Ordem e progresso é para todos, menos para os surdos no Brasil

Libras – Língua Brasileira de Sinais é a língua oriunda das comunidades surdas do país, e reconhecida através da lei nº 10.436/2002, que a garante como língua de manifestação e expressão das pessoas surdas no acesso à educação, à saúde, à cultura e ao trabalho.

Buscando garantir o efetivo e amplo atendimento das pessoas surdas ou com deficiência auditiva, em 2005, o Decreto nº 5626/2005, passou a exigir do Poder Público, das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, a utilização de intérpretes contratados especificamente para essa função ou central de intermediação de comunicação que garanta a oferta de atendimento presencial ou remoto, com intermediação por meio de recursos de videoconferência on-line webchat, à pessoa surda ou com deficiência auditiva. (Redação dada pelo Decreto nº 9.656, de 2018)

§ 3º O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal e distrital e as empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência auditiva o efetivo e amplo atendimento previsto no caput.

Chegamos em setembro e é um mês especial para a comunidade surda, e o dia 26/09, dia do surdo, comemora-se conquistas e avanços.

No SENADO, por exemplo, o uso de interpretes já é realidade, e a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realizou em 2018, uma audiência pública interativa destinada a debater “O Dia Nacional do Surdo”,

O dia do surdo no Senado em 2018. – Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Mas nem tudo são flores, e a verdade é que durante todo o ano em fico aqui no blog e no Instagram, promovendo a inclusão, o riso e a alegria não dura muito, pois há muito desafios, e muita discriminação.

É quando a coisa aperta no meu trabalho, quando não consigo entender ou aproveitar reuniões ou oportunidades por ser surdo na empresa que está presente em todo o país, lembro-me que a Lei é tão linda mas, que não passa do papel na maioria do casos, tanto é que vale registrar que num período de plena informação e tecnologia avançada em que vivemos, infelizmente ainda encontramos a crença de que no Brasil todos falam português, que todos precisam aprender Inglês, e acabamos esquecendo das línguas indígenas, dos imigrantes e da Língua Brasileira de Sinais, a língua dos surdos.

A tecnologia avança, as leis surgem, mas os surdos ainda continuam sendo deixados de lado. A empresa me incluiu, me deu a vaga. Mas cheguei e não há ferramentas adequadas para me sentir útil. Não há interpretes em reuniões ou cursos. E quando questiono ao grande escalão, aos recursos humanos e ouvidoria da empresa, e até Ministério público do Trabalho, recebo respostas mecanicas e que há precisão para futuros projetos visando incluir os surdos na empresa. E estou aqui a 13 anos, e a discriminação velada prossegue.

Inclusão para os surdos existem, mas a maior parte só na lei. Quanto a ordem e progresso, claramente é só na nossa bandeira.

A Vogue e o Flamboyant

E teve muita informação de moda, desfiles de grandes marcas e ações especiais que eu busquei aproveitar ao máximo, no último dia 12/09, no VFNO Flamboyant 2019, do início ao fim.

Tendências no VFNO Flmaboyant.

Nomes importantes como Layla Monteiro, Sophia Abrahão, e Juju Norremose e marcaram presença, bem como eventos e coquetéis exclusivos que cada loja preparou com muito carinho.

Recebendo o carinho de Layla Monteiro e Luiza.

O Boticário, estava lá com Sadi e um workshop que foi um sucesso. E também promoveu uma campanha em prol da sustentabilidade. Todo mundo que levou uma embalagem ganhou uma linda bag.

E eu minha bag, que especial!

Já a SLN fez uma homenagem a nossa linda Goiânia, e preparou os caftans estampados pela maravilhosa Rossana dos pontos turísticos da nossa linda cidade. Arrasou.

Andrea de Paula, recebeu as empresárias da Nutrizen e a mentora Wanessa Nery para a linda festa em homenagem a nossa cidade.
Com Rossana
E eu não podia deixar de ir e dar um abraço nessa querida.

A Carol da Moncloa também promoveu um coquetel de drinks com chás deliciosos.

Coquetel da Moncloa Goiânia
Até minha mamãe aproveitou, e amamos Moncloa.

