Luz del Fuego, símbolo do femininismo, destacou-se por ser uma mulher muito à frente de seu tempo. Despida de preconceitos, a escritora, atriz e dançarina prezava a liberdade de expressão, pregava a volta à natureza, e foi a responsável por trazer ao Brasil movimentos que não existiam à época, como o naturismo. E ela realmente causava furor por onde passava.
Nascida no Espírito Santo, a geniosa mulher, não aceitava ordens nem opiniões sobre sua vida. Abominava o uso do sutiã. Desfilava pela praia de calcinha e bustiê improvisado com lenços, quando o biquíni ainda estava longe de constar do vocabulário nacional. Do Rio de Janeiro, onde foi morar depois da morte de seu pai, passou a ser conhecida em todo o país, por seus shows seminuas com serpentes. Não é atoa que Luz del Fuego foi homenageada em música pela cantora Rita Lee, como uma “mulher que não tinha medo”.
Após anos de censura e escândalos, ela mudou-se para a “Ilha do Sol” na ainda paradisíaca Baía de Guanabara e passou a vier de suas reservas financeiras que com o tempo foram terminando, e o então mito começara a desaparecer. Mas ela sempre arrematava aos que procuravam ajuda-la: “Não se preocupem, eu sou uma “Luz que não se apaga”.
Mas infelizmente em 19 de Julho de 1967, a Luz se apagou, pois fora assassinada pelos irmãos Alfredo Teixeira Dias e Mozart Dias, que armaram uma emboscada, já que as ações criminosas de Mozart haviam sido apontadas à polícia por Luz e ele queria se vingar. O crime só foi desvendado duas semanas depois, quando Alfredo foi preso e confessou a participação nas mortes. Os corpos foram resgatados no dia primeiro de agosto. Já Mozart escapou de forma espetacular, mas depois de 15 dias foi preso e condenado a pena máxima. que foi cumprida no manicômio judiciário do Rio de Janeiro.
Das “Musas que fizeram a história do Rio”, Luz virou filme, onde foi vivida pela atriz Lucélia Santos. Ela também apareceu em exposições — que narravam a trajetória das mulheres “heroínas do século XX”. Também já foi mencionada como uma das mulheres históricas do Brasil por “erguer a bandeira do naturismo e zelar pela causa feminina até à sua morte”. Também foi lembrada como uma das representantes do empoderamento feminino.
E já dizia Rita Lee “hoje ela represento a loucura”. Mas não apenas isso, ela também é o símbolo coragem feminina ao enfrentar os espaços tradicionalmente reservados aos homens”. Dora Vivacqua, seu nome de batismo, se afirmava pela diferença, e nunca obedeceu a nenhum padrão, lutava por suas convicções, tanto é que tudo isso apenas fez dela Luz Del Fuego, nome artístico que foi a sua marca e manchete de revistas e jornais de todo o mundo. Luz Del Fuego buscou a sua própria verdade, e com sua beleza e curvas incitou a fantasia e a curiosidade de uma geração de brasileiros.
Leia também sobre nossas outras divas: