Entendam: Violência não se limita a utilização de força física!
Os atos de violência podem utilizar um ou mais tipos de violência e podem acontecer tanto em espaços públicos como privados. E engloba qualquer conduta – ação ou omissão – de discriminação, agressão ou coerção que lhe cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Conheçam os tipos:
Física: Conduta que ofende a integridade ou saúde corporal.
Sexual: Conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.
Além disso, é importante lembrar que o não é não, beleza? Tava legal mandou parar e continuou? É violência sexual.
Patrimonial: É a conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
Moral: Conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Mas a mais comum, e que muitas vezes acontece sem percerbermos, inclusive também é bem comum que surdos ou pessoas sofram, é a tal da Violência Psicológica: Que é o tipo de conduta que causa dano emocional e diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento , vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.
A vida de Hannah Baker chega ao fim na série 13 Reasons Why, depois de passar por uma série de agressões emocionais, física e sexual.
A série é baseada no livro “Os 13 porquês”, lançado no Brasil pela Editora Ática e contam com 13 episódios/ 13 motivos/ 13 pessoas/ 13 fitas cassetes que foram gravadas pela jovem que relata a dor e o sofrimento nos seus plenos 17 anos. E ela é branca, magra, bonita, olhos claros e heterossexual, e aparentemente não tem nenhum motivo para sofrer bullying.
Adianto que a série “pode” ser vista por todos, mas é necessário um “estômago forte”. Pois trata-se de bullying e até mesmo suicido (no episódio 13, a jovem corta os pulsos e morre).
E confesso que não acho que me enquadro neste grupo, até porque tenho depressão, mas fui até o fim pois de algum modo queria contar para vocês. Além de parte dos assuntos serem discutidos aqui no blog. Mas de fato não indico para pessoas que podem ter algum transtorno emocional.
Com todo este drama, a série levanta a questão: será que ao abordar o suicidio, dessa forma, não estaria incentivando jovens com depressão a se suicidar?
O site O Globo conversou com especialistas sobre o assunto:
— Não é uma opinião pessoal, e sim um fato: a veiculação ou divulgação de um suicídio pode inspirar pessoas que pensam no assunto — diz Carmita Abdo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). — Se, por um lado, estamos nos solidarizando pela Hannah e mostrando os riscos que ela pode sofrer dentro de situações cotidianas, por outro estamos, talvez sem saber, dando munição para muitos indivíduos que sofrem de desequilíbrio mental. Uma saída para a ficção é falar sobre o suicídio como algo que se pode combater, em vez de se afirmar somente que é um evento horrível.
O site também traz o relato da Gerente de comunicação da Netflix no Brasil, Amanda Vidigal: No fim do 13º e último episódio, a Netflix exibe um documentário de 30 minutos com atores, produtores e psiquiatras alertando sobre os perigos e impactos psicológicos dos temas retratados na série. Também traz um link (13reasonswhy.info) no qual jovens que enfrentam problemas semelhantes podem buscar ajuda — no Brasil, os contatos do Centro de Valorização da Vida, o CVV, estão disponíveis. Além disso, no começo dos episódios com conteúdo de violência ou abuso sexual, uma mensagem é exibida recomendando a discrição do espectador.
— ‘Trata-se de uma ficção, um produto de entretenimento, mas que aborda temas sensíveis e que necessitam de um certo cuidado. Esse cuidado existiu, a produção contou com a consultoria de profissionais de saúde durante todo o processo’.
Independente da minha opinião, desde a sua estreia subiu em 445% o número de e-mails com pedidos de ajuda recebidos pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). Houve alta ainda de 170% na média diária de visitantes únicos no site.
Enfim, cenas torturantes e tristes que somente uma pessoa que já sofreu e sofre com o bullying e depressão vai entender. E que talvez esse seja o motivo de tamanho sucesso nas redes sociais. Uma coisa é certa, o tema deve ser discutido, e as práticas evitadas. Ressalto que série agora tem a responsabilidade de mostrar que o suicidio não é o fim, que sempre há uma saída. E não resolve os nossos “fantasmas”, apenas passa a dor adiante para familiares, amigos e para a comunidade.
Se você está passando por uma fase ruim, nao se desespere, leia os artigos acima, clicando em cada um deles, procure ajuda de seus pais, professores ou outro adulto maduro, quem sabe o CVV?
E não esqueça Deus, ore a ele e peça forças, compreensão e sabedoria.
Lembre não é o fim do túnel, estamos com você.
