizado dos gestores, padrinhos e profissionais da área de Gente&Cultura. “Serão abertas vagas para profissionais de diferentes áreas, visando fomentar a inclusão e acessibilidade comunicacional e o desenvolvimento de lideranças “, conclui.
“Queremos capacitar e sensibilizar os líderes para acompanhar, desenvolver e fortalecer a inclusão produtiva dos profissionais surdos. Um dos diferenciais desta segunda fase do programa é ofertar bolsa acadêmica e profissional, subsidiando 100% do curso superior, para que eles tenham a oportunidade de galgar altos cargos na carreira”, conclui a gestora.
Parabéns! Mandem fotos depois! 🙂
Sobre a Nelson Wilians Advogados
Com 25 anos de atuação no mercado, a Nelson Wilians Advogados (NWADV) está hoje em todas as capitais brasileiras e cidades estratégicas do interior do país, totalizando 29 escritórios, e conta também com representação em países da América Latina, América do Norte e Europa. Essa característica possibilita proporcionar aos clientes uma atuação jurídica ágil, moderna e eficaz nas mais variadas áreas do Direito, como direito empresarial, direito trabalhista, tributário, societário, penal estratégico, imobiliário, do agronegócio e com ações relacionadas à LGPD, entre outros. A NWADV conta hoje com aproximadamente 1.100 advogados contratados e cerca de 657 mil processos ativos sob sua responsabilidade.
Todo mês de setembro nós celebramos o Setembro Azul, em que nos dedicamos à conscientização sobre a importância da inclusão de pessoas surdas na sociedade. Nesse cenário, é super importante refletirmos sobre nossas atitudes e linguagem, não é mesmo? Com isso em mente, separamos 15 frases capacitistas para você deletar de vez do seu vocabulário.
O Setembro Azul é uma oportunidade de aprender, desaprender e promover mudanças que tornem o mundo mais inclusivo e respeitoso. Mas já que estamos tornando o mundo mais inclusivo, por que não ampliar essa luta e comemorar também o Setembro Verde? Ainda não conhece essa campanha? Não se preocupe que vamos te explicar mais sobre ela daqui a pouquinho!
O que é o Setembro Azul e qual a sua importância?
O Setembro Azul é uma iniciativa global que busca conscientizar sobre os desafios enfrentados pelas pessoas surdas e promover a inclusão em todos os aspectos da vida. Essa campanha tem como objetivo quebrar barreiras de comunicação, educar a sociedade sobre a cultura surda e lutar por igualdade de oportunidades.
Mas você sabe por que essa iniciativa é celebrada em setembro e por que a cor símbolo é o azul?
Esse é o mês que reúne diversas datas importantes para a comunidade surda. Uma delas é o dia de fundação do INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), em 26 de setembro de 1857. Além disso, o azul é bastante simbólico para essa comunidade, por representar a cor do laço que as pessoas com deficiência precisavam usar no braço para serem identificadas pelos nazistas na 2ª Guerra Mundial. Você já sabia dessas curiosidades?
O que é o Setembro Verde e por que ele também é relevante?
O Setembro Verde tem uma proposta bastante parecida com a do Setembro Azul, mas ao invés de focar em uma deficiência específica, essa campanha se dedica à conscientização sobre a inclusão das pessoas com deficiência em geral. Essa campanha é um lembrete de que a sociedade deve ser acessível a todas as pessoas, independentemente de suas habilidades e características físicas, cognitivas ou sensoriais. A luta por um mundo mais inclusivo abrange uma ampla variedade de deficiências, cada uma com suas próprias necessidades e desafios.
Nesse contexto, nosso papel é garantir que estamos contribuindo para uma sociedade menos capacitista em nossos ambientes de trabalho, com nossos amigos e familiares!
O que é capacitismo?
O capacitismo é a discriminação ou preconceito em relação às pessoas com deficiência. Ele se baseia na ideia de que a habilidade física ou mental é um indicador de superioridade, tendo como padrão um corpo sem deficiência considerado “normal”. Em resumo, o capacitismo subestima a capacidade e aptidão das pessoas em virtude da sua deficiência.
