Surdo constroi próteses de braço com sucatas

Foi no dia, 5 de setembro de 2012, que a vida de José Arivelton Ribeiro de Fortaleza, nunca mais foi a mesma. Com a energia da lojinha de eletrônicos da família, cortada por falta de pagamento, e ninguém sabia quando a luz iria voltar, Arivelton decidiu retirar a antena de TV da loja para usá-la em casa.

Pendurou-se na janela, no segundo andar, e cometeu um erro quase fatal. Por descuido, a antena tocou um fio de alta tensão. A descarga de 18 mil volts arremessou Arivelton para dentro da sala, e chegou a derrubar a iluminação dos postes da região.

O choque feriu o pescoço e a língua de Arivelton, e também comprometeu o braço direito, que precisou ser amputado na altura do antebraço. Seria mais um obstáculo na vida desse cearense de 48 anos, que nasceu surdo e não aprendeu a falar. Mas rendeu uma bela história de dedicação.

Ari, como é conhecido, passa boa parte do dia  numa oficina de quintal. Em meio a peças recolhidas em depósitos e na cozinha da mãe, colocou na cabeça: irá construir a prótese mais barata existente, para devolver movimentos a si e a qualquer amputado como ele.

 

Em pouco tempo, ele produziu duas próteses do braço direito, uma mecânica e outra elétrica, e já trabalha na terceira, que deseja ser computadorizada. “Meu sonho é ajudar as pessoas”, diz Ari à BBC Brasil, sempre com ajuda da mãe na tradução.

O inventor autodidata, que se comunica por meio de sinais com a mão remanescente, construiu as próteses com peças descartáveis e partes de utensílios domésticos.

Sua primeira criação tem o antebraço em cano de PVC e tampa de panela; o punho é um bico de secador de cabelo; os dedos são canos de alumínio, acionados por elásticos de prender dinheiro; e a palma da mão exibe uma borracha, para garantir aderência ao segurar objetos.

Bastou um mês de trabalho, ainda no ano do acidente. Ao todo, Ari investiu R$ 400, até 20 vezes menos do que uma prótese similar no mercado. A inspiração veio em vídeos na internet. O braço, porém, não é fixo, como a maioria das próteses mecânicas.

O punho é flexível e ele aciona os dedos com movimentos no ombro esquerdo. Era a independência que o inventor buscava.

Cotidiano

Com o mesmo braço que sempre usou, Ari agora corta pão, pega copos e até dirige seu carro. E não se trata de um veículo automático, mas um Fusca com câmbio daqueles que pedem força para passar a marcha – com a mão direita, diga-se de passagem.

Mas o inventor não se dá por satisfeito. “No mesmo dia em que terminei a primeira prótese, já queria fazer uma mais moderna”, diz.

Na escala evolutiva das próteses de braços, o degrau seguinte de uma mecânica é a elétrica. Nela, o movimento dos dedos é acionado por uma bateria, com comandos feitos com a outra mão ou por meio de eletrodos que captam os impulsos dos nervos na região da amputação.

 

O inventor leu sobre isso em tutoriais na internet e decidiu fazer sua prótese elétrica. Em oito meses, o dispositivo estava pronto. Bem mais moderno que o primeiro.

Novo invento

Ari construiu um braço que, com acionamento mecânico a partir do ombro, movimenta os dedos por corrente elétrica. A energia é enviada a partir de uma bateria de nobreak, através de um motorzinho de janela de carro.

O material da segunda criação é ainda mais rudimentar do que o da primeira. No antebraço há um copo de coquetel, tubo de extintor de incêndio e pedaços de panelas. Os dedos são correntes de bicicleta, ligados à mão por meio de colheres.

 

Agora, Ari está trabalhando em uma prótese semelhante à segunda, porém mais leve. Tanto a segunda quanto a terceira deverão custar menos de R$ 2 mil, até 15 vezes mais baratas do que uma convencional nesse patamar.

Para produzir suas invenções, Ari investe parte de sua aposentadoria por invalidez (R$ 880) e dos bicos que faz consertando TVs e computadores em casa. “Acho linda a força de vontade dele”, afirma a mãe.

