De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) divulgados em 2020, mais de 10 milhões de pessoas têm algum problema relacionado à surdez, ou seja, 5% da população é surda.
Neste Dia de Prevenção à Surdez, especialista alerta para perigos que levam à perda precoce da audição – Foto:Creative Commons
Entre elas, 2,7 milhões não ouvem nada. Por sua vez, o primeiro Relatório Mundial sobre Audição, lançado em março, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que um quarto da população global, ou o equivalente a cerca de 2,5 bilhões de pessoas, terá algum grau de perda auditiva em 2050. O estudo destaca, entretanto, que cerca de 60% das perdas podem ser evitadas com investimentos em prevenção e tratamento de doenças ligadas à surdez. O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez é neste 10 de novembro e a otorrinolaringologista Alda Linhares de Freitas Borges (CRM 19205), que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, destaca algumas questões sobre o que pode levar as pessoas a uma surdez precoce. Ao contrário do que muitos pensam, o fone de ouvido não é, necessariamente, o personagem malvado da questão. “Ele não é um vilão, mas pode se tornar um. Na verdade, ele vira um problema quando a pessoa faz uso muito prolongado com volume alto”, salienta.
A pandemia fez com que as pessoas se adaptassem ao home office com várias reuniões remotas e ao ensino à distância, aumentando o uso dos fones de ouvido. “Isso torna-se uma preocupação, porque cada vez mais as pessoas estão usando o fone por um período maior e muitas vezes com um volume muito elevado. O ideal é tentar manter o uso por poucas horas no período de um dia, fazendo intervalos de uso, com uma intensidade menor que 50% da potência do aparelho, claro que isso irá depender da potência de cada aparelho, sendo o ideal manter em um volume menor ou igual a 50dB. Para intensidades de som maiores que 70dB, a OMS recomenda o uso do fone por no máximo uma hora ao dia”, detalha a médica.
Outros fatores Contudo, os fones de ouvido não são os únicos que podem afetar a audição, levando a uma surdez precoce. Alda Linhares explica com o que se deve ter cuidado. “Evitar a exposição a sons muito altos, intensos e súbitos. Fazer proteção auditiva com os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) adequados para aquelas pessoas que estão expostas diariamente, em especial em ambiente de trabalho, a ruídos contínuos e de volume elevado”, afirma.
É preciso se atentar aos sintomas que indicam uma perda de audição. “Sinais comuns são isolamento social, tanto em pacientes jovens quanto nos idosos, mas especialmente nos idosos. Isso decorre da dificuldade de compreensão da fala e distinção de sons, levando a constrangimentos. Outro sinal precoce de perda auditiva é o zumbido. Sensação de abafamento ou pressão nos ouvidos também podem servir de alerta”, pontua a especialista.
Alda Linhares destaca que o ideal é procurar um médico antes dos sintomas começarem. “O certo é sempre fazer uma rotina de prevenção com o seu otorrinolaringologista. É muito melhor a gente prevenir do que remediar essa perda auditiva. A prevenção é ter os cuidados auditivos corretos e manter acompanhamento com um otorrino que possa te orientar”, reforça a especialista que atende na clínica Audilife, no Ório
Release:COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS Raquel Pinho e equipe
Oi, Romário. Tudo bom? Sou de Goiânia, sou surdo e tenho 36 anos. Trabalho nos Correios a 15 anos, entrei como vaga para Pcd naquele momento.
Eu sempre apresentei dificuldades na comunicação em geral, bem como para compreender e tirar proveito em reuniões e cursos da empresa. No início ia e deixava passar e exigir meus direitos de acessibilidade, mas com a minha perda auditiva foi caindo e hoje eu não tenho bom alcance a aproveitamento mesmo com o aparelho auditivo, passei a brigar por mais acessibilidade na empresa.
Estou entrando em contato pedindo seu favor, para que possa me ajudar, e rogo sua intervenção. Estou sofrendo muita discriminação, e a empresa não reconhece. Tenho depressão e isso complica muito mais.