Serviço:
13 reasons Why
Com Dylan Minnette como Clay Jensen, Katherine Langford como Hannah Baker, Christian Navarro como Tony Padilla, Alisha Boe como Jessica Davis, Brandon Flynn como Justin Foley, Justin Prentice como Bryce Walker, Miles Heizer como Alex Standall, Ross Butler como Zach Dempsey, Devin Druid como Tyler Down, Amy Hargreaves como Lainie Jensen, Derek Luke como Kevin Porter e Kate Walsh como Olivia Baker.
Tudo bem! Podemos ter um ou mais desses ou outros adjetivos, afinal ninguém é perfeito, Aliás, se pensarmos bem alguns deles nem são necessariamente ruins.
Mas você, já parou para pensar, quantas vezes a base do desconhecimento, do preconceito ou por acreditar em boatos e fofocas, rotulamos as pessoas que muitas vezes não conhecemos ou até mesmo somos rotulados por estranhos? Alguns nos julgam por nossas preferências, escolhas e comportamento e etc, e esses julgamentos muitas vezes acontecem online.
Pois é, as redes sociais estão aí para aproximarmos de quem está longe, fazermos novas amizades, e até para conseguir aquela sonhada vaga de emprego. A tecnologia que deveria ser usada para nosso benefício está sendo usada para atacarmos nossos semelhantes.
Certa vez pude ajudar uma moça com a divulgação aqui no Blog de seu evento infantil que aconteceria aqui em Goiânia, e fui convidado para participar do seu evento. Foi tudo maravilhoso, e foi bem além das minhas expectativas. Tempos depois, com algumas outras mães que não participaram deste evento, pensamos em fazer um grupo a parte, uma vez que estes grupos são bem limitados. Resultado: A moça mencionada saiu falando as seguintes palavras, para essas e outras mães pelas redes sociais: “Cuidado com ele”, “Ele é estranho”, “Ele é homem solteiro, e é obcecado por crianças, e só faz matérias de crianças”.
Nem entrarei no fato de a pessoa ser totalmente sem noção, mau agradecida e muito desinformada, uma vez que o Blog dos Perné’s vai muito além de matérias infantis. Por isso vou focar nas palavras que ela usou. Ao invés de ser adulta e falar pada mim, ela decidiu utilizar rótulos que são fáceis de ser colocados, e usar nas fofocas que são fáceis de ser ditas, para tentar acabar com minha reputação. E nem precisamos discutir também o que ela ganhou com isso, pois eu não sei dizer. Mas para ilustrar bem os efeitos e rotular as pessoas e de espalhar tagarelice maldosa, descrevo abaixo conto judaico que é apresentado em variadas versões, mas que tem como essência a seguinte história:
Certo homem percorreu a cidade caluniando o sábio local. Mais tarde, o tagarela deu-se conta do dano que causara e dirigiu-se ao sábio para pedir perdão, prontificando-se a fazer qualquer coisa para reparar o seu erro. O sábio só tinha um pedido: que o caluniador apanhasse um travesseiro de penas e o abrisse, espalhando as penas ao vento. Embora intrigado com o pedido, o tagarela fez o que lhe foi mandado e, daí, voltou a falar com o sábio.
“Estou perdoado?”, perguntou.
“Primeiro, vá e ajunte todas as penas”, respondeu o sábio.
“Mas como? O vento já as espalhou.”
“Reparar o dano causado pelas suas palavras é tão difícil como recolher todas as penas.”
A lição é clara:
Não importa que o fulano seja preguiçoso (a), melindroso (a). Não importa que o gordo (a) estranho seja tão fútil, incapaz e burro (a), e talvez inconsistente e desequilibrado (a). Que tal guardad suas palavras e pensamentos ofensivos para si mesmo?
Uma vez proferidas, as palavras não podem ser recuperadas, e talvez seja impossível sanar o mal que causaram.
Antes de rotular o próximo, ou divulgar alguma tagarelice, será sensato nos lembrar de que, ao fazer isso, estaremos como que prestes a espalhar penas ao vento, e os efeitos causados nas vítimas podem ser irreparáveis.
As impressões que ficam são aquelas que você permita que fique. O que entendeu que seja, nem sempre pode ser, as aparências nem sempre enganam, mas muitas vezes estão erradas.
Respeite o próximo, se não der para amá-lo, mas no mínimo ame a si mesmo, não espalhe penas ao vento, chega de mentiras e de rótulos. Rótulos são para produtos, basta!