Isso se manifesta de várias formas, desde atitudes condescendentes e expressões preconceituosas até a exclusão sistemática de pessoas com deficiência de oportunidades educacionais, de emprego e sociais. O capacitismo, assim como qualquer outro tipo de preconceito, também pode acontecer de forma velada, quando alguém se refere à uma pessoa com deficiência com um certo “heroísmo”, supervalorizando a realização de suas tarefas básicas.
15 frases capacitistas que você deve parar de usar agora mesmo
Agora que você já entende um pouco mais sobre o que é capacitismo e algumas formas em que ele pode se manifestar, chegou a hora de conferir algumas frases capacitistas para não usar nunca mais!
“Nossa, nem parece que você tem deficiência”: essa frase sugere que ter uma deficiência é algo negativo, além de reforçar a ideia de que as pessoas com deficiência deveriam ter uma aparência diferente para serem mais facilmente identificadas.
“Você fala? Nem parece que é surda”: essa frase minimiza a identidade surda de alguém e reforça estereótipos prejudiciais, como a de que pessoas surdas não falam, sendo erroneamente chamadas de surdas-mudas (essa é uma deficiência diferente da surdez).
“Achei que você era normal”: essa declaração implica que as pessoas com deficiência não são “normais”, perpetuando o estigma e a valorização dos corpos sem deficiência tidos como o “padrão a ser seguido”.
“Se fosse comigo, nem sei o que faria”: essa frase subestima a resiliência e as capacidades das pessoas com deficiência, além de tratar a deficiência como um fardo e um problema.
“Essa pessoa é um exemplo de superação”: embora seja importante reconhecer conquistas individuais, usar a superação como única narrativa desconsidera as lutas reais das pessoas com deficiência, e muitas vezes é usada naquele contexto de supervalorizar tarefas básicas.
“Você está sendo meio autista”: essa frase é um exemplo de como termos clínicos são usados de maneira inadequada e pejorativa.
“Finge demência”: usar termos relacionados a deficiências para descrever comportamentos indesejados é ofensivo e reforça estigmas.
“Você é retardado?”: o uso do termo “retardado” como insulto é altamente ofensivo e perpetua o preconceito contra pessoas com deficiências intelectuais.
“Você está cego/surdo?”: mais uma vez, usar uma deficiência para descrever um comportamento não é nada respeitoso e desconsidera as necessidades individuais da pessoa.
“Que mancada”: associar deficiências a erros ou falhas contribui para a marginalização.
“Nós não temos braço para isso”: usar deficiências como metáforas para dificuldades minimiza as experiências das pessoas com deficiência, e poderia facilmente ser substituída por uma expressão mais literal.
“Dar uma de João sem braço”: expressões desse tipo perpetuam estigmas e “brincadeiras” de mau gosto relacionadas a deficiências.
“Estou mais perdida que cego em tiroteio”: essa comparação é insensível e trivializa situações perigosas.
“A gente só recebe o fardo que aceita carregar”: essa frase desconsidera a luta contra a discriminação e a desigualdade enfrentada pelas pessoas com deficiência, dando a ideia de que elas tiveram a opção de escolher ter ou não a deficiência.
“É melhor ser surda do que ouvir isso”: essa declaração minimiza a experiência da deficiência auditiva e implica que ser uma pessoa surda é preferível a lidar com comentários ruins.
Qual a importância de usar uma linguagem inclusiva?
Usar uma linguagem inclusiva e acessível é fundamental para respeitar a dignidade e a identidade das pessoas com deficiência. Algumas formas de fazer isso incluem:
A pessoa em primeiro lugar: devemos colocar a pessoa antes da deficiência, como “pessoa com deficiência” em vez de “deficiente”.
Usar a terminologia adequada: informe-se sobre os termos corretos para se referir a diferentes deficiências e evite termos pejorativos, como as frases capacitistas que acabamos de mencionar.
Evitar rótulos simplistas: evite categorizar as pessoas apenas por suas deficiências, reconhecendo a complexidade de suas identidades.
Respeitar as preferências individuais: algumas pessoas preferem termos específicos para se referirem a suas deficiências, respeite essas preferências. Por exemplo, dentre as pessoas com deficiência auditiva, algumas se identificam como surdas e outras não, principalmente por conta do fator cultural envolvido neste termo.