Eles alegam que seguem todas as leis relacionadas a inclusão e acessibilidade. Mas ninguém se comunica em Libras, não há intérpretes em reuniões e cursos presenciais. Na comunicação com colegas gritam comigo, riem quando não entendo, já chegaram arremessar uma caneta numa ocasião que não ouvi, quando me chamaram. Dói, sabe? Como é que estão seguindo a lei se não tem intérpretes e nem comunicação eficaz. Não tem igualdade e não tem nenhuma sensibilidade e orientação com colegas de trabalho para terem mais consciência e empatia?
Estou pedindo encarecidamente para me ajudar. No momento tive que contratar um advogado, já estou no 3º pedindo junto ao MPT pedindo ajuda, mas nunca fazem nada. Não muda!
Estou cada dia mais surdo, e o aparelho auditivo não é Jesus Cristo, ajuda ouvir melhor mas não cura. Preciso de mais ajuda, sensibilidade e empatia dos colegas e governantes da empresa. E quando necessário preciso de um intérprete de libras em reuniões. Você poderia me ajudar pro favor?
Recorri a você, pois sou seu seguidor no Instagram, e sempre vejo seu interesse nas causas das pcd.
Cansado, triste e revoltado por carregar nas costas anos de discriminação velada e desigualdade numa era onde pregam amor e igualdade para todos, onde as leis são tão lindas mas nunca saem do papel, e onde tantas pessoas (e empresas e projetos) buscam desculpas para não fazer o certo.
De fato a Lei: “Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;” (grifo nosso) Assim, cabe ao judiciário mediar a situação, conforme disposto no art. 23, II, da CF, que diz: “Art. 23 – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência”.
Em 2015 foi sancionada Lei nº 13.146 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) que aborda com mais exatidão os direitos e as lutas diárias das pessoas com alguma deficiência. Em seu belíssimo artigo 34 passa a dizer: “Art. 34 – A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. §1º – As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. §2º – A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor. §3º – É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena. §4º – A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados. §5º – É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.” (grifos nossos).
Ai eu me pergunto, por qual motivo preciso passar por situações constrangedoras?
Pediam pra eu atender telefone enquanto eu n escutava bem.
Falavam pelas costas ou baixo pra me testar se escutava ou não.
Piadas: – “Ah só escuta o que quer…”
Jogaram uma caneta em mim pois eu n escutava, quando fui chamado a distância.
Privar de igualdade em reuniões e cursos, pois como não escuto preciso de ajuda de Interpretes de Libras.
Estou cansado, e me recuso a aceitar qualquer desculpa que essa equipe imoral tem para me dar. Eles acreditam fortemente que fazem tudo de acordo com a lei, que obedecem cada trecho e que não há nenhuma forma de discriminação.
Reprodução da Internet
Mas eu pergunto: Quais ações foram tomadas? Houve conscientização da equipe? Quando não escuto, param de exaltar a voz, e me ajudam entender claramente? Há ajuda de interpretes de libras em reuniões obrigatória? E as dicas para melhorar o ambiente e torna-lo cada vez mais acessível e inclusivo aos surdos, foram aceitas? Posso responder NÃO para TODAS essas.
Repudio essa empresa por declarar que minhas questões junto a justiça são invenções da minha parte. Mais uma injustiça e dano a minha honra e moral, a minha saúde emocional e física.
Quem me acompanha por aqui entende a minha necessidade de trazer fatos, acontecimentos e desabafos. Em 9 anos de registrei bastante palavras de dor, de alegria, de fé e esperança.
Trouxe entrevistas, mas não tinha trazido ainda a história de alguém da minha família, e perdi essa, ou quase.
Gabriel, um conhecido, amigo da nossa família entrou na frente e registrou a entrevista da minha tia Joaninha, no qual vou reproduzir na integra por aqui, e quero convida-los a irem lá no site e estar por dentro de novidades do mundo da Libras. Eu amei cada cantinho.
“Joana Perné, de 53 anos, brasileira, goiana, formada em Letras Libras pela UFSC e atualmente professora de Libras no Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento das Pessoas com Surdez, CAS/Goiânia e surda oralizada.
Joana, você é surda de nascença ou aconteceu algo depois?