A lojinha de eletrônicos, antigo sustento da família, foi vendida no dia do acidente. O trauma foi grande para todos, e emociona os parentes até hoje.

Uma quase tragédia

Aquele final da tarde de setembro de 2012, data que a família não esquece, sumiu da memória de Ari. “Eu apaguei. Não me lembro de nada.”

Sorte que ele estava acompanhado da mãe, técnica de enfermagem. “Fiz massagem cardíaca e respiração, então o coração voltou a bater”, relembra Socorro.

“Com poucos dias, a mão começou a necrosar, então meu irmão chamou os médicos e pediu a amputação no antebraço, onde ficou um machucado em forma de anel, para não correr o risco de perder o braço inteiro”, relata o irmão Rusivelton.

O cearense nasceu com perda total da audição, limitação constatada quando ainda era bebê. Ao longo da infância e da juventude, aulas de Libras (Língua Brasileira de Sinais), no Instituto Cearense de Educação de Surdos, minimizaram dificuldades de comunicação com os pais e os irmãos.

Os pais de Ari se separaram pouco antes do acidente – hoje Auri mora em Fortim, a 135 km de Fortaleza. Socorro se divide com a neta, e também com o filho Rusivelton, no suporte ao filho mais velho. Essa atenção é importante, sobretudo para “controlar” o ímpeto criativo de Ari.

“Dia desses, ele viu em um vídeo um cientista tentando fazer um motor de carro funcionar com água. Ele quis fazer o mesmo, só que deu uma explosão danada em casa. Minha mãe me ligou desesperada, para convencê-lo a parar com essas coisas”, diz o irmão.

Ari volta e meia se acidenta – já cortou a mão esquerda com seus equipamentos. “Quando bota uma coisa na cabeça, meu pai às vezes fica obcecado. Então a gente tem de estar sempre de olho, para colocar um freio”, confidencia Sara.

Sua história de vida sensibilizou o dono de uma empresa de próteses de Sorocaba (SP). Dele, Ari ganhou duas próteses elétricas, de R$ 15 mil e R$ 30 mil, além de R$ 10 mil para investir em seu trabalho. Com os presentes, Ari conseguiu renovar a carteira de motorista, já que a legislação de trânsito não permite a um amputado dirigir com prótese sem avaliação de segurança. Agora, não há mais o risco de ser parado em alguma blitz.

Hoje ele se divide entre uma das próteses que recebeu e a primeira que produziu, dependendo da necessidade. Isso porque uma das próteses que recebeu, apesar de mais moderna, não tem mobilidade no punho.

Quando uma das peças doadas deu problema, o inventor não teve dificuldade para abri-la e consertá-la. Em casa, Ari é considerado o “gênio” da família – avaliação compartilhada até por especialistas.

Futuro

A reportagem da BBC Brasil apresentou Ari aos donos de uma empresa de próteses de Fortaleza. Os irmãos Roberto e Carlos Henrique Enéas ficaram impressionados ao conhecer os inventos.

– “Esperava ver algo muito mais simples. É incrível que algo assim seja feito numa oficina”, diz Roberto, fisioterapeuta e protético, de 34 anos.

Embora haja cursos técnicos, que capacitam profissionais de saúde para atuar no ramo. Não existe um curso superior no Brasil que ensine a produzir próteses de membros superiores ou inferiores.

Fonte (Textos e Imagens):  Último Segundo (Site IG)G1BBC Brasil.

Edição: Blog dos Pernés

Mais Inclusão: 13/12 – Dia do Cego

Com a finalidade principal de diminuir o preconceito e a discriminação, foi criado o Dia do Cego, que é celebrado em 13 de dezembro. A data foi instituída em julho de 1961 pelo presidente Jânio Quadros, através do decreto Nº 51.045, e marcou um importante passo para a diminuição dos preconceitos em relação aos deficientes visuais.

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Pensando nisso, recebi uma dica muito interessante uma vez que muitas pessoas e entidades, chamam a atenção da sociedade para a questão da acessibilidade, mas – de uma forma mais abrangente – com foco no desenho universal. O conceito nada mais é que promover a acessibilidade de forma universal, para todos, sem limitação de grupos ou especificações. Por exemplo: as calçadas das ruas precisam ser pensadas para garantir o ir e vir com segurança de todas as pessoas e não só de idosos e deficientes visuais. Agindo assim, haverá uma sociedade mais humana e cidadã.