Conclusão
Neste Setembro Azul e Verde, esse mês símbolo de uma luta contínua, temos que nos comprometer a ser anticapacitistas, desafiando preconceitos enraizados e adotando uma linguagem mais inclusiva. A conscientização sobre o capacitismo é uma etapa essencial para a criação de uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Lembre-se de que as palavras têm poder, e usar uma linguagem respeitosa e inclusiva é uma ótima maneira de começar a promover a igualdade e o entendimento.
Quer continuar explorando o universo da inclusão e diversidade? Então visite o blog da Hand Talk. Aqui você poderá acessar diversos conteúdos com dicas e práticas de ações mais inclusivas, tanto para indivíduos quanto para as grandes organizações!
Apesar da lei que reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras como ‘meio legal de comunicação e expressão’ completar 21 anos em 2023, os surdos e outras pessoas com algum tipo de deficiência auditiva ainda enfrentam muitos desafios e obstáculos no país, mesmo na hora de acessar os serviços básicos do dia a dia. Pensando nisso, a Help24 (Plataforma de telemedicina) disponibilizará, de maneira inédita e pioneira no país, teleconsultas para pacientes surdos com a ajuda de um interprete de Libras.
“Teremos o primeiro plano de saúde do Brasil com total acesso aos 10 milhões de usuários que dependem da de libras no país. Será um marco para a comunidade surda e um feito histórico para a medicina no quesito inclusão social”, explica Ronnie Girardi, CEO da RG Holding. A Help24 faz parte do conglomerado de 5 Health Techs da RG Holding, sendo uma das maiores empresas do país em saúde digital, com mais de 1 milhão de consultas realizadas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 5% da população brasileira possui algum tipo de deficiência auditiva, e parte dela usa a Libras como auxílio para comunicação. O número representa 10 milhões de pessoas no país, sendo que 2,7 milhões delas não ouvem nada. De acordo com uma estimativa da Organização Mundial da Saúde, 900 milhões de pessoas podem desenvolver surdez no planeta até 2050.
A falta de acessibilidade e de profissionais capacitados acabam tornando o hábito de cuidar da saúde ainda mais desafiador para essa comunidade. As principais queixas incluem a falta de intérpretes e de informações em formatos acessíveis. Além disso, os deficientes auditivos enfrentam também barreiras físicas ao acessar serviços de saúde, pois muitos hospitais e clínicas não contam com estruturas e sinalizações adequadas.
“Diante dessas dificuldades, é fundamental que os planos de saúde ofereçam soluções e profissionais capacitados para promover a inclusão social de pessoas com deficiência auditiva“, ressalta Girardi.
O empresário destaca, ainda, a importância da telemedicina nos dias de hoje, em especial para as pessoas com dificuldade de locomoção ou que moram em áreas remotas. “A telessaúde é um exemplo de como a tecnologia pode transformar a maneira como cuidamos do nosso bem-estar. Na Help24, uma plataforma de telemedicina que reúne especialistas de diversas áreas, a gente disponibiliza assistência imediata e sem precisar sair de casa, além de ter uma rede conveniada de farmácias, laboratórios e clínicas que oferecem descontos aos nossos clientes. Em resumo, utilizamos a tecnologia para garantir o atendimento de forma rápida, a qualquer momento do dia e em qualquer lugar“, finaliza Girardi.
Existem hoje uma grande variedade de pessoas no mundo, e quando no trabalho podemos estar com muitas situações que adaptações razoáveis será um fator crucial para que a inclusão se torne viável, já que podem ter clientes externos e internos com alguma deficiência.
A necessidade de adaptações razoáveis como um meio para eliminarmos barreiras, principalmente nos locais de trabalho, é citada inúmeras vezes no texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), adotada em 2006 pela Assembleia Geral da ONU (NAÇÕES UNIDAS, 2006), e o portal Acesse, traz uma matéria muito importante e interessante sobre que pode-se ser acesssada na íntegra clicando aqui.
Por exemplo, no Preâmbulo da CDPD, os Estados Partes, “reconhecendo a importância da acessibilidade aos meios físico, social, econômico e cultural, à saúde, à educação e à informação e comunicação, para possibilitar às pessoas com deficiência o pleno gozo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais (item v)”, se declaram “convencidos de que uma convenção internacional geral e integral para promover e proteger os direitos e a dignidade das pessoas com deficiência prestará significativa contribuição para corrigir as profundas desvantagens sociais das pessoas com deficiência e para promover sua participação na vida econômica, social e cultural, em igualdade de oportunidades, tanto nos países em desenvolvimento como nos desenvolvidos (item y)” (grifos do autor do texto original.
A CDPD defende o desenho universal como o principal critério a ser utilizado no planejamento e execução dos referidos ajustes e modificações, definindo-o como “a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, até onde for possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. O desenho universal não excluirá as ajudas técnicas para grupos específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias” (Artigo 2).
Os Estados Partes se comprometem a “realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, serviços, equipamentos e instalações com desenho universal (…), que exijam o mínimo possível de adaptação e cujo custo seja o menor possível, destinados a atender às necessidades específicas de pessoas com deficiência, a promover sua disponibilidade e seu uso e a promover o desenho universal quando da elaboração de normas e diretrizes” (Artigo 4, item f).
Encontramos no Artigo 5, item 3, a garantia de que “a fim de promover a igualdade e eliminar a discriminação, os Estados Partes adotarão todas as medidas apropriadas para garantir que a adaptação razoável seja oferecida”.
O objetivo das adaptações razoáveis é tornar acessíveis para as pessoas com deficiência os ambientes, os equipamentos e as ferramentas de trabalho. A acessibilidade constitui um dos princípios da CDPD (Artigo 3, item e).
De acordo com o Artigo 27, item 1-i, “os Estados Partes adotarão medidas para “assegurar que adaptações razoáveis sejam feitas para pessoas com deficiência no local de trabalho”.
A primeira lei federal a incorporar os principais ditames da CDPD, inclusive as adaptações razoáveis, é a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que as trata em diversas partes (BRASIL, 2015), e também tem a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou em 2017 dois documentos que abordam exaustivamente a questão das adaptações razoáveis no local de trabalho (OIT, 2017a; OIT, 2017b).
As adaptações razoáveis
O termo e o conceito adaptações razoáveis apareceram pela primeira vez na Lei dos Direitos Civis (GOVERNO DOS EUA, 1968), mas fora do contexto da pessoa com deficiência. Este conceito, já em relação às pessoas com deficiência no contexto do mercado de trabalho, foi inserido na Lei de Reabilitação de 1973 (GOVERNO DOS EUA, 1973), dos EUA, mais especificamente na Seção 503 (Ação Afirmativa) e na Seção 504 (Discriminação).
É aqui oportuno repetir a definição dada pelo Artigo 2 da CDPD para adaptações razoáveis: São as modificações e os ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso (Brasil, 2007).
Gopal Pati e Glenn Morrison (1982) publicaram, na revista Harvard Business Review, um artigo sobre adaptações razoáveis à luz da Lei de Reabilitação Profissional (GOVERNO DOS EUA, 1974), e da Lei de Educação para Todas as Crianças com Deficiência (GOVERNO DOS EUA, 1975). Estes autores concluem que, com pouco custo e esforço, empresas no início da década de 80 conseguiram fazer adaptações razoáveis nas seguintes áreas:
Seleção de pessoal (p.ex.: funcionário de recursos humanos lia as questões para candidatos cegos; outro escrevia as respostas dadas por candidatos que possuíam mãos sem funcionalidade);
Locais de trabalho (p.ex.: supervisores mudaram leiaute dos armários de arquivos, ampliaram áreas de acesso físico, adaptaram controles de equipamentos para serem operados com a mão ou o pé, instalaram telefones com teclas (na época eram comuns os telefones com disco);
Recintos (p.ex.: empresa instalaram rampas e corrimãos);
Esquemas de trabalho (p.ex.: empresa ajustou horários de trabalho para pessoas com deficiência evitarem congestionamento no trânsito ou comparecer a consulta/tratamento programado, tomar remédios. Em certos casos, pessoa com deficiência trabalhava parte da semana na empresa e parte no domicílio);
Reestruturação do trabalho (p.ex: supervisor modificou as atribuições de certas funções para que funcionário com deficiência pudesse desempenhá-las sentado, quando tradicionalmente eram realizadas em pé, ou algumas atribuições foram trocadas com outro empregado);
Ajudas técnicas (p.ex.: mais e mais empresas já estavam investindo em tecnologias para viabilizar o desempenho de funções por empregados com deficiência);
Ledores e intérpretes (p.ex: um empregado cego necessitou uma pequena parte do tempo de empregado não-cego para ouvir as instruções sobre o seu trabalho. Um empregado surdo precisou comunicar-se em língua de sinais com empregado não-surdo, com ou sem intérprete;
Política flexível (p.ex.: empresa adotou licença administrativa ou licença não-remunerada para o empregado receber treinamento sobre ajudas técnicas ou para aprender novas atribuições ou funções);
Designação e treinamento em nova função (p.ex.: empregados que adquiriram uma deficiência pós-acidente ou pós-doença ocupacional puderam ainda ser uma força produtiva na empresa por terem recebido treinamento para novas funções);
Transporte (p.ex.: supervisores puderam ajudar empregados com deficiência a chegar ao serviço provendo-lhes vagas reservadas no estacionamento próximo à empresa, organizando esquemas de carona e apoiando autoridades na disponibilização de ônibus adaptados).
