Moda Inclusiva Por Andressa Salomone

A estilista Andressa Salomone lançou sua primeira coleção de Moda Inclusiva em desfile em São Paulo. Intitulada La Dolce Belle, a coleção foi inspirada em sua amiga de infância, Izabelle Marquez, que nasceu com mielomeniningocele – má formação na coluna vertebral.

“Acredito que deficiências não são tratadas com naturalidade. E não estou falando apenas da indústria da moda. E essa não é uma questão que pode ser tratada como tabu. Muita gente evita o assunto por receio ou por não ter a oportunidade de conhecer de perto as reais necessidades dessas pessoas.

Precisamos entender que uma marca precisa, sim, oferecer produtos que se adequem a elas. Todo mundo viverá de forma mais integrada e confortável se abordarmos esse tema com mais frequência e com a naturalidade que o assunto merece. Temos que parar de ter medo”, conta Andressa, que criou toda a coleção junto com Izabelle.

Produzido por Carlos Pazzeto, o desfile emocionou o mundo fashion, mostrando a importância da inclusão no mundo da moda. Na passarela, os astros da noite foram 20 participantes, entre cadeirantes e portadores de deficiências físicas, que desfilaram com padrinhos como Preta Gil, Isabella Fiorentino, Di Ferreiro, Arlindo Grund, Paula Martins, Giane Albertoni, Vera Viel, Laura Wie,  Laura Fernandez, Adriana Colin, entre outros. Preta Gil inclusive, não conteve a emoção e fechou sua participação no desfile em lágrimas.

A coleção está a venda à preço acessível para todas as pessoas com algum tipo de deficiência e todo o lucro será revertido para a AACD.

Fotos: Luciana Prezia

Coleção: Andressa Salomone (@byandressasalomone).

SPFW por Arlindo Grund

Nos últimos 25 anos, o mundo mudou radicalmente. Em meio à complexidade e volatilidade de um mundo acelerado, é preciso mais do que nunca resgatar a emoção e a essência da expressão mais genuína que vem da alma.

Desde o início, o SPFW se firmou como um processo de construção de longo prazo, com um legado de valor e transformação através da criação atemporal, tendo sempre o design e a identidade como foco central.

A edição 45 do São Paulo Fashion Week, que aconteceu na última semana celebrou o poder transformador da energia criativa.

O stylist e apresentador Arlindo Grund comentou os desfiles e pontos relevantes na semana de moda paulistana. Vamos acompanhar?

Água de Coco:

“O desfile da Água de Coco resgatou um pouco da cultura brasileira, né. Houve a desconstrução da bandeira brasileira, a gente viu uma cartela de cores baseada no verde e no amarelo, mas era um verde que virou musgo, um amarelo que virou meio dourado. Tinha também o toque lúdico com a estampa do Zé Carioca nos Arcos da Lapa, e acho que a cima de tudo a gente viu a influência dos anos 80, com os biquínis com cintura mais alta, com cavas mais altas, meio asa delta, e o babado né? O babado acho que foi o mote que costurou toda a coleção da Água de Coco”.

Projeto Ponto Firme:

“O Projeto Ponto Firme foi um desfile muito emocionante pois, além das roupas, tinha uma história por trás. Acho que o que é bacana e vale salientar, são as jaquetas esportivas matelassadas com aplicações de crochê, e as jaquetas com aplicação em 3D, que tinham uma espécie de bichinhos criados em crochê e aplicados nas jaquetas. Adorei a desconstrução de gênero e a desconstrução da silhueta, com casacos mais alongados, com calças mais soltas para os homens e vestidos com bastante franjas para as mulheres”.

João Pimenta:

“O segundo desfile na segunda-feira, começou com o masculino de João Pimenta, que trouxe o surfista para o ambiente urbano, com muitas sobreposições, camisetas de golas altas sobrepostas com coletes, jaquetas e tecidos diferenciados como o matelassê, que possuía peças com shapes de mangas extras longas de viés esportivo. A modelagem era super democrática, ao mesmo tempo que tinha roupas mais slim, próximas ao corpo tinha também, roupas mais soltas com inspiração anos 70. O grande destaque foi a cartela de cores, na qual ele ousou como ninguém, além dos tecidos de seda e cetim”.

PatBO:

“PatBO, com uma apresentação bem autoral, da ideia de uma mulher cigana que roda o mundo e a partir de suas viagens ela coloca a influências e interferências no seu look. A coleção tinha muito xadrez, babados que, aliás, foram o ponto alto desta temporada. Xadrez mesclado com o bordado e tricô, várias estampas de xadrez no mesmo look, apresentando uma coleção criativa, em uma mulher moderna e antenada, mas ao mesmo tempo recatada, que não expõe muito o corpo, expressando apenas sua personalidade por meio da roupa”.

Lily Sarti:

“Lily Sarti fez uma apresentação linda e surpreendente. A começar pela cartela de cores que tinha uma mistura incrível, com toques de latinidade, brasilidade, e mais uma vez, o babado presente. Mas não era um babado exagerado, era delicado, bonito, muitas vezes no linho, mais encorpado, dando um movimento diferenciado para esse detalhe. Eu achei o desfile super feminino, a cara da mulher brasileira, com cinturas mais altas e marcadas, tops que tinham decote de ombro a ombro e sandálias, também lindas, delicadas que tinham um peso na produção. Um desfile fantástico!”.

Veja mais: http://ffw.uol.com.br/spfw/n45/

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