Leia também:

Dentro desta proposta se enquadra perfeitamente o audiolivro, uma forma de se consumir cultura, o ouvir livros, que chegou com o novo comportamento das pessoas de usarem a tecnologia e ficarem mais tempo conectados à internet. “Esse serviço é democrático e pode ser usado por qualquer pessoa – com ou sem deficiência visual”, diz Eduardo Albano, diretor de conteúdo do Ubook, maior serviço de audiolivros por streaming da América Latina. “Esse é o avanço da acessibilidade, serviços e produtos que sirvam e tragam benefícios para todos, sem nenhum tipo de segregação”, completa.

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Esse olhar promove a inclusão social de forma mais natural e eficiente, uma vez que respeita e pensa na diversidade humana. Ao pensar nessa variedade e em ofertar obras interessantes, o Ubook tem no catálogo mais de 10.000 títulos em português, espanhol e inglês, divididos em categorias, entre elas culinária, moda, literatura clássica, economia, material de apoio para quem está estudando para prestar um concurso, entre outros – que vão dos atuais bestsellers aos antigos sucessos.

Os audiolivros têm conquistado cada vez mais adeptos, pois, na correria do dia a dia, é prático, cômodo e acessível ouvir um livro enquanto caminha, no trânsito ou na academia, por exemplo. “A ideia é mostrar para as pessoas como é fácil incluir o hábito de ouvir um livro ou revista em seu cotidiano”, comenta Albano.

O aplicativo do Ubook também tem a versão com acessibilidade, destinada aos deficientes visuais. “Eles são leitores em potencial e queremos colocar à disposição a maior variedade de obras em áudio para eles, assegurando o direito de acesso à informação”, diz o diretor.

O serviço funciona como o Netflix para vídeos ou o Spotify ou Deezer para música: por um valor mensal, ou semanal, o usuário pode ouvir quantos livros quiser disponíveis no catálogo. A plataforma está disponível para Web, iOs e Android. Basta acessar www.ubook.com ou baixar o aplicativo nas App Store ou GooglePlay. Entre as vantagens está o de poder começar a ouvir no smartphone, por exemplo, e continuar de onde parou no tablet. Além disso, depois de baixar o audiolivro, não é mais necessário ter conexão com a internet para conseguir ouvi-lo.

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Sobre o Ubook: Lançado no início de outubro de 2014, o Ubook é o primeiro serviço de assinatura de audiolivros por streaming do Brasil. Ele funciona como o Netflix para vídeos ou o Spotify para música: por um valor mensal, ou semanal, é possível ter acesso ilimitado a todo o catálogo através do aplicativo. A plataforma está disponível para Web, iOs, Android e Windows Phone.

Para saber mais acesse: www.ubook.com. 

Esta publicação não é um publipost.

Língua de Sinais para o seu bebê!

Em parceria com a nossa amiga virtual Fernanda Bastos, lá do Instagram, que mora em Lisboa/ Portugal, hoje vamos falar da Língua de Sinais para bebês.

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E sabe o diferencial? Você e seu bebê não precisam ter problemas auditivos. Vamos saber mais?  Ela conta tudo pra gente:

Objetivos: Os principais objetivos da Língua de Sinais para Bebês são facilitar a comunicação entre pais e bebês, e diminuir a frustração do bebê. Por isso não importa se você decidir ensinar para o seu bebê sinais baseados em ASL (Língua de Sinais Americana), na LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) ou se você até mesmo inventar alguns sinais. A técnica e os princípios são os mesmos: diversão, repetição, motivação e expansão.

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Vantagens: A Língua de Sinais para Bebês requer habilidades motoras básicas para que o bebê possa fazer os sinais. Ao ensinar essa técnica para o seu bebê, você ganha mais ou menos um intervalo de 1 ano no qual você pode se comunicar com o seu bebê através de sinais, enquanto ele ainda não aprende a falar. À medida que os bebês vão aprendendo a falar, eles naturalmente vão deixando de se comunicar através de sinais e a fala se torna a sua forma dominante de comunicação.