Todos os dias é uma luta para os surdos, que vivem se impondo, e cobrando acessibilidade e inclusão no local de trabalho. E estou passando por algo no meu, e tem sido dificil, e acredito que muitos e muitos outros surdos também estão neste momento passando pelo mesmo.
Mas para começar vamos imaginar dois cenários:
No seu local de trabalho talvez não tenha nenhum surdo, mas com certeza tem ouvintes, correto? O que vocês achariam de termos uma palestra com um tema muito importante para a empresa, e no grande dia da palestra, ser anunciado um famoso palestrante surdo, que não fala usando a voz, apenas a Libras – língua brasileira de sinais.
Qual seria a sua opinião, bem como a de os todos os presentes ao saber que não haveria tradução para o português, mas “felizmente”, todo o material da apresentação será distribuido para a leitura de todos os presentes? Será que você e seus colegas receberiam com alegria esse material, e assistiria com a mesma animação caso o palestrante fosse ouvinte? Pode isso? Talvez você e seus e colegas respondam que não, e acrescente que deveria ter ou um palestrante ouvinte, ou caso o palestrante seja surdo, que haja um tradutor da libras para português, e que um material por escrito para todos os ouvintes não seja tão interessante.
Agora vamos imaginar que existe um surdo no seu local de trabalho, e o mesmo não tem suporte auditivo para acompanhar confortavelmente uma reunião, curso ou palestra. Mas também não tem na sua empresa, um interprete de Libras para dar o suporte que o surdo precisa, então é decidido entregar o material para o surdo ler. Pode isso? Ouvi que sim, a poucas semanas, já que a empresa não tem ninguém que sabe Libras.
Entendem onde está o capacitismo? Para o que ainda não sabem, trata-se o nomear o preconceito e discriminação para pessoas com deficiência.
Por que é legal para o surdo ler algo num papel, que alguém ouvinte está falando, e a empresa não assegura seus direitos de acessibilidade ou de adaptações razoáveis? Outra: Por que um ouvinte acha que está tratando o surdo “igual” ao ouvinte se este surdo, nao recebe o conhecimento da mesma forma que o colega ouvinte recebe? Será que o surdo está satisfeito com o tratamento, de quem acha que está acessibilizando conhecimento, sendo que nem foi questionado se está legal, e/ou aceitável para o mesmo?
Ouvintes: incluam os surdos quando nas decisões de adaptações no seu local de trabalho! Acessibilidade é lei, não é favor, tratem-os surdos com o respeito que eles merecem.
Longe de serem totalmente inclusivas, as empresas pecam não apenas pela falta de estrutura, como rampas e comunicação adaptada, mas principalmente pela falta de um olhar mais amplo sobre o tema, que permita educar seus times para um futuro realmente inclusivo, para todos.
Graças a uma discussão cada vez mais ampla sobre o tema, as empresas têm procurado se adaptar e têm, com isso, se tornado mais diversas e inclusivas. Geralmente, porque seguem a Lei de Cotas, criada em 1991, e que prevê a obrigatoriedade da destinação de 2% a 5% das vagas nas empresas que tiverem mais de 99 funcionários. Mas será que isso é suficiente?
Segundo a gestora Clécia Aragão O., estamos longe de sermos um mercado inclusivo, especialmente porque, como sociedade, ainda tratamos a inclusão como sendo o movimento de trazer a pessoa com alguma deficiência ou necessidade específica, para “dentro” do universo da normalidade: “ainda nos consideramos diferentes e isso não é inclusão”, enfatiza.
