Quando os surdos ouvirão – uma esperança segura

Ser surdo pode ser desafiador, e já contei aqui,  aqui e aqui sobre alguns dos desafios que carregamos por não compreendermos os sons ou por não sermos compreendidos. Uma coisa é certa, pode ser ainda mais difícil se não entendemos o motivo de nossas limitações auditivas. Talvez culpamos a Deus, ou pensamos que estamos sendo castigados por pecados de nossos pais ou antepassados. Tudo isso não passa de mentiras que um anjo muito mal, conhecido na Bíblia como Satanás, quer que acreditamos.

A verdade é que nascemos imperfeitos e tudo que passamos é em decorrência do pecado de Adão e Eva, logo no inicio da história humana –  Romanos 5:12.

Mas não é o fim, ainda temos esperanças. Já pensou em poder ouvir novamente? Isaías 35:5 diz: Naquele tempo se (…) destaparão os ouvidos dos surdos.  Esteja certo que esta esperança é segura e há de acontecer em breve.

Aqui na minha família, temos vários surdos, inclusive eu e minha mãe que acreditamos firmemente nessa promessa. Tanto é que pedimos para o artista e amigo Winston Marcos*, nos retratar num futuro próximo quando seremos perfeitos, poderemos ouvir, e até cantar, vamos ver o resultado?

*Sobre o Artista:

Winston Marcos é artista gráfico, tem 20 anos e mora em Sooretama/ES. Por meio do Photoshop, ele dá vida a suas imaginações e sentimentos. Ele acredita que um trabalho perfeito se faz bastante cuidado e meticulosa atenção. Winston também é Testemunha de Jeová, e assim como nós aqui, tem esperança de viver para sempre na terra. – Apocalipse 21:4.

Contato: (27) 99790-0566

Das séries que amamos (?) – 13 Reasons Why

A vida de Hannah Baker chega ao fim na série 13 Reasons Why, depois de passar por uma série de agressões emocionais, física e sexual.

Qual sua parcela de culpa? — Imagem: Reprodução/ Netflix

A série é baseada no livro “Os 13 porquês”, lançado no Brasil pela Editora Ática e contam com 13 episódios/ 13 motivos/ 13 pessoas/ 13 fitas cassetes que foram gravadas pela jovem que relata a dor e o sofrimento nos seus plenos 17 anos. E ela é branca, magra, bonita, olhos claros e heterossexual, e aparentemente não tem nenhum motivo para sofrer bullying.

Adianto que a série “pode” ser vista por todos, mas é necessário um “estômago forte”. Pois trata-se de bullying e até mesmo suicido (no episódio 13, a jovem corta os pulsos e morre).

E confesso que não acho que me enquadro neste grupo, até porque tenho depressão, mas fui até o fim pois de algum modo queria contar para vocês. Além de parte dos assuntos serem discutidos aqui no blog.  Mas de fato não indico para pessoas que podem ter algum transtorno emocional.

Hannah (Katherine Langford) — 13 reasons. Imagem: Reprodução/ Netflix

Com todo este drama, a série levanta a questão: será que ao abordar o suicidio, dessa forma,  não estaria incentivando jovens com depressão a se suicidar?

O site O Globo conversou com especialistas sobre o assunto:

— Não é uma opinião pessoal, e sim um fato: a veiculação ou divulgação de um suicídio pode inspirar pessoas que pensam no assunto — diz Carmita Abdo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). — Se, por um lado, estamos nos solidarizando pela Hannah e mostrando os riscos que ela pode sofrer dentro de situações cotidianas, por outro estamos, talvez sem saber, dando munição para muitos indivíduos que sofrem de desequilíbrio mental. Uma saída para a ficção é falar sobre o suicídio como algo que se pode combater, em vez de se afirmar somente que é um evento horrível.

O site também traz o relato da Gerente de comunicação da Netflix no Brasil, Amanda Vidigal: No fim do 13º e último episódio, a Netflix exibe um documentário de 30 minutos com atores, produtores e psiquiatras alertando sobre os perigos e impactos psicológicos dos temas retratados na série. Também traz um link (13reasonswhy.info) no qual jovens que enfrentam problemas semelhantes podem buscar ajuda — no Brasil, os contatos do Centro de Valorização da Vida, o CVV, estão disponíveis. Além disso, no começo dos episódios com conteúdo de violência ou abuso sexual, uma mensagem é exibida recomendando a discrição do espectador.

Clay (Dylan Minette protagonista de 13 Reasons) — Imagem: Reprodução/ Netflix

— ‘Trata-se de uma ficção, um produto de entretenimento, mas que aborda temas sensíveis e que necessitam de um certo cuidado. Esse cuidado existiu, a produção contou com a consultoria de profissionais de saúde durante todo o processo’.

Independente da minha opinião, desde a sua estreia subiu em 445% o número de e-mails com pedidos de ajuda recebidos pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). Houve alta ainda de 170% na média diária de visitantes únicos no site.

Enfim, cenas torturantes e tristes que somente uma pessoa que já sofreu e sofre com o bullying e depressão vai entender. E que talvez esse seja o motivo de tamanho sucesso nas redes sociais. Uma coisa é certa, o tema deve ser discutido, e as práticas evitadas. Ressalto que série agora tem a responsabilidade de mostrar que o suicidio não é o fim, que sempre há uma saída. E não resolve os nossos “fantasmas”, apenas passa a dor adiante para familiares, amigos e para a comunidade.