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Porém, se você decidir continuar ensinando para o seu bebê a Língua de Sinais, mesmo depois que ele aprenda a falar, isso terá 2 vantagens principais: (1) seu filho irá aprender uma segunda língua, o que será muito bom para o currículo acadêmico dele no futuro e (2) ele também irá desenvolver a capacidade de se comunicar com pessoas com deficiência auditiva. Não é demais?

Para saber mais:

  • Siga o Instagram: @maozinhasquefalam

 

Leia também: 

Compreendendo o mundo dos diferentes.

Meu mundo Inclusivo.

Ser Surdo: A Vida como ela é! 

 

Férias 2016 – A praia acessível de Fortaleza

Lá em Fortaleza eu fiquei encantando ao encontrar o Programa Praia Acessível, que já tinha visto falar apenas por alto. E foi naPraia de Iracema que esbarrei com o projeto.

Em Fortaleza, o programa tem como objetivo oferecer equipamentos e tecnologia para que pessoas com deficiência possam usufruir da praia e do banho de mar com segurança e dignidade. O projeto também funciona em outras praias do litoral de SP, RJ e Nordeste.

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As cadeiras: 

As cadeiras anfíbias são conhecidas como Air Fryb e são feitas com um tipo de pneu especial, que permite superar a dificuldade de locomoção na areia, e também não afundam na água. Devido à sua altura, é possível o usuário entrar na água, em uma profundidade não perigosa no mar. Existe facilidade na transferência para a cadeira, que possui braços removíveis.

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A equipe: 

Atualmente (maio/2016), a equipe da Estação “Praia de Iracema” é composta por 6 pessoas da Prefeitura de Fortaleza. E conheci a Jakeline que é fisioterapeuta, e trabalha no projeto desde a criação, em março desse ano. Juntamente com ela, trabalham também 4 pessoas da guarda municipal, e 4 bombeiros. E estes prestam auxilio aos visitantes.

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Um destes, foi o Senhor Raimundo, de 65 anos. E foi acompanhado dos netos André e Denise.

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Senhor Raimundo, com a equipe. Prestes a tomar banho de mar.

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Conheci também a Gigi, que devido um acidente em 2010 ficou tetraplégica e recentemente teve câncer de mama. Apesar de tudo, não se deixa abater e é funcionária do projeto na Praia de Iracema.

Ela conheceu o projeto em 2014, em São Paulo. Segundo ela a cadeira  importada da marca “Mobi Chair”, é bem confortável, e tem certeza que é a melhor que ela já usou. Acredita que o projeto é excelente, e sem ele não teria a oportunidade de nadar no mar, sem se machucar, se não houvesse essa facilidade e conforto. Olha ela aí, todo sorridente e simpática ao meu lado;

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Agradeço a todos pela gentileza e atenção dispensada, que o projeto seja ampliado para outras praias que ainda não as tem.

 

Quando ir: 

Um espaço de lazer com esteiras e cadeiras anfíbias, que possibilitam o acesso do público-alvo ao mar, estará disponível de quarta a domingo, de 9h às 14h, na Praia de Iracema. A área conta com estrutura para vôlei e frescobol adaptados, piscinas, cadeiras e mesas cobertas com toldos, banheiro acessível e itens de segurança.

Saiba mais:

Em Portugal – Praia para todos.

Leia também:

O maior Cajueiro do Mundo – RN

Hotel Iracema Travel – Fortaleza- CE

O melhor combo – “Jalapeño Bacon Burguer” e as “Fritas Trufadas” – The Fifties Recife

Como fazer Viagens Econômicas

Das séries que amamos: “Switched at Birth”

Switched at birth (Trocadas ao nascer, em tradução livre) é uma  série exibida pelo canal americano ABC Family, atualmente Freeform. A série basicamente conta a história de duas meninas trocadas na maternidade.

Bay Kennish cresceu em uma família rica, com seus pais e um irmão. Enquanto isso, Daphne Vasquez cresceu filha de mãe solteira. Além disso, a garota contraiu meningite quando criança, sendo então surda como sequela da doença. A situação se torna dramática quando as famílias descobrem a troca, se encontram e precisam aprender a viver juntas, decidindo morar todos na mesma casa.