– Minha família tem perda auditiva hereditária (avô, pai, irmãos). Nossa perda veio com o passar do tempo. Quando eu tinha mais ou menos 5 anos de idade, minha mãe percebeu que eu não estava ouvindo. Ela me levou ao médico e descobriram que eu perderia a audição à medida que eu fosse ficando mais velha. Eu me lembro de com 12 ou 14 anos de idade falar ao telefone. Então desde pequena aprendi a falar e a fazer leitura labial, graças à incrível ajuda da minha mãe. A ajuda dela foi essencial no meu processo de aprendizagem escolar. Atualmente minha perda auditiva é considerada severa, cerca de 80%.
Como você aprendeu Libras?
– Depois de um tempo que me tornei Testemunha de Jeová, conheci o trabalho que elas faziam com os surdos. Com o tempo, passei a fazer parte deste grupo e foi lá que aprendi Libras.
Como você se vê dentro da comunidade surda?
– Como surda oralizada. Aceitei a identidade. Mas isso não foi desde o começo. Aprendi Libras quando já tinha uns 33 anos. Antes eu trabalhava como empregada doméstica, mas essa foi uma fase muito difícil por que não conseguia me comunicar direito com os meus patrões. Por não ouvir, eu fazia muito barulho ao limpar a casa, e isso os incomodava. Também não conseguia ouvir a campainha tocando ou o choro das crianças. Depois de um tempo, eu passei em um concurso como professora mas como não conseguia ouvir os alunos, o grupo gestor me colocou na Biblioteca. Eles eram gentis e amigáveis comigo, mas ainda assim era muito difícil o trabalho. O grande problema era a comunicação. Depois de um tempo, fiquei sabendo de uma escola especial que tinha alunos surdos e que precisava de uma professora. Embora resisti no começo, encarei o desafio e, ao mesmo tempo que lecionava, também aprendia Libras.
Como é sua comunicação na família, no trabalho e no seu cotidiano?
– Na minha família, nos comunicamos a maior parte do tempo através de leitura labial. Mas é claro que com meus familiares que sabem Libras ou os que são surdos, usamos os sinais. Visto que sou professora de Libras, no trabalho sempre uso a língua de sinais, e no meu cotidiano, na maioria das vezes, utilizo a Libras também.
Tem algo que você deseja para o futuro da Libras e para o futuro dos surdos?
– Posso dizer que hoje a língua de sinais é muito importante para mim. Meus familiares e meus amigos que sabem Libras me ajudaram muito no meu dia a dia. Por isso, desejo que a Libras seja reconhecida como língua pela sociedade, que todos os surdos possam desenvolver a comunicação através da Língua Brasileira de Sinais (L1) e que seus familiares também aprendam a Língua de Sinais.”
Encontrar um sapato adequado: algo tão simples para a maioria pode ser um grande desafio para pessoas com deficiência. Foi a essa conclusão que a Agência Bistrô chegou ao observar alguns feedbacks da campanha realizada para a Dakota em 2020 nas redes sociais da marca, com as influenciadoras PCDs Mariana Torquato, Cacai Bauer, Robertinha Oliveira e Ana Clara Moniz. O objetivo da ação era normalizar as pessoas com deficiência em campanhas de moda, calçados e trazer essa representatividade. “O que percebemos é que algumas pessoas aproveitaram o canal aberto de diálogo nas redes para falar sobre a necessidade de um produto também mais inclusivo, especialmente por conta da numeração padrão da marca, que começa no 34”, lembra Gabriel Besnos, sócio-fundador e VP de Criação da Bistrô. Foi então que a Agência Bistrô, a Dakota e a influenciadora Isabella Savaget se uniram. “Durante um ano de consultoria da Bella, fizemos protótipos, avaliações e chegamos a um modelo de calçado revolucionário, mais inclusivo, com melhor adaptação para uso de órtese ortopédica, que foi lançado essa semana, mais especificadamente no dia 21/09, o dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência”, conta Besnos.