À frente de um movimento que busca promover “inclusão para todos”, Clécia explica: “diria que o maior desafio da inclusão é o medo de lidar com as diferenças e a negligência ao desenvolver o respeito para com o outro, a falta de ampliar a visão de mundo para um olhar humano e amoroso, desafiar o próprio autoconhecimento e expandir a consciência para um mundo melhor e para a valorização a vida.”
O termo inclusão já é amplamente difundido e, ainda assim, vivemos em um mundo que nos separa e rotula. “A grande questão das empresas”, segue Clécia, “é a adequação a uma regra e não a busca por uma real inclusão”. A empresária credita isso a uma visão ainda muito restrita do que é inclusão: “não somos iguais, daí a necessidade de mais respeito às diferenças. Respeitar que sou diferente é acolher a liberdade de ser diferente do outro e aceitar a liberdade de escolha do outro”.
Para ela, uma das soluções seria trocar a ideia de inclusão como a conhecemos pelo da liberdade, de um modo amplo e irrestrito: “falar de inclusão ou qualquer outra causa é falar de liberdade, de ir e vir sem julgamento, de ser diferente e ser respeitado, de ser aceito independe da condição física ou alguma limitação, seja ela congênita ou adquirida. Esse seria um grande avanço”.
Clécia é uma referência no assunto desde 2008. Já esteve à frente de projetos como o Livro ilustrado de Língua Brasileira de Sinais, um dicionário de Libras, uma das primeiras publicações abrangentes do setor. No seu currículo estão duas revistas do segmento de inclusão de pessoas com deficiência, uma voltada a assuntos gerais e outra com foco na inclusão educacional, e a primeira edição da Mostra Casa e Corporativo Acessíveis Projeto & Estilo, mostra de arquitetura com foco exclusivo em projetos de desenho universal, realizada em parceria com o Shopping D&D, em São Paulo.
Hoje, ela está à frente de uma empresa que trabalha exatamente para ampliar o olhar sobre a inclusão, coisa que ela leva da vida para o mundo corporativo: “é até clichê repetir que toda mudança de comportamento acontece quando o gestor da empresa vive o que ensina, ou que a ‘mudança tem que vir de cima’, mas é a mais pura verdade. Discursos não provocam mudanças. As empresas precisam promover vivências e tornar o assunto da diversidade, da inclusão e da equidade algo natural e usual”, afirma.
Clécia finaliza reafirmando seu compromisso em ampliar esse olhar para o universo da gestão: “acredito muito em uma empresa de corpo, mente e alma, que vive uma verdadeira ‘metanóia’, pois só uma gestão humanizada e equânime é capaz de agir de forma inclusiva. Acredito ser esse o primeiro princípio viver o que se ensina, inclusive dentro das empresas”.
Tenho sempre dito que a discriminação já sofrida por mim e por tantas outras pessoas com deficiência tem sido um empecilho para transformação social e progresso da sociedade como um todo. Dito isso, é importante o combate ao preconceito e a falta de informação, e eu como surdo e digno de respeito trago esse espaço para reafirmar a importância de se impor e lutar também pela representatividade.
No caso dos surdos, a representatividade na mídia é fundamental para a sua inclusão, e recentemente trouxe um caso que encheu meu coração de alegria e esperança. Sim, é ela!
Sueli, a nova personagem da turminha da Mônica, que é surda e está em construção pela equipe de designs da Produção Mauricio de Sousa, ao saber disso, por meio da Way Comunicação, assessoria de imprensa responsável pela divulgação da nova personagem, enviei perguntas para a Sueli, mas como estava muito atarefada e envolvida com a “Surdolimpíadas”, coube ao próprio Mauricio de Sousa, criador da personagem, responder as perguntas. Vamos a entrevista?
Eu também sou surdo, e descobri minha perda mais ou menos com 10 anos, sempre gostei de ler e os gibis da Turma da Mônica tem um papel fundamental desde criança na minha vida. Fiquei super empolgado com a chegada da Sueli na turma. Como foi para a equipe a construção da personagem?