Muito obrigado as lojas que me receberam, e o carinho especial ao: O Boticário, SLN, Moncloa Goiânia, Boss, e Imaginarium, e tantas outras. Obrigado também ao Flamboyant e toda a galeta da FatoMais pelo convite. Amei!

Goiânia Fashion Week 2019

O Goiânia fashion Week – GFW (@gfw_official), que em 2019 – abriu na 14ª edição aconteceu. E eu estive lá a convite do Clube Melissa Go para contemplar a beleza das presenças ilustres como @elieserambrosio e @fernandamottaoficial.

E além da @clubemelissago, a passarela brilhou também com um casting pra lá de muito bem selecionado que desfilou para marcas como @mangarosapink, @hangar33shoppingcerrado, @a_piruinha, @jorgebischoff, @mariarosa_modafeminina, @swarovski, @ddgunderwearmen, @3elassemijoias, @siberian_oficial, @riachuelo e @texmalha.

Pontos altos: @a_piruinha e a simpatia e espontaneidade de cada criança que desligou. 

A decolagem da moda masculina da @hangar33shoppingcerrado, e os belíssimos desfiles da @siberian_oficial, @clubemelissago e @swarovski. 

E também a participação da @marcellatavaresoficial, que modelou linda e maravilhosa para a @riachuelo. Amei!

Oportunidades de melhorias: 

Mas, apesar de tudo o belo show que contou com grandes marcas, e um maravilhoso e profissional casting teve muita desorganização que começou logo na entrada e na abertura dos portões,  E que começou “apenas” com 70 minutos de atraso, e brincou com a paciência dos presentes. O atraso foi tanto que muitos foram embora antes do início do show, deixando muitos lugares nas primeiras filas vagos. 

Além disso a temperatura estava alta, e o ar não conseguia refrescar o ambiente pelo menos até o início dos desfiles. Além disso, a iluminação por vezes estava bem mal posicionada, e o som extremamente alto. Eu surdo, tive que tirar os aparelhos auditivos. 

A passarela pareceu não estar 100% segura e estável para os modelos, tanto é muitas meninas tiveram “quase quedas”. 

Comentários adicionais: 

Eu realmente entendo que as pessoas têm planos, vidas, compromissos, famílias para voltar e energia que se esgota. 

O evento brilhou sim, e entendo que fatos e imprevistos acontecem, mas para alegria e conforto dos convidados poderia não ter se atrasado tanto: 70 minutos é muito e foi cansativo esperar, de fato faltou muito respeito aos presentes, todos profissionais envolvidos quanto isso. 

O show brilhou, e com pequenos ajustes, começará brilhar ainda mais e até fazer parte do calendário oficial da moda no Brasil.

No geral parabéns @gfw_official.

Friends na C&A

Camisetas, moletons, meias, pijamas e até acessórios de casa e papelaria, como copos e cadernos, fazem parte de uma coleção pra lá de sensacional em comemoração dos 25 anos da série Friends. (Amo, sou fã!)

E falando em celebrar com grande estilo – literalmente, a C&A lançou uma coleção inspirada na turma de Rachel, Monica, Phoebe, Ross, Chandler e Joey, e os itens da linha são incríveis. Além do tradicional logo do programa, frases famosas dos personagens, como a lendária “How you Doin’“, de Joey, também estampam as peças.

A coleção já está à venda em lojas selecionadas da rede e também no site da marca, que recebeu alguns produtos com exclusividade. Amando, e quero tudo já!

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Lojas Americanas e a Inclusão de PCDs

Assédio moral, humilhações constantes e tarefas inadequadas para as condições dos trabalhadores. O Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com um processo de R$ 11,3 milhões contra as Lojas Americanas por assédio moral e discriminação a pessoas com deficiência (PCDs) em uma unidade de Barueri, na região metropolitana de São Paulo.

As práticas mostram as consequências da falta de uma política adequada de inclusão e de diversidade, segundo especialista ouvida pela revista EXAME. Na ação, testemunhas contam que colegas e superiores hierárquicos os obrigavam a realizar tarefas não condizentes com sua situação e os assediavam moralmente. Uma das testemunhas afirmou que ele e outros PCDs não conseguiam realizar certas tarefas que eram impostas pelos superiores, por limitações físicas. Ao invés de serem mudados de função, eram chamados de “preguiçosos” por chefes e alguns viam as cobranças aumentarem ainda mais.