Segundo Barbara Carrion, diretora de planejamento e conexões da Agência Bistrô esse projeto foi muito além de criar uma campanha. “Toda a demanda partiu da nossa escuta e análises dos feedbacks que recebemos da campanha de 2020. Levamos até a Dakota as reivindicações dos clientes e desde então construímos a muitas mãos essa nova linha mais inclusiva e que atende as necessidades de um maior número de pessoas. Para a Bistrô, a ação reforça o esforço da agência de ser inclusiva e trabalhar para que todos tenham espaço e lugar de fala na sociedade e na publicidade”, diz. Nessa busca permanente, a agência acabou de implementar em seu site um plugin que torna o site acessível, com libras, áudio dentre outros recursos, algo ainda raro nos portfólios de agências do país.
A divulgação da ação para a Dakota contará não só com a co-criadora Isabella Savaget, que foi idealizadora do projeto junto a marca, mas também com a atleta paralímpica Raissa Machado, a influenciadora de moda e beleza Lorrayne Carolyne, a influenciadora e palestrante Ana Clara Moniz e a influenciadora Diva sobre Rodas. O slogan da campanha não poderia ser outro: “Ser Linda é Poder”! Afinal, como diz Bella Savaget: “nós queremos estar no mundo porque pertencemos ao mundo – e as marcas devem olhar para gente. Não é porque eu sou uma pessoa com deficiência que eu não posso estar na moda. Eu quero estar na moda. Eu tenho esse direito. ”, afirma.
Disponíveis do número 26 ao 40 e nas cores branco, azul e preto, a linha tem um solado flat com maior estabilidade, palmilha removível e zíper lateral com velcro para tornar o calce mais fácil e assim dar mais autonomia às pessoas com deficiência.
Nascida há quase 14 anos, em Porto Alegre (RS), a Bistrô se tornou uma agência 360º e original. O seu portfólio inclui clientes nacionais, como a construtora Tegra, JTI (Camel e Winston), Intercity Hotéis, Carrefour, Dakota e Kolosh, além de diversos clientes em vários segmentos no sul do país. Fundada por Fernanda Aldabe e Gabriel Besnos, uma mulher e um homem gay, hoje a Bistrô conta com mais de 60 funcionários e um braço em São Paulo, onde pretende conquistar mais clientes. A agência é reconhecida por sua diversidade e inclusão e trabalha para que suas campanhas e seus clientes também o sejam. https://www.agenciabistro.com.br
Pesquisa da Catho mostra que áreas administrativas, financeira e industrial foram as que mais abriram oportunidades para pessoas com deficiência
Ampliar o mercado de trabalho para pessoas com deficiência no Brasil é um grande desafio. Muitas empresas esbarram nas dificuldades de inseri-los no dia a dia por conta da falta de preparo para receber esses funcionários em condições adequadas e até às adversidades no deslocamento desse colaborador até o local de trabalho. Mas esse cenário tende a mudar, cada vez mais, com a adesão do home office.
De acordo com a última pesquisa sobre o tema realizada pela Catho, 44% dos profissionais com deficiência alegaram já terem deixado de ir a uma entrevista de emprego por dificuldades de deslocamento. Dentre os principais obstáculos citados, estavam: calçadas inapropriadas (63%); falta de infraestrutura acessível, como rampas e faróis inteligentes (26%) e transporte ineficiente ou não adaptado (22%).
Esse é um problema que afeta milhões de profissionais com deficiência no país, mas que pode ser mudado com a adesão das empresas pelo modelo de trabalho de home office ou híbrido. Muito se fala dos benefícios do home office na qualidade de vida da população, como menos trânsito, mais tempo para ficar com a família, estudar, praticar atividade física, etc. Mas, esse “novo” formato tende a impactá-los positivamente tanto na vida profissional quanto na pessoal.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 24% dos brasileiros (45 milhões de cidadãos) apresentam alguma deficiência. Ainda assim, desse total, 403.255 estão empregados, o que corresponde a apenas 1% das pessoas com deficiência no Brasil. “Acreditamos que a falta de acessibilidade é um dos aspectos que dificultam a participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Com o aumento da oferta de empregos na modalidade home office e/ou híbrida, a barreira do deslocamento é minimizada, possibilitando maior acesso a essa população a oportunidades de emprego”, explica Patricia Suzuki, CHRO da Catho.
Ainda de acordo com a Catho, um levantamento feito em julho, mostra que com mais de 51% a área administrativa é a que possui o maior número de oportunidades para pessoas com deficiência, seguida de suprimentos (9%), comercial e vendas (8%), telemarketing (7%), informática (6%) e financeira (5%).