Temos aprendido muito sobre a diversidade da comunidade surda tanto com a organização dos jogos surdolímpicos, como com a equipe da Derdic, instituição sem fins lucrativos, mantida pela Fundação São Paulo e vinculada academicamente à PUC São Paulo. Entidade essa que atua na educação, acessibilidade e empregabilidade de surdos, além de oferecer atendimento clínico para pessoas de baixa renda com alterações de audição, voz e linguagem. Temos tido uma resposta muito positiva, principalmente de crianças surdas que se reconheceram na Sueli.
Que legal poder contar com uma instituição que entende a realidade dos surdos. No caso da Sueli, ela aprendeu Libras quando? Sua família já está formada, também se comunica em Libras?
Sueli ainda está em processo de construção, que é sempre complexo e exige muito estudo e pesquisa. Tanto as características como o universo da Sueli ainda estão em processo de elaboração. Inclusive tem grande importância a reação dos leitores que também nos passam suas impressões sobre a personagem.
Quais as dificuldades encontradas para trazer a personagem para a Turma da Monica? Qual o impacto da chegada de uma surda na escola na sociedade no âmbito do Bairro do Limoeiro?
Estamos ansiosos para esclarecer todas as questões sobre a Sueli, mas um dos desafios será representar a comunicação em Libras nos quadrinhos. A chegada da Sueli ao Bairro do Limoeiro e à escola com certeza serão temas de histórias em breve, bem como sua interação com a família.
Qual a mensagem que a Sueli e a Turma da Monica vai trazer para crianças surdas e ouvintes, fãs da turminha?
Esperamos que a mensagem da importância da inclusão e do respeito às diferenças, além de levar mais conhecimento sobre a diversidade da comunidade surda. Quem sabe as histórias da Sueli também despertem nas crianças e adultos a vontade de aprender Libras?
Obrigado Mauricio de Souza e equipe por trazer voz as nossas mãos e som aos nossos ouvidos, estou muito feliz por ter representante na turma. Sucesso para todos e boas vindas Sueli.
Agradecimentos: BETE FARIA NICASTRO | Diretora bete@waycomunicacoes.com.br (11) 3862-1586 * (11) 3862-0483 * (11) 99659-2111 WAY COMUNICAÇÕES | WWW.WAYCOMUNICACOES.COM.BR
Toda empresa que tiver a pretensão de demonstrar um modelo moderno de gestão, com toda certeza deve partir da demonstração da inclusão da diversidade aos seus clientes internos e externos. A diversidade tem revolucionado o mercado, uma vez que, quando a empresa garante equipes com pessoas de diferentes orientações ideológicas e histórias de vida, além de condições sociais, de gênero e físicas, ela abre uma porta importante para um universo de possibilidades de desenvolvimento de novos conhecimentos e diferenciais.
Para que tenhamos inovação, é preciso ter a cultura da diversidade como parte estratégica de uma organização, na qual deve estar presente a cultura organizacional da empresa.
Pensar diferente e trocar experiências em um ambiente de trabalho é muito saudável e motivador. Pode ressignificar e transformar seu negócio! Contudo, esta nova cultura deve ser construída de forma gradativa. É preciso fazer com que todos se engajem e, principalmente, mantenham o diálogo aberto, pois, somente assim é possível garantir a execução das ações necessárias e o atingimento positivo dos resultados.
A cultura da diversidade deve ser abraçada por todos os setores e processos da empresa. Quanto mais líderes envolvidos e engajados existirem, melhores serão os resultados. Como toda ação dentro de uma empresa, o desenvolvimento da cultura da diversidade deve ser alicerçado nos valores universais e com definição de resultados, afinal, deve se manter um monitoramento, visando à manutenção constante desta nova atitude/cultura.
Desenvolver um projeto de cultura organizacional engajado na diversidade é um desafio, mas tudo começa com o planejamento e é preciso que os valores determinados sejam praticados por todos. Sempre deve ser considerada a questão inclusive do layout do ambiente de trabalho, gestão justa de cargos e salários, promover oportunidades e muito mais.
Uma grande porta de entrada seria a formação de um Comitê de Diversidade e Inclusão. Quanto mais profissionais estratégicos forem envolvidos, maior será o respeito à integridade humana e a justiça social. Este comitê seria responsável desde o planejamento até a previsão e monitoramento de atingimento de metas que sejam compreensíveis e relevantes.