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Elenco:

  • Bay Kennish (Vanessa Marano) é uma das jovens trocadas. Foi criada como filha de um ex-Senador e jogador de beisebol, e sempre viveu em uma vizinhança de classe alta. Ela é uma artista que luta para que seus pais reconheçam seu trabalho;
  • Kathryn Kennish (Lea Thompson) é a mãe criação da Bay. Faz a típica a dona-de-casa rica. E odeia ficar mal falada pelos vizinhos esnobes;
  • John Kennish (D. W. Moffet), pai de Bay e Toby, marido de Kathryn;
  • Toby (Lucas Grabeel) é músico, irmão de criação de Bay e filho biológico de Kathryn e John;
  • Daphne Vasquez (Katie Leclerc) é a outra garota, que é surda, mas que  consegue se comunicar com as pessoas ouvintes desde que tenha contato visual, para que ela possa fazer leitura labial. Ela estuda em um colégio especial para surdos;
  • Regina Vasquez (Constance Marie), mãe de Daphne, e faz uma cabeleireira orgulhosa e ex alcoólatra, até que as famílias juntem, vive com sua filha numa vizinhança pobre da cidade.

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Drama, comédia, surdez e Inclusão Social

A série aborda profundamente a temática da surdez, língua de sinais e cultura surda. Porém tem uma história de drama, romance e comédia. A maioria dos episódio contém várias cenas que são utilizadas a ASL – Língua Americana de Sinais. No Brasil é exibida com legendas em português, no canal Sony.

Já vi as quatro primeiras temporadas e estou super ansiosa pela quinta que já está para sair do forno.

Daphne Vasquez

Sem sombra de dúvidas minha personagem favorita é Daphne Vasquez a surda Katie-Leclerc-on-Switched-at-Birth_home_top_storyoralizada, que assim como eu e o Thiago se comunica pela Língua de sinais, e convive com vários ouvintes que não sabem a língua. É tocante, pois na série ela passa por várias situações, muitas delas constrangedoras semelhantes as nossas e de vários outros surdos.

 

A Daphne, é intepretada pela atriz Katie Lynn Leclerc, e também assim como seus pai e irmã, ela também é surda, devido “Síndrome de Meniere”, um distúrbio degenerativo interno no ouvido cujos sintomas incluem perda auditiva e tontura. Nem preciso dizer que super recomendo essa série, e para quem ainda não viu, só posso dizer que vale a pena!

E vocês já assistiram? Qual a série favorita de vocês?

Continue reading “Das séries que amamos: “Switched at Birth””

Mais Inclusão: As vibrações da música ajudam bailarinas surdas!

20160302053826Voce já ouvir falar de um projeto maravilhoso chamado “céu e terra”? Não? Então vamos saber mais?

O projeto idealizado no ano de 1997, em Belo Horizonte – Minas Gerais por um casal de artistas, a bailarina Wilmara Marliére e pelo músico Wéberty de Araújo, seu marido.

A história

A dançarina ainda na infância foi diagnosticada com a “Síndrome de Arnold Chiary”, que acomete os movimentos de todo o corpo e compromete o cérebro e a audição. Ela quase ficou tetraplégica, mas depois de quatro cirurgias conseguiu continuar dançando, sem perder a força e a perseverança.

Para treinar sem ouvir a música, ela estudou muito e encontrou a resposta na física, em um método inovador a partir das vibrações do som. Com isso, a bailarina buscou uma maneira de estimular o corpo a perceber melhor a vibração sonora no ar e sentir a música em sua pele. A parceria  começou  com Wilmara e sua irmã Meiry. Elas atendiam gratuitamente, na sala de sua casa apenas crianças surdas carentes, onde aprendiam do balé .

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Apaixonada pela dança, Wilmara já se apresentou diversas vezes.
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Apresentação de duas alunas surdas.
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Na mídia: Uma das muitas reportagens sobre o projeto.

Ajudando outras crianças

Com as cirurgias e o tratamento, ela  recuperou a audição, mas decidiu não deixar de lado a técnica das vibrações sonoras. Para ajudar outras pessoas,  desde então ensina balé a meninas surdas carentes. Além disso, seu marido, Weberty, participa oferecendo aulas de violão para alunos cegos, num método também idealizado por ele.