O bullying deve ser discutido e afeta a vida de quem sofre. Também a depressão deve ser tratada. E os pais e educadores podem contribuir, portanto fiquem de olho. Termino este post, com 3 motivos para não desistir da vida, publicado na íntegra no site Jw.org. 

Se você está passando por uma fase ruim, nao se desespere, leia os artigos acima, clicando em cada um deles, procure ajuda de seus pais, professores ou outro adulto maduro, quem sabe o CVV?

Formas disponíveis para pedir ajuda no CVV.

 

E não esqueça Deus, ore a ele e peça forças, compreensão e sabedoria.

Lembre não é o fim do túnel, estamos com você.

Serviço:

13 reasons Why

Com Dylan Minnette como Clay Jensen, Katherine Langford como Hannah Baker, Christian Navarro como Tony Padilla, Alisha Boe como Jessica Davis, Brandon Flynn como Justin Foley, Justin Prentice como Bryce Walker, Miles Heizer como Alex Standall, Ross Butler como Zach Dempsey, Devin Druid como Tyler Down, Amy Hargreaves como Lainie Jensen, Derek Luke como Kevin Porter e Kate Walsh como Olivia Baker.

Direção Executiva: Selena Gomez.

Exibição: Netflix

Leia também: 

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Crônica: Diga não ao preconceito!


Bom dia, 
Recentemente assistimos na TV e lemos nas redes sociais comentários preconceituosos,  horríveis e nojentos sobre a jornalista do tempo Maria Julia Coutinho, a querida Maju. 

Li uma excelente crônica da jornalista Mônica Raouf El Baye publicada na íntegra aqui sobre o assunto e gostei muito da maioria da idéias, espero que gostem também. Segue as partes que achei mais interessantes:

Eu não sou Maju. É isso mesmo que você está lendo. Gosto muito da apresentadora do tempo do Jornal Nacional, na rede Globo. Maju é charmosa, carismática, desenvolveu um estilo próprio. E, ao contrário de alguns apresentadores que, vira e mexe, aparecem com umas roupas esquisitas, Maju é linda, inteligente e impecável sempre.

Maju é caprichada. Deu um toque de diferença. Conquistou seu lugar. Incomodou? Incomodou como todos os que têm brilho próprio. Como só os que sabem abrir seus caminhos podem fazer.
O que incomodou não foi Maju ser negra. Foi ser boa, brilhante no que faz. Maju poderia ser branca, amarela, verde. Incomodaria de qualquer forma. Porque ela é ótima. Pessoas foscas são velas sem pavio. Na falta de chama própria, sopram para apagar a dos outros. O brilho de quem faz sucesso queima os fracassados como cruz para vampiros.
Maju merece o carinho e as defesas que recebeu. É fácil dizer que é Maju e defender a apresentadora. Difícil é defender os negros pobres. Os que, sem casa, vivem pelas ruas. Os que, sem estudo, perambulam a esmo. Os que, sem saúde, morrem anônimos nas macas públicas.
Não sou Maju. Não enquanto bandido branco riquinho for tratado de “jovem” e “criança” e criança negra pobre for chamada de bandido e marginal.


Maju merece respeito, claro. O preconceito contra Maju é nojento. Precisa ser investigado e punido. Nem tenho dúvida de que serão. Se perderam na pequenez de alma que emburrece as mentes. Mergulhados no azedume que limita horizontes. Só aguardar. Não demora, já vamos saber quem foi.
Dou aula para crianças pobres. Enxergo nelas muitas Majus em potencial: lindas, criativas, inteligentes, falantes. Quantas sobreviverão à falta de saúde? Às balas perdidas? À violência de todo lado? Quantas terão a chance de um futuro minimamente digno com nossa educação cada vez mais sucateada?

É fácil dizer que somos uma Maju que é linda, bem sucedida. E cheirosa! Sim Maju tem jeito de quem é cheirosa. Difícil é ser pobre, feio, mal vestido, fedorento, cheio de remela, sem remédio, sem aula, sem merenda, sem casa, sem família. E ameaçado de ser punido aos dezesseis pelo que não recebeu a vida inteira.

Em linguagem meteorológica, eu diria que a previsão para o amanhã desses meninos é de tempo fechado. Com direito a Raios e tempestades de raivas e ressentimentos para todo lado. Não há porque se espantar. Quem planta ventos, colhe mesmo tempestades.
Vocês todos que são Maju, sejam também Maria, Ana, Jessica, Wesley, Samantha, Jenifer, Jefferson, Kettlen, Uoston. Sejam todos os meninos sem rosto e sem nome que a gente finge não ver.
Quem sabe dessa forma, o tempo ameniza para o lado deles. As nuvens se dissipem. E eles também consigam, um dia, chegar a ser Maju. Essa é uma cena que eu aplaudiria de pé.


Também anseio um dia que não teremos preconceito e desigualdade. Aprendi na Bíblia que este dia está perto. Para saber mais, acesse o site das Testemunhas de Jeová: Jw.org