Minha vaga por direito
Apesar do processo de retomada econômica, diversas áreas seguem contratando e para estimular a inclusão desse público nos processos seletivos, a Catho criou um programa chamado Minha Vaga Por Direito. Nele os interessados podem efetuar o cadastro de um perfil de usuário acompanhado do envio de um laudo ou certificado de reabilitação do INSS, que após validado, concede acesso gratuito à assinatura para anúncio de currículo.
“Além da conscientização, queremos facilitar o caminho para que esses profissionais se candidatem às vagas de emprego, consigam demonstrar suas competências nas etapas do processo seletivo e alcançar a contratação e a tão esperada inclusão”, finaliza Suzuki.
Depois da Magalu, é a vez da Smart Fit. Isso mesmo, sempre em busca da democratização do acesso ao fitness, a Smart Fit traz mais uma inovação aos seus canais digitais. Para marcar o Setembro Azul, mês da visibilidade da comunidade surda, a partir do dia 20, o site oficial da Smart Fit terá a Maya, uma tradutora virtual da Língua Brasileira de Sinais, contribuindo para acessibilidade de pessoas surdas com deficiência auditiva.
Com ajuda da Maya, desenvolvida pela empresa especialista em acessibilidade digital Hand Talk, as pessoas poderão traduzir os textos dos sites da Smart Fit para a Libras. Basta clicar no botão azul com as duas mãozinhas, no canto direito da página. Depois, é só selecionar o texto para que a tradutora virtual sinalize o conteúdo a utomaticamente.
Além do site oficial, com as informações sobre as unidades da Smart Fit, a comunidade surda também terá acessoa ao conteúdo do portal Smart Fit News em Libras. Informações sobre saúde, treino e nutrição poderão ser acessadas por pessoas surdas com deficiência auditiva.
“A chegada da Maya é mais uma conquista na nossa missão de incentivar cada vez mais pessoas a cuidarem da saúde e praticarem atividade física. Queremos que tanto as nossas unidades físicas como nossos serviços digitais sejam espaços acessíveis e inclusivos”, afirma o CMO do Grupo Smart Fit, Leonardo Cirino.
Sobre a Smart Fit
Democratizar o acesso à atividade física de alto padrão sempre foi o propósito da Smart Fit desde a abertura de sua primeira unidade, em 2009. É a terceira maior rede do mundo, presente em 13 países da América Latina, como México, Chile e Argentina. No Brasil, são mais de 500 academias espalhadas por quase 150 cidades, em todos os estados e no Distrito Federal. Conheça mais sobre a Smart Fit em: www.smartfit.com.br
Conscientizar a população sobre a importância de inserir as pessoas com deficiência em diferentes aspectos da vida social, seja econômica, política e cultural. Esses são alguns dos objetivos do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, criada no dia 21 de setembro do ano de 2005 pela Lei Nº 11.133, entretanto, já é celebrada desde 1982 e lembrada por órgãos e instituições importantes, como o Instituto Ester Assumpção, instituição sem fins lucrativos e nenhum tipo de apoio governamental que trabalha pela inclusão das pessoas com deficiência na educação e no mercado de trabalho.
Two Happy Businessmen Sitting On Wheelchair And Chair Shaking Hands In Front Of Computer
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 8,4% da população brasileira acima de 2 anos tem algum tipo de deficiência, o que corresponde a 17,3 milhões de pessoas. As informações fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 e divulgado em agosto deste ano.
Os dados levantados pelo IBGE apontam que a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho ainda tem muito o que avançar, já que apenas 28,3% dos indivíduos com 14 anos ou mais de idade estão ativos. Para efeito de comparação, entre as pessoas sem deficiência, 66,3% estavam atuando no mercado durante o estudo. E no nível de escolaridade, quase 68% da população com deficiência não tem instrução ou possui o ensino fundamental incompleto. Para pessoas sem deficiência, o índice é de 30,9%.