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Wéberty numa apresentação ao lado de um artista cego.

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Talento de pais para a filha

Além desse trabalho tão especial que fazem juntos o casal tem uma filha Maria Clara  que é igualmente talentosa.

Atualmente está no Sexto ano, e como qualquer menina de sua idade gosta de brincar de boneca e é fã de macarronada a bolonhesa (quem não é?). Joga no time de Handebol da escola e já aprendeu a tocar teclado e flauta.

E claro, ela também participa no projeto criados pelos pais. Já fez diversas apresentações de dança e canto com e sem eles, em grupo e sozinha e segue os passos dos pais na carreira. Gosta de dançar e cantar e sonha em seguir carreira de modelo.

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Mãe e Filha juntas numa apresentação

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Benefícios para aqueles que participam e já participaram do projeto

Uma das lições que podemos aprender das dificuldades que Wilmara teve desde a infância é que não devemos nos acomodar com a nossa condição.

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Com as alunas surdas

E as crianças que participam do projeto, são estimuladas a “aprender a ouvir”, ou seja na dança é usado o espaço, meios e equipamentos que Wilmara idealizou, para “aprender a estarem atentas as vibrações do som. Não é fantástico?

E não para aí, as mães das crianças atendidas relatam que estão até ouvindo melhor, e com testes de audiometria, são comprovadas a tese de melhora auditiva, muitas delas com um melhora de até 25% decibéis.

Com certeza uma família talentosa e exemplo para todos nós. Se você gostou e tem interesse em conhecer ou participar do projeto entre em contato, conforme abaixo: Fotor_145710775662942

Com surdos eu e Thiago ficamos encantados com o carinho que Wilmara, Weberty e Maria tem com com cegos e surdos. Achamos importante a inclusão social na educação e em projetos diversos como na dança e a música. Agradecemos a família e desejamos muita saúde e bençãos de Deus.

Um grande abraço!

Ser surdo: A vida como ela é!

Baseados em fatos reais:

Imagine que está num país que em você desconhece a língua falada local. Além disso, você está preso dentro de uma sala fechada de vidro, a prova de som. 

As pessoas passam, elas te enxergam, você as vê. Algumas tentam falar com você mas você não as entende. Pode ser que consiga entender uma palavra ou outra mas desconhece o significado ou contexto da mesma. 
As pessoas batem no vidro, gesticulam e fazem mímicas e você nada de entender. Algumas escrevem ou desenham. Outras gritam e perdem a paciência em se comunicar com você com o tempo. Como se sentiria? 

Imagine agora, que isso aconteça todos os dias e você não pode fazer nada a não ser esperar o dia passar e noite chegar. E no dia seguinte você acorda com esperança que esse dia vai ser diferente, mas tudo parece um “dejavu” do dia anterior. Tudo que aconteceu anteriormente se repete. Como se sentiria?

De fato, isso acontece diariamente com cerca de 9,7 milhões de surdos ou pessoas com problemas de audição no Brasil. Estamos presos numa sala de vidro, onde não somos compreendidos e não escutamos ou escutamos e não compreendemos o que é dito. Onde pessoas repetem quando não escutamos, em determinado momento gritam achando que vai nos ajudar e que temos obrigação de ouvir e entender tudo que eles dizem, já que muitos de nós temos até aparelhos auditivos.

Surdos, podem se isolar quando não se sentem amados por familiares e amigos próximos!

Diariamente os surdos lutam para sobreviver no mundo ouvinte e egoísta em que a grande maioria de fato nãos os compreendem. 
Muitas pessoas se sensibilizam é verdade. Mas poucos agem, poucos tem paciência e vontade de ajudar. Infelizmente, esta é a realidade de nossas vidas e ela não é fácil para muitos de nós surdos ou que não escutam bem. Falo por mim, por minha mãe, tias, primas, irmã e tantos amigos. Isso me deixa muito triste, mas do que alguém possa imaginar.