Portanto, incentivar o respeito às diferenças e desenvolver uma cultura de diversidade e inclusão na empresa perpassa pela definição de perfis funcionais baseados na diversidade, na promoção de processos seletivos mais justos, no desenvolvimento de grupos de apoio à diversidade, no desenvolvimento de ações contínuas que promovam a educação e o diálogo, no desenvolvimento de critérios de validação dos resultados, no reforço do trabalho junto às lideranças, na criação de uma estrutura de comunicação interna, na otimização do ambiente de trabalho com foco na diversidade e, acima de tudo, na constante promoção de capacitações em prol da diversidade.
Variar perspectivas
Ter maior criatividade
Ter maior inovação
Ter uma resolução mais rápida de problemas
Ter uma posição melhor para tomada de decisões
Esses com certeza são benefícios em um ambiente de trabalho com diversidade!
*Cris Baluta é CEO Roadimex Ambiental, co-Founder Instituto SER Ser (Sustentabilidade, Engajamento e Realização) e conselheira e coordenadora do GIEMA + SG – Grupo de Intercâmbio de Experiências em Meio Ambiente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
Sueli, uma garota de 9 anos que é fã de esportes, é a primeira personagem surda da Turma da Mônica. Ela fez sua estreia em postagens nas redes sociais realizadas pelo Instituto Mauricio de Sousa em parceria com a 24ª Surdolimpíadas de Verão. O evento esportivo teve início no dia 1º de maio e segue até 15 deste mês, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
As ilustrações dos estúdios da Mauricio de Sousa Produções remetem aos atletas participantes da Surdolimpíadas e traz a personagem para reforçar a importância da acessibilidade e da inclusão, na companhia da Turma da Mônica.
A Surdolimpíadas de Verão recebe atletas surdos de mais de 77 nacionalidades, que disputam diversas modalidades, sendo elas 20 masculinas e 18 femininas.
Sueli
Sueli se comunica pela Língua Brasileira de Sinais (Libras), como meio legal de comunicação e expressão dos surdos, conforme a Lei 10.436/2002. A ideia de criação da personagem nasceu de uma vontade antiga do desenhista Mauricio de Sousa e, com a realização do evento olímpico, ganhou forma.
Para elaborar a personagem, os estúdios da Mauricio de Sousa Produções contaram com a colaboração da organização da 24ª Surdolimpíadas e de professores da Derdic, que é uma instituição sem fins lucrativos, mantida pela Fundação São Paulo e vinculada academicamente à PUC São Paulo, e que atua na educação, acessibilidade e empregabilidade de surdos, além de oferecer atendimento clínico para pessoas de baixa renda com alterações de audição, voz e linguagem.
Com a chegada da nova moradora do bairro do Limoeiro, a Turma da Mônica expande a representatividade de Pessoas com Deficiência (PcD), pois já possui personagens como Luca, cadeirante; Dorinha, deficiente visual; Tati, com síndrome de Down; e André, autista.
Instituto Mauricio de Sousa (IMS)
Fundado nos anos 90, o IMS realiza projetos, campanhas e ações sociais focados na construção de conteúdos que, por meio de uma linguagem clara e lúdica, estimulam o desenvolvimento humano, a inclusão social, o incentivo à leitura, o respeito entre as diferenças, a formação de cidadãos conscientes e conhecedores de seus deveres e direitos.
A Surdolimpíadas é um evento multidesportivo internacional, organizado pelo Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD – International Committee of Sports for the Deaf). A primeira edição, realizada em Paris em 1924, foi também o primeiro evento esportivo para pessoas com necessidades especiais.
A Surdolimpíadas de Verão acontece a cada 4 anos e é o evento multidesportivo mais antigo, depois dos Jogos Olímpicos. Para a 24ª edição de Verão, espera-se receber 6.500 pessoas entre surdoatletas e comissões técnicas e equipes de mais de 77 países.
Como marco histórico, o Brasil é o primeiro país da América Latina a sediar os Jogos Surdolímpicos de Verão, que será também o maior evento poliesportivo já realizado no estado do Rio Grande do Sul.
Para a comunicação, as línguas reconhecidas são Libras, SI (Língua internacional de sinais) e o Inglês; na arbitragem, a diferença é que os sinais sonoros são alterados para sinais luminosos; haverá intérpretes de Libras, SI (ouvintes e surdos na equipe da interpretação) e as delegações vêm acompanhadas de intérpretes que sinalizam na língua de cada país.