Ação para a inclusão no mercado de trabalho
Fomentar a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Este é um dos desafios do Instituto Ester Assumpção, fundado em 1987, sem fins lucrativos e nenhum apoio governamental. Para facilitar o processo de busca de vagas e contratações pelas organizações, a instituição lançou recentemente uma plataforma 100% on-line e acessível para facilitar as vidas dos candidatos e gestores de recursos humanos. Os profissionais com deficiência já podem se cadastrar pelo site www.ester.org.br.
Pessoas com deficiência são amparadas pela Lei 8213/91, conhecida como Lei de Cotas, que determina a contratação de 2% a 5% de trabalhadores com deficiência em organizações com 100 ou mais funcionários. De um lado, há profissionais capacitados, mas que não conseguem ter acesso às informações sobre vagas. E do outro, gestores de Recursos Humanos que tentam encontrar perfis adequados para as demandas das empresas.
Para otimizar o processo de contratação de pessoas com deficiência, o Instituto Ester Assumpção, que atua há 34 anos promover a cultura de inclusão nas organizações, utiliza a plataforma “Banco de Talentos” totalmente acessível, como aliada no elo entre vagas e candidatos. De acordo com a psicóloga e coordenadora de projetos da instituição, Cíntia Santos, o Banco de Talentos chega para suprir uma carência do mercado. “O nosso desafio diário é conscientizar os gestores das empresas sobre a importância de enxergar as potencialidades do profissional com deficiência e, ao mesmo tempo, ser uma ponte entre candidatos e oportunidades de trabalho. Com a nossa nova plataforma, vagas são facilmente divulgadas e as pessoas podem concorrer às oportunidades. Ao mesmo tempo, os responsáveis pelas contratações podem avaliar os perfis e buscarem os profissionais ideais para a demanda que precisa ser suprida, explica.
Para a psicóloga, o lançamento da plataforma é um marco para a inclusão no mercado de trabalho brasileiro. “Cada dia mais cresce a necessidade de otimizar a vida das pessoas. Os sites que existem hoje voltados as oportunidades de trabalho acabam oferecendo pouquíssimas vagas para esse público e nem sempre contam com acessibilidade para as pessoas com deficiência. O nosso intuito é mostrar que as empresas não precisam ser meras cumpridoras da Lei de Cotas, mas que podem aumentar a sua produtividade e serem socialmente responsáveis”, comenta.
E para as empresas que ainda não têm a cultura de inclusão implementada, Cíntia Santos ressalta que um dos objetivos do Instituto Ester Assumpção é ajudar as empresas, por meio de consultorias, a se adequarem. “Às vezes as organizações não atuam de forma inclusiva por falta de conhecimento e capacitação dos seus gestores. O nosso trabalho visa, além e criar a cultura organizacional inclusiva, mostrar que algumas adequações são necessárias, tanto estrutural quanto de conduta. Com o nosso trabalho, esperamos tornar o mercado de trabalho mais inclusivo e com a nossa nova plataforma, a união entre candidatos e vagas será facilitada”, conclui.
Educação inclusiva
O Instituto Ester Assumpção a atua em parceria com o Criança Esperança pela segunda vez. A equipe da instituição se prepara para potencializar ainda mais o trabalho realizado há mais de 30 anos em prol da inclusão da pessoa com deficiência. O próximo grande passo da iniciativa é a implementação do Paideia – Programa de Assessoria e Intervenção voltado para o Desenvolvimento Educacional Inclusão e Acessibilidade, que vai promover a educação inclusiva em 10 escolas públicas da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que foi contemplado com recursos da campanha realizada pela Rede Globo em parceria com a UNESCO.
O intuito do Paideia é oferecer capacitação em educação inclusiva aos profissionais das escolas, principalmente professores e gestores, além da capacitação na metodologia ‘Treinamento de Pais’, conforme aponta a psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, Cíntia Santos. “Nosso projeto baseia-se na Lei Brasileira de Inclusão que diz ‘A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurando sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem’. Sendo assim, tem como objetivo assessorar escolas públicas da Região Metropolitana de Belo Horizonte/MG na implantação práticas pedagógicas que respeitem as diferenças individuais dos alunos com deficiência. Ou seja, seguindo todos os trâmites legais para o melhor atendimento e assessoramento aos alunos e suas escolas”, comenta a especialista.
Segundo Cíntia Santos, o Instituto Ester Assumpção vai atuar no sentido de instrumentalizar a comunidade escolar para a adaptação de materiais pedagógicos. “Vamos criar um comitê gestor das ações inclusivas composto por professores, gestores e representantes dos alunos com deficiência, oferecer atividades de intervenções psicopedagógicas para as crianças com deficiência e realizar palestras sobre educação inclusiva. Além disso, teremos oficinas para adaptação de materiais pedagógicos e cursos sobre educação inclusiva, em especial para educadores e gestores, para ampliar o alcance do projeto”, complementa.
A equipe do Instituto Ester Assumpção elaborou um planejamento de intervenções que seguirá três fases. “A primeira é o diagnóstico de atitudes inclusivas, em seguida a intervenção junto ao público, como pais, crianças com deficiência e professores e depois, a mais importante, que é a manutenção das ações inclusivas. Dessa forma, pretendemos criar um ambiente favorável para que os professores, gestores e demais atores envolvidos no processo educacional absorvam os conhecimentos trazidos pelo instituto e sejam capazes de replicá-los com autonomia na prática escolar”, conclui Cíntia Santos.
Instituto Ester Assumpção
Fundado no ano de 1987, o Instituto Ester Assumpção é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos criada por Ester Assumpção, educadora nacionalmente conhecida pelo caráter pioneiro e inovador no campo da educação. A instituição atua no campo da inclusão da pessoa com deficiência e tem como foco contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva, onde a diversidade seja aceita e respeitada na sua integralidade. As principais frentes de atuação são a qualificação e inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e a consultoria para que as organizações se adequem e cumpram o papel social de promover a inclusão.
Dor de garganta, constrangimento e revolta foram alguns dos sintomas que tive recentemente. As dores de gargantas estavam frequentes e muito fortes nos últimos dias, tanto é que precisei ir para o Pronto Socorro.
Necessidade e lei: Profissionais que possam atender os surdos em Libras. Imagem: Reprodução/ Jorge Viana
Assim que cheguei me identifiquei como surdo e deixei claro que o único sintoma que tinha era a dor de garganta. A médica foi muito gentil a medida do possível, e respeito muito os anos de formação e dedicação pela medicina, mas no final no relatório médico ela colocou que além da dor de garganta eu estava com diarreia e vômitos a 5 dias.
Sim falha na comunicação e falta de empatia e sensibilidade ao atender os surdos. Chato né? Fiquei triste e naquele momento percebi a falta de noção de hospitais que não cuidam nem orientam sua equipe para atender os surdos corretamente. Além disso, as faculdades que não ensinam seus alunos, futuros profissionais da saúde, a compaixão e a necessidade de cuidar de seus pacientes surdos e serem acessíveis.
Hoje é mais um dia de relatar experiências tristes que tive no dia a dia recentemente. Mas antes do relato, quero convida-los a ler o primeiro desabafo:
Pois bem, a palhaçada e inconsequência com os direitos de acessibilidade não tem fim, tanto é que recentemente quando fui convidado para comparecer numa reunião presencial no meu trabalho, informei que não consigo tirar proveito/ participar caso não haja interprete de Libras, o que no caso é um direito previsto por lei. Me foi respondido que era para comparecer e que eu teria a ajuda.
Chegando lá, havia uma pessoa da gerencia que tinha algum conhecimento em Libras, é verdade. Ele tirou a máscara alegando que seria bom para me ajudar a fazer a leitura labial introduziu a reunião oralmente e a cada 10 palavras e fazia um sinal em Libras. Concluiu e saiu em seguida. O restante da reunião foi com outra pessoa, que ficava praticamente sentada de costas para mim, mexendo no computador e apresentando os slides, aí eu me perguntei: Qual foi a ajuda que eu recebi?
No TJMT os surdos recebem apoio com o projeto INCLUSÃO NO JUDICIÁRIO. Foto: TJMT
É muito importante registrar o quanto magoa, restringe e discrimina o surdo este tipo de ajuda. Tratar a acessibilidade, mesmo que “meia boca” como um favor é questionável. Mais uma vez me pergunto: Até quando?
Está na hora da empresa agir de forma diferente, e agir de modo que a discriminação velada seja coisa do passado.