Quer ajudar? 
Ajude, mas que seja de coração. 
Seja paciente, bondoso e tenha empatia. 
Fale devagar e em tom normal.
Aprender a língua de sinais ajuda? Sim, ajuda demais, mas se você não tem as qualidades já mencionadas não vai ser de muita ajuda.

Para ler mais: 

LEI: Pessoas Surdas não são isentos de ICMS na compra de veículos.

Hoje resolvi escrever um pouco, e o assunto escolhido é sobre a  lei que isenta pessoas com deficiência de ICMS, IPI e IPVA para compra de veículos automotores.
Sim, pessoas com deficiência mental, visual, físicos tem direito a isenção de ICMS, IPI e IPVA na compra de veículos. E não, as pessoas surdas não têm direito, isso mesmo a lei deixou de fora única e exclusivamente os surdos
Art. 1o Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI os automóveis de passageiros de fabricação  nacional, equipados com motor de cilindrada não superior a dois mil centímetros cúbicos, de no mínimo quatro portas inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combustíveis de origem renovável ou sistema reversível de combustão, quando adquiridos por: 
(…)
IV – pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por intermédio de seu representante legal; (Redação dada pela Lei nº 10.690, de 16.6.2003)
Art. 1º Ficam isentos do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – os veículos automotores que se destinarem a uso exclusivo de paraplégicos ou de pessoas portadoras de defeitos físicos, os quais fiquem impossibilitados de utilizar os modelos comuns. 
As pessoas com deficiência auditiva não está na lista e a explicação é que os surdos podem dirigir normalmente sem a necessidade de adaptações em veículos, que é o caso de pessoas com deficiência física por exemplo. E o ruim é que dizem que não adianta entrar na Justiça, porque a legislação tributária é interpretada de modo literal, ou seja, ou consta na lei ou não consta. Se não consta, sinto muito. E é o caso de nós surdos. Quem sabe um dia isso muda!

26 de Setembro é o Dia do Surdo

Ontem, 26 de setembro foi comemorado o Dia do Surdo. 

Eu eu como surdo e vários membros da minha família tb como já contei pra vocês aqui, não poderia deixar de fazer esta postagem.

Data em que são relembradas as lutas históricas por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania. Muitos que não conhecem a historia dos Surdos no Brasil talvez se perguntem: Porque comemorar o Dia do Surdo? Na verdade, se tem muito a comemorar, afinal hoje as condições de vida das pessoas surdas são muito melhores do que antes.

Todas as conquistas e avanços obtidos só reforçam a importância da existência do Dia do Surdo, para comemorar o que já foi conseguido e, principalmente, para lembrar que ainda se tem muito a lutar!
Conheça e clique aqui para ler a cartilha do dia dos surdos no site da Feneis. No mesmo site você poderá aprender também um pouco sobre a Língua de Sinais, não perca a oportunidade. 

Abraços!

Belo Horizonte: Capital Inclusiva

Olha que notícia legal que recebi de um colega surdo do Pará. Valeu Davison!

As mãos que “falam” e tentam se fazer entender são de Laís Drumond. A atriz de 29 anos, surda desde o nascimento e filha de pais ouvintes, não se intimida em buscar informações, andar de ônibus, recorrer à Justiça ou abrir conta em banco. Mas nem sempre essas tarefas que fazem parte do dia a dia da maioria das pessoas são tão simples para Laís. Assim como ela, muitos surdos voltam para casa em Belo Horizonte frustrados ao buscar de atendimento por não conseguirem se comunicar com os ouvintes. Isso porque, além da dificuldade de audição, muitos têm o desenvolvimento da fala afetado, e sem o acompanhamento de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) não conseguem ser entendidos.

Mesmo depois de 11 anos de oficialização do método, a primeira língua para surdos, quem convive com a deficiência relata os muitos desafios ainda a vencer. Na capital, são 4.557 pessoas surdas e 107.046 com alguma deficiência auditiva, segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Juntas, representam 4,5% da população da cidade.

A falta de compreensão sobre a língua do deficiente auditivo se repete a cada esquina em que ele precisa sair do seu mundo silencioso e trocar informações. O Estado de Minas foi às ruas com Laís Drumond para testar atendimentos e constatou as dificuldades enfrentadas no comércio, em órgãos públicos estaduais e municipais e na Polícia Militar. O problema é o mesmo: não há pessoas com conhecimento em Libras para atender deficientes auditivos.