Outro trabalhador, que tinha surdez, contou que era comum que supervisores e colegas de trabalho gritassem com sarcasmo: “você é surdo? Não ouve não?”. Segundo a testemunha, esse tipo de assédio moral ocorreu com mais dois colegas com outras deficiências, constantemente. 

A empresa também teve casos de trabalhadores que foram colocados em funções diferentes daquelas para as quais haviam sido contratados, como forma de discriminação. Um deles, sem treinamento para a função e com deficiência nas pernas, tinha que descer plataformas de descarga sem a ajuda de escadas, o que acabou causando o agravamento de suas dores por telefone.

Os relatos foram recebidos pelo MPT de 2016 a 2018. Para a procuradora do Trabalho Damaris Salvioni, representante do MPT na ação, o assédio moral era organizacional, e não um fato isolado, e o objetivo seria fazer com que os trabalhadores pedissem demissão.

Diante dos diversos testemunhos, em 2018 o MPT ofereceu às Lojas Americanas um acordo (Termo de Ajustamento de Conduta – TAC) por meio do qual ela se comprometeria a evitar e refrear o assédio moral na organização. Entretanto, a empresa se recusou a assinar o documento.

Procurada por EXAME, a empresa afirmou que “ainda não foi notificada sobre a ação judicial em questão”. “A companhia afirma que o respeito entre seus associados está na base de sua cultura, e que repudia e pune com rigor qualquer prática de assédio moral, conforme disposto também em seu código de ética”, escreveu em nota.

Legislação e cultura

O caso mostra que, mesmo depois de quase 30 anos da Lei de Cotas para Pessoas Com Deficiência, muitas empresas ainda não incorporaram a inclusão em seus valores e cultura.

A lei determina que empresas com mais de 100 funcionários preencham uma parcela do quadro de funcionários com PCDs, de 2% a 5%. Segundo Ivone Santana, diretora executiva do Instituto Modo Parités, o Brasil tem uma das legislações mais avançadas em termos de inclusão de PCD. A Lei de Cotas começou a ser fiscalizada nos anos 2000, o que foi fundamental para que as empresas se mobilizem e estruturem bons programas, diz ela.

No entanto, cerca de metade dessas vagas não são preenchidas, por preconceito e desconhecimento de alguns gestores. “Esse caso da Lojas Americanas é um exemplo triste, mas recorrente, do que acontece quando uma empresa não incorpora valores de inclusão em sua cultura”, afirma Santana. 

“A nossa sociedade foi baseada em segregações por muito tempo, de raça, mulheres, pessoas LGBT e pessoas com deficiência. Até pouco tempo atrás, piadas com negros ou mulheres eram vistas como engraçadas. Até hoje tem empresa que não tem banheiro para mulheres. Muita coisa mudou, mas ainda existe um desconhecimento gigantesco de como implementar a inclusão acessibilidade”, explica a especialista.

Ou seja, não adianta simplesmente contratar PCDs, sem uma política adequada de inclusão. Para conversar com uma pessoa surda, por exemplo, é necessário estar de frente a ela, sem dar as costas. No caso de pessoas com mobilidade reduzida, o espaço de trabalho precisa ser acessível fisicamente. 

Não é uma tarefa simples, já que as deficiências podem ser físicas, intelectuais, visuais e auditivas, com uma pluralidade muito grande. Mas não é um problema sem solução. “Quando as empresas estão dispostas a aprender, a cultura muda”, diz Santana. “Temos visto transformações incríveis nas empresas. Às vezes começa em um setor e se espalha por toda a empresa. Mexe até no conceito de meritocracia, que era um consenso e está sendo revisto.

Além da questão moral, a inclusão também impulsiona os lucros da empresa. PCDs e suas famílias consomem cerca de 8 trilhões de dólares em todo mundo por ano. Além disso, a inclusão torna o ambiente mais diverso e agradável. 

“Quando as pessoas podem ser quem são numa empresa, o ambiente fica melhor, aumenta a eficiência dos funcionários e diminui o turnover. Isso se traduz no balanço das empresas também”, afirma. “As empresas que não olharem para a diversidade, não só com a inclusão de PCDs, mas de gênero, orientação sexual e de raça, não serão sustentáveis no longo prazo”, diz.