A ausência de intérpretes começou na primeira parada: a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Praça Sete, onde Laís pediu informações a uma funcionária sobre emissão de certidão de nascimento. “A funcionária tentou sinalizar, mas ficou nervosa e sorrindo, ao contrário da expressão facial firme, que o surdo precisa para entender uma mensagem. Por fim, ela disse que era difícil, que não me entendia”, relatou Laís.

Segundo a atriz, a atendente ainda arriscou com o sinal de “nascer””em Libras, mas não sinalizou a palavra documento nem soube explicar o valor e o procedimento necessário para emissão. A “conversa” terminou em papel e caneta. “Todos os dias, eu e meu marido chegamos com pilhas de papéis em casa, como todos os surdos”, reclama. Segundo o coordenador da unidade, Eliel Benites, os funcionários da recepção e do serviço Posso Ajudar estão recebendo treinamento uma vez por semana, há cerca de três meses. Ele fala dos avanços, mas reconhece: “Ainda estamos em fase inicial”.

No terminal rodoviário, não foi diferente. O teste foi feito nos guichês de duas empresas de viagens, mas em ambos houve decepção. Na primeira, o pedido era para uma passagem com destino a Niterói (RJ). Poderia ter sido qualquer trecho que Laís não teria sido atendida, já que a funcionária foi clara. “Eu não te entendo”, disse em meio a risos. Ela tentou ser solícita e pediu que a atriz escrevesse seu pedido. Só assim houve comunicação. No segundo caso, Laís afirmou que não sabia escrever. Desse modo, mesmo tendo sinalizado para três funcionários sua intenção de comprar um bilhete para São Paulo, não houve sucesso na tentativa. Ela foi encaminhada ao setor de informações da rodoviária, onde também não havia intérpretes.

O teste para fazer uma simples compra acabou em transtorno também. Imagine explicar ao vendedor o desejo de comprar um sapato vermelho, de salto alto, pago em quatro vezes no cartão e sem juros. Mesmo com todo o esforço do atendente Janiel Salvador, de 22 anos, em acertar na cor, a forma de pagamento não foi compreendida. “Ela é esperta. Se comunica bem. Mas não entendo a linguagem dos surdos”, disse Janiel. O gerente da loja, Geovane Gonçalves, reconhece o problema: “Talvez seja a hora de buscar a capacitação”.

Dados do IBGE indicam que dos 4.179 surdos de BH com idade acima de 10 anos, 35,2% se enquadram na faixa etária de rendimento entre um e cinco salários mínimos, o que representa o maior percentual. Outros 28,2% recebem até um salário e 10,6% ganham acima de cinco salários. Segundo a demógrafa do instituto Luciene Longo, “a distribuição de renda entre os surdos se encaixa na da população ouvinte”. Laís lembra que investir na capacitação de funcionários no comércio pode representar um diferencial. “Se uma loja tem alguém que entende Libras ela vira referência entre os surdos”.

POLÍCIA MILITAR

Uma experiência positiva surpreendeu Laís em sua luta diária. Ao pedir uma informação a um militar no Centro da capital, ela foi prontamente atendida pelo soldado João Luiz Chagas, da 6ª Cia. do 1º BPM, que estuda comunicação assistiva na PUC Minas. “Foi a única situação em que me senti bem, porque pude me comunicar sem dificuldade”, disse a atriz. O interesse do soldado pelo curso surgiu da demanda diária da população deficiente. “Tenho contato com cegos, surdos e pessoas com deficiência física. Preciso estar preparado para atendê-los”.

Mas chamar a polícia é um problema para os surdos. A queixa é sobre a falta de intérpretes e atendimento por telefone. “Nos comunicamos por mensagem de celular. Aí, eles retornam a ligação. Do que adianta?”, cobra Laís. O chefe da Sala de Imprensa da PM, major Gilmar Luciano Santos, informou que policiais não têm formação em Libras, à exceção dos militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). A capacitação estava prevista, segundo ele, no pacote de cursos que serão ministrados aos policiais até a Copa das Confederações.